CAPÍTULO 02

     Seu pulso coça, os pés doem e os músculos pesam. Ao tropeçar em uma raiz, cai no chão, machucando sua sensível carne humana. A dor é grande e o cadeado não permite que levante. Ouve alguém chamar por si. É Lúcios, um dos filhos do líder de nossa aldeia. Ele tocar em seu ombro

— Estás bem?

    Não há resposta. Ela permanece quieta. Água. É algo que faz falta desde o momento em que deixou a aldeia acorrenta, sendo levada por essa carruagem.

     "Escravos"… Foi o que afirmou o homem.

     O quão cruel é a vida? Qual a maldita razão de viver?

     Ela lembra-se perfeitamente dos gritos. O homem elevou a voz e declarou a serventia da aldeia para seu novo rei. Cada homem foi escravizado. Cada criança foi pega. As mães que lutaram por elas… ela lembra-se do que ouve. Foram chamadas de alines; aryas e, na frente de todos, violentadas.

     Nem mesmo ela que recuperava-se doente escapou. Sua casa modesta casa de madeira não impediria uma fera de quase dois metros arrebenta-la. E não impediria-os de estraçalha-la.

     Mas algo incomum atraiu a atenção das feras.

     Um homem sem vestimentas superiores, trajando elegantemente apenas uma calça e uma bota aproximou-se. Havia um ar de arrogância em seus olhos dourados. Sua carne é pintada de símbolos tribais e de suas correntes ele a prendeu. Admirou sua beleza e gritou ordens duras e firmes.

     As palavras proferidas eram sons irreais ao ouvido da humana. Sequer tentaria pronunciar uma única combinação sem o risco de invocar um demônio. E, pensando bem, talvez até mesmo o próprio demônio a ajudasse a tentar pronunciar o idioma daquele escravista.

     Mas sua avó entendeu.

     E quando puxaram sua neta, ela praguejou e afirmou:

— Minha neta não é escrava!

     Imediatamente a idosa ganhou o foco de todo escravista presente. A pele é branca, enrugada e marcada pela idade de mais de meio século. Os cabelos loiros perdem-se no branco da idade. Os olhos são azuis, contudo, o cheiro é claro. É uma humana.

     Uma humana não é capaz de pronunciar o idioma lhycantropico. Mas é capaz de entender se conviver o suficiente com uma alcateia. E mesmo assim, seria necessário uma criação especial.

Quem é você? — Perguntou naturalmente em seu idioma querendo a certeza de há uma comunicação. E houve;

— Eu sou Kathe Demarttel, última sobrevivente de uma alcateia do Alpha da Noite Dylan Rucker. — Confiante, ela dá um passo à frente e puxa seu vestido de modo que mostre seu ombro. Um símbolo equivalente a uma meia lua é exposta. Foi trabalhado a mão, de fato. E o significado é mais do que um desenho. — Eu era uma adolescente. Faltava pouco para juntar-me ao bando quando foi exterminado. E ela, minha neta, é descendente desse massacre!

     Os homens entreolharam-se. Sabia do que ela falava. Sua neta observou ele analisando-a. Eles viam mais do que apenas palavras. Viam a linguagem corporal compatível ao de uma criação Hisppo.

     Mas a ordem foi dada. Sua neta foi arrancada de sua proteção e colocada aos demais escravos. Sua avó protestou e gritou, mas o homem a prensou contra a parede e afirmou:

Sua neta convive com humano, é filha de humano e fede a escrava. — Kathe levantou a cabeça aceitou a situação. Ela conhece os costumes lhycans, mas sua neta não. Não sabe nada além de histórias e cresceu onde sua vila renegavam o que a velha dizia.

     Honra não se define por sangue. Kathe tinha um destino e sua protegida tinha outro.

     Foi a última vez que viu sua avó, a cinco dias.

     E como escrava, é levada. Tenta segurar as lágrimas que permanecem no fundo de seu olhos, mas sabe que isso não adiantaria. Chorar não resolve nada. Seria surrada como aconteceu a uma camponesa de sua aldeia.

    Estuprada, surrada e morta. Esse foi o destino dela.

— Levante-se, humana! — Ela sente pegarem em seu cabelo com brutalidade e obrigam-na a permanecer ereta. Eles a puxam e um grito escapa de sua garganta combinando com o som trovão.

    Ela vê sangue… olhos vermelhos e escuta um rugido. Como o estrondo de um trovão.

