"Eu serei o sacrifício!" Foi o que ela gritou em meio a multidão alarmante. Ela sacrificaria-se pela aldeia para impedir um massacre.
"Esse povo não merece sequer o seu tempo, quanto mais seu sangue!" Foi o que sua avó gritava. E antes que a velha começasse a jogar pragas e promessas se algo ocorresse com a neta, a garota foi deixada em plena madrugada pela morte agonizando.
Mas eles não vieram… Não naquele povo…
Em plena madrugada, quem atreveria-se fora de suas casas?
Guardas fazendo a proteção de seu reino? Guerreiros em treinamento? Homens em busca de prostitutas ao sentirem-se cansado de suas mulheres?
Feras em busca de carne humana?
A lua cheia brilha e uivos são ouvidos provocando calafrios nos guardas de prontidão. O rei encontra-se junto de sua rainha na cama e, embora esteja adormecido, sua esposa não consegue dormir. Algo a incomoda.
Algo incomoda muitas mulheres nessa madrugada fria. Muitas mulheres encontram-se acordadas, a maioria por ser obrigada ou simplesmente não conseguir dormir.
O mesmo acontece com a princesa adormecida, porém inquieta, na cama um andar abaixo do quarto real. Apesar de dormir devido a sua exaustão, pesadelos povoam sua mente. O frio da madrugada não ajuda a espantá-los. Apenas pioram.
O tempo estava fechando-se para uma tempestade. Mas o brilho da lua cheia era visível.
Quando um raio cai no horizonte fazendo um barulho tão alto que faz a princesa acordar e a rainha assustar-se, um dos guardas somem em um vulto. Um vulto rápido de mais para qualquer outro homem perceber.
Os ventos sopram as nuvens, quase que ocultando a lua e seu brilho, tornando certas partes do reino ainda mais escuro.
Entre os corredores das construções, três bravos guerreiros aproveita-se de sua autoridade ao abusar de uma mulher. Ela grita e chora. Súplica por clemência e implora para não violá-la, mas eles não param. Assim que nua e obrigada a ser exposta para a penetração, ela fecha os olhos, perdendo as esperanças de ser ouvida.
Mas seus gritos foram ouvido.
O homem desaparece e tudo que ouve-se é um rosnado antes de sangue substituir o lugar onde ele estava.
Um trovão anuncia a chegada da chuva.
Enquanto quase todo reino dorme, guerreiros de folga deixam suas mulheres em casa cuidando de seus filhos para reunirem-se em grupo e divertirem-se com prostitutas em tavernas. A maioria, obrigada a viver em um relacionamento devido ao fato de serem mulheres, alegram-se pela saída de tais homens.
Uma garota em especial que recusou-se a dar prazer a seu marido, tendo como consequência um estupro, o vê sair em busca de diversão com, segundo ele, mulheres melhores que ela. Com ódio nos olhos, ela deseja que ele jamais retorne!
Seu desejo é atendido…
Assim que ela grita devido ao ódio que sente dos homens, seu marido que andava sorridente pela rua some deixando apenas sangue e uma cabeça decepada para trás. Tão rápido quanto o novo trovão ao céu.
Três guardas aproximam-se com cuidado da cabeça sorridente, porém decepada.
Um rastro de sangue no chão liga a cabeça a uma sombra onde é possível ver a mão do suposto morto. Uma mão puxada para a escuridão quando um novo relâmpago cai no horizonte. Os guerreiros sacam suas armas!
O mesmo acontece na taverna. Homens sacam suas armas ao ver uma pilha de corpos e prostitutas cobertas de sangue enquanto encolhem-se amedrontadas.
O reino inteiro mal sabia que seu pesadelo havia chegado…
A mulher que estava prestes a ser estuprada em uma rua escura abre os olhos ao sentir os homens soltando-a e, cautelosos, olhar para sombra. Um único rosnado de arrepiar a espinha é ouvido antes de olhos âmbar serem vistos.
Os homens pegam suas armas, apontando para a escuridão.
As primeiras gotas de chuva caem quando uma enorme pata felpuda deixa o local. Um rugido e um trovão é tudo que os estupradores ouve antes de seu sangue cair como chuva sobre a garota assustada.
