Uma claridade bateu nos olhos do homem, que estava deitado, se sentindo ainda muito sonolento. Bem devagar, ainda assimilando onde estava, Théo abriu os olhos e notou que não estava no quarto de sua casa.— Que merda é essa? — Sussurrou.Se levantando de vez, ele percebeu que ainda estava no apartamento de Andreza. Sua cabeça estava a mil. Sentindo tanta dor, que nem percebeu estar nu. Quando se levantou com muito esforço, foi que pôde ver seu reflexo no espelho.— O que aconteceu? — Sussurrou confuso. Olhando ao redor do quarto, percebeu estar sozinho, então começou a andar e chamar por Andreza.— Andreza, Andreza! — Gritava nervoso, mas não havia encontrado a mulher em nenhum lugar da casa.Voltando para o quarto, pegou suas roupas e começou a se vestir, então procurou seu celular e viu que se passavam das onze da manhã. Ele pensou haver demorado muito, já que havia prometido para Maia que voltaria logo. Porém, o fato de ter dormido e acordado daquele jeito o fez duvidar do que hav
Théo não conseguia compreender o que estava ocorrendo, parecia que o mundo estava se desintegrando de uma vez. Nada fazia sentido naquele instante. Sua cabeça ainda estava confusa, por não saber o que aconteceu na casa de Andreza e o pior é que ele ligava para ela e só dava fora da área de cobertura. Pensava que aquilo poderia ser por ela estar viajando.Seu telefone começou a vibrar e, depressa, ele pegou para atender, era Fábio, seu advogado.— Théo, ainda bem que me atendeu, pensei haver acontecido alguma coisa.— Eu não vi as suas ligações, meu celular deve estar com problemas, porque eu nunca o coloquei em modo silencioso.— Fiquei confuso com os papéis que recebi do seu avô, a Maia assinou tudo e ele propôs pagar a dívida dela, na verdade, ele já depositou todo o dinheiro na conta.— Fábio, você não tem ideia do que aconteceu, em apenas um dia, minha vida se tornou um caos.— Você está em sua casa? — O advogado perguntou.— Sim, acabei de chegar e não encontrei a Maia aqui.— Est
Théo saiu dali, com a frase de Vanessa ecoando em seus pensamentos. Enquanto dirigia, pensava em Maia e no que ela poderia estar passando naquele exato momento. Quão tamanha era a sua dor e o que pensava sobre ele, acreditando que estava lhe iludindo.Sem perceber, uma lágrima solitária rolou de seus olhos. Não podia acreditar que a vida que estava planejando viver ao lado dela havia chegado ao fim, antes mesmo de ter começado.— Droga! — Bateu no volante, enquanto esperava o sinal de trânsito ficar verde.Não compreendia a perspectiva de um homem que se julgava tão esperto, tendo caído em um plano tão insano. Nunca se sentiu tão perdido na vida quanto agora, não tinha noção por onde começar ou de quem se vingaria primeiro. Totalmente transtornado, parou num acostamento para tentar se acalmar, antes que causasse um acidente. Em mais uma tentativa, pegou seu número novo que havia acabado de registrar e ligou para Maia mais uma vez, na esperança de que ela pudesse lhe atender, por não sa
Na mansão, Joaquim conversava ao telefone com um de seus homens.— Como assim ela não estava mais lá? — Perguntou alterado.— Senhor, eu a avisei que um motorista iria buscá-la de manhã, mas quando ele chegou lá, avisaram que ela havia saído de madrugada. — Um homem do outro lado da linha respondeu.— Para onde aquela mulher foi? A procurem, seus imprestáveis, eu preciso saber de seu paradeiro.— Nós já procuramos por passagens de avião e até mesmo nas rodoviárias, mas pelo que vimos, ela não saiu da cidade.— Será que aquela mulher continua na cidade? — Questionou.Sua intenção, desde o início, era mandar Maia para um lugar onde ele pudesse ficar de olho nela, só para que Théo não a encontrasse, porém, havia percebido que ela foi mais esperta que ele dessa vez.— Estamos procurando, senhor, se ela estiver na cidade, iremos encontrá-la.— O quão burros vocês foram ao deixar aquela mulher fugir? — Colocou a culpa nos homens, mas sabia que era ele quem havia falhado.— Sinto muito, senho
