Thomas
Eu finalmente tinha conseguido a bolsa na escola que eu tentava desde quando fui pro ensino médio. Fui aceito em uma das melhores escolas do estado, o que vai fazer do meu futuro, uma coisa bem legal.
Conhecer as pessoas daquele lugar foi umas das melhores coisas que me aconteceu. Elas eram legais, e os professorea bem competentes.
E não. Eu não faco parte do time da escola, e não namoro a líder de torcida. E nem gosto de nenhumas delas, sexualmente falando. Eu sou bem egoísta nesse negocio de mulher.
Não sou de ficar, muito menos de tranzar com qualquer uma.
Eu escolho e olha eu sou bem seletivo. Quero alguem pra somar comigo, sonhos. Isso sim.
Mas devo confessar que tem uma menina que me entriga.
Julia. Julia Bettencourt. A filha da dona da escola. Ela é... Como vou dizer? Distante. Não fala com ninguém, não esboça um sorriso, mal come. E vive sempre com um pote de comprimidos. E todos olham pra ela com pena? Sim. É pena. Nunca perguntei o porque. Se um dia eu ter que saber será por ela. E também ninguém nunca comentou.
Bom, seja la o que for, é algo grave. Pra ninguém ficar comentando. Sabe que as pessoas quando chegar no colegial tem tendência a ficar fofoqueira. E nessa escola não é assim.
- Ei!- alguém estala os dedos diante dos meus olhos. Olho e é Aurora.- Tá olhado pra quem?
- Ninguém. Estava distraído. - desci pro degrau da arquibancada que Aurora estava sentada. - Doutor que estavam falando?
- Que você é um bundão- disse Josh sorrindo, revirei os olhos porém sorri também.
Voltei meus olhos para onde eu estava olhando e lá estava ela. Sentada no gramado do campo do lado oposto do que estávamos, com calça jeans e o seu típico moletom. Com fones no ouvidos, e a cara em um livro, parecia estar em um lugar só dela. Linda. Como sempre.
Como se soubesse ela levantou os olhos diretamente pra mim, me pegando olhando para ela. Durante dois segundos ela sustentou o olhar e logo desviou, se levantando, falando algo com a professora Sonia que sorriu e a "liberou" e saiu do campo sem olhar pra trás.
Voltei meu olhar para meu grupo e amigos e fingi presta atenção, quando a Kelly sorriu pra mim.
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O sinal toca as 13:10 da tarde avisando mais um final de aula naquele dia.
- Então confirmado. Hoje na pizzaria.
- O que na pizzaria?- perguntei confuso.
- Falamos isso no intervalo cara- disse Kelly.
- Ah claro.
- Ah claro- me imitou Aurora- As sete. E não se atrase. Comeremos sem você.
- Eu não vou me atrasar. Prometo.
Ficamos mais alguns minutos até os pais chegarem e buscarem cada um. Meu pai chegou logo depois da Kelly, sendo o penúltimo.
- Então como foi a escola?
- É o segundo dia ainda pai.- sorri.
- Eu sei. É que... Eu to tão orgulhoso de você meu filho. Essa é uma oportunidade e tanto. - ele alternou o olhar entre mim e o sinal que estava vermelho.
- Eu sei pai. Prometo não decepcionar.
- Você nunca fez isso.- ele sorriu.
Dali em diante ate chegar no meu trabalho foi conversa jogada fora. Comversamos sobre coisas aleatórias, durante os 20 minutos da escola ate a loja de conveniência.
- Valeu de novo pai. - falei quando parou em frente a loja.
- Que nada meu filho. É meu horario de almoço. - Sorri.
- Te amo pai.
- Eu também. - ele sorriu.
- Ah- voltei a olhar pra ele- Eu vou na pizzaria com us amigos da escola então... Não me espere pra jantar.
- Tudo bem... - ele olhou pra frente e depois olhou pra mim tentando esconde o sorriso. - Garotas?
- Pai!- lhe dei as costas parando na porta da loja. - Tchau. - ele fez sinais de beijinhos e entrei na loja sorrindo de vergonha.
Meu pai tem cada uma.
Seu Arnold ja estava me esperando com a cara de sempre. Como se estivesse comigo comida estragada.
Apenas me passou a chaves e meu desejou uma boa tarde. Pelo menos hoje foi uma boa tarde. Com certeza esta de bom humor.
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- Ja disse, estou chegando. Calma. - entrei no carro de aplicativo falando ao celular com Aurora.
