CAPÍTULO 24 Maria Eduarda Duarte Dormi com raiva, esse consigliere pagaria por isso, ele vai ver. Acordei bem cedo, me vesti, peguei minhas coisas e saí pela porta principal, mas os seguranças ficaram feito estátuas parados na minha frente. — Eu preciso sair, vão sair da frente ou vou precisar puxar a minha arma? — blefei. Nenhum deles respondeu, mas como eu também não tinha nenhuma pistola teria quê mudar a estratégia, então com raiva eu dei a volta e corri apressada até a outra saída, um lugar mais isolado e com árvores, inclusive muito bonito. Senti a perna doer enquanto o vento gelado espalhava meus cabelos e arrepiava meu pescoço desnudo, mas não tive opções, Maicon não me deixaria sair, ainda mais para comprar algo que eu queria, teria que subir na árvore em questão de segundos e pular para o lado de fora depois. Calculei a distância e contei os segundos, mas antes que eu chegasse, me desesperei com um latido alto, e num reflexo vi um cachorro grande e p
CAPÍTULO 25 Maicon Prass Fernandes Acordei com as palavras da doutora na cabeça, não poderia deixar Maria Eduarda se esforçar devido à perna, então chamei uma das nossas empregadas para voltar pra casa. Quando ela chegou, logo expliquei: — Sim, chefe. — Preciso que organize o primeiro quarto e deixe bem limpo e arejado para minha esposa. Quando ela acordar, traga as coisas dela e arrume nesse quarto para que ela não se esforce, sua perna está machucada. — a mulher me olhou estranho. — Senhor Fernandes, acho que sua esposa já acordou, talvez até tenha melhorado, a vi correndo pelo jardim. — arregalei os olhos, incrédulo, aquela peste não faria isso, faria? Imediatamente fui até a janela de um dos quartos e puxei a cortina. — Maldição! Essa mulher realmente é uma peste. — quando vi o meu cachorro Colt do outro lado do jardim, meu peito doeu e precisei colocar a mão — Merda, o Colt vai ficar irritado— respirei com dificuldades. Mesmo com dor, fui andando devag
CAPÍTULO 26 Maicon Prass Fernandes Quando chegamos no reduto, Maria Eduarda entrelaçou seus dedos nos meus e se calou. Fui entrando, mas era estranho demais ter uma mulher enroscada em mim, ainda mais no meu local de trabalho. Ela cumprimentou realmente a todos como uma mulher madura, me surpreendendo, e seus olhos brilharam ao olhar lá dentro. — Vamos esperar o Don aqui, você não pode andar muito, já extrapolou os limites, hoje. — Está bem. — respondeu com serenidade, até estranhei. Quando o Don chegou, olhou estranho pra mim, e Maria Eduarda abraçou meu braço de maneira mais carinhosa, encostando a cabeça. Fiquei sem saber o que fazer, não pensei que ela levaria isso tão a sério. — Primo... meu marido é ótimo, me deixou vir com ele. — ela contou para o Don, e virei meu corpo todo tentando ver o rosto dela, franzindo a sobrancelha. — Que bom que estão se entendendo... você chegou na hora certa, tenho algumas questões para resolver — o Don disse, olhando
CAPÍTULO 27 Maicon Prass Fernandes — Posso treinar tiro, Consigliere? Gostaria de acertar as mãos ou os pés desses idiotas, sou péssima de mira. — Maria Eduarda pediu educadamente, antes que eu falasse com o Don, lhe dei uma olhada e ele assentiu, então assenti pra ela, vendo o pavor no rosto daqueles dois que ainda seriam torturados se Maria não os matasse, mas virei as costas, enquanto terminavam de arrancar os olhos dele. — Precisamos falar com o senhor Kim. — aconselhei o Don. — Sim, como está de licença essa semana, eu resolvo... aliás, já fez o que eu pedi? Sua esposa parece bem melhor, posso acreditar que resolveu? — engoli seco. — Ela está machucada, dei um tempo para que se recupere, mas está tudo sobre controle, ainda tenho seis dias, fique tranquilo. — Eu sempre fico, confio em você. Pode levar sua esposa e fazer o que precisa fazer, eu vou até o Kim na Rússia com nossos homens. — Agende antes, marque uma conversa de paz, e exija uma explicação pra
