Capítulo 04

Jaden

Os dois dançaram juntos. Riram juntos. Jason brincou de tiro ao alvo só para pegar para ela um bendito coala de pelúcia, e Olivia sorriu satisfeita com aquela coisa feia. Ao longe, os acompanhei por toda a feira. Ela é bonita, dos pés à cabeça. Tem grossas panturrilhas que preenchem bem o cano da sua bota cromada.

Os dois se divertiram por três longas horas. Ele notou que eu os acompanhava e encarou-me feio por duas vezes. Talvez, se tivesse coragem, depois viesse tirar satisfação, querer saber o que eu estava fazendo e o porquê disso. Diria a ele qualquer coisa, menos que estava muito interessado em trepar usando de muita força com aquela garota, que ele nem sequer teve coragem de tocar na cintura.

Não sei bem o que Olivia tem ou o que despertou em mim naquela noite no bar. Só sei que desde então me pego pensando em como seria espalmar a sua bunda a cada olhar rude e resposta maldada. Ela havia atiçado o bicho dentro de mim. Aquele que faz uso da força e do laço para chegar ao ápice do prazer.

Eles se despediram, trocaram números de telefone e se abraçaram brevemente. Eu sorri e balancei a cabeça em negação. É ridículo como o meu irmão é fraco, um grande homem mole. Mas, no fundo, talvez eu tenha gostado disso. Olivia seguiu seu caminho para fora da feira, em direção ao estacionamento de trailers. Jason não veio ao meu encontro como eu esperava. Ao longe, nos encaramos e, então, ele se foi. Caminhei até a tenda de alcoólicos e pedi uma cerveja duplo malte. Vagarosamente, degustei-a ali mesmo, enquanto conversava com alguns conhecidos que passaram por mim.

— Oi, Jaden. Você viu o Jason? — perguntou uma garota.

— Não. Algum problema?

— A amiga dele esqueceu isso na barraca do tiro ao alvo. — Estendeu-me uma jaqueta de couro vermelha.

— Posso devolver. — Sorri educadamente, apanhando-a da sua mão.

— Está bem. Até mais.

Ela se foi, e fiquei segurando o couro vermelho, pensando bem no que fazer com aquilo. Poderia procurar a sua dona para devolvê-la. Ou poderia entregá-la ao meu irmão. Sem dúvida alguma, logo eles se veriam novamente. No entanto, a segunda alternativa pareceu inviável para mim naquele momento. Ou, para o bicho ansioso dentro de mim.

Engoli em um grande gole o restante da cerveja, joguei o copo no lixo ao lado e segui para o estacionamento de trailers. Caminhei entre os inúmeros veículos parados, até que avistei um enorme ônibus estacionado ao final. Tinha um gigantesco adesivo na lateral com a imagem da Olivia e a da sua banda logo atrás dela, acompanhado pelo seu nome.

Cheguei mais perto e ao lado tinha um trailer antigo, branco com detalhes em dourado. Poderia ser o dela. Geralmente, a banda mora no ônibus e cantor em um trailer para ter mais privacidade, ainda mais sendo mulher. Caminhei até a porta e dei duas batidas.

— Já estou indo! — gritou ela lá dentro.

Afastei-me um pouco, e a porta foi aberta. Ela já não vestia mais o vestido brilhante e as chamativas botas. Agora, estava descalça e usava apenas um microshort jeans e regata branca de tecido fino. Os meus olhos se prenderam instantaneamente na sombra dos seus seios. A maneira como os seus bicos durinhos empinava o pano quase translucido era indecente e me tirou um pouco do eixo, fazendo-me desejar atacá-los ferozmente com a boca.

— O que faz aqui? — perguntou ela.

A sua voz trouxe-me de volta à realidade, ajudando a controlar a minha mente pervertida. Encarei-a e ergui a mão com a jaqueta.

— Você esqueceu isso na feira.

Ela olhou para a peça de roupa e desceu um degrau, passando pela porta. Estendeu a mão para apanhá-la, mas eu a afaste dela. Olivia me olhou com cenho franzido.

— Obrigada. Já pode me entregar e ir — disse um tanto ríspida.

Um sorriso ameno marcou os meus lábios. Dei dois passos para perto e entreguei a jaqueta na sua mão. Ela a segurou rente ao peito e me encarou nos olhos, com a boca entreaberta e a respiração levemente acelerada. Sem perceber, empinou os seios. Às vezes, uma reação involuntária do corpo fala mais do que a própria boca. As mãos apertaram o couro, demonstrando um pouco de ansiedade. Olivia engoliu em seco a pequena tensão que a aproximação causou a ela.

— Poderia me convidar para entrar.

— Não! — falou firmemente, entrando no trailer. — Com licença. — Tentou puxar a porta que se abria para fora, mas meu corpo a impediu que fechasse.

— Boa noite, Olivia. — Dei um passo para o lado.

Ela fechou a porta batendo-a com força. Poderia ter me negado hoje, mas da próxima eu nem sequer precisaria pedir para entrar. Foram poucos os gestos e mínimo o tempo, mas pude perceber que a afetava de alguma forma. E isso era extremamente interessante para mim. Foi como avaliar uma presa.

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