Théo olhou para a esposa sem entender o porquê de ela ter feito aquele convite. Não era porque havia perdoado o avô, que significava que o queria por perto novamente.Às vezes, o perdão significava aquilo, ficar em paz conosco, deixando de carregar uma mágoa, que só nos prejudica. Contudo, deixando bem claro que manteria uma distância, impedindo que a pessoa tivesse a oportunidade de magoar novamente.— Vamos pensar nisso com mais calma, depois. Acabamos de chegar e você precisa descansar, é melhor irmos para o hotel agora mesmo. — Falou, tentando não parecer rude.— Tudo bem, depois podemos falar sobre isso. — Ela disse.Percebendo que o marido não havia gostado muito da conversa, ela acabou sentindo-se um pouco precipitada, em fazer um convite, antes de consultá-lo primeiro.— Vou pedir que preparem o quarto de vocês, enquanto alguém irá buscar suas malas. — Joaquim disse.— Não precisa. — Théo o interrompeu. — Essa noite iremos passar no hotel, se amanhã o dia for mais tranquilo, vi
Saindo dali, caminharam para comer em outro lugar. Enquanto caminhavam, Maia questionou ao marido.— Por acaso, você vai contar ao seu avô sobre o que aconteceu ali agora?— Claro, ele com certeza irá querer fazer uma visitinha à velha amiga dele.— Para com isso, Théo, seu avô já parece ter problemas de mais, o deixe em paz. Pelo jeito que Lilian estava, parece estar sofrendo por tudo que fez. Acha que é fácil trabalhar com um patrão que fica em cima de você a todo instante, esperando apenas uma falha, só para querer te mandar para o olho da rua?— Sei que não é fácil e não estou menosprezando isso. — Replicou.— Vamos deixar isso de lado, por favor? — Pediu, lhe abraçando e dando um beijo.— Você faz isso, porque sabe que eu não resisto ao jeito que pede as coisas. — Riu. — Tudo bem, eu não vou falar nada, mas preciso te ensinar algumas coisas sobre o mundo. Em certas ocasiões, é necessário se vingar de outras pessoas quando há a chance.— Obrigada pela lição, mas acredito que gente
A chuva intensa que caía do céu, não impedia que uma mulher andasse pela rua de bicicleta. Mesmo toda encharcada, Maia, pedalava rapidamente. Sabia que estava atrasada para o trabalho e que isso seria um mau sinal, uma vez, que trabalhava numa casa de família, onde a patroa era extremamente exigente e descontava cada centavo por seu atraso. Além de falar uma série de besteiras, sem ter noção do que ela passava todos os dias. Maia, era uma mulher de 22 anos, que enfrentava um término de relacionamento. Seu marido, que no início fingia amá-la muito, lhe abandonou, um ano após sua filha, Lis, nascer. Ele vivia dizendo que, depois que a bebê nasceu, Maia começou a se descuidar e que não tinha mais tempo para ele. Também reclamava que a casa vivia bagunçada e que a bebê não parava de chorar.Seu marido foi embora de casa repentinamente, e Maia teve que se virar para ganhar dinheiro, pois se manter com uma criança não era nada fácil. Por não conseguir ajuda de alguém para cuidar da bebê, el
No interior de um escritório de uma grande empresa, estava Théo Campos. CEO da maior corporação de telecomunicações do país.Théo estava nervoso e respirava fundo, enquanto falava ao telefone com seu avô, Joaquim Campos.— Que surpresa, o senhor me ligar assim do nada, vovô, depois que se mudou para a Suíça, parece estar mais desligado dos negócios.— Não estou te ligando do nada. Sabe que não sou do tipo que liga para jogar conversa fora. — A voz do homem do outro lado da linha, estava séria.— Que bom que não é, porque também não sou. Então, vamos direto ao assunto, já que estou ocupado. — Disse impaciente.— Como estão as coisas na empresa? Desde que me retirei e te coloquei no meu lugar, não tenho mais relatórios das coisas.— Talvez porque o senhor se mudou do país para descansar, não é mesmo? Por que te enviaria coisas de trabalho?— Você é bem direto, Théo, eu gosto disso, tanto, que estou pensando seriamente, em não voltar para a empresa. Talvez, dessas minhas férias, eu já eme