CAPÍTULO 28 Maria Eduarda Duarte Estranhei o jeito dele, mas já era de se imaginar que só estava se aparecendo para o Don, e não adiantava reclamar de mim, porque bem sei que ele estava gostando, e me comportei no reduto. — MAICON! “Que droga! Gritar não resolve com esse homem, parece uma pedra de gelo.“ — Desisti. Conheci meu novo quarto e fiquei de boca aberta quando vi. Era como se ele tivesse comprado a loja que fomos e mandado decorar pra mim, havia de tudo. Por um momento voltei até a porta para ver se ele realmente não havia entrado, mas ele não estava ali. “É, realmente saiu.“ — Fui até a janela ao ouvir um ronco familiar e estranhei quando vi aquele Maserati cinza saindo como se de um lugar subterrâneo. “Não pode ser... Aquele carro realmente é dele?“ “O quanto você mudou em quatro anos, Maicon?“ — Fiquei me perguntando enquanto via que ele dirigia muito rápido, já do lado de fora da casa. — Senhora, você não gostou do quarto? Se achar e
CAPÍTULO 29 Maria Eduarda Duarte Assim que saiu, peguei aquela roupa e ataquei no chão. Não satisfeita, juntei novamente e ataquei de novo, só pra descontar a raiva, mas aí, Ivete entrou. — Senhora, o chefe pediu para eu trazer seu café. — a fuzilei. — Ué, não quer que eu faça o café? Esse homem é louco, Ivete! Primeiro disse que eu faria o café ontem, depois mudou de ideia, agora me exigiu que vestisse isso — apontei para o uniforme no chão — O que mais ele quer? Já que passou a tarefa do café pra você? — Senhora, acalme-se. Seu marido é o Consigliere, é ele quem dita as ordens. Com todo o respeito, muitas mulheres já tentaram se jogar nos braços dele, nenhuma conseguiu nem entrar nessa casa, então tenha um pouco de paciência, que ele se acalma com a senhora. — mostrei o dedo indicador negando, enquanto ela colocou a bandeja sobre a comoda. — Aquele homem não vai se acalmar nunca, Ivete. Ele quer se vingar de mim, tenho certeza, enquanto eu não me desculp
CAPÍTULO 30 Maria Eduarda Duarte — Sente-se pra não forçar a perna e comece a lustrar. Os seus braços estão bons, é só cuidar com a perna — cruzou os braços dele e manteve seu olhar em mim. — Você é doido, ou o quê? Meus braços continuam roxos, sabia? — respirei fundo, meio perdida e ele sorriu fazendo aquele deboche de costume — Mas eu limpo, não tem problema, combinei com você, não é? Você vai ver como faço aquilo que prometo, e não é o único a ser o todo-poderoso. Não deve ser difícil de resolver isso, afinal é apenas um retrovisor — me fuzilou com os olhos. — É... sabe quanto custa um retrovisor novo para esse carro? Aposto que não, então faça o favor de cumprir o que prometeu sem reclamar — puxou a cadeira, batendo forte na calçada ao me encarar. — Então, é só isso que quer? Tantas coisas e escolheu me vestir como palhaça e rir de mim ao apresentar o circo? — ele olhou na direção das árvores e vi seu sorriso debochado de novo. — Estou bem satisfeito de
CAPÍTULO 31 Maicon Prass Fernandes Se a minha intenção era punir, posso dizer com toda a certeza que falhou. Aquela peste ficou gostosa demais naquela roupa, vou precisar comprar mais alguns modelos, de preferência menor para que eu possa arrancá-los. Aquele modelo com saia, sua cintura aparente e semblante sedutor ao me encarar estavam me deixando louco, sem saber se continuava exigindo o meu retrovisor intacto, ou se pegava ela. Até que vi seu olhar fixo em mim e zombei, perguntando se costumava babar. — Eu nem estou olhando pra você, não é o único que está aqui. — Suas palavras me irritaram, também me deixaram em alerta, virei para trás imediatamente, procurando quem seria o maledetto que morreria, pois dei ordens para que ninguém ficasse aqui fora. A minha Colt já veio para minha mão — É brincadeira, não tem ninguém ali — ela tentou me enganar, provavelmente percebeu que alguém morreria, mas como não vi ninguém naquela direção, deixei passar. — Se olhar