OliviaNo dia seguinte, à noite, todos vieram me fazer companhia. Enquanto eu estava acamada, todos se espalhavam pelo quarto, enquanto comíamos chocolate e salgadinhos do frigobar. À meia noite, Clay estourou champagne. Eu não pude beber, mas brindei com suco de laranja.Lá fora, fogos explodiram no céu. Com ajuda de Merle, levantei-me e fui com eles para a varanda, assistir à queima de fogos que acontecia alguns metros dali, em frente à prefeitura.— Aí, pessoal... — disse Clay.Olhamos para ele, que estava sério e levemente pálido.— O que foi? — perguntou Merle.Clay olhou para mim.— Você está por toda parte. Alguém postou um vídeo seu na internet, e várias páginas musicais estão repostando no Instagram.— O quê? — perguntei com espanto.Ele entregou-me o seu celular, e eu pude ver. O vídeo em questão era da noite no bar em que conheci Hugo. A música, é claro, é aquela que escrevi expressando a minha dor de ter que partir após ser rejeitada.O vídeo ter viralizado é algo incrível
OliviaDepois da meia noite, todos foram embora, incluindo Tate. Eu o assegurei de que ficaria bem sozinha, precisava desse tempo. Deitada, na companhia de Norman, que dormia aos pés da cama, lia aos comentários do vídeo que vários perfis compartilharam. Era gratificante receber tantos elogios, mas, é claro, sempre tinha aquelas pessoas para dizer algo desagradável. Porém, não me importei com elas. Estava feliz, ponto.Aos poucos, estava me conformando que Jaden logo veria isso. E estava tudo bem, no fim. Não havia nada ali que ele não soubesse. Mas, ainda assim, era um pouco vergonhoso que me vesse tão exposta ou vulnerável ao que acontecia ao nosso respeito.Com o telefone na mão, adormeci, e acordei com ele tocando sobre a minha barriga. Vagarosamente, sentei-me, colocando os pés no chão, tentando deixar a coluna mais reta possível. Cocei os olhos e passei as mãos pelo rosto, apanhando o celular em seguida.— Alô — disse ao atender, sem nem mesmo ver quem ligava.— Bom dia, Olivia.
Foi inevitável não sorrir com isso. Era engraçado que um homem cheio de dominância e orgulho estivesse tão nervoso daquele jeito com uma ação tão simples como bater em uma porta.Dei um passo para o corredor ao mesmo tempo que ele abaixou a sua mão, virando-se para ir embora. Quando seus olhos me viram, arregalaram-se um pouco, mas ele logo tentou disfarçar a surpresa em me ver. A passos lentos, aproximei-me dele, que permaneceu estático. Parei à sua frente, deixando míseros trinta centímetros de distância entre nossos corpos. Nós nos encaramos, em silêncio. Esperei que ele dissesse algo, mas nada disse, talvez estivesse nervoso demais para isso. Então, quebrei o gelo que se construía ao nosso redor. — O que veio fazer aqui? — perguntei, encarando-o olho no olho.Ele desviou o olhar, e um pequeno sorriso triste surgiu em seus lábios.— Apenas saber como está.Foi a minha vez de sorrir.— Se é apenas isso poderia ter ligado.Vi seus ombros murcharem, lentamente.— Tem razão. Mas eu
OliviaDo outro lado, um Bennett, mas não quem eu desejava que fosse. Senti um leve desapontamento, mas tentei ao máximo disfarçar isso, sorrindo para Jason.— Imagino que ainda não tomou café da manhã. Eu trouxe cappuccino e croissant.— Entre. — Dei-o passagem, fechando a porta após a sua entrada.Jason colocou o saco de papel e os copos com as bebidas quentes sobre e mesinha redonda ao canto do quarto. Ele ajudou a me sentar e depois pegou um copo entregando-o para mim. Rasgou o saco ao meio, que continha dos pãezinhos franceses recheados de queijo. Eu peguei um e ele, o outro. Comecei a comer, enquanto Jason se desculpava pelas poucas visitas feitas após o coma.— Eu queria ter vindo aqui antes, eu sinto muito mesmo, mas estou trabalhando em dobro desde que Jaden foi embora.Parei de mastigar e olhei para ele. Engoli o pedaço de croissant que tinha na boca, sentindo-o descer arranhando a garganta.— Foi embora de onde?— Do rancho — falou como se me dissesse o obvio.Fiquei de que
