Vendo a expressão desanimada de Jaqueline, Cláudio sorriu, um pouco constrangido, mas educadamente:— Desculpe, mencionar ele te deixou infeliz?Jaqueline respondeu:— Não estou infeliz, é só que já estou divorciada e não quero falar muito sobre ele.Jaqueline sentiu um aperto no peito. Ela raramente falava sobre Roberto em particular e nunca falava mal dele, mas aquele homem a interpretava mal, achando que ela o difamava por toda parte, quando na verdade ela nunca tinha feito isso.Mesmo naquele momento, ela não queria fazer isso.Cláudio assentiu:— Tudo bem, não falaremos mais sobre ele. Então, vamos falar sobre você. Você tem irmãos ou irmãs?Jaqueline balançou a cabeça:— Sou filha única, não tenho irmãos.— Ah, entendo. Então seus pais devem te amar muito, não é?Ao mencionar seus pais, Jaqueline sentiu uma pontada de tristeza:— Sim, mas infelizmente eles faleceram muito cedo.Se seus pais não tivessem morrido, ela e Roberto certamente nunca teriam se cruzado na vida.Ela pensou
No documento, constava que Jaqueline não era filha biológica deles, mas adotada.Cláudio sentiu uma leve contração interna, e entre suas sobrancelhas firmes e serenas, emergiu uma expressão de seriedade.Não demorou muito para Jaqueline voltar, porém ela parecia um tanto pálida.Cláudio levantou os olhos ao ver sua expressão e perguntou:— O que houve? Você está se sentindo mal?Jaqueline balançou a cabeça: — Não é nada.Ela estava grávida, e isso por si só já era desconfortável.— Quer que eu chame um médico para ver você? Você está muito pálida. — Disse Cláudio, com um tom de preocupação.Jaqueline respondeu: — Eu estou realmente bem, deve ser só preocupação com o George.Vendo Jaqueline insistir, Cláudio não quis pressioná-la.— Aliás, eu acabei de procurar notícias sobre seus pais, e eles são verdadeiros heróis. Se não fosse por eles, muitas pessoas teriam se machucado.Jaqueline disse: — Eles realmente são heróis no meu coração. Só é uma pena que eu não possa mais os ver.— Ele
Roberto chegou ao quarto de hospital onde Ângela estava internada e, ao entrar, viu a mulher segurando um vestido de noiva branco imaculado em seus braços, sorrindo radiante. Talvez pela imensa felicidade, sua cor facial parecia muito melhor.— Roberto, você chegou. — Ângela abraçou o vestido de noiva apertadamente. — Você realmente não me enganou... Este vestido é tão lindo! Eu amei! Mal posso esperar para usar.Roberto se sentou ao lado da cama, com uma expressão um tanto pesada.— O que houve, Roberto? — Ângela percebeu sua expressão sombria. — Aconteceu alguma coisa? O vestido de noiva não foi você quem deu?Roberto deu um leve sorriso:— Foi para você, que bom que gostou.Naquele momento, a cirurgia de transplante de coração dela era impossível. Jaqueline definitivamente não concordaria. Aquele homem era mais importante no coração de Jaqueline do que ele imaginava.— Roberto, por que essa cara de preocupação? O que aconteceu? Você pode me contar?— Ângela. — Roberto segurou a m
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde
— Eu não quis dizer isso. — Jaqueline estava um pouco irritada.Se ela tivesse essa intenção, como poderia ter deixado ele se aproximar na noite passada, estando grávida?Roberto não disse mais nada, carregou ela de volta para o quarto e a colocou na cama, cada movimento era suave e atencioso.Jaqueline quase levou toda a sua força para conter as lágrimas.Ele arrumou as roupas dela e sua mão grande acidentalmente tocou sua barriga.O coração de Jaqueline deu um salto e ela rapidamente empurrou a mão dele.Mesmo com sua barriga ainda plana, ela se sentia instintivamente culpada, preocupada que ele descobrisse algo.Roberto fez uma pausa.— O que houve?Estava para se divorciar, então agora não o deixava tocar ela?— Nada, apenas não dormi bem, minha cabeça está um pouco confusa. — Ela inventou uma desculpa.— Vou chamar um médico para vir aqui, você não está com uma boa aparência. — Ele disse e colocou a mão na testa dela, a temperatura estava normal, mas ele sentia que algo estava err
— Eu ainda te vejo como um primo, assim como você me vê como uma prima.A garganta de Jaqueline estava ficando cada vez mais dolorida, a ponto de quase não conseguir emitir mais um som, caso contrário, ela se revelaria, levantaria o cobertor e correria para os braços dele, chorando e dizendo “Eu nunca te vi como um primo, te amo!”.Ela se conteve para não fazer algo tão humilhante, já que ele tinha outra mulher em seu coração, por que ela deveria se rebaixar para manter ele?— Assim está bom. — Roberto esboçou um leve sorriso. — Você pode encontrar um homem que você realmente ame.O coração dolorido de Jaqueline foi cortado mais uma vez.Ela sorriu e disse:— Sim, está bom.Então ele poderia ficar com seu amor livremente.— Jaque. — Ele a chamou de repente.— Sim? — Ela respondeu com dificuldade.— Eu... — Ele de repente parou.Ela ficou em silêncio e esperou.— Eu vou embora agora, descanse bem.Roberto se virou e saiu.Jaqueline se encolheu debaixo do cobertor e começou a chorar.Ela
Osvaldo se endireitou e disse:— O acordo tem erros de digitação, preciso levá-lo de volta para corrigir, desculpe.Jaqueline ficou sem palavras.Erros de digitação?Ela pensou que havia alguma reviravolta.Haha, ela ainda estava se iludindo com uma esperança tola.Depois que Osvaldo saiu, Jaqueline voltou para o quarto. Ela não sabia como tinha passado o dia, mas almoçou e jantou direitinho.Talvez por causa da tristeza extrema, ou por ter comido demais, ela, que nunca tinha tido náuseas intensas, vomitou violentamente a noite toda.Enquanto vomitava, ela chorava. No final, se encolheu no chão, tremendo enquanto abraçava a barriga.Já passava das onze. Antes, se ele estivesse fora depois das dez, sempre ligava para avisar onde estava.Agora não precisava mais.De repente, o toque do celular ecoou.Jaqueline aguçou os ouvidos, o som do toque ficava cada vez mais claro.Ela se levantou rapidamente do chão e correu do banheiro para pegar o celular na cama.O identificador de chamadas mos