    A realidade volta a cair sobre ela quando o homem a larga bruscamente no chão, fazendo-a bater a cabeça e deixando a visão  turva. A única coisa que vê são um grupo de homens olhando-a.

+-+

— Como ele deve… ser?

    Essa é uma das perguntas que muitos fazem. Quem seria capaz de conquistar um reino em uma noite? Quem será o líder? Um monstro com magia para transformar homens em bestas?

     Apesar de todas as perguntas, todos haviam certeza de algo. Seu novo rei é poderoso e cruel.

    As pessoas estavam sofrendo com seu domínio. Com um faro e audição acurado e a habilidade de mudar de forma, ninguém consegue fugir. Ninguém entra ou sai na cidade sem autorização.

    Feras das mais variadas cores destroem casas e vigiam todo o perímetro da cidade. Zombam da força dos soldados e os humilham. Revezam-se entre estuprar suas mulheres e obrigam seus maridos a utilizar a língua para limpar seu sêmen no corpo da esposa.

    Ele não preocupam-se com a crueldade e, muito menos de andarem nu em sua forma humana. Além de não precisarem recolocar suas vestimentas ao voltar a forma humana e rasgá-las quando assumir a forma de uma besta, é mais confortável sentir o vento sobre a pele. Andar nu também facilita caso sinta desejo por alguma garota.

    Eles não preocupam-se com os humanos. Na verdade, sentem nojo, principalmente das mulheres.

    Novos escravos chegam a todo instante e opiniões são criadas. As belas jovens educadas para suprimir o desejo de seus maridos ficam perplexas com a enorme quantidade de homens nus e a falta de pudor. São comparados e animais de e são as primeiras a experimentar a selvageria deles, logo após passar por alguns testes.

    E os homens? Eles julgavam o fato de haverem apenas homens. Criam histórias sobre eles terem relações sexuais entre si e os acusam de pragas do demônio por não haverem crianças da mesma espécie. Homens não podem procriar sem uma mulher. E não há nenhuma entre eles.

    Pragas do demônio enviadas para assombrar a paz do reino? Será um castigo? O que o rei acorrentado poderia fazer?

— Um casamento? — Questionou o conselheiro daquele responsável de toda a crueldade. Estavam na sala do trono. O novo rei esbanjando seu poder estando sentado no trono que antes pertenceu a um humano. Seu Bhetta permanece ao seu lado.

    Apesar do dia já ter raiado, a sala está escura de mais para avistar com clareza seu rosto assim como boa parte de seu corpo. Mas sabe-se que está sentado relaxadamente. Suas pernas permanecem abertas permitindo ao antigo rei ver sua bota de couro com detalhes em ouro bem projetado e seu braço apoiado nas laterais do trono, mostrando os braceletes de ouro.

    O rei sente raiva. A um dia era ele quem estava sentado no trono e agora é um desconhecido com poder de destronar sua carne. De certa forma o rei tem inveja do poder que ele possui, mas assim como todos, julga o motivo de não haver mulheres com eles e cria teorias sobre seus costumes sexuais. Mas nada pode falar. Nada pode fazer.

    As garras pretas em lugares de unhas, arranhando levemente o trono enquanto seu… novo rei o faz lembrar de quem ele realmente é.

— Mary, minha filha, é belíssima. Foi educada para ser uma rainha que estará sempre ao lado de seu marido. — Acrescenta o humano, tentando convencê-lo. Um casamento em troca de piedade para ele e o resto de sua família. — Ela é fértil e poderá dar-lhe fortes herdeiros.

    Os homens presente riem. Diferente dos homens a fora, eles estão todos trajados. As vestimentas desses seres são diferente dos humanos que jamais iriam esbanjar seus músculos de tal forma.

    Os guardas locais vestem uma calça bem trabalhados em detalhes precisos. Em seus ombros há uma armadura que desce em formato de arranhões pelo seu peito até próximo de seus mamilos. Em seus pulsos encontram braceletes com entalhe de uma meia lua de sangue.

    Todos riem dos humanos devido a besteira que foi dita. Todos riem, menos o ser sentado no trono. Esse, diferente dos demais, sequer sorri. Não há motivos para sorrir e muito menos encontrar a graça nas palavras do antigo rei.

    Ele apenas encarou o humano que estremece. E como um idiota, lá, ele permanece tentando arrumar um acordo.