OliviaEle engoliu em seco e tentou disfarçar as lágrimas que estavam prestes a cair. Seu corpo ficou ainda mais tenso e a respiração, mais forte.— Mesmo suspeitando que me ame, se você me disser não, vou embora e nunca mais me verá no seu caminho. Não vou mais insistir. Vou entender que acabamos, que essa é a sua decisão final, mesmo achando ela burra.Jaden parecia ter engolido a própria língua, ou apenas estava emotivo demais para conseguir falar naquele minuto. Toquei o seu rosto com a duas mãos, e seus olhos se fecharam.— Por favor... responda — pedi, baixinho. — Você me ama?— Mais do que tudo nessa vida.Soltei com imenso alívio o ar preso nos meus pulmões pela enorme tensão que sentia. Lágrimas desceram abundantemente pela minha face, e sorri, feliz em finalmente ouvir isso. Jaden abriu os olhos e colocou as suas mãos sobre as minhas.— Eu escolhi você, Olivia. E escolheria outras mil vezes. Me desculpe por ter demorado tanto para tomar a decisão certa.— Isso não importa ma
JadenO verde dos seus olhos estava um pouco mais escuro. Olivia tentava conter a sua ansiedade enquanto tremia de tesão. Chegando nossos corpos mais próximos, eu vagarosamente a beijei um pouco mais. Os dedos se apertaram em mim e um gemido manhoso ecoou dela, soando como uma súplica para ser fodida.Preparei-me para penetrá-la, e ela logo soltou-me erguendo os braços para cima e segurando à beirada do colchão.— Não, hoje não. — Puxei uma das suas mãos de volta para mim.Ela olhou-me um pouco confusa, mas desceu seu outro braço, tocando-me novamente com as duas palmas.— Quero te sentir por inteira.As mãos deslizaram-se em mim com carícias leves, sem pressa.E, lentamente, penetrei-a.Seus olhos se fecharam e ela suspirou com alívio. Quando tornou a me olhar, comecei a me mexer com cuidado. Olivia estava recuperada, mas ainda assim tinha medo de lhe causar dor.Eu nunca havia feito sexo lento ou com tanto contato físico. Parecia que nossos corpos estavam se fundindo. Olivia me agar
JadenNunca pensei que teríamos essa conversa, não estava pronto. No entanto, engolindo em seco, preparei-me para falar.— Eu tinha uma amiga com quem experimentava coisas sexuais. Ela tinha problemas mentais que eu desconhecia. Uma noite, ela me procurou para dizer que estava apaixonada e que achava que devíamos ficar juntos para valer. Eu não queria isso. Nós brigamos feio, ela me atacou e foi embora após dizer que iria se matar. — Suspirei fundo e calmante. — Eu achei que ela só estava falando bobagem, fazendo chantagem emocional, mesmo Lloyd me alertando e dizendo para ir atrás dela. Quando enfim eu fiz isso, era tarde. Ela teve um surto e tirou a própria vida. A família dela queria ver o meu sangue. Tentaram me culpar de todas as formas e, por pouco, não fui condenado por omissão de socorro. O resto, acho que você imagina como foi.— Jack não merece os filhos que tem — disse com indignação.— Definitivamente, não.— Eu sinto muito. Ambos de nós não tivemos um bom pai e passamos p
JadenO resto do caminho foi feito em paz. Olivia cantou e depois contou algumas histórias estranhas e engraçadas que já haviam acontecido em alguns dos seus shows pelas estradas.Quando chegamos à Vegas, senti um enorme frio na barriga. Depois de tantos dias juntos, quase inseparáveis, seria difícil dizer tchau e voltar sozinho para casa.— Me sinto um pouco nervosa. E com medo, eu acho — disse ela, no quarto do hotel.— Vai dar tudo certo. — Tentei lhe passar toda a minha confiança.Segurando-a pela cintura, puxei-a para mim.— Você é puro talento, Olivia. Não precisa ter medo. Em breve, verei esse seu rostinho perfeito por todas as partes. Sempre que eu ligar a TV, alguém estará falando de você.Ela sorriu.— Eu vou sentir tanto a sua falta.— Também vou sentir a sua.— E se daqui a uma semana eu não puder ir a Montana? — Perdeu o sorriso.— Não tem problema. — Acariciei o seu rosto. — Eu irei até você, onde estiver. — Selei os seus lábios.— Cuide bem do Norman, por favor.— Cuida