- São 19: 45, Thomas. Caramba. Tu prometeu.
- Eu trabalho sabia? - disse um pouco irritado. Com certeza, Aurora era a inconveniente da turma.
- Ta me chamando de vagabunda?- disse, e eu percebi que falou em tom de ofensiva.
- Nao disse isso Aurora. Só falei que...
- Tem 15 minutos para chegar aqui. Idiota- escutei ela fala quando afastou o celular do ouvido.
Por mais que Aurora seja a riquinha mimada da turma, ainda sim ela é uma menina boa de coração. Olha só. Ela come em uma pizzaria de classe media por causa da gente. Eu ate entendo o idiota. Ela deve estar com fome.
Sorri com meu pensamento, e logo engatei uma conversa com o motorista.
Depois de mais ou menos 15 minutos cheguei na pizzaria e pagui o motorista e fui em direção a entrada.
Encontrei meus amigos logo na terceira mesa conversando alegremente, menos Aurora que estava enburrada olhando no celular freneticamente.
- Cheguei. - sentei na cadeira vaga ao lado de Aurora e Josh
- Até que fim.- disse Kelly
- Pedimos sem você. Se atrasou- disse Aurora.
- Foi mal.- olhei pra ela, sorrindo em desculpa e ela me olhou feio tentando esconder o sorriso.
Depois de meia horas nossa pizza gigante estava na mesa e o humor de toda no céu.
Rimos, relembramos as histórias de algumas festas que fomos. Que não foram muitas, porque "nerds" que somos, prefiramos estudar.
- O Josh é o mais louco com certeza- Kelly disse.
- Não tenho dúvida nenhuma disso.
- Ah cara?!- ele disse ofendido- E daquela vez que tu teve que beijar a Bety? Lembra?
- Nãooo- Aurora gargalhou- Eu ja estava esquecendo disso. Agora to com ânsia.
- Vocês que mandaram. Foi o meu castigo.
- A verruga dela do lado da boca cara??- disse Josh gargalhando, com todos acompanhando. Desviei meu olhar para fora da pizzaria com vergonha, dessa lembrança.
Quando voltei meu olhar para meus amigos, minha mente deu um estalo e me fez olhar novamet para fora. E percebi que Julia Bittencourt es escorrendo na parede, parecendo passar mal.
- Josh?- chamei mas não atendeu- Josh- agora o balancei e ele olhou pra mim.
- Que foi cara?
- Aquela não é Julia Bettencourt? - Josh olhou e ficou estático se responderia ou não. - Ela não parece tá mal?
- Deixa pra lá cara. Se tu não percebeu ela é calada na dela. - disse ele triste.
- Mas ela tá passando mal. - disse eu levantando. Todos pararam de conversar e olharam para mim confuso.- Eu vou lá.
- Thomas?- eles me chamaram, porém vingue não escutar e fui correndo até Julia.
Ao perceber que tinha alguém chegando perto ela retomou sua postura e seguiu caminho devagar.
- Ei!- ela não parou. A seguir parando em frente ela- Você tá legal?
- Tô ótima!- respondeu sem me olhar e desviou de mim , segundo seu caminho.
- Não parecia ótima. Você tá Branca- botei minha mão na sua testa- Esta com febre.- ela bateu na minha mão, fazendo eu por extinto tirar.
- Eu já disse que tô ótima. Agora para de entra na minha frente.- ela disse agora olhando pra mim e voltou a andar devagar.
Virei em sua direção e fiquei olhando. Sigo ou não sigo? Ela não me quer perto, e também não quer minha ajuda.
Ah quer saber? A rua é pública. Vou andar atrás dela e acompanhar até onde ela for ficar. Seja lá onde é.
Corri Até o lado dela e a companheira em seus passos . Ela não disse nada durante alguns minutos. Até que de solavanco ela para na minha frente com cara de brava.
- Que droga você que?
- Nada.- disse em rendição. - So estou te acompanhando te em casa?!
- Eu não quero. Vai embora.
- Olha Julia, eu vou te acompanhar você querendo ou não. Não precisa falar comigo. Eu só quero ter esteja que tá bem e vai chegar segura em casa.
- É meu guarda costas?- perguntou com ironia. Então é irônica?
- Talvez- sorri. Ela bufou e começou a andar sem falar nada novamente.
Seguindo ela, lado a lado, ela se mostrava ao mesmo tempo ali, comigo, e também ao mesmo tempo longe. Era intrigante.
