Então ele ainda se importava com ela e com o bebê.Marília sorriu levemente, pensando no que Zélia dissera sobre ele não ser apenas médico, mas também administrador de uma empresa. Ela respondeu: [Não precisa se preocupar comigo. Amanhã vou trocar de turno com uma colega, e a Zélia vai me acompanhar ao exame. Se acontecer qualquer coisa com o bebê, eu te aviso na hora!]Do outro lado houve um momento de silêncio, depois ele respondeu apenas: [Tá bom.]O cuidado daquele homem deixou Marília de bom humor. Ela foi trabalhar com um sorriso no rosto.Na hora do almoço, Zélia apareceu no momento certo e chamou Marília para almoçar. Assim que saíram da loja, ela tocou na barriga de Marília e brincou:— Seu marido é tão rico, por que ainda está trabalhando?Ao ouvir a palavra "marido", o rosto de Marília corou, e ela afastou a mão da amiga.— O dinheiro é dele, não tem nada a ver comigo.— Como não tem? Vocês são casados agora. Depois do casamento, os bens são do casal. O que ele ganha, metade
Marília se acomodou no banco do passageiro com um sorriso radiante no rosto. Era evidente que ela estava de ótimo humor. Leandro olhou para ela e arqueou uma sobrancelha: — O que você comprou? Marília virou a cabeça e sorriu para ele, olhando para cima: — Eu te mostro quando chegarmos em casa. Ao ouvir a palavra "em casa", Leandro ficou surpreso por um instante. Fitou o rosto radiante da garota e assentiu com um murmúrio grave. Ao passarem pelo supermercado, eles ainda desceram juntos para comprar mantimentos. Quando chegaram em casa, Marília logo tirou todas as roupinhas do bebê das sacolas. Ela segurava um macacão azul-marinho com estampa de dinossauro e mostrou para Leandro: — Não é uma gracinha? Leandro olhou para as sacolas de compras no sofá, todas cheias de roupas infantis, e franziu a testa: — Não é muito cedo para comprar essas coisas? Marília achou que ele estava falando sobre ainda não saberem se seria menino ou menina e, por isso, as roupas não serem
— Isso também foi porque o teste de gravidez deu positivo com duas linhas, então você achou que estava grávida. Além disso, se ele não tivesse dormido com você, você o procuraria? Zélia pegou um lenço de papel e ajudou Marília a enxugar as lágrimas.— O teste mostrou claramente duas linhas... Como é possível que o exame de sangue não tenha detectado nada? — Marília perguntou, confusa. Ela tirou o teste de gravidez da bolsa. As duas linhas estavam ali, bem visíveis. Como o exame de sangue pôde dar negativo?— Merda, esses testes de gravidez falsificados... Onde você comprou isso? Vamos lá tirar satisfação! Marília balançou a cabeça.— A culpa foi minha. Fui impulsiva ontem. Eu devia ter ido ao hospital primeiro.— Na verdade, a culpa foi minha. Fui eu quem insistiu para você ligar para o Leandro. Mimi, me desculpa... — Você só fez isso porque se importa comigo.Marília tinha planejado, depois dos exames, encontrar Leandro para almoçar e comemorar. Mas agora, sem um bebê... ela
As lágrimas voltaram a escorrer dos olhos de Marília, e, nesse momento, o celular em sua bolsa tocou novamente. Seu coração deu um salto repentino. Ela rapidamente pegou o aparelho e, ao ver que era uma ligação de Leandro, recusou a chamada.. Depois, enxugou as lágrimas, respirou fundo, pegou a chave e abriu a porta.Leandro estava com a testa franzida enquanto olhava para o celular. Ao ouvir o barulho, levantou a cabeça. Marília entrou na sala pela porta de entrada e, assim que seus olhos encontraram os dele, sua mente ficou completamente em branco. Abriu a boca e disse:— Você... já comeu?— O que o médico disse? — Leandro a observava com calma e indiferença.Os dedos de Marília, que estavam ao lado do corpo, se cerraram em punhos, e seu olhar vacilou.— Leandro, eu... me desculpe. — O homem a encarava com tranquilidade, esperando que ela continuasse. — Na verdade, foi um mal-entendido. Eu não estou grávida. Este é o resultado do exame.Marília não teve coragem de encarar os olhos
