Katharyna estava paralisada de medo. Todos estavam.
Aquele homem conseguiu lidar com a situação em extrema facilidade. Imobilizou os guerreiros como se fossem adolescentes descontrolados e impunha respeito apenas ao ficar ali, parado, calmo e encarando-a.
Katharyna sente sua pele queimar. Suas bochechas devem estar pegando fogo e sequer as lágrimas de seus olhos pagariam. O medo de ver seu olhar frio em direção é ela é maior. Tão gélido que queima.
Não havia emoção alguma nem mesmo quando ele deu o primeiro passo em sua direção. Apenas tochas e velas iluminava o local quando o som da bota ecoou pelo corredor e fez todo seu corpo estremecer. Um passo mais próximo. Logo, dois, três e cinco passos calmos como os de um predador o colocam em frente a ela.
Katharyna não encara seu olhos. Ela encara sua calça, completamente paralisada. O tecido é levemente brilhoso co
O dia já havia amanhecido quando Katharyna abriu os olhos ainda recordando do que ouve durante a noite.Ela leva sua mão até o pescoço onde as mãos dele se formaram. E quando foi solta, não perdeu tempo em correr para debaixo dos cobertores onde chorou compulsivamente. Chorava de medo, raiva e angústia ao ser expostas a uma situação como essa em um lugar onde não conhece ninguém.Chorou tanto que perdeu a noção do tempo e mal notou a presença de tudo que dava-lhe medo durante aquela madrugada. O fogo na lareira estava mínima, contudo, durante um certo momento a paz veio após seu desabafo e o sono a consumiu.Ele estava encostado na parede no la
 Não…Está sem fôlego…Mas contínua!Corre desesperadamente pela densa floresta escura. Os galhos das árvores cortam-lhe e rasgam suas vestimentas. Seus músculos doem. Mas não para. Está cansada e ofegante. Escuta rugidos atrás de si, mas não atreve-se a olhar.Fica perdidas em pensamentos enquanto corre questionando tudo de sua vida. Por quê? Por quê? Por quê?Desde a adolescência sempre perguntava-
Lhycans…Lobisomens…Lobismulher…Lobas…Tanto faz. Todas eram lobas.Mulheres de um povo violento e rígido em hierarquia. Damas e líderes de clãs nobres. Amadas e amantes de seus companheiros.Sua avó já havia falado sobre elas. São as que mais tem preconceito nos povos. Gostam de passar o tempo em haréns e evitam a todo custo aquilo que detestam e isso inclui esforço físico. Possuem belezas de deusas que facilmente ofuscam as mais belas das humanas. Vivem sobre honra e também podem ser as mais abertas e receptivas, embora desconfiadas.Katharyna agradece por não estar entre prost
Não importa quantas vezes Katharyna o veja, o porte intimidador do Alpha sempre irá abalá-la. Talvez nunca se acostume-se com o efeito que ele causa ao seu corpo.Talvez andar pelo lugar com o abdômen exposto não seja apropriado — principalmente para ela. Mas lembra-se de sua avó contando várias e várias vezes de como era o costume de vestimentas entre os lobisomens. Durante a adolescência até a maturidade, todos os homens exibem seus músculos.Todos os homens que viu até o momento seguem esse padrão de calças escuras, abdômen exposto, acessórios e armas de grande valor e pinturas tribais sobre os músculos. Mas nenhum é tão intimidade como ele, o Alpha.Katharyna não vê armas as vistas mas sabe que ele tem. Alguém tão poderoso não andaria desarmado. Seria como s
Predestinados…Katharyna já ouviu falar sobre eles. Mas sempre foi vago. Apenas algumas palavras sem história. Sua avó não contava-lhe visto que no bando que viveu essa palavra era insignificante.Não havia predestinados em Alcateias da Sombra. Ela definia todos eles como livres. E, sendo assim, Kathe não contava muito do assunto que agora infecta a mente de sua neta.Assim como a voz dele…Grave e rouca. Sem exageros, mas máscula e marcante. O Alpha a afeta de diferentes maneiras possíveis, boas e ruins.Após o sono da tarde banhado em lágrimas, Katharyna foi despertada para o jantar. Ela esperava vê-lo. Estar diante dele e toda sua imponência que torna
乇hęnzh a encarou por longos minutos a face sensível da humana. A lhycan é maior do que ela. Três ou cinco centímetros. É uma predadora audaciosa e uma curandeira perfeita. Sempre está atenta e preparada para o imprevisível.Mas naquele momento, Katharyna, uma mulher inferior; humana, presa e lerda que estaria morta a muito tempo conseguiu a surpreender. Seus olhos mel escuro estavam brilhantes e, ao mesmo tempo, apreensivo. Estava hesitante. A lhycan percebeu a tremedeira em seu corpo que agarrava a madeira da porta com certa força.Duvidava que algum dia conseguiria total controle de seus nervos completamente. É fraca, doente e lerda, mas tem sede de superioridade. Quer respostas e conhecimentos. O problema é que isso não foi concedido-a.— Onde ouviu sobre isso? — Questionou a mulher. Prec
Ela procurou. Ela queria achá-lo. Queria confrontá-lo. Estava infestada de coragem mas bastou olhá-lo lá, na sua frente, para se acovardar e desejar não estar ali.O quarto é diferente do dela. É mais amplo e espaçoso. É iluminado pela manhã nublada e, mais importante, é extremamente íntimo. Ela conseguia sentir o desconforto de estar em seus aposentos. Uma rata na toca do lobo.Ele estava em sua frente. Olhava a janela observando o amanhecer e o surgimento do sol tímido. Encarava a cidade abaixo e mantinha-se calmo com a mão dentro da calça ajeitando seu membro a sua vestimenta negra.Katharyna focava seu olhar na visão a sua frente. É a primeira vez que o vê sobre extrema luz do dia em todos seus detalhes. Poderia facilmente dizer que está fascinada com sua beleza.&
O dia estava quente. É verão e as crianças brincam no centro da aldeia, completamente alegres. Meninas fingem fazer comida com terra e os meninos manejam varetas como espadas. O sonho de qualquer homem é ser guerreiro.Os homens os incentivam. Querem que subam na vida e tornem-se homens de casa. Que aprendam a caçar e a lutar.Mas havia uma criança faltando. Uma menina.Ninguém queria brincar com ela. É filha de prostituta e neta de uma bruxa. Katharyna é nova demais para os adultos e velha demais para um bebê. Mas naquela tarde, estava feliz.Sua irmã mais velha estava com eles. Ela havia retornado a aldeia com toda sua beleza