KIARA
— Meu Deus, Enzo, está querendo me matar? — digo tirando a água do meu rosto e batendo no meu ouvido. Ele quase me matou afogada. Exagero. Estamos feito dois adolescentes brincando de afogar um ao outro, porém, um pouco de drama é bem-vindo.
— Te machuquei, amor? Desculpa.
Aproveito sua preocupação e afundo sua cabeça. Tento fugir antes que ele se levante, mas ele segura minhas pernas. Quando menos espero, ele sai da água e prende meu corpo junto ao seu. Meu marido me suspende e beija descaradamente entre meus seios. Marido, amo dizer isso.
— Enzo por favor, alguém pode…
Não consigo concluir, porque ele desliza meu corpo para baixo e saqueia minha boca. Sua mão busca o cós do meu biquíni e envolve meu monte com movimentos leves. O som do meu gemido sai abafado em sua boca. Ele interrompe nosso beijo, praticam
ENZOJá dizia o ditado: nem tudo que reluz é ouro. A princípio, pensei que tinha em minhas mãos a mais bela e preciosas das pérolas, a pérola negra. Cuidava e a protegia como se pudesse se quebrar a qualquer momento.Tolo. Fui tolo, cego. Estava doente e não sabia. A paixão veio carregada de uma obsessão que sufocou meus instintos. Tudo que eu queria era formar uma família, ter uma mulher que me amasse e filhos saudáveis. Tudo que ganhei, contudo, foi decepção. A pérola, na verdade, era uma bijuteria insignificante, de pouco valor. Daquelas que só se usa uma vez.Ela me estragou, levou para seu túmulo tudo que eu acreditava. Meus desejos e sonhos foram enterrados, e seu fantasma passou a me perseguir, servindo de alerta para que eu nunca mais caísse na mesma armadilha, que não confiasse em mais ninguém, que meu destino era viver s&
ENZOHá alguns meses, aqui em Florença, surgiu um grupo de milícia denominado I Sepenti. Os maledetto estão colocando as asinhas de fora, esqueceram quem é que manda nessa cidade. Reuni meus soldados e tracei uma estratégia para aniquilar a milícia; eles têm ido além do que lhes foi permitido. As famiglias que estão sob a minha proteção têm se queixado que alguns homens têm recrutado seus filhos na escola e na faculdade para trabalharem para eles, chegando a serem agressivos.Quando soube da existência desse grupo, não me importei, por ser um pequeno grupo de traficantes que compravam nossas drogas e as revendiam por um valor acima do nosso para obter lucro, porém I Sepenti cometeu um erro grave. Ninguém mexe com a famiglia, minha famiglia.— Não quero nenhum
KIARAMeus pés estão inchados. Foram tantas horas na sala de cirurgia que não poderia haver outro resultado. Meu paciente estava por um fio, a maioria dos seus órgãos comprometidos por causa do acidente no canteiro de obras em que trabalha. Ele caiu de uma altura de cinco metros. Se não fosse seu equipamento de segurança, o estrago seria maior. Seu capacete o salvou de tersérios problemas cerebrais.Sento-me no banco do vestiário e respiro aliviada ao retirar meus sapatos. Meus pés agradecem por estarem livres do aperto que o inchaço causou. Estou pensando seriamente em comprar sapatos com número acima do meu para essas ocasiões, porque a sala cirúrgica é uma incógnita: uma vez lá dentro, não temos previsão de quando sair.Ser uma cirurgiã-geral requer muitas horas de trabalho. Sou solicitada a todo tempo
ENZOCorro pelo parque como faço quase todas as manhãs, acompanhado de dois soldados, Dante e Assis, os gêmeos. Correr e me manter em forma faz parte do meu treinamento. Muitas vezes enfrento homens tão fortes quanto eu, preciso sempre estar preparado. Aumento o ritmo da corrida, abandonando algumas pessoas e deixando meus homens para trás. Eles resmungam, e sorrio.— Vocês parecem umas donzelas — digo. Os gêmeos fecham a cara, rio alto. No caminho de volta, uma mulher vem correndo em nossa direção. Ela corre como estivesse fugindo, a todo tempo olha para trás. Seu semblante parece o de uma pessoa atordoada. Propositalmente, não me afasto quando percebo que ela vai me atropelar. Seu corpo de curvas perfeitas vem de encontro ao meu.— Olha por onde anda — digo. Seus olhos estão arregalados, sua mente trabalha por alguns segundos. Observa meu rost
ENZOHá alguns anosEstou tão ansioso. Meus sapatos parecem que irão abrir um buraco no fundo de tanto que ando de um lado para o outro dentro do meu quarto. Daqui a poucas horas, irei me casar com a mulher da minha vida, a mulher que me deixa sem fôlego, que faz meu pau ficar duro só de pensar nela. Lembro-me como se fosse hoje o dia em que a conheci na faculdade. Seus cabelos negros e cacheados, sua pele escura e seus olhos negros como a noite me encantaram. Desde então, não consegui mais tirar meus olhos dela.Nosso primeiro beijo foi perfeito. Naquele instante, soube que ela seria minha. Antonella se tornou minha obsessão, tudo é para ela, por causa dela, e finalmente hoje será oficialmente minha. Minha cazzo!— Está pronto, figlio? — mio padre pergunta assim que entra no meu quarto. Respiro fundo e maneio a cabeça. E
Dias Atuais - ENZOEntro na mansão Mancinni, feliz por estar em casa novamente. Por mais que ame morar em Florença, esse é meu lar. Meu coroa reúne mensalmente toda a família na mansão. Nossas obrigações com a famiglia e a distância dificultam o convívio, nos comunicamos apenas por telefone, ou via internet. Apenas Pietro reside próximo a mio padre e ao Lorenzo.Por falar em Pietro, fico surpreso em ver Bianca conosco, ela raramente participa das nossas reuniões. Não sei como é o relacionamento dela com mio fratello, ele é muito fechado, mas aparentemente eles parecem se dar bem. Bianca é uma moglie muito bonita, tranquila e doce. Mio fratello é um cara de sorte. Quando me vê, Rico corre para meus braços. Meu sobrinho é um ragazzo maravilhoso e muito inteligente, agr
ENZOVejo-me parado na porta do hospital esperando por ela, como se realmente estivesse esperando-a para irmos juntos. Observo seus passos, que demostram cansaço. Minha vontade é de carregá-la em meus braços e levá-la para casa. Prometi a mim mesmo me afastar, mas a vontade de cuidar dela é mais forte do que eu. Desde que voltei de Roma, da reunião mensal na casa do mio padre, meus dias têm se resumido a trabalhar e observar a Kiara. Tenho a necessidade de saber se ela está bem, se nenhum maledetto vai tocá-la. Tenho agido como a porra de um stalker; tento evitar, mas é mais forte do que eu.Kiara entra no seu carro e, como nos outros dias, dá duas voltas no quarteirão antes de entrar na garagem do seu prédio. Sorrio, pois, com todo seu cuidado, ela não percebe que está sendo seguida por mim. Não consigo
KIARADepois de quatro dias internada no hospital onde trabalho e mais três dias na casa dos meus pais, finalmente estou em casa. Tudo o que mais quero é ficar no meu cantinho. Apesar do medo que sinto, nada melhor que meu lar. Adoro ficar na casa onde nasci, onde meus pais residem até hoje, porém, não via a hora de voltar para casa.Minha paranoia em relação à minha segurança aumentou. Hoje pela manhã, assim que cheguei, a primeira coisa que fiz foi pedir ao chaveiro que colocou minhas trancas que verificasse se elas estavam funcionando bem, se era necessário trocá-las. Ele deve ter achado que sou maluca, mas pouco me importei.Chega ser irônico toda essa minha preocupação com a minha segurança. Sempre fiquei atenta ao perímetro quando chegava durante à noite de carro, observava as ruas antes de abrir o portão do pr&ea