— Você ainda tem algo a dizer? — Jaqueline franziu a testa, aparentemente um pouco impaciente. Ela era completamente inocente, mas estava com o coração partido pelo marido e, ainda assim, foi acusada de traição pelo amigo dele.

— Compartilhar uma mesa? Vocês dois, um casal bonito, ela toda arrumada, ele de terno impecável, ambos sozinhos e por acaso na mesma hora e lugar, coincidentemente não havia mais mesas, então resolveram compartilhar uma? Você acha que eu sou idiota?

— Eu realmente não conheço essa senhorita, não entenda errado. — George se adiantou para explicar.

— Eu não estou falando com você, cale a boca! — Benjamin foi grosso.

George manteve a calma, seu rosto inalterado.

— Você é muito mal-educado. — Jaqueline franziu ainda mais a testa. — Quer você acredite ou não, esses são os fatos.

— Fatos, é? Jaqueline, você sabe o que está acontecendo, Roberto... — Ele estava prestes a mencionar Roberto, mas ao ver o homem ao lado, franziu a testa. — Você ainda precisa de algo?

George sorriu educadamente.

— Desculpe, vou indo. — Ele manteve a cortesia.

Antes de sair, ele olhou para Jaqueline mais uma vez, com uma pitada de dúvida nos olhos.

— Benjamin, eu sei que você sempre me odiou, pense o que quiser. — Ela não queria se defender e saiu imediatamente.

— Você sabia que Roberto bebeu muito ontem à noite? — Benjamin disse para suas costas.

Jaqueline parou, se virou.

— O quê? — Mas logo pensou em algo. — Sim, ele deve ter ficado muito feliz ontem à noite, é normal beber um pouco mais.

Vendo Jaqueline tão calma, Benjamin franziu a testa ainda mais.

Ele queria explodir de raiva, mas ela era a mulher de Roberto.

Se Roberto soubesse que ele ousou ser rude com ela, o despedaçaria com certeza.

— Você não quer ir ver ele? — Benjamin perguntou.

— Não, tenho outras coisas a fazer. — Ela respondeu casualmente.

Ver ele só aumentaria sua tristeza.

— Jaqueline, você não tem coração. Deixou seu marido na minha casa por dois dias, bebendo até cair!

Jaqueline ficou chocada.

— O que você quer dizer com isso?

"Ontem à noite ele não estava com Ângela?"

"Ângela até preparou o banho para ele, os dois certamente tomaram banho juntos."

— Eu não quero perder meu tempo falando com você. Ele está muito mal agora. Se você quiser ver ele, venha comigo. Se você não tiver coração, eu não vou te impedir!

Benjamin se virou e saiu.

Jaqueline viu que Benjamin estava carregando uma sacola de medicamentos e de repente teve uma sensação ruim.

— Espera aí. — Ela o seguiu. Jaqueline olhou fixamente para os remédios na mão de Benjamin e perguntou. — Para que você comprou esses remédios?

— Para brincar.

— O quê? — Jaqueline ficou confusa.

— Claro que é para tratar uma doença. Por que eu os compraria, se não fosse para isso?

Benjamin estava irritado, parecia ter um grande problema com Jaqueline.

— Você está doente? — Jaqueline perguntou.

— Não é pra mim, é para o seu marido!

Jaqueline sentiu um calafrio.

— O que aconteceu com ele? Por que ele precisa de remédios?

— Você não sabe?

— Ele está doente?

— Você... — Benjamin riu de tanta raiva. — Seu marido sabe até os dias do seu ciclo menstrual e você não sabe que ele precisa de remédios!

— Eu... Eu realmente não sabia. Você pode me contar?

Benjamin entrou no carro e a ignorou.

Jaqueline rapidamente entrou no banco do passageiro.

...

Benjamin levou Jaqueline para um apartamento de luxo no centro da cidade.

Numa cidade tão cara quanto a Cidade A, onde o espaço era extremamente valioso, uma pessoa comum, mesmo que não comesse nem bebesse por um ano inteiro, não conseguiria comprar nem um metro quadrado ali.

No entanto, para alguém como Benjamin, aquele era apenas um dos seus muitos imóveis.

Chegando à porta, Benjamin digitou a senha, abriu a porta e entrou, mas percebeu que Jaqueline não tinha se mexido.

Ele se virou e perguntou:

— O que foi? Entra logo.