Osvaldo se endireitou e disse:

— O acordo tem erros de digitação, preciso levá-lo de volta para corrigir, desculpe.

Jaqueline ficou sem palavras.

Erros de digitação?

Ela pensou que havia alguma reviravolta.

Haha, ela ainda estava se iludindo com uma esperança tola.

Depois que Osvaldo saiu, Jaqueline voltou para o quarto. Ela não sabia como tinha passado o dia, mas almoçou e jantou direitinho.

Talvez por causa da tristeza extrema, ou por ter comido demais, ela, que nunca tinha tido náuseas intensas, vomitou violentamente a noite toda.

Enquanto vomitava, ela chorava. No final, se encolheu no chão, tremendo enquanto abraçava a barriga.

Já passava das onze. Antes, se ele estivesse fora depois das dez, sempre ligava para avisar onde estava.

Agora não precisava mais.

De repente, o toque do celular ecoou.

Jaqueline aguçou os ouvidos, o som do toque ficava cada vez mais claro.

Ela se levantou rapidamente do chão e correu do banheiro para pegar o celular na cama.

O identificador de chamadas mostrava: [Meu Querido].

Jaqueline instantaneamente sorriu como uma criança. Ela enxugou as lágrimas do rosto, respirou fundo, clareou a garganta e atendeu:

— Alô.

— Por que você não respondeu minhas mensagens hoje? — A voz do homem tinha um tom sombrio, era quase como um interrogatório.

Jaqueline não esperava essa pergunta.

— Naquele momento, o assistente Osvaldo já estava aqui, então eu não respondi. Achei que não fosse necessário. — Disse Jaqueline em voz baixa.

— É mesmo? — A voz dele estava calma, mas opressiva. — Então chegamos ao ponto em que não é mais necessário responder minhas mensagens. Não é de se admirar que você estava tão feliz até rir alto na assinatura do acordo hoje.

Jaqueline apertou a barra do vestido, suas palmas estavam suadas. Devia ter sido o assistente Osvaldo que lhe contou.

— Eu...

— Você está feliz que vamos nos divorciar? — Ele a interrompeu antes que ela pudesse responder.

Jaqueline ficou em silêncio, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas.

— Por que você não está falando? — Ele perguntou novamente.

Embora sua voz estivesse calma, Jaqueline sentiu uma certa agressividade.

— Eu... Estou feliz que você tenha me dado tanto, não esperava que você fosse tão generoso.

Ela só pôde encontrar uma desculpa qualquer.

O homem do outro lado do telefone de repente ficou em silêncio.

Depois de um longo tempo, ele finalmente falou:

— Afinal, você esteve comigo por um ano, me deu tudo, não posso te tratar mal.

Jaqueline levantou a mão direita para cobrir os lábios, tentando desesperadamente conter os soluços.

— Obrigada. O acordo de divórcio de hoje, o assistente Osvaldo disse que havia um erro de digitação, então eu ainda não assinei. — Quando ela disse isso, parecia preocupada que ele ficasse chateado, então acrescentou. — Não se preocupe, assim que o acordo estiver corrigido, eu assinarei imediatamente.

Ela temia que ele pensasse que ela estava tentando se prender a ele.

— Eu sei. — Roberto continuou. — O acordo de divórcio precisa ser ajustado novamente, há alguns problemas com a documentação das propriedades envolvidas, pode levar alguns dias, mas essas propriedades ainda serão suas, depois que estiver tudo resolvido, você não terá problemas futuros com as propriedades que receber.

Jaqueline sentiu um aperto no coração, eles se conheciam há mais de dez anos, ele achava que ela só se importava com dinheiro?

— Se você quiser mais alguma coisa, me avise. — Roberto continuou. — Além dessas coisas materiais, eu não posso te dar mais nada.

As unhas de Jaqueline quase perfuraram a palma da mão.

Ela desejava tanto dizer a ele: "Você poderia me dar uma família completa, por favor?"

Às vezes a bondade dele a fazia pensar que ele tinha sentimentos por ela.

Sua mão acariciou sua barriga e, sem saber de onde, ela ganhou uma coragem inesperada.

O erro de digitação no acordo de divórcio a impediu de assinar, seria isso um sinal?

Mesmo que ele não a quisesse, ele pelo menos precisava saber sobre a existência desse bebê.

— Onde você está agora? — Jaqueline perguntou.

— Tem algum problema? — Roberto perguntou de volta, sem dar uma resposta direta.

— Roberto, eu já...

— Roberto, eu preparei água quente para você na banheira, venha tomar um banho. — De repente, uma voz feminina suave e agradável soou pelo telefone, interrompendo Jaqueline.