Dominada Pelo Cowboy - Livro 1 (Série Amores Ideais)
Dominada Pelo Cowboy - Livro 1 (Série Amores Ideais)
Por: Larissa Braz
Prólogo

Jaden

O sol nascia no horizonte atrás das rochas de Montana. Todos os dias, antes da lida, era ali que eu me encontrava; sentado sobre o cavalo, que pastava o capim úmido pelo orvalho. A cada segundo a mais de admiração, respirando ar puro, tinha mais certeza de que o campo era o meu lugar. Eternamente o meu lar, mesmo que, quando adolescente, eu esperasse fazer algo diferente na vida adulta.

As terras pertenciam à minha família há pouco mais de um século e, embora as coisas não estivessem ficando financeiramente mais fáceis com o passar dos anos, jamais permitiria perdermos o paraíso. Dedicava todo o tempo da minha vida em mantê-lo de pé para que os meus irmãos tenham para onde voltar e o meu pai tenha do que se orgulhar. Por isso, casar-me foi tirado dos meus planos. Não poderia perder mais do que algumas horas no ano me dedicando a alguém. O que tive com cada mulher que se deitou na minha cama sempre será o suficiente para mim, além de que o que fazemos não cabe amor. Não cabe paixão.

— Bom dia, senhor Bennett.

— Bom dia — respondi, observando os últimos segundos de um sol tímido que passaria o dia castigando os homens sobre os seus cavalos.

— A cerca no pasto oeste arrebentou. Tem búfalos por toda área.

Um rosnado de pura insatisfação escapou de mim.

— Malditos búfalos!

Toquei as esporas na barriga de Atlas e cavalguei rumo as cercas rompidas. Ao me aproximar, desci e caminhei até os arames soltos no chão. Apanhei um deles e observei sua ponta. Não estava apenas estourado. Os arames haviam sido cortados.

— Não foram os búfalos que fizeram isso, não desta vez. Os arames foram cortados. — Olhei para Tip, gerente da fazenda.

— O que o senhor quer que eu faça?

— Tire esses animais daqui, conserte a cerca e não traga o gado para cá. Os búfalos podem estar doentes e cheios de carrapato. Vou até a reserva.

— Não quer que eu vá com o senhor?

— Não!

Montei novamente no meu cavalo e passei pelo vão da cerca, cavalgando depressa rumo à reserva indígena. Não era tão longe, ficava a um quilômetro. A recepção, como de costume, não era a melhor. Sempre havia alguém apontando uma arma para mim.

— Não é bem-vindo aqui! — disse um jovem, levantando-se depressa da cadeira onde estava sentado sob o sol, apontando-me uma velha espingarda. Ele não deve ter mais do que dezoito anos.

— O seu búfalo também não é bem-vindo nas minhas terras. Onde está Harry?

— Ele não está aqui!

— Está tudo bem, Corry. Abaixe a arma.

— Bom dia, Harry — cumprimentei o velho que saia de um dos trailers.

— Muito cedo para estar aqui, Bennett. O que os meus búfalos fizeram dessa vez?

— Eles estão poluindo o meu pasto com doenças. — Desci do cavalo.

— Não estão doentes.

— Você não os vacina, então, eu discordo. Mas, desta vez, não foram eles que arrebentaram as cercas. Acho que temos um problema maior. Alguém as cortou. Talvez para que eles pudessem entrar. — Olhei para o moleque que ainda me encarava irritado.

— Sabe de alguma coisa, Corry? — Harry perguntou.

O garoto negou com a cabeça, sem desgrudar os olhos de mim.

— Tem certeza, Corry? — Estreitei o olhar para ele.

— Quer que eu te mostre a minha certeza? — Engatilhou a espingarda.

Uma risada debochada escapou da minha boca.

— Guarde isso, garoto. Ainda vai se machucar com ela ou ser ferido por causa dela. E Harry… — olhei para ele — esse é o meu último aviso. Mande o seu pessoal ficar longe das minhas terras e mantenha o seu animal no seu pasto. Da próxima, sacrifico cada um deles, eu mesmo. — Dei-os as costas, indo em direção ao Atlas.

— Não são suas terras! — disse Corry, ainda mais enraivecido.

— São, sim, Corry. São minhas há mais de um século. — Montei novamente. — Avise aos seus amigos que se os meus homens os pegarem arrebentando qualquer cerca, vão cavar a própria cova.

— Não precisamos disso, Jaden.

— Precisamos, sim, Harry. Controle o seu povo e eu controlo os meus! Já estamos nesse impasse há muito tempo, estou ficando cansado.

Sem dizer mais uma palavra nem ouvir nada deles, cavalguei de volta para casa. Os búfalos já estavam todos na estrada, e alguns dos meus peões começavam a arrumar a cerca. Logo, homens da reserva chegaram, conduzindo os animais de volta para o pasto deles, de onde não deveriam ter saído.

— Deram uma olhada nos búfalos? — perguntei aos peões.

— Sim, senhor. Parecem saudáveis — respondeu um deles.

— Vamos pular essa área na rotação do pasto. Não quero arriscar.

— Sim, senhor.

— Temos mais um problema, senhor Bennett — disse Tip.

Olhei-o por cima do ombro.

— Oito da manhã e eu já lidei com intrusos, prejuízo e um garoto suspeito na reserva. Qual é o problema agora?

— Vem ver.

Ele desceu do seu cavalo, e eu fiz o mesmo, seguindo-o. Caminhamos um pouco mais adiante, mantendo-nos ainda próximo da cerca.

— Não sei que diabos é isso. — Parou e encarou o chão.

Meus olhos desceram até o capim baixo conforme eu me aproximava.

— Um buraco? — perguntei um tanto confuso, franzindo o cenho.

Era um grande buraco de forma retangular. Parecia até que alguém já estava cavando a própria cova. Não era muito comprido, talvez tivesse um metro de profundidade, ou um pouco mais.

— A terra mexida continua úmida. Cavaram essa noite.

— Por quê? Qual a intenção?

— Não sei, senhor.

— Tem mais buracos?

Negou com a cabeça.

— Só esse — disse por fim.

— Quem torou a cerca deve ter feito isso. Só não entendo o motivo.

— Também estou confuso. Talvez alguém tenha enterrado algo aqui e veio pegar de volta.

— Não posso duvidar disso. Deixe um peão aqui essa noite. Vou para cidade, tenho que encontrar com o meu pai. Não me espere para tomar decisões e mantenha ordem entre esses homens. Volto no fim do dia.

— Mande um abraço ao governador por mim.

Dei-lhe um curto aceno de cabeça em concordância e retornei para casa, com Atlas. Ao chegar na sede, outros peões preparavam cavalos para venda na temporada de pecuária. Serão três meses intensos de muito trabalho e faturamento, assim eu espero. Entrei na caminhonete e dirigi por quarenta minutos até o centro de Helena.

Depois de uma longa reunião com o meu pai e um encontro irritante com a minha irmã no meio do caminho, segui aos afazeres. Loja de ferragens, banco, supermercado, veterinária… Ao riscar a última linha da lista, que já considerava interminável, olhei as horas e o relógio marcava seis da tarde. Estava cansado, mas não o bastante para ignorar o fato de estar estacionado diante do melhor bar entre os seis maiores da cidade.

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