Heitor perguntou, confuso:— Por que você diz isso? Vocês brigaram antes do acidente?Jaqueline suspirou:— Se pode dizer que sim. Se tivéssemos ficado calmos naquele momento, teria sido melhor. Sinto cada vez mais que o acidente de George é minha responsabilidade.— Não se culpe de jeito nenhum. — Heitor se agachou. — Como poderia ser sua responsabilidade? Quando algo assim acontece, só podemos dizer que quem o machucou é realmente muito mau.Jaqueline falou amargamente:— Mas ainda estou muito triste. Se eu tivesse outra chance, certamente faria de tudo para impedir ele de sair, faria qualquer coisa.Heitor deu um tapinha suave no ombro de Jaqueline para confortá-la:— Irmã, não se culpe tanto. O desenvolvimento de algumas coisas não está sob seu controle, você também não queria que isso acontecesse.Ele pensou que ela era realmente uma mulher tola.Ele já tinha George em sua mira há muito tempo. Mesmo se não existisse uma pessoa chamada Jaqueline neste mundo, George ainda estaria ac
George abriu a porta do carro e estava prestes a entrar, quando o homem atrás dele disse:— Que homem perfeito, até eu estou ficando interessado. Tenha cuidado na estrada.George ouviu a última frase e se lembrou da palavra "morte" que o maníaco mencionou antes. Ele franziu a testa, sentindo que algo não estava certo, mas, mesmo assim, entrou no carro e partiu.No caminho, ele tentou ligar para Jaqueline, mas descobriu que seu celular estava desligado, provavelmente por falta de bateria.Ele colocou o telefone de lado e dirigiu de volta para casa.Ele queria encontrar Jaqueline, queria esclarecer as coisas.Ele queria dizer a ela que a amava, que poderia esperar por ela para sempre, só que não queria mais guardar isso dentro de si!De repente, George percebeu que sua visão estava ficando embaçada, com muitas imagens sobrepostas, se tornando cada vez mais confusa.Uma forte tontura invadiu seu cérebro. Ele imediatamente parou o carro no acostamento, segurou a testa e sacudiu a cabeça co
Jaqueline permanecia de vigília no quarto do hospital.Cláudio estava parado na porta, com as mãos nos bolsos, olhando fixamente para ela. Suas sobrancelhas estavam levemente franzidas, e seus olhos pareciam conter um traço quase imperceptível de complexidade.Após alguns momentos de reflexão, ele entrou.Jaqueline virou a cabeça e, ao ver Cláudio se aproximando, se forçou a chamá-lo:— Tio.Cláudio respondeu:— Você tem ficado aqui com ele por muito tempo. Isabelly me disse que você nem almoçou, e agora já está quase escurecendo. Me deixe levar você para jantar.— Não tem problema, não estou com fome. — Disse Jaqueline, olhando ansiosamente para George. Ela queria ficar ali com ele.Caso contrário, pensava em como ele deveria estar assustado, sozinho, incapaz de se mover ou falar.Cláudio disse:— Eu sei que você quer ficar aqui com ele, mas no estado em que ele está, não vai adiantar nada você ficar sem comer ou beber. Além disso, ele ficaria preocupado. Você deve cuidar da sua saúde
Vendo a expressão desanimada de Jaqueline, Cláudio sorriu, um pouco constrangido, mas educadamente:— Desculpe, mencionar ele te deixou infeliz?Jaqueline respondeu:— Não estou infeliz, é só que já estou divorciada e não quero falar muito sobre ele.Jaqueline sentiu um aperto no peito. Ela raramente falava sobre Roberto em particular e nunca falava mal dele, mas aquele homem a interpretava mal, achando que ela o difamava por toda parte, quando na verdade ela nunca tinha feito isso.Mesmo naquele momento, ela não queria fazer isso.Cláudio assentiu:— Tudo bem, não falaremos mais sobre ele. Então, vamos falar sobre você. Você tem irmãos ou irmãs?Jaqueline balançou a cabeça:— Sou filha única, não tenho irmãos.— Ah, entendo. Então seus pais devem te amar muito, não é?Ao mencionar seus pais, Jaqueline sentiu uma pontada de tristeza:— Sim, mas infelizmente eles faleceram muito cedo.Se seus pais não tivessem morrido, ela e Roberto certamente nunca teriam se cruzado na vida.Ela pensou
No documento, constava que Jaqueline não era filha biológica deles, mas adotada.Cláudio sentiu uma leve contração interna, e entre suas sobrancelhas firmes e serenas, emergiu uma expressão de seriedade.Não demorou muito para Jaqueline voltar, porém ela parecia um tanto pálida.Cláudio levantou os olhos ao ver sua expressão e perguntou:— O que houve? Você está se sentindo mal?Jaqueline balançou a cabeça: — Não é nada.Ela estava grávida, e isso por si só já era desconfortável.— Quer que eu chame um médico para ver você? Você está muito pálida. — Disse Cláudio, com um tom de preocupação.Jaqueline respondeu: — Eu estou realmente bem, deve ser só preocupação com o George.Vendo Jaqueline insistir, Cláudio não quis pressioná-la.— Aliás, eu acabei de procurar notícias sobre seus pais, e eles são verdadeiros heróis. Se não fosse por eles, muitas pessoas teriam se machucado.Jaqueline disse: — Eles realmente são heróis no meu coração. Só é uma pena que eu não possa mais os ver.— Ele
Roberto chegou ao quarto de hospital onde Ângela estava internada e, ao entrar, viu a mulher segurando um vestido de noiva branco imaculado em seus braços, sorrindo radiante. Talvez pela imensa felicidade, sua cor facial parecia muito melhor.— Roberto, você chegou. — Ângela abraçou o vestido de noiva apertadamente. — Você realmente não me enganou... Este vestido é tão lindo! Eu amei! Mal posso esperar para usar.Roberto se sentou ao lado da cama, com uma expressão um tanto pesada.— O que houve, Roberto? — Ângela percebeu sua expressão sombria. — Aconteceu alguma coisa? O vestido de noiva não foi você quem deu?Roberto deu um leve sorriso:— Foi para você, que bom que gostou.Naquele momento, a cirurgia de transplante de coração dela era impossível. Jaqueline definitivamente não concordaria. Aquele homem era mais importante no coração de Jaqueline do que ele imaginava.— Roberto, por que essa cara de preocupação? O que aconteceu? Você pode me contar?— Ângela. — Roberto segurou a m
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde