Capítulo 110
Do outro lado da linha houve dois segundos de silêncio.— Meu estômago está meio ruim. Pega o remédio que está lá fora para mim?

— Você está no quarto?

— Estou.

— Já vou levar para você.

Marília sabia onde Leandro guardava o remédio para o estômago. Pegou o comprimido, encheu um copo com água morna e foi até a porta do quarto dele. Bateu antes de girar a maçaneta.

Leandro estava sentado à beira da cama, vestindo um roupão preto, com um documento nas mãos que lia com atenção.

Ele também havia lavado o cabelo; embora não pingasse mais, os fios ainda úmidos caíam sobre a testa, deixando aquele homem, já naturalmente frio e intenso, ainda mais sexy e, ao mesmo tempo, com um ar de austeridade quase monástica.

Era a primeira vez que Marília o via assim, e seu coração bateu mais rápido, sem que ela pudesse controlar.

— Vai ficar parada na porta?

Leandro ergueu os olhos para ela.

Marília se apressou em entrar, colocou o remédio e o copo sobre o criado-mudo. Foi então que notou duas caixas de pr
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