51. O resgate

A dor já não era só um incômodo. Era sua existência.

Max mal sentia o próprio corpo, apenas os pulsos ardendo onde as cordas mordiam sua pele e o gosto de sangue seco na boca. O olho esquerdo estava fechado por completo, inchado, latejando. Ele não sabia dizer há quanto tempo estava ali. Dias? Horas? Tudo se misturava em um borrão de escuridão e agonia.

Rodolfo estava à sua frente, brincando com uma navalha. O desgraçado não tinha pressa. Gostava de saborear o sofrimento.

— Você sabe qual é o seu problema, Max? — A voz dele era quase afetuosa, como se falasse com um velho amigo. — Você não sabe quando desistir. É egoísta o suficiente para não admitir que perdeu. E mesmo estando a beira da morte, ousa me desafiar!

Max riu, ou pelo menos tentou. Foi mais um ruído rouco, engasgado com sangue.

— E você fala demais...

O golpe veio rápido, um soco direto na costela que fez tudo girar. Max gemeu, mas não cedeu. Não daria esse prazer ao filho da puta.

— Ainda com essa língua afi
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