— E se atacarem-nos? — Murmura um homem enquanto ele e seus amigos tentam decidir se é, ou não, seguro dormir.

     Devido a exaustão e desmaios de muitas pessoas, as criaturas decidiram dar uma pausa ao montar um acampamento perto de um lago que fornece água. No entanto, esta cheio de crocodilos.

     Katharyna permanece encostada em uma árvore fazendo parte de uma roda onde não consegue dormir. A noite acaba de cair e algo parece incomodá-la. Ficar próximo de seu próprio povo passa, ao menos, uma sensação de segurança. Uma falsa sensação de segurança.

— As mulheres permanecerão acordadas vigiando-os para garantir que nada aconteça a nós. — Ela encara um dos caçadores de seu vilarejo. Jovem, saudável, olhos e cabelos escuros que a um certo tempo deseja-a como esposa.

     Mas ela não quer a vida de uma esposa…

— Boa sugestão. — Um outro homem o elogia. — As mulheres ficarão acordadas vigiando.

    Todos concordam e logo, começam a espalhar a notícia. Ela suspira e olha em direção a uma rocha onde um grupo de três lobos, deitados sobre a luz das estrelas os observa. O lobo do meio com cores e olhos cinzas, ao perceber o olhar em si, olha a encara.

    Servir

    Um fundo suspiro deixa suas narinas ao sentir o ar fresco bater em sua sensível pele, arrepiando a nuca. Um arrepio passa na pela barriga quando os homens dizem sobre o que ela deve ficar atenta.

— Se eles quisessem atacar-nos, já teriam feito. — Interrompe o ser que deseja-a- como esposa.

— Não iremos baixar nossa guarda. — Afirma.

     Sem importar-se com padrões, Katharyna começa a tossir para aliviar a garganta seca pelo tempo sem água. O lago está cheio de crocodilos e nenhum homem arriscaria-se para pegar água. Muito menos por uma mulher.

— Se desejarem, eles matam-nos estando, ou não, com a guarda baixa. — O homem range o maxilar.

— Que insolência! — Murmura para si mesmo e, logo em seguida, passa as mãos pelo cabelo comprido em um provável sinal de nervosismo. — Se fosse minha esposa seria punida. Mas se não deseja ser punida por todos nós, coloque-se em vosso lugar, mulher!

    Todos os homens concordam. Katharyna respira derrotada.

     Seu olhar novamente cai naquele grupo de lobos quando sente-os olhá-la. Diferente de antes, todos eles a observam. Estão calmamente deitados, relaxados e calmos. Parece ser um grupo de irmãos e não seria difícil deduzir que estão curiosos sobre ela.

— Ainda bem que não sou sua esposa… — Murmura.

— Disse algo, Katharyna?

    Mesmo que ele puxe seu cabelo ou dê-lhe uma bofetada por não olhá-lo para responder, ela não desvia o olhar dos lobos. Mal nota a sede presente na garganta e a dor de seus músculos ao encarar aqueles três pares de olhos brilhantes.

— S-Sim. — Afirmou antes de voltar a olhá-lo. — Ainda bem que não… — Novamente tosse. — …sou vossa esposa.

    Uma bofetada cai em seu rosto, fazendo-a virar bruscamente o rosto com o impacto.

    Olhos vermelhos abrem-se ferozes e um rosnado demoníaco é ouvido. Katharyna imediatamente abre os olhos assustada.

     Permanece com essa imagem durante alguns segundos em sua mente enquanto encara um ponto não específico. Ouve o homem proferir novos avisos e ameaças em sua direção, mas tudo é distante. Quando sua mente processa os últimos acontecimentos, percebe novos olhares em sua direção.

    Ela volta a olhar para o grupo de homens.

— S-Se as feras quiserem matar-nos, n-nada impedirá. — Afirma com a dificuldade de produzir qualquer som sem qualquer água molhando sua garganta. — O que querem que façamos é perda… d-de tempo. — Volta a tossir — Não pertenço a nenhum de vocês e, p-por tanto, não sou obrigada a permanecer acordada apenas para q-que descansem!

    A raiva no olhar de cada um deles é visível, mas por alguma razão, ela sente-se arrependida de sua sua insolência. Não estão mais na aldeia e algo aflora sua audácia. A raiva de ser escravizada? Mas as mulheres já não são escravizadas pelos homens diariamente?

    Um soco…

    Um soco é tudo que recebe em seu nariz, fazendo-a chocar severamente contra as raízes das árvores no chão. Ela geme de dor. Sente o nariz arder e mal consegue abrir os olhos. Respiro pela boca, mas isso seca ainda mais a garganta.

    Ela sente pegarem em meu cabelo obrigando-a a levantar. Geme ainda mais de dor quando é puxada ao encontro de um robusto peito masculino. Braços fortes a rodeiam e o odor forte de um homem chega até ela com o gosto de sangue. As lágrimas continuam a cair e logo os soluços de dor vem.

— Mulheres… tão fracas que choram por qualquer coisa… — Ouve a voz do homem que, apesar de eu não lembrar o nome, a quer como esposa. Ela acaricia seu cabelo e a conforta em seus braços como se ela já fosse dele. — Deve aprender o vosso lugar como mulher, Katharyna.

— Vamos puni-la por tal insolência! — Continua a ouvir vários homens concordarem contribuindo para seu medo. Sabe o tipo de punição que pode receber.

    Talvez não deveria ter expressado sua opinião a um homem…

— Não! — O homem que a abraça a defende. — Katharyna apenas não reconhece seu lugar como mulher, pois não tem um homem que a faça cumprir vossas funções. Mas isso mudará quando eu a fizer minha esposa.

    Mesmo com a dificuldade devido a dor e o cansaço, ela tentou afastar-se.

    Não

— N-N-Não… — Murmurou. Assim ele a soltou. — N-Nunca serei… sua…

    Devido a fraqueza e o soco que ele deu, uma tontura a atinge. Precisa de descanso. Precisa de água e comida ou não irá aguentar mais. Seu corpo implora por isso mais do que tudo.

— És uma mulher e, por tanto, não pensa com tanta clareza quanto um homem. Sua avó provavelmente deve estar morta e você está sozinha. Por isso será minha esposa! — Ouve-o dizer mais algumas palavras, no entanto, está fraca demais para entender com clareza o que sai de sua boca.

    Mas sente claramente o tapa em meu rosto, fazendo-a recuperar um pouco dos sentidos.

— Estás ouvindo-me, Katharyna?! — Diz próximo ao seu ouvido em um tom, não muito baixo.

    Como não ouvir?

    Katharyna volta a tossir devido a sede. Sua garganta está roça os músculos em uma dor sem fim. Não tem forças para ir até o lago e, mesmo que tivesse, como eu enfrentaria os crocodilos? Talvez seja melhor atirar-se a eles. Afinal, o que tem pra se viver nesse mundo miserável e machista?

— O que está acontecendo aqui?! — Houve uma grave voz próximo e, pela falta de resposta, deduz ser uma das feras.

— N-Nada, senhor. Estamos apenas… colocando essa mulher em seu lugar. — Katharyna sente uma grande mão pegar em meu braço e puxá-la para cima, onde é obrigada a manter-se em pé.

    Ouve as vozes graves de homens discutindo. Mas estão distantes. Sente que pode desmaiar a qualquer momento devido a exaustão e a dor.

    Outro tapa em meu rosto volta a despertar-la.

    Com dificuldade, abre os olhos, porém, devido as lágrimas, não consegue enxergar com clareza quem a obriga manter-se em pé. Houve alguém dirigir algumas palavras a si, mas não compreende.

    Sente suas costas bater contra algo duro embora um tanto confortável. Tal impacto trás de volta a sua consciência. Foi colocada em uma pele quente de animal.

— Apesar de uma infeliz como… — A tontura não permite-me saber, por um momento, suas proxima palavras. — …que jamais chegará aos pés de nossas mulheres, valorizamos almas semelhantes às suas. Ganhará um prêmio por isso.

    Água… Katharyna provavelmente bebeu tanta água que não teve lugar para a comida.

    Mas bastou sentir aquele delicioso cheiro do que eles diziam ser carne de alguns crocodilos que mataram no lago e seu estômago roncou como um leão faminto. Mal importou-se com etiqueta e regras que uma mulher deve seguir. Comeria em usar as mãos se isso significasse engolir aquela carne.

     Katharyna não sabia, mas estava sendo especialmente observada. Era vagamente tratada de modo diferente. Sendo descendente da última sobrevivente de uma alcateia, quais a chances de haver honra nela?

     Ela não estava bem de saúde. Como predadores, lhycans sabe reconhecer uma presa doente. Provavelmente está com pneumonia é riscos de um forte resfriado. Ela não poderia morrer ainda. Então que se alimentasse o quanto pudesse até o sono vir.

    Porém, infelizmente seu sono foi muito rápido. Mal havia notado que havia adormecido quando acordaram-lhe com grossos chaqualhos. Então voltaram a acorrentá-la e obrigaram-la — a base de chibatadas — a andar.

    Durante o dia andavam e durante a noite acampam. Mas nenhum escravo, exceto Katharyna, comia e bebia mais do que um pão de uma jarra de água. Mas não era suficiente. A cada dia mostrava sinais de estar mais e mais doente.

    Em um certo dia, uma chuva caiu e pode matar um pouco da sede dos escravos, mas Katharyna pagou um preço alto. Muitos morreram e foram deixados para trás, menos Katharyna. Muitos de ainda lutam, no entanto, desde que eu expus sua opinião, ninguém da aldeia parece se importar com ela. E assim, de pouco em pouco, ela ia ficando mais fraca.

    Os dias eram de muito trabalho. Os lhycans não tinha piedade da humanidade e não importavam-se de sujeitá-los a diversas humilhações como se estivessem descontando alguma raiva sobre eles.

    Novos escravos chegam a todo momento e tudo que tem é um dia de descanso antes de começar o trabalho pesado a base de surras, chibatadas e as diversas humilhações verbais e físicas. Não havia Deus para salvá-los. Somente a piedade daquele que os lidera poderia salvá-los.

    Mas por que dar piedade a uma raça desprezível como a humanidade?

    Homens-Lobo, como passaram a ser chamados, sentem nojo e desprezo pela humanidade, principalmente pelas mulheres e fazem questão de demonstrar isso fazendo-os sentir na pele conforme eram arrancados de seus vilarejos.

     O castelo nunca parece chegar. Katharyna estava cada vez mais fraca de modo que era impossível não notar o cuidado a mais que as feras tinham com ela. O tempo de repouso era maior devido a ela.

    Seria muito mais simples matá-la e acabar com o incômodo. Mas ela não é apenas uma simples humana. Uma aline como qualquer outra. Não é da honra deles ignorar a luta dela. Antes era obrigada a andar, mas suas pernas fraquejam. Facilmente era arrastada por dois metros e seus joelhos ficaram machucados.

     Então foi colocada no lombo de um cavalo. Mas o cavalgar a enjoava. O sol a castigava e suas bochechas já não tinham mais cor. Estava magra. Mal tinha força para comer e beber.

     É fraca. Como qualquer outra humana, é ridiculamente fraca.

    Era o que passava na mente de Katharyna conforme a situação piorava. E quando ela pensou que não poderia piorar ainda mais, na madrugada do nono dia, uma cobra havia picado-a enquanto ela dormia…

    Mas para sua sorte, a cobra era um filhote de uma raça com um veneno fraco que a fez aguentar, com uma grande dor, horas. Mas estava contra o tempo. Magra, pálida, doente e desnutrida, seu corpo não estava em melhores condições para sobreviver ao veneno e quando ela pensou em desistir de tudo, sem perceber, chegou ao reino. A escuridão queria levá-la.

     Ela não lembra-se de quase nada após Isso. Sentiu seu corpo doer com ao ser carregada e a cabeça pesar com a posição que encontra-se. Sentiu sua pouca visão girar e um enjoo vir.

     Ouviu sons ao seu redor, mas nada é nítido. Mal sentiu seu corpo quando começou a tossir e instintivamente virar o corpo para vomitar. Sentiu claramente um frio na barriga e estranhamente ouço o som de grandes portas abrir-se.

    Sentiu ser quando foi colocada no chão. O frio em sua barriga aumentou tal como o arrepio em minha intimidade. Seu corpo inteiro entra-se em alerta. Um colapso assume seu sistema nervoso e ela perde o ar. Começa a tossir desesperadamente para recuperá-lo até sentir o gosto metálico de sangue.

    Devido a fraqueza, exaustão e o veneno em ação, Katharyna apenas sente o impacto da gravidade trazendo-a para o chão. É quando ela o vê. Por rápidos segundos ela o vê, lá, em pé, entre os degraus da escada encarando-a com um olhar sangrento de um vermelho intenso. E então, a escuridão a consome.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo