CAPÍTULO 22 Maicon Prass Fernandes Deixei Maria Eduarda no quarto mais simples da casa, aquêle que nem os empregados utilizaram ainda, porque tem muitos e aquele é o mais inferior. Entrei no meu quarto e nem quis comer, fui direto tomar um banho. Imagens dos seus braços roxos e machucados nas mãos me incomodaram, e acabei pegando uma maleta de primeiros socorros, havia uma pomada que a ajudaria a melhorar. Quando abri a porta, eu iria apenas entregar tudo a ela, mas ao vê-la deitada daquele jeito tão natural, parei para observá-la. Vestia algo tão natural, uma calça confortável de seda e uma blusinha tão pequena, deixando sua barriga completamente à mostra. Seu semblante tranquilo retratava uma mulher mais simples, sem tantos enfeites, cabelos bagunçados sobre o lençol claro. “Por que precisa ser tão bonita?“ Dei alguns passos e deixei a maleta no chão. A cama era de solteiro, mas sentei num canto e não resisti tocar a sua barriga tão reta e umbigo tão de
CAPÍTULO 23 Maria Eduarda Duarte Odeio quando ele faz essas coisas, e fico completamente irritada quando me deixa falando sozinha e vira as costas. Respirei fundo, e depois de vestir uma roupa, acabei deitando novamente. “Tanto faz que quer decidir tudo, mas eu só queria descansar. Nem sei como é feito esse tipo de exame, completamente desnecessário, inclusive.“ Estranhei que ele voltou tão rápido, só dei uma olhada e deitei a cabeça novamente. — Já está vestida? — só perguntou isso. — Me deixe em paz. — resmunguei. Ele veio até a mim e teve coragem de levantar a coberta, verificando, o olhei com raiva, ele virou as costas e falou da porta: — Já podem entrar! — logo uma mulher de aparentemente uns cinquenta anos, entrou com a Débora, a enfermeira que já conheço. — Fiquem à vontade, vou esperar do lado de fora, e lembre-se do que eu disse. — ouvi ele dizer, mas logo saiu e encostou a porta. A médica se apresentou e cumprimentei ambas, então pr
CAPÍTULO 24 Maria Eduarda Duarte Dormi com raiva, esse consigliere pagaria por isso, ele vai ver. Acordei bem cedo, me vesti, peguei minhas coisas e saí pela porta principal, mas os seguranças ficaram feito estátuas parados na minha frente. — Eu preciso sair, vão sair da frente ou vou precisar puxar a minha arma? — blefei. Nenhum deles respondeu, mas como eu também não tinha nenhuma pistola teria quê mudar a estratégia, então com raiva eu dei a volta e corri apressada até a outra saída, um lugar mais isolado e com árvores, inclusive muito bonito. Senti a perna doer enquanto o vento gelado espalhava meus cabelos e arrepiava meu pescoço desnudo, mas não tive opções, Maicon não me deixaria sair, ainda mais para comprar algo que eu queria, teria que subir na árvore em questão de segundos e pular para o lado de fora depois. Calculei a distância e contei os segundos, mas antes que eu chegasse, me desesperei com um latido alto, e num reflexo vi um cachorro grande e p
CAPÍTULO 25 Maicon Prass Fernandes Acordei com as palavras da doutora na cabeça, não poderia deixar Maria Eduarda se esforçar devido à perna, então chamei uma das nossas empregadas para voltar pra casa. Quando ela chegou, logo expliquei: — Sim, chefe. — Preciso que organize o primeiro quarto e deixe bem limpo e arejado para minha esposa. Quando ela acordar, traga as coisas dela e arrume nesse quarto para que ela não se esforce, sua perna está machucada. — a mulher me olhou estranho. — Senhor Fernandes, acho que sua esposa já acordou, talvez até tenha melhorado, a vi correndo pelo jardim. — arregalei os olhos, incrédulo, aquela peste não faria isso, faria? Imediatamente fui até a janela de um dos quartos e puxei a cortina. — Maldição! Essa mulher realmente é uma peste. — quando vi o meu cachorro Colt do outro lado do jardim, meu peito doeu e precisei colocar a mão — Merda, o Colt vai ficar irritado— respirei com dificuldades. Mesmo com dor, fui andando devag
