Erro de Conexão Tente Novamente
Erro de Conexão Tente Novamente
Por: Ravena
Cassandra Moretti C1

Capítulo 1 - Cassandra Moretti

O sol mal se ergue no horizonte, e eu já estou acordada. Às vezes, penso que o dia nunca vai começar realmente. Eu fui obrigada a aprender a acordar sozinha, a fazer as coisas por mim mesma. Não que alguém tenha me ensinado, mas, após tantas tentativas de achar um lugar para chamar de lar, acabei por descobrir que a única pessoa em quem posso confiar sou eu mesma.

Fui uma órfã comum, se é que isso existe. Meus primeiros anos foram no orfanato, onde, em vez de brinquedos, eu aprendi a me proteger. Fui colocada em várias casas adotivas, cada uma pior que a outra. Eles me queriam boa, educada, quieta. Mas eu não era isso. Eu tinha um fogo dentro de mim, algo que nunca deixei apagar. Então, fugi. Fugi das regras, fugi das famílias, e, quando eles desistiram de me colocar em outra casa aos 15 anos, eu já sabia o que fazer: sobreviver.

Aos 18, finalmente me vi livre, com um punhado de dólares e o notebook que sempre guardei. Estudei programação, hackeamento, e tudo o que precisava para não apenas sobreviver, mas para mudar minha vida. Não queria ser mais uma garota perdida, sem rumo. Agora, eu era uma hacker. E tinha um plano.

Eu sou Cassandra Moretti, 1,60m de altura, ruiva, com mais segredos do que coragem para compartilhá-los. O orfanato ficou para trás, os pais adotivos se tornaram apenas sombras na minha memória. Agora, sou eu quem controla minha vida, e ninguém vai me dizer o contrário.

A primeira coisa que fiz quando ganhei minha liberdade foi encontrar os ricos que achavam que poderiam controlar o mundo. Eles tinham mais do que precisavam, e eu tinha algo que eles não podiam comprar: a habilidade de tirar deles o que sobrava. Não foi difícil encontrar brechas, falhas de segurança, e o resto foi fácil. Em pouco tempo, estava roubando milhões, e ninguém sequer sabia meu nome verdadeiro.

Mas ninguém me disse que, ao mexer com o sistema, você acaba chamando a atenção. E foi exatamente isso que aconteceu.

Eu respiro fundo, sentindo a brisa fresca de Paris. O aroma de croissant e café fresco invade minhas narinas, enquanto sigo para o pequeno café ao lado de uma empresa multinacional que, aparentemente, tem os negócios bem alinhados e as contas bem recheadas, do jeito que eu gosto.

Não sou de perder tempo, e hoje não será diferente.

As ruas estão agitadas, como sempre são na bela Paris.

A cidade nunca dorme, e eu, como boa fugitiva, aprendi a me adaptar. Meus passos ecoam em ruas pavimentadas, mas ninguém me nota. Sou invisível, uma sombra entre a multidão, e é assim que eu gosto de ser.

Chego ao café, uma pequena joia rara, no meio da cidade. A porta range quando a abro, e o ambiente aconchegante logo me envolve. Meus olhos vão direto para uma mesa no canto, onde me sento de costas para a parede, como sempre faço. Preciso de uma visão clara da entrada.

O barista, um homem de meia-idade, me cumprimenta com um aceno, reconhecendo-me como uma cliente regular, mas sem nunca saber meu nome verdadeiro. Sorrio e aceno, sem perder o foco. O notebook já está em minhas mãos, claro que não é mais aquele simples que iniciei agora um mais moderno e completo, e o primeiro passo do plano começa agora.

A empresa multimilionária logo à minha esquerda será a fonte de uma quantia generosa. Como sempre, farei o levantamento de dinheiro, transferindo-o para diversas contas fantasmas. Depois, o trabalho se intensifica. O sistema bancário é uma selva, mas eu sou a maior predadora dele. Roubo dinheiro de gigantes e redistribuo entre orfanatos, para aqueles que como eu, jamais conheceram o que é ter uma família.

Abro meu laptop, conecto-me a uma rede segura, e os dedos começam a dançar ardilosamente sobre as teclas. Minha mente está em completa sintonia com o código. Em minutos, estarei dentro do sistema da empresa, retirando um montante considerável. O processo é rápido, silencioso, e não deixa rastros.

E quando enfim eu terminar, o dinheiro estará a caminho dos orfanatos de toda a França. Crianças como eu fui, merecem uma chance. Elas não devem ser deixadas para trás, assim como eu fui. Não importa o que eu tenha que fazer, ou quem eu tenho que roubar – minha missão sempre foi a mesma: equilibrar o jogo.

A tela do meu computador brilha enquanto os números começam a aparecer. Minha mente se concentra, mas uma sensação estranha percorre minha espinha. Como se estivesse sendo observada.

Não… não pode ser. Olho rapidamente para os lados. Nada de diferente. Uma mulher passa apressada com uma bolsa na mão, um homem alto entra e se senta em uma mesa próxima. Ninguém me nota. Eu sou boa nisso. Sou Ghostred, e não deixo vestígios.

Mas algo na calma do café, na rotina que parecia normal, me diz que o que eu fiz até aqui pode ter sido a coisa mais arriscada que já fiz. Por um momento, o café ao meu redor parecia mais apertado, mais sufocante. Eu estava jogando um jogo muito maior agora, e a realidade de minha própria liberdade começa a me invadir.

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