Naquele momento, ela sabia que tempestade não traria apenas raios, trovões e água do céu.
A tempestade traria morte e sangue…
Os guardas nos portões, mais do que ninguém, sabem disso. Sete guerreiros desaparecidos deixando apenas um rastro de sangue que ligava seus órgãos internos a escuridão de onde olhos são vistos. Bastou um rugido para todos serem estraçalhados.
O som de gritos, relâmpagos e trovões apavoram os guardas. Um rosnado, um vulto logo em seguida, sangue e mortos. A sequência se ocorre em toda a cidade antes do som de trombetas e o sino de alarme ser tocado alertando todos de que algo está errado.
A chuva cai…
O pressentimento da rainha estava certo e os pesadelos da princesa estava confirmando-se. O rei, depois de brigar com sua esposa por acordá-lo com o grito de susto devido ao relâmpago, sem trocar suas vestimentas, sai apressado do quarto querendo saber o que está acontecendo.
Mas ninguém sabe…
Ninguém sabia o que estava acontecendo. Seria um ataque? Mas que tipo de ataque? Suspiros de frustração e gritos de frustração são ouvidos dos rei durante toda a conversa. Mas ninguém sabia o que ocorria até um uivo extremamente alto ser ouvido. Um uivo muito próximo.
— Majestade?! Veja isso! — Um nobre alerta ao olhar a janela.
A janela onde o rei avista seu pior pesadelo…
Em um dos telhados de seu castelo, mesmo com a tempestade que dificulta a visão, encontra-se uma fera preta com forma de lobo. Maior que uma pessoa e, obviamente, anormal por estar em cima de um telhado de determinada altura. Uivando para a lua, mas transmitindo ordem. Pela mesma janela, o rei vê seus homens, um por um serem mortos na intensa chuva.
Gritos, rosnados e rugidos são ouvidos próximo do rei, tomando a atenção do mesmo. Ao fechar a janela acreditando que isso, de alguma forma, possa impedir a fera de adentrar o castelo, o rei fica no centro de seus guerreiros e conselheiros que dizem haver vilarejos que reclamam de bestas. Besta comedoras de carne humana que exigem sacrifício enquanto tiram o sono de crianças.
Pragas enviadas do próprio demônio…
Os nobres sempre riram de tais… fantasias.
Pelo menos, até agora…
Os gritos vem do outro lado da porta e todos mal querem imaginar o tipo de criatura que estão lidando. Terão alguma chance?
A porta é arrombada e o vidro da janela quebrado!
Não querendo ver o que sabe que está cercando seus homens, o rei fecha os olhos. Tudo que escuta são os gritos de seus guerreiros e seus conselheiros implorando por clemência enquanto tem seus corpos estraçalhados.
Eles estão na sala…
Mais certeza o rei tem quando uma respiração próxima ao seu rosto o deixa mais amedrontado. Ele não quer, mas precisa abrir os olhos e assim, com pavor e medo, ele faz. E arrepende-se.
É quase possível ver a íris vermelha da besta sendo refletido aos seus de tão intenso que é.
Seus olhos arregalam-se e suas pernas perdem o movimento. O rei, apavorado, cambaleia para trás até o ponto de cair.
A fera aproxima-se dele.
A mesma fera do telhado.
Um demônio em forma de lobo!
Um lobo tão grande cuja a altura atinge a de um homem. Um lobo com pelos tão negros quanto o abismo mais obscuro das noites sem estrelas. Uma fera de olhos vermelhos como o sangue refletindo sua ferocidade. Uma besta com músculos e garras que fazem o rei saber que não haverá nada a fazer a não ser aceitar o seu fim se for pego.
Antes pelo lobo, mas agora… por um homem…
Conforme a fera aproxima-se do rei, sua forma muda. Seus ossos estalam-se e seus pêlos diminuem dando origem a uma pele humana. Seu comprimento diminui, seu focinho some, tais como suas orelhas. Mas seus olhos continuam. Suas garras continuam.
Um homem nu de pele morena, com músculos invejáveis e porte de guerreiro. Um homem de curtos cabelos pretos. No entanto, um homem de olhos vermelhos e garras pretas.
— O q-que és… tu? — O homem abaixa-se a altura do rei sem respondê-lo e apenas observando-o. — O q-que q-quer?
A criatura em forma humana pega o humano pelo pescoço, levantando-o e trazendo-o para perto de seu rosto. As feições cruéis e inabalável de um monstro.
— Seu reino.
+-+
— Claro. Mais qual gostaria de ouvir?
— Do Alpha.
— Você realmente gosta dessa histórias de lobisomens, não é? — Questiona em ar divertido, fazendo-a sorrir timidamente. Logo, ela deita na cama e encara a senhora a sua frente.
— Nascido de uma longa linhagem ininterrupta, tendo como pai um Alpha forte e poderoso, cuja as batalhas nunca perdia, esse garoto um dia se tornaria o mais poderoso Alpha. Seu nome seria ouvido e temido dentre as sete grandes alcatéia. — A menina sorri. Aconchega-se. Os olhos começam a pesar. — Dificilmente alguém fora de sua alcatéia o via e sabia quem era. Dificilmente ouvia-se falar em seu nome verdadeiro. Mas por teu grande poder… Pelo enorme poder de seu seu sangue ele passou a ser conhecido e temido por todos como o Supremo Alpha…
Ela lembrava-se das histórias quando fora arrastada. Ouve a voz de sua avó ao ser acorrentada. Sente as lágrimas caírem pelo seu rosto quando foi puxada. Ouvia-se uma discussão.
Homens sacaram suas espadas. Gritos e xingamentos foram escutados e no meio daquele tumulto, ela pensava neles. Qual o tamanho de seus dentes? E sua forma física? Como vive seu povo?
Talvez ela saiba. As histórias de sua avó eram reais. Ela estava feliz com isso. Por quê? Seria o sacrifício!
A aldeia costumava pegar viajantes. Mas a história de humanos desaparecem em sacrifício ao demônio os afugentou daquelas terras obrigando-os a uma vida mais escassa. Criminosos já não existem sabendo que a consequência seria justamente essa. Sem um sacrifício humano a cada lua cheia, eles virão.
O único problema é que a voluntária a morrer pelo seu povo é justamente aquele desperta maior interesse matrimonial nos homens. Ninguém deixaria ser simplesmente entregue a morte.
A opinião dela não importa. É uma mulher e, por tanto, não tem mente própria. Ela sequer nem discutia sobre sua escolha e apenas deixa-se levar sendo puxada de um lado e de outro por homens brutos. Até que sente a lama sujando-a no chão quando cai. É pisoteada e chutada em meio a discussão como se fosse uma cadela a barganha.
Apenas mais uma vagina de prazer e procriação de aparência encantadora. Pouco importa a essência de sua alma. Mulheres são todas iguais.
E essa só quer uma razão pela qual valha a pena lutar. Tem sonhos e esperanças que prefere matar-los jogando-os aos lobos do que definhar com marido. Ela sequer quer filhos de seres como esse. Mas sacrificaria-se por eles. Deixaria essa existência onde poderia encontrar paz ao mesmo tempo em que salvaria vidas.
E assim, a decisão final foi tomada e a humana foi arrastada até a entrada da aldeia e crucificada como oferenda. E lá via o que seria seu último entardecer. Sentiu medo. Todos escondiam-se e apenas ela permanecia. Estava apavorada com o desconhecido.
E quando os últimos raios de luz sumiram no horizonte, escutou uivos.
Mas não vieram.
"Eu serei o sacrifício!" Relembra sua voz e sua vontade. Perdida em um mundo paralelo e próprio, relembra seus mesmo seus tempos de criança; "Vovó, conte-me uma história?"
"Esse povo não merece sequer o seu tempo, quanto mais seu sangue!" Sua avó gritava. "Não deveríamos pertencer a esse povo…" Afirmava amargurada toda lua cheia. Ouvia-se os gritos das presas e o rugido dos predadores. São implacáveis. "Deveria ser nós com eles."
"Não! Minha menina! Pagarão por isso!" Tudo estava confuso em sua mente. Lembranças se esgrenhavam em vozes. Não processava nada. É completamente sem sentido.
— Levaremo-a para a avó. — Essa voz… Quem é?
Sente seu corpo ser movido. A dor em seus braços. Mas nada entende.
"Humanos malditos! Pagarão o estupro com sangue!" Por que vovó gritava? Ela lembra-se vagamente do alarme da aldeia. O cheiro de estábulo e o grito de uma mulher. Vovó…
Sente dor em seu corpo. O cheiro de terra e ervas. Ela geme. Encontra dificuldade em abrir os olhos.
"Gosto de pensar que terá um grande futuro como sua irmã, minha querida". Futuro… Qual o desconhecido do futuro. "Eles arruinaram a vida e o futuro dela! Humanos nojentos!"
"Ele virá…" Um rosnado povoa seus ouvidos. A humana abre os olhos.
— Pela Lua! Meu amor! — Sua cabeça doía. Estava desnorteada. Fraca. Sabia que estava acordada mas tinha a impressão de estar sonhando. Ouvia vozes e isso apenas aumentava sua dor de cabeça. O escuro a consome.
O tempo passou-se até que ela voltasse a despertar. É doloroso abrir os olhos. Quando se passa uma madrugada inteira crucificada nas calamidade da noite. Mal entendia o que se passava à sua volta. Sua visão está turva e sua cabeça dói.
A humana está com febre alta mas aos poucos recuperava a consciência. E assim, sua íris castanha foi finalmente vislumbrada pela sua avó.
— Que bom que acordou, meu bem. — Ela checa sua temperatura colocando a mão em seu rosto. — Os lobos não vieram. Pela Lua! Foi a primeira vez que roguei para não viessem e não vieram.
O sacrifício! Ela escutou os uivos… Sua visão dói e sua garganta arde. Ela tenta mover-se mas a idosa impede.
— Shh! Devagar… — Com cuidado, ela cuida de sua neta. Uma humana jovem de pele branca. Cabelos cacheados e desgrenhados num castanho claro. Estava magra e doente. — Ficou extremamente doente. Graças a grande Loba Prateada está bem! Achei que perderia-te como sua irmã…
Kathwhen…
— Precisa descansar meu bem. Farei uma sopa! — Sua menina precisava de mais tempo para repousar. Estava doente. Kathe agradecia as deusas por salvar sua única neta não arrancada de seus braços.
A três anos a aldeia cometeu um grande crime. Em sete dias, recebeu um homem.
Quão cruel a vida pode ser?
Seu pulso coça, os pés doem e os músculos pesam. Ao tropeçar em uma raiz, cai no chão, machucando sua sensível carne humana. A dor é grande e o cadeado não permite que levante. Ouve alguém chamar por si. É Lúcios, um dos filhos do líder de nossa aldeia. Ele tocar em seu ombro— Estás bem?Não há resposta. Ela permanece quieta. Água. É algo que faz falta desde o momento em que deixou a aldeia acorrenta, sendo levada por essa carruagem."Escravos"… Foi o que afirmou o homem.O quão cruel é a vida? Qual a maldita razão de viver?Ela lembra-se perfeitamente dos gritos. O homem elevou a voz e declarou a serventia da aldeia para seu novo rei. Cada homem foi escravizado. Cada criança foi pega. As mães que lutaram
Uma mulher. Uma humana. Entre milênios de existência, um humano nunca havia sido temido. Até a profecia... Vieram atrás de muito mais do que sangue e sobre a liderança de seu Alpha, foram objetivos ao tomar um grande reino da Bulgária e escravizar qualquer humano que encontraram. Essa raça numerosa ao menos teria alguma serventia que não fosse destruir e corromper tudo que tocam. Contudo, havia um motivo incomum para toda mulher com peculiaridades que diferenciam-na das demais serem levadas diretamente ao pior das feras. Ela... Entre os profetas de variáveis povos, há uma história. Uma temida história de uma lenda onde, pela primeira vez desde a criaç
— O que foi? Qual o problema? — O idioma lhupus não era algo bem compreendido pelos humanos e, por tanto, permitia qualquer grupo de lhycantropico conversar sem que seja entendido.— Nada. — Responde em língua humana. O homem fecha os olhos em sinal de frustração e, em seguida ergue a lâmina a altura de seu rosto. Ele limpa sua adaga encurvada. Não é uma arma extravagante como a de seu Bhetta, mas o ajuda a lutar em sua forma humana. “Os pequenos detalhes fazem a diferença.” É o que acredita. — Esse é o problema. Está tudo muito quieto.— Deseja o caos, irmão? — Zomba em seu idioma o lobisomem em cima de uma rocha afinando a lâmina de seu machado.Os humanos locais os encaram tentando adivinhar o que falam, mas tudo que entendem são palavras sem sentido com uma difícil pronunciação. Sequer tentaria fazer tais palavras sa
