CAPÍTULO 106 Maicon Prass Fernandes — Pra onde será que ela foi, Ivete? — me virei para a cozinheira que acabou voltando do meu lado pra casa. — Não sei dizer, senhor. Mas se fosse eu, não voltava tão cedo... — fechei a cara pra Ivete e não perguntei mais nada. Ao chegar em casa, fui logo ver o Colt, e sorri ao perceber que já estava praticamente curado, andando pelo jardim. Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e respirei fundo ao lembrar que seria mais algumas semanas de repouso, não tinha o que fazer. Ao olhar pela casa, percebi como ela faz falta... a minha italiana iria me deixar maluco se não ficasse comigo, mas então, lembrei de tudo o que ela passou nos últimos meses, e cheguei a conclusão de que ela estava certa, precisava de espaço, e eu dei. . Horas depois . Conversei com a Ivete, pedi pra ela preparar um jantar especial. Liguei para um dos meus homens e encomendei algumas coisas, eles correram improvisar. Não
CAPÍTULO 107 Maicon Prass Fernandes (1 mês e meio depois) Acordei de manhã com o sol entrando pelas frestas da cortina. Os primeiros segundos foram tranquilos, até que percebi algo estranho. Estiquei o braço na cama, e o lado dela estava vazio. Maria Eduarda não estava ali. Claro que o silêncio na casa era incomum. Olhei para o relógio. Era cedo, talvez cedo demais para que ela tivesse saído sem me avisar. Colt estava no quarto, o que já era por si só uma anomalia. Ele normalmente ficava na sala ou no jardim, mas ali estava ele, andando de um lado para o outro, todo agitado. Suas patas batiam no chão, o rabo balançava como se ele estivesse esperando alguma coisa. Ele nunca agia assim sem motivo. — Colt, o que foi? — murmurei, ainda sonolento. Ele me olhou com aqueles olhos atentos e soltou um pequeno latido, como se estivesse tentando me dizer algo. Levantei da cama sentindo meu corpo responder mais forte, faz três meses que fiz a cirurgia. Estava
CAPÍTULO 108 Maria Eduarda Duarte Quando a médica falou, senti como se o chão desaparecesse sob meus pés. Grávida... três meses. As palavras ecoavam na minha mente, e por um instante, tudo parou. Olhei para Maicon, que estava ali, confuso, tentando processar a mesma informação, certamente ficaria furioso. Eu tinha medo. Havia acabado de passar por uma cirurgia cardíaca, sua recuperação ainda era recente, e agora... um bebê que ele disse que não queria. Minha mente voltou para as últimas semanas. Maicon estava impaciente com o repouso, agoniado por não poder retomar sua rotina como antes, e eu me perguntava: ele queria isso? Será que ele estava preparado para ser pai agora? Naquela situação? Era algo que planejei antes de toda essa confusão, mas a vida havia dado uma reviravolta tão grande, ele foi claro quando disse que não. E se ele achasse que eu não tinha prestado atenção suficiente nos sinais? Que, de alguma forma, eu falhei por não ter percebido? Um nó se fo
CAPÍTULO 109 Maicon Prass Fernandes Ao sair do hospital, liguei para o Don: — Diga, Maicon... — Você soube que Francesco dirigia um Maserati como o meu, antes de viajar? — perguntei. — Sim, descobrimos essa semana, mas não quis te incomodar. Foi ele quem tentou matar o Ângelo, para que a culpa caísse sobre ti. Já castiguei aqueles que acreditaram e foram pra cima de você. Aqui todos já sabem que meu Consigliere não teve nada a ver com o atentado. — Eu imaginei quando soube que ele estava dirigindo um Maserati. O que aconteceu com Francesco? — Alex e Laura se divertiram com ele e o enviaram para fazer tratamentos no diavolo. Agora estamos com o chefe do conselho sob votação se é culpado ou não, mas não temos provas. — Jorge? Foi ele quem mentiu sobre Ângelo ser traidor, né? — Sim, mas é mais complicado. Jorge é membro antigo do conselho, não posso simplesmente enfiar uma faca na garganta dele e obrigá-lo a falar. Ainda teremos reuniões, isso é tudo uma merda
