Théo saiu dali, com a frase de Vanessa ecoando em seus pensamentos. Enquanto dirigia, pensava em Maia e no que ela poderia estar passando naquele exato momento. Quão tamanha era a sua dor e o que pensava sobre ele, acreditando que estava lhe iludindo.Sem perceber, uma lágrima solitária rolou de seus olhos. Não podia acreditar que a vida que estava planejando viver ao lado dela havia chegado ao fim, antes mesmo de ter começado.— Droga! — Bateu no volante, enquanto esperava o sinal de trânsito ficar verde.Não compreendia a perspectiva de um homem que se julgava tão esperto, tendo caído em um plano tão insano. Nunca se sentiu tão perdido na vida quanto agora, não tinha noção por onde começar ou de quem se vingaria primeiro. Totalmente transtornado, parou num acostamento para tentar se acalmar, antes que causasse um acidente. Em mais uma tentativa, pegou seu número novo que havia acabado de registrar e ligou para Maia mais uma vez, na esperança de que ela pudesse lhe atender, por não sa
Na mansão, Joaquim conversava ao telefone com um de seus homens.— Como assim ela não estava mais lá? — Perguntou alterado.— Senhor, eu a avisei que um motorista iria buscá-la de manhã, mas quando ele chegou lá, avisaram que ela havia saído de madrugada. — Um homem do outro lado da linha respondeu.— Para onde aquela mulher foi? A procurem, seus imprestáveis, eu preciso saber de seu paradeiro.— Nós já procuramos por passagens de avião e até mesmo nas rodoviárias, mas pelo que vimos, ela não saiu da cidade.— Será que aquela mulher continua na cidade? — Questionou.Sua intenção, desde o início, era mandar Maia para um lugar onde ele pudesse ficar de olho nela, só para que Théo não a encontrasse, porém, havia percebido que ela foi mais esperta que ele dessa vez.— Estamos procurando, senhor, se ela estiver na cidade, iremos encontrá-la.— O quão burros vocês foram ao deixar aquela mulher fugir? — Colocou a culpa nos homens, mas sabia que era ele quem havia falhado.— Sinto muito, senho
Era assim que as coisas seriam levadas adiante. Se Joaquim estava sendo extremo, ele também seria. Tiraram dele a única pessoa com quem estava se importando no momento.— Espero que saiba o que está fazendo. — Joaquim saiu dali, desnorteado.Se o velho soubesse onde Maia estava, acabaria com ela com as próprias mãos.Théo entrou em casa e arrumou algumas peças de roupa numa mala, já que faria uma pequena viagem pela manhã. Ele estava correndo contra o tempo. Queria estar ao lado de Maia o mais rápido possível, devia honrar a promessa que a fez. Iria desmascarar todo o plano que fizeram para os separarem. O fato de terem conversado um pouco já o deixou em paz por um momento.Lembrando-se da última conversa que teve com Fábio, descobriu onde poderia encontrar Andreza.— Théo, isso não seria muito óbvio? Por que ela se esconderia na casa dos pais? — Fábio perguntou.— Por esse motivo mesmo, ela deve achar que eu pensaria da mesma forma que você, e achar que a casa dos pais seria o último
Andreza estava morrendo de vergonha, não imaginava que veria Théo novamente, ainda mais depois do que fez. Sentada de frente a ele, com a cabeça baixa, queria tentar sair daquela situação.— Em primeiro lugar, eu queria dizer que sinto muito, Théo, sinto muito mesmo. — Disse, mas continuava com a cabeça baixa.— Para de enrolação, Andreza, você só está arrependida porque foi descoberta. — Ele disse, sem um resquício sequer de paciência.— Eu não pensei direito, fui pelo calor da emoção.— Chega de desculpas e me conta logo tudo que aconteceu, e é melhor você ser bem sincera dessa vez, ou vou acabar com você aqui mesmo.Ela estava assustada, sabia que Théo, em relação à traição, era uma pessoa sombria.— O seu avô me procurou. — Começou.— Como ele conseguiu encontrar você?— Ele disse que tem o controle financeiro das coisas que você gasta, e viu que você havia me enviado uma boa quantia de dinheiro, então ele me ligou para saber quem eu era e descobriu a minha profissão. — Ela pausou,
