CAPÍTULO 26 Maicon Prass Fernandes Quando chegamos no reduto, Maria Eduarda entrelaçou seus dedos nos meus e se calou. Fui entrando, mas era estranho demais ter uma mulher enroscada em mim, ainda mais no meu local de trabalho. Ela cumprimentou realmente a todos como uma mulher madura, me surpreendendo, e seus olhos brilharam ao olhar lá dentro. — Vamos esperar o Don aqui, você não pode andar muito, já extrapolou os limites, hoje. — Está bem. — respondeu com serenidade, até estranhei. Quando o Don chegou, olhou estranho pra mim, e Maria Eduarda abraçou meu braço de maneira mais carinhosa, encostando a cabeça. Fiquei sem saber o que fazer, não pensei que ela levaria isso tão a sério. — Primo... meu marido é ótimo, me deixou vir com ele. — ela contou para o Don, e virei meu corpo todo tentando ver o rosto dela, franzindo a sobrancelha. — Que bom que estão se entendendo... você chegou na hora certa, tenho algumas questões para resolver — o Don disse, olhando
CAPÍTULO 27 Maicon Prass Fernandes — Posso treinar tiro, Consigliere? Gostaria de acertar as mãos ou os pés desses idiotas, sou péssima de mira. — Maria Eduarda pediu educadamente, antes que eu falasse com o Don, lhe dei uma olhada e ele assentiu, então assenti pra ela, vendo o pavor no rosto daqueles dois que ainda seriam torturados se Maria não os matasse, mas virei as costas, enquanto terminavam de arrancar os olhos dele. — Precisamos falar com o senhor Kim. — aconselhei o Don. — Sim, como está de licença essa semana, eu resolvo... aliás, já fez o que eu pedi? Sua esposa parece bem melhor, posso acreditar que resolveu? — engoli seco. — Ela está machucada, dei um tempo para que se recupere, mas está tudo sobre controle, ainda tenho seis dias, fique tranquilo. — Eu sempre fico, confio em você. Pode levar sua esposa e fazer o que precisa fazer, eu vou até o Kim na Rússia com nossos homens. — Agende antes, marque uma conversa de paz, e exija uma explicação pra
CAPÍTULO 28 Maria Eduarda Duarte Estranhei o jeito dele, mas já era de se imaginar que só estava se aparecendo para o Don, e não adiantava reclamar de mim, porque bem sei que ele estava gostando, e me comportei no reduto. — MAICON! “Que droga! Gritar não resolve com esse homem, parece uma pedra de gelo.“ — Desisti. Conheci meu novo quarto e fiquei de boca aberta quando vi. Era como se ele tivesse comprado a loja que fomos e mandado decorar pra mim, havia de tudo. Por um momento voltei até a porta para ver se ele realmente não havia entrado, mas ele não estava ali. “É, realmente saiu.“ — Fui até a janela ao ouvir um ronco familiar e estranhei quando vi aquele Maserati cinza saindo como se de um lugar subterrâneo. “Não pode ser... Aquele carro realmente é dele?“ “O quanto você mudou em quatro anos, Maicon?“ — Fiquei me perguntando enquanto via que ele dirigia muito rápido, já do lado de fora da casa. — Senhora, você não gostou do quarto? Se achar e
CAPÍTULO 29 Maria Eduarda Duarte Assim que saiu, peguei aquela roupa e ataquei no chão. Não satisfeita, juntei novamente e ataquei de novo, só pra descontar a raiva, mas aí, Ivete entrou. — Senhora, o chefe pediu para eu trazer seu café. — a fuzilei. — Ué, não quer que eu faça o café? Esse homem é louco, Ivete! Primeiro disse que eu faria o café ontem, depois mudou de ideia, agora me exigiu que vestisse isso — apontei para o uniforme no chão — O que mais ele quer? Já que passou a tarefa do café pra você? — Senhora, acalme-se. Seu marido é o Consigliere, é ele quem dita as ordens. Com todo o respeito, muitas mulheres já tentaram se jogar nos braços dele, nenhuma conseguiu nem entrar nessa casa, então tenha um pouco de paciência, que ele se acalma com a senhora. — mostrei o dedo indicador negando, enquanto ela colocou a bandeja sobre a comoda. — Aquele homem não vai se acalmar nunca, Ivete. Ele quer se vingar de mim, tenho certeza, enquanto eu não me desculp