Enquanto dirigia em direção ao hospital público da cidade, Théo observava a mulher que estava ao seu lado no carro. Seus cabelos estavam desarrumados, a sobrancelha parecia que nunca havia sido feita na vida. Vestia uma camisa velha com um rasgo do lado e calça jeans surradas, que deviam ter sido compradas num brechó. Nos pés, usava um chinelo velho.“Aposto ter um prego debaixo, segurando a correia da sandália”, pensou.Ele riu sozinho, já que nunca imaginou que alguém como ela, entrasse um dia em seu carro.— Moço, eu não tenho dinheiro agora, mas vou arrumar. Por favor, tenha um pouco de paciência. Vou te passar meu número de telefone, e depois você me manda o valor. Se for alguma peça que pode ser comprada pela internet, me fala, que posso comprar, dividindo no cartão.Theo estava nervoso, mas a ingenuidade da mulher lhe roubou um sorriso. Ela achava que compraria um farol de Rolls-royce na internet?— Você acha que um farol desses, custa quanto? — Perguntou com deboche.— Eu não s
— O quê? Que absurdo é esse? — A coitada não acreditava no que acabava de ouvir.— É isso mesmo que acabou de escutar. Se quiser salvar a vida de sua filha, apenas, case-se comigo.— Isso é alguma piada de mau gosto? Por que estão brincando comigo?— Não é nenhuma brincadeira, senhora Maia. — Fábio começou a falar, vendo que Théo poderia assustar mais a mulher. — O senhor Théo precisa de uma esposa, mas é apenas no papel, entendeu? Não será um casamento real e terá um tempo estipulado para acabar. Será apenas um acordo, assinado entre ambos. Se a senhora aceitar, o Théo se compromete a arcar com os custos da operação de sua filha e de todos os gastos pós-operatórios.— Isso não me parece nada bom, por que eu?— Porque você me deve! — Théo respondeu, curto e grosso.— Mas eu disse que irei pagar o senhor pelos danos do seu carro, eu só não estou podendo conversar sobre isso no momento, por isso, te peço um pouco de paciência.— Eu não tenho tempo. Meu carro é novo e importado, acha que
— Meus parabéns, você tomou a decisão certa. Apenas assine os papéis e deixe que cuidemos do resto. — Fábio disse, oferecendo a caneta para ela. — Eu não tenho certeza do que estou fazendo, mas se isso for ajudar minha filha a ficar bem, não me importo com mais nada. — Disse, assinando os papéis.— A partir de agora, vocês estão oficialmente casados. Amanhã, agendaremos uma sessão de fotos para tornar a situação mais realista. — Eu não posso deixar minha filha aqui sozinha.— Eu já disse que alguém irá ficar com ela. — Théo disse impaciente. — Para tudo na vida é preciso um sacrifício, se você quiser mesmo o bem de sua filha, irá fazer tudo o que o Fábio te disser. Agora, eu vou indo para casa, tenho mais o que fazer, meu dia já foi muito estressante.Saindo dali, sem dizer mais nenhuma palavra, Théo deixou Maia e Fábio sozinhos.— Senhora, sei que tudo que está acontecendo é muito para ser processado rapidamente, mas olhe pelo lado bom, sua filha irá ficar bem. Sei que o Théo parece
Com a boca ainda aberta por estar surpreso, percebeu que Maia notou a sua presença naquele lugar, então ela largou o telefone e veio na direção dele.— Boa tarde, senhor. — O saudou educadamente.Ela havia decidido em sua cabeça que não iria falar nada que pudesse contrariá-lo, para que tudo ocorresse de forma rápida. Assim, poderia retornar para o hospital e ficar ao lado da filha.— Boa tarde… — Théo piscou algumas vezes, até se recompor. — Vejo que um bom banho não faz mal a ninguém, hein? — Disse, dirigindo o olhar para Fábio, com tom de deboche.Por mais que Maia houvesse entendido a indireta, preferiu não falar nada, e fingir-se desentendida de tudo.— Se os dois estiverem prontos, vamos logo fazer as fotos. Temos pouco tempo. — Fábio disse, tentando reverter a situação. — Por favor, lá dentro, se comportem como um casal recém-casado. Vocês não precisam se beijar ou coisa assim, mas tentem passar um ar de intimidade nas fotos, proponho fingir que esse é o primeiro teste. Se conse