O que fazer quando seu corpo permanece exausto mas sua mente sente-se cansada de dormir?O que fazer quando sua mente luta para manter a consciência enquanto seu corpo implora pelo sono.É o conflito que Katharyna lida.Vagas lembranças povoam sua mente. A dor em seu corpo estava tão grande como se nunca tivesse deixado a mata e corrente. Mas um conforto incomum é sentido.Quando abriu os olhos teve uma grande surpresa. Estava em um grande quarto de luxo. Um quarto onde, mesmo aquecida com uma lareira e cobertores finos de pele legítima não está confortável. Sozinha nesse lugar grande, sente-se indefesa.Sente um incômodo em sua cabeça que parece mais pesada que o normal
Sozinha. É algo que bem se enquadra no que ela está sentindo-se.Não está em condições de sair da cama. E assim permaneceu sob cuidados de curandeiras.Mas quando terminaram seu trabalho e se retiraram, sentiu-se sozinha. Um passado não muito distante povoa sua mente com saudades de pessoas que já se foram.Algo incomum a faz lembrar-se de sua irmã mais velha. Tão determinada, tão valente. Tão decidida. Estava sempre com ela apoiando-a em qualquer momento, bom ou ruim.Mas ela se foi.Por causa de pessoas que sempre assola ao seu redor, como pragas ansiando para dar derrubar, ela perdeu todos que mais amou. E agora, nesse lugar grande e vasto, sente-se sozinha.
"De onde vieram?"É uma pergunta que persiste a mente dos humanos. Mal sabem. Como poderiam saber? Humanos são incapazes de sobreviver por conta própria na vasta região que essas feras vieram.E não encontram dificuldade alguma em viajar por um oceano demoníaco para chegar a Terras Podres. Terras onde a prosperação humana é permitida são escuras. A terra é infértil e desprovida de beleza genuína. E o pouco valor é arrancado e gasto com tudo de podre que podem fazer.Sequer os pântanos mais tenebrosos do mundo se parecem com terras habitada por humanos. Terras Podres. Pisar nelas é a ter a sensação de nojo.Mas para aqueles que vivem nela, não há nada de especial. Sequer imagina o que há no mundo. Apenas alguns poucos
O dia amanheceu com o presságio de chuva. A umidade estava alta e as nuvens impediram o sol de esquentar a região. Foi quando Katharyna despertou.A cama estava confortável. As cobertas eram pesada em peles finas e escondida todo seu corpo. Encarou a janela entreaberta onde a corrente fria entrava e beijava seu rosto pálido.E então a porta foi aberta atraindo a atenção de seus olhos para três mulheres. Trigêmeas idênticas portadoras de uma beleza deslumbrante. Katharyna sentiu seu sangue congelar e sua barriga contrair-se em uma angústia que conhecia muito bem. Medo.Ela sentiu medo. Não poderia dizer como. As mulheres aparentavam delicadeza e fragilidade pela aparência calma e bela. Como um anjo sem asas. Mas o olhar cinza — como um negro chegado ao branco — é
"Supremo". A palavra não deixava sua mente conturbada por histórias que recebia de sua avó.Supremo Alpha…Lhycans…Sempre adorava ouvir as histórias de grandes feras que tinham forma humana. Muitos os chamavam de bestas e pragas enviadas pelo demônio, contudo é apenas uma forma de recusar a reconhecer sua soberania. Cinco raças, todas lideradas por um governo de uma hierarquia rígida e perigosa.O mais forte sobrevive. É a regra natural de sua forma de viver. Uma sociedade tão perigosa que até mesmo os próprios membros vivem sobre a pressão das consequências de sair da linha. Um povo corajoso e audacioso que aprendem desde cedo o preço de ser parte de uma das mortais sociedade existente.