Pensamentos vão e vem quando ouço um barulho de portão abrindo, vejo uma mulher extremamente jovem vindo em direção a gente. Ela é branca, cabelos castaños e olhos verdes como esmeralda, e vai em direção à Julia.
- Graças A Deus. Onde vocês estava querida?- disse a mulher a Julia.
- Só fui da uma volta mãe. - ela olhou para filha em preocupação é logo levantou o olhar para mim.
- E esse menino quem é?
- Sou Thomas. Thomas Angeles.- levantei minha mão em cumprimento e ela aceitou sorrindo.
- Estava com ele?
- O que? Não, mãe. - respondeu desconcertada.
- Eu vi ela na rua, e resolvi ajudar.
- Fez bem menino. Obrigada.- ela sorriu para mim é a braços a filha novamente.
- Chega mãe- ela desfe o abraço- e você....- olhou para mim- Ja fez a boa ação do dia. Pode ir.
- Julia- repreendeu a mãe. Ela não deu bola e saiu portão a dentro.- Olha, desculpe...
- Não tem problema. Eu tenho que ir.
- Obrigada de novo. - ela sorriu
- Não tem de que. Tchau Sr Bettencourt.
- Tchau Thomas. - ela deu as costas e entrou rapidamente.
Andei ate o outro lado da rua e virei a esquina. Logo na proxi.a esquia é minha casa.
Então a Julia e eu moravamos perto e eu não sabia depois de 1 ano aqui.
Sorri com esse pensamento, e fui para casa com a melhor ideia da minha vida.
Eu vou fazer ela amar a vida de novo.
- Eu prometo Julia Bettencourt!-
JuliaNão consegui dormi essa noite.Parece que os efeitos da radioterapia tinham se triplicado essa noite, me fazendo de pesadelos.Desisti de ficar deitada na cama quando já era 6 horas da manhã, decidi levantar e fazer o meu habitual de todas as manhãs antes de ir para escola. Hoje o sol estava mais quente então resolvi colocar uma blusa de frio fina, pois creio que hoje não sentirei muito Frio.Olhei no relógio e já eram 7:05 da manhã e já estava na hora de minha mãe levar eu e o meu irmão para escola. Quando peguei minha mochila a porta se abre revelando minha mãe.- Já está arrumada querida? Achei que precisava ficar descansando hoje- disse ela entrando no meu quarto.- Eu to melhor mãe. Não se preocupe.- eu não estava bem. Ainda sentia dor de cabeca e enjôo, mas não queria o olhar de pena da minh mãe sobre mim o dia todo!- Tudo bem- ela s
ThomasChutei uma pedra pequena que estávamos no caminho, enquanto eu voltava na direção dos meus amigos.Olhei para trás a tempo de ver Julia virar para esquerda indo em direção de alguma sala.- Calma- falou Kelly quando eu sentei no lugar que estava anteriormente- Ela falou com você?- É. Eu vi vocês na esquina da escola juntos.- Josh falou e olhei para todos e eles me olhavam apreensivo.- O que ela tem?- perguntei para eles que se entre olharam- Ela falou para perguntar vocês.- Ela falou isso?- Aurora se pronunciou.- Sim!- passei a mão sobre os cabelos- Pelo jeito ela não me quer por perto.- Ela tem seus motivos de querer ficar só.- Kelly disse mechendo no cabelo de Aurora.- Tá. Me contém então o porquê.Eles novamente se entreolharam, como se estivessem em guerra para ver quem falari
JúliaEu não sabia que horas era. Afinal não fiz questão de olhar no celular assim que acordei. Decidi que não iria a escola naquela manhã.Meus pensamentos estão vagando como meteoro no espaço da minha cabeça. Ideias. Sonhos. Amigos. Escola. Faculdade. Familia.E sem querer o Brian apareceu nessa chiva de meteoros. Seu sorriso, como falava dos seus sonhos comigo.Não. Eu não o amo. Nunca amei. Eu gosta muito. Muito dele, mas não cheguei a ama-lo. Também não deu tempo.Não me importa. Eu não sei porque ainda penso nele. Eu sei que eu entendo o lado dele, não que porra de desculpa era aquela? Não quero me apegar porquê você pode partir!Idiota.Droga. Burra burra, burra. Isso que você é Júlia. Burra que não sabe escolher. Droga ele era quase o meu namorado.Passei a mão no rosto limpando duas lágrimas que resolveram cai