Era assim que as coisas seriam levadas adiante. Se Joaquim estava sendo extremo, ele também seria. Tiraram dele a única pessoa com quem estava se importando no momento.— Espero que saiba o que está fazendo. — Joaquim saiu dali, desnorteado.Se o velho soubesse onde Maia estava, acabaria com ela com as próprias mãos.Théo entrou em casa e arrumou algumas peças de roupa numa mala, já que faria uma pequena viagem pela manhã. Ele estava correndo contra o tempo. Queria estar ao lado de Maia o mais rápido possível, devia honrar a promessa que a fez. Iria desmascarar todo o plano que fizeram para os separarem. O fato de terem conversado um pouco já o deixou em paz por um momento.Lembrando-se da última conversa que teve com Fábio, descobriu onde poderia encontrar Andreza.— Théo, isso não seria muito óbvio? Por que ela se esconderia na casa dos pais? — Fábio perguntou.— Por esse motivo mesmo, ela deve achar que eu pensaria da mesma forma que você, e achar que a casa dos pais seria o último
Andreza estava morrendo de vergonha, não imaginava que veria Théo novamente, ainda mais depois do que fez. Sentada de frente a ele, com a cabeça baixa, queria tentar sair daquela situação.— Em primeiro lugar, eu queria dizer que sinto muito, Théo, sinto muito mesmo. — Disse, mas continuava com a cabeça baixa.— Para de enrolação, Andreza, você só está arrependida porque foi descoberta. — Ele disse, sem um resquício sequer de paciência.— Eu não pensei direito, fui pelo calor da emoção.— Chega de desculpas e me conta logo tudo que aconteceu, e é melhor você ser bem sincera dessa vez, ou vou acabar com você aqui mesmo.Ela estava assustada, sabia que Théo, em relação à traição, era uma pessoa sombria.— O seu avô me procurou. — Começou.— Como ele conseguiu encontrar você?— Ele disse que tem o controle financeiro das coisas que você gasta, e viu que você havia me enviado uma boa quantia de dinheiro, então ele me ligou para saber quem eu era e descobriu a minha profissão. — Ela pausou,
Deitado numa cama fria de um quarto de hotel, Théo pensava em Maia. Queria vê-la e abraçá-la. Não entendia como um sentimento tão desconhecido e incomum tenha lhe possuído de forma tão avassaladora. Ele não queria saber de mais nada, apenas dela.Pegando seu telefone, ligou para ela, na esperança de poder ouvir a sua voz novamente. Após duas chamadas, ela atendeu o telefone.— Oi… Théo. — Já atendeu falando seu nome.Aquilo lhe acendeu uma chama de esperança, já que ela parecia estar disposta a conversar.— Maia, como você e a Lis estão? — Perguntou preocupado.— Estamos bem. Ela acabou de pegar no sono, já que não tinha muita coisa para fazer. — Explicou. — Planejo fazer muitas coisas com vocês, para que nunca se sintam entediadas. Ele não podia deixar de pensar nos planos que fazia para os três, quando estivessem juntos novamente. Vendo que ela ficou em silêncio do outro lado da linha, continuou:— Eu também me sinto um pouco entediado, sabia? Queria estar com vocês.— Eu te disse
Ainda em choque, Maia não acreditava no que via.— Théo… c-como? — Gaguejou.Mas todas as dúvidas não tiveram espaço, quando o homem a abraçou fortemente, sem deixar que ela dissesse mais nada.— Eu estava com saudade. — Disse ele. A enchendo de beijos, sem ao menos pedir licença. Não fazia nem três dias que estavam sem se ver, mas o medo de que ela sumisse e nunca mais pudesse encontrá-la o deixava desesperado. Entrando no quarto e fechando a porta, a pegou no colo sem deixar que suas bocas se separassem.— Para. — Ela o afastou, percebendo o quão desesperado ele estava e o que poderia acontecer, caso não o interrompesse.— Por quê? — A questionou.— Porque a Lis está na cama dormindo. — Ela apontou para a menininha deitada, com uma touca de ursinho na cabeça.Então, ele se afastou. Mesmo que a criança estivesse dormindo, era desrespeitoso fazer o que pretendia, ainda mais sabendo que não poderia conter os sons, que com certeza seriam produzidos ali. Ele se aproximou da cama e obse