Deitado numa cama fria de um quarto de hotel, Théo pensava em Maia. Queria vê-la e abraçá-la. Não entendia como um sentimento tão desconhecido e incomum tenha lhe possuído de forma tão avassaladora. Ele não queria saber de mais nada, apenas dela.Pegando seu telefone, ligou para ela, na esperança de poder ouvir a sua voz novamente. Após duas chamadas, ela atendeu o telefone.— Oi… Théo. — Já atendeu falando seu nome.Aquilo lhe acendeu uma chama de esperança, já que ela parecia estar disposta a conversar.— Maia, como você e a Lis estão? — Perguntou preocupado.— Estamos bem. Ela acabou de pegar no sono, já que não tinha muita coisa para fazer. — Explicou. — Planejo fazer muitas coisas com vocês, para que nunca se sintam entediadas. Ele não podia deixar de pensar nos planos que fazia para os três, quando estivessem juntos novamente. Vendo que ela ficou em silêncio do outro lado da linha, continuou:— Eu também me sinto um pouco entediado, sabia? Queria estar com vocês.— Eu te disse
Ainda em choque, Maia não acreditava no que via.— Théo… c-como? — Gaguejou.Mas todas as dúvidas não tiveram espaço, quando o homem a abraçou fortemente, sem deixar que ela dissesse mais nada.— Eu estava com saudade. — Disse ele. A enchendo de beijos, sem ao menos pedir licença. Não fazia nem três dias que estavam sem se ver, mas o medo de que ela sumisse e nunca mais pudesse encontrá-la o deixava desesperado. Entrando no quarto e fechando a porta, a pegou no colo sem deixar que suas bocas se separassem.— Para. — Ela o afastou, percebendo o quão desesperado ele estava e o que poderia acontecer, caso não o interrompesse.— Por quê? — A questionou.— Porque a Lis está na cama dormindo. — Ela apontou para a menininha deitada, com uma touca de ursinho na cabeça.Então, ele se afastou. Mesmo que a criança estivesse dormindo, era desrespeitoso fazer o que pretendia, ainda mais sabendo que não poderia conter os sons, que com certeza seriam produzidos ali. Ele se aproximou da cama e obse
Joaquim Campos estava num quarto de hotel, quase quebrando tudo com toda a raiva que acabou de passar. Não podia acreditar em tudo que o neto estava fazendo contra ele, seu orgulho estava sendo jogado no lixo, por ser contrariado. Tentava arrumar um novo jeito de conseguir separar o neto daquela mulher que ele odiava com todas as forças, mas não havia mais nada que pudesse fazer, já que Théo poderia querer o incriminar, por ter lhe drogado.Uma batida na porta o fez voltar a si. Ao abrir, Frederic, Louise e Lilian Trajano adentraram o quarto, sem sequer pedir licença. Os três não estavam de bom humor.— Acabamos de saber que você veio se hospedar aqui, acredito que as coisas não estão saindo como você planejou. — Frederic iniciou a conversa.— Eu ia até vocês mais tarde, não estou a fim de conversar agora. — Joaquim falou, sem nenhum ânimo.— Quer mesmo que esperemos mais? — Louise perguntou.— Não é isso. — Tentou se explicar. — As coisas não saíram como planejei, sinto muito. — Entã
Duas semanas após voltar para a casa de Théo, Maia e Lis se preparavam para um passeio no jardim, pela manhã, coisa que elas gostavam de fazer todos os dias. Théo havia saído cedo, para resolver algumas coisas pendentes e havia prometido voltar logo. — Com licença, senhora. — Uma empregada da casa se aproximou de Maia.— Sim. — Ela respondeu.— Tem um homem na porta, que insiste em querer falar com a senhora.— Ele, por acaso, disse quem era?— Sim, se chama Tiago e disse ser o pai da pequena Lis.Ao ouvir o nome do ex, Maia sentiu seus nervos se alterarem, não imaginava o que aquele ser estava fazendo ali.— Tudo bem, você pode deixá-lo entrar, irei recebê-lo aqui mesmo no jardim.A empregada saiu dali e Maia pediu que Júlia levasse a filha para dentro da casa, não queria que os dois se vissem. Essa decisão não era porque Tiago não deveria ver a filha e sim porque ele não se importava com ela. O único pensamento de Maia, naquele momento, era resguardar a filha, que poderia se sentir
