Três semanas…
Três semanas é o tempo que passou-se desde que Katharyna está recuperando-se. Sempre tomando o remédio para melhor mas nunca permitindo que a examinasse. Ela estava ficando rebelde e cada vez mais determinada.
A paranóia de seu destino passou a consumi-la dia após dia de modo que sua convivência passou-se a ficar conturbada. Com o tempo, ela não mais desejou tomar nada sem resposta e contentava-se com a comida e água.
Estava fechando-se cada vez mais e não tardou a perceber que ninguém daria-lhe resposta de nada. Parecia uma disputa de orgulho onde ela não iria ganhar recusando tudo que pretendem fazer com ela.
Perce
Katharyna sente-o observa-la. Ouve os passos pesados ecoarem pelo chão. Tão calmos. Não há mais dúvidas…É ele…Supremo Alpha…Katharyna sente-se ainda mais vulnerável com sua aproximação. E sobre o manto da escuridão, ela vê sua sombra. É a primeira vez que está de pé em frente a ele mas não seu primeiro encontro. Mesmo assim, não consegue deixar de intimidar-se com seu tamanho. Ele é maior que ela. Autoritário e grande.E ela, tão pequena. Sua altura deve estar no meio de seu peito mesmo ela sendo de estatura normal. E mais do que isso. Está perante a uma criatura poderosa que a observa. Sente seu olhar ocultado pela sombra. 
Deus…Deus é um ente infinito e eterno. É um ser sobrenatural e existente por si só. Alguém que os povos recorrem em busca de ajuda. Muitas vezes, apreciado e cultuado como seu criador.Katharyna tem o seu Deus. É o mesmo salvador cultuado pelos humanos. Ela para a capela em busca dele. Somente ele poderia tornar mais suportável a sua existência em um mundo machista dominado por homens.Mas poderia ser considerada uma traidora da igreja. Ela seria uma herege. Alguém que sustenta suas próprias ideias, muitas vezes, contrárias às ideias de um grupo. Na religião, herege é quem professa uma heresia, ou seja, quem professa doutrina ao que foi estabelecido pela igreja e Katharyna tinha outras opiniões sobre o Deus que segue.&nb
Durante o dia, tudo é tão calmo. O sol mesmo triste atrás das nuvens de frio, é radiante. O silêncio natural permite-a escutar o som dos pássaros, bater de folhas das árvores e, até mesmo, ver além da escuridão caótica que é seu mundo tão sem cor.Mas a noite…Os escravos são acordados a base de chibata e gritos. Então começam a trabalhar sob pressão abusiva. Homem ou mulher, começam a reforçar o reforçar as cidades, colher pedras e afiar as asas. Não mais existe a tranquilidade do dia.E Katharyna não mais pode relaxar e dormir. Barulhos tiram seu sono. Uivos tiram seu sossego. E as paranóias tiram sua paz. Ela está com medo.É uma humana tentando dormir em meio a tantos lobisomens ferozes. Não consegue.
Katharyna estava paralisada de medo. Todos estavam. Aquele homem conseguiu lidar com a situação em extrema facilidade. Imobilizou os guerreiros como se fossem adolescentes descontrolados e impunha respeito apenas ao ficar ali, parado, calmo e encarando-a. Katharyna sente sua pele queimar. Suas bochechas devem estar pegando fogo e sequer as lágrimas de seus olhos pagariam. O medo de ver seu olhar frio em direção é ela é maior. Tão gélido que queima. Não havia emoção alguma nem mesmo quando ele deu o primeiro passo em sua direção. Apenas tochas e velas iluminava o local quando o som da bota ecoou pelo corredor e fez todo seu corpo estremecer. Um passo mais próximo. Logo, dois, três e cinco passos calmos como os de um predador o colocam em frente a ela. Katharyna não encara seu olhos. Ela encara sua calça, completamente paralisada. O tecido é levemente brilhoso co
O dia já havia amanhecido quando Katharyna abriu os olhos ainda recordando do que ouve durante a noite.Ela leva sua mão até o pescoço onde as mãos dele se formaram. E quando foi solta, não perdeu tempo em correr para debaixo dos cobertores onde chorou compulsivamente. Chorava de medo, raiva e angústia ao ser expostas a uma situação como essa em um lugar onde não conhece ninguém.Chorou tanto que perdeu a noção do tempo e mal notou a presença de tudo que dava-lhe medo durante aquela madrugada. O fogo na lareira estava mínima, contudo, durante um certo momento a paz veio após seu desabafo e o sono a consumiu.Ele estava encostado na parede no la
 Não…Está sem fôlego…Mas contínua!Corre desesperadamente pela densa floresta escura. Os galhos das árvores cortam-lhe e rasgam suas vestimentas. Seus músculos doem. Mas não para. Está cansada e ofegante. Escuta rugidos atrás de si, mas não atreve-se a olhar.Fica perdidas em pensamentos enquanto corre questionando tudo de sua vida. Por quê? Por quê? Por quê?Desde a adolescência sempre perguntava-
Lhycans…Lobisomens…Lobismulher…Lobas…Tanto faz. Todas eram lobas.Mulheres de um povo violento e rígido em hierarquia. Damas e líderes de clãs nobres. Amadas e amantes de seus companheiros.Sua avó já havia falado sobre elas. São as que mais tem preconceito nos povos. Gostam de passar o tempo em haréns e evitam a todo custo aquilo que detestam e isso inclui esforço físico. Possuem belezas de deusas que facilmente ofuscam as mais belas das humanas. Vivem sobre honra e também podem ser as mais abertas e receptivas, embora desconfiadas.Katharyna agradece por não estar entre prost
Não importa quantas vezes Katharyna o veja, o porte intimidador do Alpha sempre irá abalá-la. Talvez nunca se acostume-se com o efeito que ele causa ao seu corpo.Talvez andar pelo lugar com o abdômen exposto não seja apropriado — principalmente para ela. Mas lembra-se de sua avó contando várias e várias vezes de como era o costume de vestimentas entre os lobisomens. Durante a adolescência até a maturidade, todos os homens exibem seus músculos.Todos os homens que viu até o momento seguem esse padrão de calças escuras, abdômen exposto, acessórios e armas de grande valor e pinturas tribais sobre os músculos. Mas nenhum é tão intimidade como ele, o Alpha.Katharyna não vê armas as vistas mas sabe que ele tem. Alguém tão poderoso não andaria desarmado. Seria como s