Capítulo 3
— Eu não quis dizer isso. — Jaqueline estava um pouco irritada.

Se ela tivesse essa intenção, como poderia ter deixado ele se aproximar na noite passada, estando grávida?

Roberto não disse mais nada, carregou ela de volta para o quarto e a colocou na cama, cada movimento era suave e atencioso.

Jaqueline quase levou toda a sua força para conter as lágrimas.

Ele arrumou as roupas dela e sua mão grande acidentalmente tocou sua barriga.

O coração de Jaqueline deu um salto e ela rapidamente empurrou a mão dele.

Mesmo com sua barriga ainda plana, ela se sentia instintivamente culpada, preocupada que ele descobrisse algo.

Roberto fez uma pausa.

— O que houve?

Estava para se divorciar, então agora não o deixava tocar ela?

— Nada, apenas não dormi bem, minha cabeça está um pouco confusa. — Ela inventou uma desculpa.

— Vou chamar um médico para vir aqui, você não está com uma boa aparência. — Ele disse e colocou a mão na testa dela, a temperatura estava normal, mas ele sentia que algo estava errado.

— Estou realmente bem.

Não podia chamar um médico, caso contrário, ele poderia descobrir que estava grávida. Ela estava pensando consigo mesma e disse:

— Só preciso dormir um pouco.

— Jaque, estou te dando uma última chance, ou você me diz a verdade ou te levo ao hospital.

Ele achava que ela não percebia que ele sabia que ela estava escondendo algo?

Jaqueline deu um sorriso forçado.

— É só que faz muito tempo que não ficamos juntos, ontem à noite foi de repente, não estou muito acostumada, ainda não me recuperei, não queria ir ao hospital, é um pouco embaraçoso.

Ao ouvir a explicação razoável dela, ele pareceu sentir uma ligeira vergonha, imediatamente puxou o cobertor e a cobriu bem.

— Você deveria ter dito antes, assim não precisaria ter levantado, eu vou trazer o café da manhã para você na cama.

A mão de Jaqueline sob o cobertor estava fechada em um punho, segurando as lágrimas.

Ele era tão cruel, como poderia se preocupar com ela assim depois de pedir o divórcio?

Ele podia sair a qualquer momento, deixando uma mulher que não conseguia mais se libertar, sofrendo sozinha por ele.

Roberto levantou a mão, olhou o relógio no pulso, parecia ter algum compromisso.

— Querido... Sr. Roberto, se você tem algo para fazer, pode ir, eu vou descansar um pouco.

Ao ouvir "Sr. Roberto", Roberto franziu a testa. Ela nunca o tinha chamado assim.

— Como você me chamou? — O tom calmo do homem carregava um toque de irritação.

Jaqueline decidiu ser firme e disse:

— Nós vamos nos divorciar, é bom se acostumar logo. Caso contrário, depois do divórcio, se eu te chamar por um apelido íntimo sem querer, as pessoas podem entender errado.

Roberto achou as palavras dela duras.

Ele se levantou sem dizer mais nada e se virou para sair.

Quase ao mesmo tempo, Jaqueline virou o corpo e lágrimas começaram a escorrer silenciosamente.

De repente, Roberto parou e se virou.

— Jaque, você sempre me viu como um primo, não é?

Jaqueline ficou um pouco surpresa, limpou rapidamente as lágrimas do rosto.

— O quê?

— Antes de nos casarmos, você disse que não sentia nada romântico por mim, apenas me via como um primo.

— Eu disse.

Por que ele estava mencionando isso agora? Jaqueline estava confusa.

— Esse sentimento não mudou, você ainda me vê como um primo, não sente nada romântico por mim, certo?

Os dedos de Jaqueline apertaram o lençol com força, as juntas ficaram brancas.

Ela mordeu os lábios com força, as lágrimas caíam incessantemente enquanto ela tentava controlar o corpo trêmulo.

Desde os 11 anos, quando o viu pela primeira vez, ela se sentiu atraída pelo jovem à sua frente.

Naquele momento, ao olhar nos olhos dele, ela sentiu como se estivesse vendo a galáxia mais bonita.

Aos 19 anos, ficou noiva dele, aos 20, se casou, e agora, aos 21, seus sentimentos por ele nunca vacilaram, pelo contrário, só se aprofundaram com o tempo.

Embora estivessem casados há apenas um ano, já estavam juntos há 10 anos.

Toda a sua juventude foi dedicada a ele, não havia espaço em seu coração para mais ninguém.

Era como se estivesse envenenada e ele era o único antídoto.

— Por que você não responde? Tem algo que não pode me dizer? — Ele insistiu.
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