CAPÍTULO 110 Maicon Prass Fernandes Após o jantar, segui com Rebeca até o escritório. — Fico feliz que as coisas estão dando certo pra você, Maicon. A Duda é ótima, e aposto que terá uma menininha tão linda e arteira como ela, pra testar o coração diariamente. — Dei um leve empurrão no seu ombro. — Boba, não tenho pique para duas. — Já foi melhorzinho, hein Maicon? — O que quer, Rebeca? Você queria me dizer algo, é sobre o que? — cortei. — Bom, como já está ótimo, inclusive fazendo filho... quero que saiba que mandei aquelas duas para fazerem companhia ao diavolo... — Quem? — Rebeca sempre acelerada. — Minha antiga segurança, a Virgínia, e a prima Vanessa. — Ah... então descobriu algo sobre a sua segurança? Eu bem que desconfiei dela. — Olha, ficou uma lenga-lenga do caramba. A bruxa da Vanessa foi torturada, e não entregou a Virgínia. E Virgínia também se manteve firme, mas não batia, sabe? Virgínia não tinha nenhum arranhão, em vista do que teria que t
CAPÍTULO 111 Maria Eduarda Duarte Não é de hoje que me incomoda olhar para aquela porta dentro do nosso quarto, sem saber o que tem lá dentro. Agora o Maicon foi liberado pelo Don para o trabalho, a nossa vida vai voltar ao normal, então vamos voltar exatamente onde paramos, ele não pode me negar. Enquanto não consegui o que queria, não parei. Só que quando ele abriu aquele lugar e fechou a porta, fiquei um tanto perdida. Ao entrar, notei um ambiente intimidador, com luz suave e indireta, tons pretos e roxos criando um clima misterioso. Havia lâmpadas no chão ou tipo de lanternas baixas com filtros coloridos projetando um brilho de baixo para cima na cor roxa.As paredes eram acolchoadas ou revestidas em uns materiais estranhos que parecia um veludo... Era bonito, mas dava a impressão que servia como isolamento acústico. Havia alguns espelhos, estrategicamente posicionados para refletir em cada canto. As cortinas pareciam muito pesadas, bloqueando qualquer luz qu
CAPÍTULO 112 Maria Eduarda Duarte — Maria Eduarda, para de falar e me ouve, porra! Coloca na sua cabeça, que nenhuma mulher esteve aqui, que saco! — ele falou parecendo irritado, e eu já não sabia mais o que pensar. Veio me empurrando, me encostando na porta. — Então me diz, Maicon... por que você tem um quarto esquisito desses, escondido desse jeito, e porque a minha foto está ali, riscada na sua parede? — nossos olhares se encontraram. — Porque eu risquei, Maria Eduarda! — falou meio alto, esfregou os olhos, abaixou o tom — Vamos para o quarto, não quero conversar aqui. Você está nervosa, é melhor... — tentou me puxar novamente, não deixei. — Não enrola, quem está nervoso é você! Eu quero saber. Eu nem tenho aquela foto. Quando foi tirada? Você que tirou? — negou e cada vez eu entendia menos, então mesmo irritada, parei. Abaixei a cabeça, tentei ouvir, mas ele ergueu meu queixo, chegou bem perto. — Olha, eu vou explicar... depois que aconteceu tudo aquilo no rest
CAPÍTULO 113 Maria Eduarda Duarte — COMO ASSIM? INGRID? DO QUE ESTÁ FALANDO, PESTE? — Maicon deixou a jaula onde estava e veio até a mim. Comecei a bater nele, mas lembrei que não podia, então comecei a empurrar. — POR QUE AQUELA MULHER ESTÁ TE MANDANDO ISSO? QUE DROGA, VOCÊ NÃO DEIXOU AS COISAS BEM CLARAS? — ele se abaixou procurando a foto, e eu o empurrei novamente. — Eu deixei, sei lá o que está acontecendo! Quero ver o que é, onde está? — Está querendo ver? Que raiva de você, Maicon! — Não misture as coisas de novo — segurei nele e ele mim, as vozes alteradas, um clima tenso. Vi que a porta da jaula estava aberta e aproveitei a oportunidade, o empurrando, deixando parado na porta daquele treco. — É isso o que quer, Maria Eduarda? É isso? Ficou com raiva, quer me ver aqui dentro? — ele falava alto e olhava para dentro da jaula — Me diga! — o encarei enfurecida, até que não seria nada mal, com a raiva que eu estava, então dei de ombros. Maicon parecia irr