JúliaTalvez esse foi o pior dia da minha vida. Não. O segundo pior dia da minha vida.Faz um pouco mais de dois anos que eu tenho essa maldita doença, e nunca aconteceu essa droga comigo. Mas meu corpo mais uma vez não quis lutar contra isso.Logo após o almoço na sexta, que eu tive a ilustra presença da figura, vulgo Thomas, eu estava me sentindo... Bem? É. Muito bem. Mas foi por causa do Donuts que ele trouxe.Mas esse bem não durou muito. Pela madrugada, comecei com uma tosse que moderou de leve até fica insuportavelmente incomoda. Eu tentei abafar com travesseiro a final de contas eu não queria acorda meus pais. Era apenas eu tomar o remédio que me foi receitado para esse tipo de situação. E assim eu fiz.Não demorou muito para eu estar no banheiro vomitando tudo, inclusive o remédio. Agradeci aos céus por ter banheiro no meu quarto, se não ja teria acordado meus pais e me
JúliaMeus pés estão úmidos pela grama molhada. Mechendo meus pés sinto a grama fazer cócegas e solto um sorriso. Sempre adorei sentir essa sensação.- Querida?- ouço uma voz e levanto a cabeça para onde ela vinha- Júlia querida, entra. - era minha Helena- O bolo de milho que eu fiz ja esfriou. Venha- ela disse sorrindo.- Vovó?- perguntei olhando para ela não acreditando. Ao olhar a entrada da casa, reparo que é a casa na qual eu passei minha infância inteira.- Vamos Júlia- me chamou mais uma vez entrando na casa. Dou um passo para seguir em frente mas algo me faz volta um passo atrás.Olho uma especie de mochila de rodas com um tubo de oxigênio, conectado a um catete que vinha ate mim. Botei a mão no nariz, o que me fez lembrar do hospital e da sensação de morte no corredor da minha casa.Pego na alça na mochila e a puxo seguindo para a entrada da casa. Entro
ThomasO que seria a paz? Tipo qual o significado? O porqu do existir da palavra ja que desde o princio existiu jardim do éden, como ja dizia minha mãe.Procurei no nosso tio google a resposta da minha pergunta. O que estava escrito era:pazsubstantivo feminino1.relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, concórdia.2.relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas, de violência."o bom funcionamento da justiça garante a p."Então porque caramba a Júlia queria paz se ela não estava em conflito comigo? Talvez se eu desenhasse uma pomba branca na minha cara, ela visse que eu só quero protejer ela. Ficar perto dela.Que
Júlia As semanas que sucederam ao meu " choque de realidade dado por alguém que está morta", passaram rápido.Um mês depois eu já não precisava do catete para ter uma vida normal. Tomava oxigênio antes de sair de casa e antes de dormir o que estava me ajudando bastante. Voltei também com minhas consultas no psicólogo que eu não ia a tempo.Parece que minha relação com meus amigos não mudou, continuava do jeito que eu tinha deixadobquando eu resolvi me afastar de todos.Sem contar com a minha mais nova relação do momento. A amizade com Thomas. Ele tem sido bastante prestativo por conta de ter ganhado um carro do pai, que descobri mais tarde que era mecânico. Todas as manhãs ele vem me buscar, melhor reformulando a mim e o Júlio. As sextas ainda tenho quimioterapia o que me deixa menos mal que a radioterapia.E hoje era seu dia. O dia que estou bem cansada mas o meu corpo ainda
ThomasEu estava nervoso. Definitivamente nervoso. Nervoso de um jeito bom. Como se algo bom fosse acontecer daqui a pouco. Depois da conversa com Kelly, eu decidi chamar a Júlia para sair. Mas como ela sempre se faz de difícil, ela não aceitou na primeira vez. Então eu fiquei alguns dias tendo chamar ela até que na quinta-feira ela aceitou. E agora Sábado estou em frente ao espelho com com uma blusa e uma jaqueta pensando se essa roupa é o suficiente.Talvez se eu colocasse uma roupa melhor? Caramba mas por que eu estou assim? É só a Júlia. Olha no relógio e são 19:45. Prometi busca- la as 20:00. Peguei minha chaves e celular e desci as escadas encontrando minha família na mesa de jantar.-To indo mãe. - lhe dei um beijo e no meu pai também.- Até que fim. - meu pai sorriu ajudando mamãe por a mesa- A menina já deve ter desistido de sair com você.-Peter!- minha mãe o repreendeu me fazendo sorrir.-Não fala