Júlia
Observo ela correr junto com algumas outras crianças. Ela para por um momento e olha pra mim e da um aceno que logo retribuo sorrindo.
- Ela tá tão feliz.- Nick fala sentando ao meu lado. Acabamos nos aproximando bastante durante esse tempo que estou aqui.
- Sim. Os médicos deram uma chance grande de ela ser curada.- olhei pra ele sorrindo.- Isso é ótimo.
- Sim. É ótimo.- ele sorriu abaixando a cabeça brincando com o gramado.
- Nick? Tá tudo bem?- coloquei a mão no seu ombro. Ele balançou a cabeça positivamente ainda brincando com o gramado.- Nick!
- Tá tudo bem Juro.- ele disse olhando pra mim sorrindo.- É sério Júlia. Tá tudo bem.- ela colocou uma mecha do meu cabelo da minha orelha.- Gostei do cabelo novo.
- É uma laser. Aurora me deu. Disse que o vermelho combinará com
Thomas- E você sabe como é a Aurora quando o assunto é festa né amor?!- olhei para Julia que tinha seu olhar e atenção em qualquer outra coisa menos em mim ou o que eu estava falando. - Amor?Ela desperta de seu transe e me olha, logo sorrindo.- Desculpa- ela se ajeitou na cama.- Distrai. - ela diz soltando uma risada fraca. Era tão ruim ver ela assim, e não poder fazer nada que possa realmente ajudar.- No que você tanto pensa?- sai da poltrona e me sentei perto dela com cuidado.- Que já está acabando o Colégio e eu não vou na formatura.- Claro que vai.- falei com convicção.- O baile de formatura é daqui a um mês. Mesmo se eu quisesse não poderia.- ela abaixou a cabeça mexendo nas mãos.- Daremos um jeito.- eu dei um beijo em sua testa- Somos um casal lembra? - ela me olhou e sorriu fazendo um carinho no meu rosto.- Você é t
Júlia - 3 semanas depois.O quarto estava uma bagunça. Minha mãe e Ágata arrumavam os cupcakes na pequena mesa onde tinha uma decoração da famosa Pocahontas. Thomas, Júlio, Juliano e meu pai enchiam as bola e mexiam na pequena decoração. Mônica que também estava ali presente, estava sentada de mim fazendo companhia.Já eu estava deitada na cama, sem muita força para levantar. Poupando energias o quanto pudesse. Os sintomas pioraram, e com ela as dores tão frequentes quanto.- Imagina que daqui a pouco tempo teremos que fazer isso novamente?- Mônica diz passando a mão na sua barriga que estava pequena porém visível.- Sim- eu disse sorrindo- O Jack vai ter que aguentar essa família louca.- ela me olhou dando uma risada.- A melhor família que meu filho poderia ter.- ele pega na minha mão. Sorri confirmando com a cabeça.- Menos seu irmão- ela volta a encostar as costa na poltrona falando séria.
JúliaOlho para a porta pela vigésima vez em menos de 5 minutos. A pequena festa da Jade já tinha começado a uma hora atrás e a minha família e os enfermeiros estavam distraídos com a Jade, que tinha arrumado uma brincadeira com eles. Eu estava esperando Nick entrar pela porta, ainal eu sabia que ele não perderia a festa de Jade. Então porque até agora ele não chegou?Tira os meus olhos da porta e volto meus olhos para Jade que estava comendo um dos cupcakes que estava na mesa vestida com a fantasia da Pocahontas. Seu brilho inocente inunda pelo quarto. Ninguém poderia ficar triste ao lado da Jade.- Que tal se batermos o Parabéns logo?- minha mãe pergunta- Para poder abrir os os presentes.- Jade dá dois pulinhos batendo palma sorrindo.- Vamos vovó! Vamos bater parabéns- olho em direção a porta mais uma vez na esperança de Nick atravessar a porta mas não aconteceu.- Mas ainda tá faltando o Lord Ni
Júlia.Meu reflexo no espelho não me deixa surpresa. Talvez seja o costume rotineiro de todas as manhãs. As orelha debaixo dos meus olhos em profundidade indica que minha noites não foram muito bem. Meu corpo magro e fraco concorda com todo o resto.Mas apesar de tudo, eu tenho vivido momentos felizes. E hoje não seria diferente. Hoje seria o melhor dia, pelo menos dos dois meses que eu estou aqui, e eu estava animada. Pelo menos por fora eu parecia animada. Mas por dentro estava uma bagunça total.- Amiga está tudo bem?- ouço ouço voz de Aurora pela porta do banheiro.- Está sim- gritei. - Já saio.- digo e ela não responde, então creio que já tinha saído da porta. Pego o laço que estava em cima da pia e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo baixo. Do jeito que eu costumava fazer, quando eu ainda tinha meu cabelo natural. Como antes.Ajeito meu moletom e dou uma última checada na laser. Quando
