OS PUNHOS

Quando no astral penso, eu crio, e o que crio vive, morrendo se dele afasto meu pensamento. A criação saberá que está viva? Sabemos nós que estamos vivos?

Zé Cajarana abriu os olhos pesados como chumbo, praguejando ao sentir a cabeça estalar e martelar dolorosamente. Aquele era um pequeno mal-estar, se disse, soltando uma praga mais feroz. Resmungando apoiou a mão na cama e levantou-se do chão, dando a volta num vômito. Assim que chegou na porta do quarto encontrou a mãe na sala, olhos baixos, pregados no bordado no qual os dedos enrugados e trêmulos se prendiam.

Cajarana olhou para ela com raiva. Desprezava, com uma indiferença amarga, aquele ser fraco e lamuriento que só sabia se arrastar e choramingar.

No começo até que ela havia tentado colocar-lhe um freio, mas ele conseguira colocá-la no seu devido lugar, pensou com prazer vendo a mancha escura no lado esquerdo da testa e num olho que não parava de lacrimejar, um

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