CAPÍTULO 30 Maria Eduarda Duarte — Sente-se pra não forçar a perna e comece a lustrar. Os seus braços estão bons, é só cuidar com a perna — cruzou os braços dele e manteve seu olhar em mim. — Você é doido, ou o quê? Meus braços continuam roxos, sabia? — respirei fundo, meio perdida e ele sorriu fazendo aquele deboche de costume — Mas eu limpo, não tem problema, combinei com você, não é? Você vai ver como faço aquilo que prometo, e não é o único a ser o todo-poderoso. Não deve ser difícil de resolver isso, afinal é apenas um retrovisor — me fuzilou com os olhos. — É... sabe quanto custa um retrovisor novo para esse carro? Aposto que não, então faça o favor de cumprir o que prometeu sem reclamar — puxou a cadeira, batendo forte na calçada ao me encarar. — Então, é só isso que quer? Tantas coisas e escolheu me vestir como palhaça e rir de mim ao apresentar o circo? — ele olhou na direção das árvores e vi seu sorriso debochado de novo. — Estou bem satisfeito de
CAPÍTULO 31 Maicon Prass Fernandes Se a minha intenção era punir, posso dizer com toda a certeza que falhou. Aquela peste ficou gostosa demais naquela roupa, vou precisar comprar mais alguns modelos, de preferência menor para que eu possa arrancá-los. Aquele modelo com saia, sua cintura aparente e semblante sedutor ao me encarar estavam me deixando louco, sem saber se continuava exigindo o meu retrovisor intacto, ou se pegava ela. Até que vi seu olhar fixo em mim e zombei, perguntando se costumava babar. — Eu nem estou olhando pra você, não é o único que está aqui. — Suas palavras me irritaram, também me deixaram em alerta, virei para trás imediatamente, procurando quem seria o maledetto que morreria, pois dei ordens para que ninguém ficasse aqui fora. A minha Colt já veio para minha mão — É brincadeira, não tem ninguém ali — ela tentou me enganar, provavelmente percebeu que alguém morreria, mas como não vi ninguém naquela direção, deixei passar. — Se olhar
CAPÍTULO 32 Maria Eduarda Duarte Que raiva desse homem, suas palavras sempre rudes, seu tom sempre grosseiro e autoritário e suas mãos sempre me apertando, nunca acariciando. — Você atirou em alguém e agora está excitado... — falei entre beijos, mas com o coração apertado, um incômodo esquisito, era como se eu não soubesse onde colocar as mãos. Seu toque nos meus braços era bom, mas me apertava e sua mudança repentina de humor estava me fazendo tentar fugir dali, embora eu tenha ficado com medo dele, ainda cedi, seu beijo é instigante, bom demais. — Já esqueci, agora quero você — falou como algo banal, pelo visto Maicon não se importava comigo, só queria sentir prazer e eu estava assustada. Ele voltou a me beijar, só que senti algo estranho, uma agonia maior, um aperto no coração, que não pude evitar, acabei falando, mesmo que isso destruísse a minha dignidade, porque eu preferia, a destruir a minha alma. — Maicon, para... eu estou com medo. Estou toda molhada, eu, eu — e
CAPÍTULO 33 Maria Eduarda Duarte Meu coração ainda batia depressa, mas agora eu já não sabia se era devido ao medo ou a emoção, tanto de ter chorado, quanto dele acreditar em mim. — Vamos tirar essa roupa molhada — ele disse com naturalidade quando me colocou no chão e ligou o chuveiro, apenas assenti. Maicon não é estilo delicado, ele não arrancou nada, mas também não fez cerimônia e foi logo jogando tudo no chão, me deixando de lingerie. Enquanto me olhava no espelho, as lágrimas começaram a escorregar pela minha face, e eu não consegui conter o choro. Era uma sensação estranha, mas, ao mesmo tempo, libertadora. A água quente do chuveiro caía sobre mim, misturando-se com as minhas lágrimas, e eu me senti vulnerável e exposta. Senti o toque gentil de Maicon na minha pele, ele estava me lavando e fiquei sem reação, parecia tão natural pra ele. Ele parecia saber que eu precisava de um abraço, segurou meu corpo cobrindo as minhas costas, me trazendo pra