Capítulo 2
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.

O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.

Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.

Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.

Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.

No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.

Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.

Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.

Desde então, ele passou a cuidar dos seus estudos e de todas as suas necessidades Quando ela cresceu, ele a fez se casar com seu neto, Roberto.

Roberto não se opôs ao casamento, mas em particular disse a Jaqueline:

— Mesmo casando com você, não poderei te dar amor. Assim que aquela mulher voltar, nosso casamento terminará e você não terá direito de contestar.

Naquela hora, o coração dela doeu como se estivesse sendo cortado por uma faca.

Mas ela sabia que, se recusasse o casamento, a avó culparia Roberto e não descansaria enquanto não o fizesse sofrer. Além disso, a avó poderia adoecer de raiva. Então, por mais que doesse, ela assentiu.

— Tudo bem, afinal eu te vejo apenas como um irmão, não tenho sentimentos românticos. Quando quiser se divorciar, me avise, eu não vou te prender.

Assim começou o casamento deles.

Depois do casamento, ele a tratou como uma princesa.

Todos pensavam que Roberto a amava profundamente, mas ela sabia que ele era apenas um homem responsável. Seu cuidado era por dever, não por amor.

Agora esse dever havia terminado.

Jaqueline terminou de comer o último pedaço de ovo do prato e se levantou:

— Estou satisfeita, vou voltar para o quarto.

Ao se levantar, percebeu que estava em transe.

Ela caminhava apressadamente, cambaleando. Quando seu pé torceu e ela caiu para a frente.

— Ah!

Instintivamente, ela protegeu a barriga com as mãos e, enquanto tentava se levantar apressadamente, foi puxada para cima por uma grande mão que a segurou firme.

— Por que você está tão assustada? Você se machucou? — Ele examinou seu corpo com cuidado, vendo que não havia nada grave, suspirou aliviado e, com um tom levemente repreensivo, disse. — Da próxima vez, não faça isso. Já está bem crescida, mas ainda age como uma criança.

— Estou bem, talvez não tenha dormido bem na noite passada.

Jaqueline desviou o olhar dele.

De que adiantava a preocupação dele agora?

Jaqueline tentou se desvencilhar da mão dele, mas Roberto parecia perceber algo. Ele franziu a testa e a pegou no colo de repente.

— Ah! — Jaqueline se assustou e instintivamente envolveu o pescoço dele com os braços. — O que você está fazendo?

— Vou te carregar, assim você não cai de novo.

— Estou bem, me coloque no chão, assim não é bom.

— Por que não seria bom?

— Estamos prestes a nos divorciar.

Roberto a olhou surpreso, com uma expressão de desagrado quase imperceptível nos olhos.

— O acordo de divórcio ainda não foi assinado. Enquanto restar um minuto, ainda somos marido e mulher. Ou será que desde o início você não queria que eu te tocasse e agora está ansiosa para manter distância? — Sua voz tinha um tom frio, como se o divórcio fosse uma decisão cruel dela e ele apenas pudesse a aceitar à força.
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo