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A primeira coisa que sinto são os lábios quentes de Noah nos meus – na tentativa de colocar um pouco de ar para dentro de mim – antes de cuspir toda a água dos pulmões para fora, seguida de uma onda de tosse que arranha a garganta.

Mal sinto a grama debaixo do meu corpo, devido ao frio cortante que me penetra fundo pela pele e nervos, impossibilitando-me de diferenciar a verdadeira temperatura do fim da tarde outonal. Meus olhos encaram o céu em tons de amarelo, laranja e azul e a lua acima começando a nascer, coroa o mortal com sua luz prateada, fazendo-o parecer uma criatura sobrenatural encantada. Seus lábios se mexem em palavras que meus ouvidos entupidos não captam o som e cada parte minha treme violentamente, gelada como um beijo da morte mesmo com os braços do loiro me envolvendo e trazendo-me para seu peito, também gelado. O vestido encharcado e os fios azuis pingando como um cachoeira sobre os ombros se enroscam nas roupas molhadas dele.

Está chovendo e os p

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