Quando saiu de casa pela manhã, Théo foi direto para a empresa. Já que o avô havia decidido que o tiraria da presidência, havia marcado uma reunião com todos os acionistas. Mesmo que não quisesse ir até lá, ele deveria estar, já que era um dos acionistas.Ele não estava mais preocupado se continuaria sendo o CEO ou não, as ações e investimentos que possuía, poderiam lhe proporcionar para o resto da vida, uma boa qualidade de vida. Quando adentrou seu escritório, deu de cara com seu avô. Joaquim Campos já o esperava há muito tempo dentro daquela sala.— Achei que não viria. — Disse ao neto.— Eu estava ocupado. — Théo explicou.— Como quer continuar na direção de uma empresa, se não honra com seus compromissos? — Ele perguntou.— E quem disse se quero ou não? — O interrompeu. — Por oito anos, honrei esse compromisso, chegando antes que todos e saindo daqui às vezes até de madruga, tirando os dias que já cheguei a dormir neste escritório, sério mesmo que vai medir minha capacidade de faz
Quando entrou no avião, Maia parecia uma criança de tão eufórica que estava, nem Lis parecia tão animada quanto ela.— Eu nem acredito que iremos viajar, eu e a Lis nunca passeamos fora da cidade, estou tão empolgada.— Garanto que você irá amar o lugar, lá é muito tranquilo e não há muitas pessoas por perto, serão alguns dias apenas de paz e sossego.— Eu nem tenho palavras para expressar o quão animada estou.Théo abraçou a esposa, ela também não imaginava o quanto ele estava animado. Seria a primeira vez que sairiam como um casal de verdade. Chegaram à noite na casa de campo e tudo já estava preparado para a estadia deles por ali. Lis e Júlia dormiriam em um quarto, enquanto Théo e Maia ficariam numa das suítes da casa, que tinha vista para um rio que passava há alguns metros ao fundo do terreno.— Aqui de dia se parece com o paraíso. — Ele disse, enquanto preparava para se deitar.— Eu não vejo a hora de explorar todo esse lugar.— Não se preocupe com isso, terá muito tempo para co
Oito meses após se casarem, Maia decidiu colocar Lis numa escolinha, onde a filha se socializaria com outras crianças. Então, começou a se sentir solitária em casa, querendo fazer alguma coisa para tomar seu tempo, já que trabalhar fora de casa estava fora de questão no momento, ainda mais quando descobriu a nova gravidez.— Já te disse que não quero que se esforce muito, não há necessidade para isso, não se esqueça de que você está grávida.— Mas gravidez nunca foi doença e o médico disse que a minha gestação não é de nenhum risco.— Não me importa, eu quero que você descanse e fique saudável.— Mas não aguento mais ficar dentro desta casa o dia todo.— Olha, eu não posso aceitar a ideia de você trabalhar fora.— Mas não quero me aproveitar de você. — Disse ela, com medo dele achar que estava se aproveitando de sua situação financeira. — E desde quando você se aproveita de mim? Eu te dei um cartão para você fazer o que quiser e, quando a fatura chega, parece que você não o usa.O cas
Sentados de volta e observando o senhor Joaquim, o casal decidiu que ouviriam o que o homem tinha a dizer.— Desde a última vez que tivemos nossa conversa, achei que deveríamos ter chegado num acordo, antes de voltar para cá. — Joaquim começou. — Durante todo esse tempo que estive aqui, considerei voltar e procurar vocês outra vez, mas a verdade é que fiquei com muita vergonha de tudo que aconteceu.— Claro que era para ter vergonha! — Théo exclamou.Maia viu que o marido estava se alterando, então tocou a mão dele gentilmente, pedindo com o olhar para que escutasse o avô, antes de qualquer coisa.— Eu não sei o que deu em mim para chegar a tal ponto, fiquei tão cego que não pensei mais em nada, nem na sua vida ou nos seus sentimentos, queria apenas que você fizesse o que te ordenei, achando que você seria uma marionete em minhas mãos. Sinto muito, Théo, sinto muito mesmo, e quero que saiba que se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais teria interferido em sua vida como fiz.— Se realme