CAPÍTULO 26 Maicon Prass Fernandes Quando chegamos no reduto, Maria Eduarda entrelaçou seus dedos nos meus e se calou. Fui entrando, mas era estranho demais ter uma mulher enroscada em mim, ainda mais no meu local de trabalho. Ela cumprimentou realmente a todos como uma mulher madura, me surpreendendo, e seus olhos brilharam ao olhar lá dentro. — Vamos esperar o Don aqui, você não pode andar muito, já extrapolou os limites, hoje. — Está bem. — respondeu com serenidade, até estranhei. Quando o Don chegou, olhou estranho pra mim, e Maria Eduarda abraçou meu braço de maneira mais carinhosa, encostando a cabeça. Fiquei sem saber o que fazer, não pensei que ela levaria isso tão a sério. — Primo... meu marido é ótimo, me deixou vir com ele. — ela contou para o Don, e virei meu corpo todo tentando ver o rosto dela, franzindo a sobrancelha. — Que bom que estão se entendendo... você chegou na hora certa, tenho algumas questões para resolver — o Don disse, olhando
CAPÍTULO 27 Maicon Prass Fernandes — Posso treinar tiro, Consigliere? Gostaria de acertar as mãos ou os pés desses idiotas, sou péssima de mira. — Maria Eduarda pediu educadamente, antes que eu falasse com o Don, lhe dei uma olhada e ele assentiu, então assenti pra ela, vendo o pavor no rosto daqueles dois que ainda seriam torturados se Maria não os matasse, mas virei as costas, enquanto terminavam de arrancar os olhos dele. — Precisamos falar com o senhor Kim. — aconselhei o Don. — Sim, como está de licença essa semana, eu resolvo... aliás, já fez o que eu pedi? Sua esposa parece bem melhor, posso acreditar que resolveu? — engoli seco. — Ela está machucada, dei um tempo para que se recupere, mas está tudo sobre controle, ainda tenho seis dias, fique tranquilo. — Eu sempre fico, confio em você. Pode levar sua esposa e fazer o que precisa fazer, eu vou até o Kim na Rússia com nossos homens. — Agende antes, marque uma conversa de paz, e exija uma explicação pra
CAPÍTULO 28 Maria Eduarda Duarte Estranhei o jeito dele, mas já era de se imaginar que só estava se aparecendo para o Don, e não adiantava reclamar de mim, porque bem sei que ele estava gostando, e me comportei no reduto. — MAICON! “Que droga! Gritar não resolve com esse homem, parece uma pedra de gelo.“ — Desisti. Conheci meu novo quarto e fiquei de boca aberta quando vi. Era como se ele tivesse comprado a loja que fomos e mandado decorar pra mim, havia de tudo. Por um momento voltei até a porta para ver se ele realmente não havia entrado, mas ele não estava ali. “É, realmente saiu.“ — Fui até a janela ao ouvir um ronco familiar e estranhei quando vi aquele Maserati cinza saindo como se de um lugar subterrâneo. “Não pode ser... Aquele carro realmente é dele?“ “O quanto você mudou em quatro anos, Maicon?“ — Fiquei me perguntando enquanto via que ele dirigia muito rápido, já do lado de fora da casa. — Senhora, você não gostou do quarto? Se achar e
CAPÍTULO 29 Maria Eduarda Duarte Assim que saiu, peguei aquela roupa e ataquei no chão. Não satisfeita, juntei novamente e ataquei de novo, só pra descontar a raiva, mas aí, Ivete entrou. — Senhora, o chefe pediu para eu trazer seu café. — a fuzilei. — Ué, não quer que eu faça o café? Esse homem é louco, Ivete! Primeiro disse que eu faria o café ontem, depois mudou de ideia, agora me exigiu que vestisse isso — apontei para o uniforme no chão — O que mais ele quer? Já que passou a tarefa do café pra você? — Senhora, acalme-se. Seu marido é o Consigliere, é ele quem dita as ordens. Com todo o respeito, muitas mulheres já tentaram se jogar nos braços dele, nenhuma conseguiu nem entrar nessa casa, então tenha um pouco de paciência, que ele se acalma com a senhora. — mostrei o dedo indicador negando, enquanto ela colocou a bandeja sobre a comoda. — Aquele homem não vai se acalmar nunca, Ivete. Ele quer se vingar de mim, tenho certeza, enquanto eu não me desculp