Deitado numa cama fria de um quarto de hotel, Théo pensava em Maia. Queria vê-la e abraçá-la. Não entendia como um sentimento tão desconhecido e incomum tenha lhe possuído de forma tão avassaladora. Ele não queria saber de mais nada, apenas dela.Pegando seu telefone, ligou para ela, na esperança de poder ouvir a sua voz novamente. Após duas chamadas, ela atendeu o telefone.— Oi… Théo. — Já atendeu falando seu nome.Aquilo lhe acendeu uma chama de esperança, já que ela parecia estar disposta a conversar.— Maia, como você e a Lis estão? — Perguntou preocupado.— Estamos bem. Ela acabou de pegar no sono, já que não tinha muita coisa para fazer. — Explicou. — Planejo fazer muitas coisas com vocês, para que nunca se sintam entediadas. Ele não podia deixar de pensar nos planos que fazia para os três, quando estivessem juntos novamente. Vendo que ela ficou em silêncio do outro lado da linha, continuou:— Eu também me sinto um pouco entediado, sabia? Queria estar com vocês.— Eu te disse
Ainda em choque, Maia não acreditava no que via.— Théo… c-como? — Gaguejou.Mas todas as dúvidas não tiveram espaço, quando o homem a abraçou fortemente, sem deixar que ela dissesse mais nada.— Eu estava com saudade. — Disse ele. A enchendo de beijos, sem ao menos pedir licença. Não fazia nem três dias que estavam sem se ver, mas o medo de que ela sumisse e nunca mais pudesse encontrá-la o deixava desesperado. Entrando no quarto e fechando a porta, a pegou no colo sem deixar que suas bocas se separassem.— Para. — Ela o afastou, percebendo o quão desesperado ele estava e o que poderia acontecer, caso não o interrompesse.— Por quê? — A questionou.— Porque a Lis está na cama dormindo. — Ela apontou para a menininha deitada, com uma touca de ursinho na cabeça.Então, ele se afastou. Mesmo que a criança estivesse dormindo, era desrespeitoso fazer o que pretendia, ainda mais sabendo que não poderia conter os sons, que com certeza seriam produzidos ali. Ele se aproximou da cama e obse
Joaquim Campos estava num quarto de hotel, quase quebrando tudo com toda a raiva que acabou de passar. Não podia acreditar em tudo que o neto estava fazendo contra ele, seu orgulho estava sendo jogado no lixo, por ser contrariado. Tentava arrumar um novo jeito de conseguir separar o neto daquela mulher que ele odiava com todas as forças, mas não havia mais nada que pudesse fazer, já que Théo poderia querer o incriminar, por ter lhe drogado.Uma batida na porta o fez voltar a si. Ao abrir, Frederic, Louise e Lilian Trajano adentraram o quarto, sem sequer pedir licença. Os três não estavam de bom humor.— Acabamos de saber que você veio se hospedar aqui, acredito que as coisas não estão saindo como você planejou. — Frederic iniciou a conversa.— Eu ia até vocês mais tarde, não estou a fim de conversar agora. — Joaquim falou, sem nenhum ânimo.— Quer mesmo que esperemos mais? — Louise perguntou.— Não é isso. — Tentou se explicar. — As coisas não saíram como planejei, sinto muito. — Entã
Duas semanas após voltar para a casa de Théo, Maia e Lis se preparavam para um passeio no jardim, pela manhã, coisa que elas gostavam de fazer todos os dias. Théo havia saído cedo, para resolver algumas coisas pendentes e havia prometido voltar logo. — Com licença, senhora. — Uma empregada da casa se aproximou de Maia.— Sim. — Ela respondeu.— Tem um homem na porta, que insiste em querer falar com a senhora.— Ele, por acaso, disse quem era?— Sim, se chama Tiago e disse ser o pai da pequena Lis.Ao ouvir o nome do ex, Maia sentiu seus nervos se alterarem, não imaginava o que aquele ser estava fazendo ali.— Tudo bem, você pode deixá-lo entrar, irei recebê-lo aqui mesmo no jardim.A empregada saiu dali e Maia pediu que Júlia levasse a filha para dentro da casa, não queria que os dois se vissem. Essa decisão não era porque Tiago não deveria ver a filha e sim porque ele não se importava com ela. O único pensamento de Maia, naquele momento, era resguardar a filha, que poderia se sentir