Enquanto comiam fora, Marília ainda observava discretamente a expressão do homem. Como antes, ele não demonstrava emoção alguma, mas também não parecia estar de mau humor.Marília continuava comendo pouco, e Leandro percebeu:— Depois de comer, vamos ao hospital dar uma olhada.— Agora os médicos já foram embora.— Tem o pronto-socorro.Na verdade, nem era necessário ir ao pronto-socorro, ela podia muito bem voltar ao hospital no dia seguinte.Mas Leandro disse que estaria de plantão à noite e podia levá-la até lá.À noite não tinha fila, Marília foi atendida rapidamente, recebeu a medicação e voltou para casa. Disseram que não era nada grave, apenas uma leve indigestão. Recomendaram que ela mantivesse uma alimentação regular, com mais legumes e bastante descanso.Leandro mandou uma mensagem perguntando quando ela terminaria, dizendo que mandaria Miguel buscá-la.Marília recusou. Pegou um táxi e voltou sozinha.Quando chegou, estava exausta, mas não com sono. Após o banho, ficou sentada
Zélia queria que ela tomasse a iniciativa, mas Marília, desde o episódio da falsa gravidez, sentia-se tão envergonhada e inquieta que não tinha coragem alguma de dar o primeiro passo.— Você folga amanhã?Marília estava conversando com Zélia pelo celular quando ouviu essa pergunta. Levantou a cabeça e viu Leandro do outro lado da mesa, olhando fixamente para ela com a testa franzida.Ela rapidamente guardou o celular e assentiu com a cabeça.— Então... vamos ao cinema amanhã.Marília achou que estava ouvindo coisas.— Você também folga amanhã?Ela se lembrava de que Leandro estava sempre ocupado, sem tempo pra nada, fosse no hospital ou na empresa.— Vou tirar o dia de folga amanhã. — Leandro continuou com um tom indiferente. — Você não disse da outra vez que ia me levar ao cinema?— Ah... — O coração de Marília deu um pulo e ela piscou os olhos. — Eu disse? Nem me lembro mais.A expressão de Leandro ficou imediatamente sombria:— Você falou que sua colega lhe deu dois cupons de ingress
O homem manteve o rosto inexpressivo. Marília, no entanto, corou sob os olhares de todos ao redor. No caminho de volta, seu coração batia acelerado, e o rosto queimava de calor. Estar num espaço tão pequeno com ele fazia sua mente, involuntariamente, trazer à tona certas imagens. Estava nervosa, envergonhada e tomada por uma expectativa inexplicável, difícil de descrever. Assim que Leandro estacionou o carro no pátio, Marília saiu imediatamente, sem se preocupar em pegar os lanches, e seguiu sozinha para dentro do prédio. Enquanto esperava o elevador, o homem se aproximou com as coisas nas mãos, sem pressa. Ela nem olhou para ele. Quando a porta do elevador se abriu, ela entrou primeiro e se encostou em um canto, com a cabeça baixa. Leandro entrou em seguida e estendeu a mão. O coração dela deu um salto, mas, ao ver que ele apenas apertou o botão do andar, soltou um suspiro de alívio. Aquele prédio tinha um apartamento por andar. O elevador subiu rápido. Quando Leandro f
Do outro lado da linha houve dois segundos de silêncio.— Meu estômago está meio ruim. Pega o remédio que está lá fora para mim?— Você está no quarto?— Estou.— Já vou levar para você.Marília sabia onde Leandro guardava o remédio para o estômago. Pegou o comprimido, encheu um copo com água morna e foi até a porta do quarto dele. Bateu antes de girar a maçaneta.Leandro estava sentado à beira da cama, vestindo um roupão preto, com um documento nas mãos que lia com atenção.Ele também havia lavado o cabelo; embora não pingasse mais, os fios ainda úmidos caíam sobre a testa, deixando aquele homem, já naturalmente frio e intenso, ainda mais sexy e, ao mesmo tempo, com um ar de austeridade quase monástica.Era a primeira vez que Marília o via assim, e seu coração bateu mais rápido, sem que ela pudesse controlar.— Vai ficar parada na porta?Leandro ergueu os olhos para ela.Marília se apressou em entrar, colocou o remédio e o copo sobre o criado-mudo. Foi então que notou duas caixas de pr