Júlia.Ah, a formatura do tão sonhado Senior, para ingressar na tão sonhada faculdade. A mudança da adolescência para a fase adulta resultando em vários compromissos e deveres da nova vida.Uns vão para a faculdade. Está nos planos. Outros só querem viver. Sair da bolha de "Precisa de um diploma pra arrumar um emprego que preste.". No final de tudo acaba se tornando vendedora de uma loja de luxo no shopping da cidade, ou garçonete do café da esquina. Qualquer das maneiras, acaba vivendo mais emoção.Mas nos meus planos eu seguiria a risca. Faculdade, emprego e... Tá. A partir daí já não teria mais planos. Mas a vida mudou drasticamente meu destino. Por um lado agradeço, eu realmente não saberia qual curso. Ou qual faculdade.Resolvo sair da bolha de pensamentos e vou até o grande espelho que tem em meu quarto. Olho para meu reflexo e estou agradavelmente bonita. Vestido preto, com uma blusa branca de manga e g
ThomasPerda.A dor da perda...Na real, nunca sabemos quando isso vai acontecer. Quando vai ser o último dia, o último sorriso... O último eu te amo...Novamente me senti incapaz, como se estivesse afundando em areia movediça. Sem ter braço, ou perna, nada podendo fazer.Juliano fazia massagem cardíaca no corpo de Júlia que já na tinha reação. Raquel já tinha ligado para a emergência, e Júlio tinha subido junto com Aurora pra ficar com Jade. Eu, Josh e Marcus, pai da Júlia, estávamos de mãos atadas. Não tinha o que fazer." Anda Júlia respira". Juliano falava enquanto tentava fazer Júlia voltar. Ele chorava tanto. Todos ali estavam chorando tanto. Eu escuta Jade chamando pela Júlia também chorando.A ambulância no demorou pra chegar, e a médica e enfermeiros fez o que Juliano já tinha feito. Costaram o que todos não queria aceitar.
A vida é um sopro... Evapora. Quando botamos uma panela no fogo e cozinhamos algo nela, automaticamente ela comeca a evaporar o liquido que contém no alimento. E é algo tão sem importância, que nem percebemos. A vida é assim. Supomos que o alimento é sua vida, e o líquido é as experiência que tomamos durante o processo do cozimento. A beira da morte é a tampa, que quando levantamos deixamos escapar o "gás ". As experiências evapora e o que resta é alimentos para alguém. Ou melhor dizendo, as lembranças. A vida humana é frágil como vidro e previsível como um filme cliché. O roteiro quem faz? tambem queria saber. Vamos nascer, se der, viver e morrer. Me diz o que tem de novo? Eu não era assim. Eu amava a vida e tudo o que ela podia oferecer. Acreditava que a vida dar aos seus hóspedes aquilo que realmente merecem. Tipo vida passada se você foi uma boa pessoa vai poder reencarnar conforme suas boas atitudes. Minha mente era frágil e imaginava coisas. Uma vida boa, filhos, marido
2 meses depois...O verão bate na minha janela as 6:30 da manhã. Anunciando que la fora ha um dia lindo para ser aproveitado.Mas pra mim é so mais um dia apodrecendo e descogelando como uma carne. Literalmente.Me levanto e vou ate o espelho da minha cômoda. Os cabelos longos caídos no meu ombro da cor de caramelo me deixa desanimada. A peruca foi escolhida pela minha mãe, alegando que o caramelo iria iluminar meus olhos verdes.Ela tinha razão. Iluminou os meus olhos. E minha pele extremamente branca faz eu aparecer uma pessoa que mora na Alasca. Eu me sentiria bonita até, se algo dentro e mim não tivesse me destruindo aos poucos.Não sinto gosto de nada, vomito tudo que como, e não tenho tanta força assim para correr.Faco um coque na peruca para não molhar e vou ao banheiro tomar uma banho. Lá mesmo faço minha higienes e saio de toalha, me sentindo gelada.