Ethan,
Depois que eu terminei os estudos, fui obrigado pelo meu pai a fazer faculdade de administração, pois ele sempre me disse que eu ocuparia o seu lugar na empresa aqui na Califórnia. Mas a verdade é que eu não gosto muito dessas coisas de obrigação. Gosto mesmo é de curtir a minha vida, mas ele sempre tenta me segurar para não passar dos limites. Muitas vezes eu fugia de casa só para ir para as baladas, e como dinheiro compra tudo, conseguia entrar em qualquer uma. Mas, meu pai parecia ter colocado um rastreador em mim, e sempre me buscava e me levava para casa. Não gosto desse controle que ele está querendo ter sobre mim. A vida é minha, e eu devo fazer as minhas escolhas. Mas, percebi que eu só ia ter a minha liberdade mesmo, quando eu terminasse a faculdade que ele tanto queria. Pensei que, depois de formado, e trabalhando na empresa, ele me deixaria em paz, e eu poderia conciliar trabalho com diversão. Tentaram até trazer algumas mulheres aqui, para fazer um casamento, mas nenhuma tocou o meu coração. Não quero casar só por casar, quero casar com a mulher da minha vida. Eu sei que ela existe, só não sei ainda onde ela está. Mas mesmo eu fazendo de tudo, ele continuava tentando me controlar, e isso só aumentava o meu prazer de querer fazer o que eu não podia. Quando tinha alguma viagem de negócios para fora do país, ele ia, só para me manter preso em sua bolha. Cansado de toda essa situação, aos 26 anos, chamei minha mãe e o meu pai para conversarmos, para dar um fim nisso tudo, porque eu já estou me sentindo sufocado. Cheguei no meu limite. — Não quero mais cuidar da empresa. — Digo já entrando no escritório da casa dele, onde estão os dois. — Estou me sentindo uma criança ainda, onde o senhor controla tudo, pai. — Encontrei um maço de cigarro no seu bolso. Está fumando, Ethan? — Minha mãe pergunta, cruzando os braços. — Sim, estou. Não sou mais um adolescente para vocês me controlarem. Tenho 26 anos, e posso fumar, beber, e fazer o que eu quiser. — Os dois se olham como se eu tivesse comentado o maior crime do mundo. — Ethan, isso não é vida. Você vai entrar nesse caminho e não tem volta. Sai disso antes que seja tarde demais, meu filho. — Meu pai fala, se levantando e vindo até mim. — Posso continuar cuidando de uma das suas filiais, mas não será aqui. Quero ir para outro país, quero morar só e dar início à minha vida. — Não faça isso, Ethan... — Minha mãe insiste, mas eu a interrompo. — Ou é isso, ou eu sumo no mundo e vocês nunca mais saberão de mim. Tenho 26 anos, e posso fazer isso. — Certo. — Meu pai volta para sua cadeira e pega o celular. — Vou te mandar para Nova York... — Não, não quero ficar nos Estados Unidos. Ficará muito perto. Quero ir para... pra... Para a Austrália. — Tão longe, filho? — Sinto pena da minha mãe. Ela sempre foi maravilhosa, ela sabia das minhas fugas para me divertir, às vezes até me ajudava. Mas o meu pai é um pé no saco. — Ok, pode fazer suas malas. Tem uma casa lá te esperando. Segunda você começa a trabalhar como o CEO da empresa em Sydney. Quero um relatório vindo de você toda sexta-feira. O dia que você não me mandar, eu tiro você da empresa, e tiro todo o dinheiro que você tem em conta. Vai ter que se divertir sem minha ajuda financeira. Já fui como você, já fiz tudo isso que você está fazendo, e se eu te barro em algumas coisas, é porque eu sei onde isso pode levar. Mas, já que quer ser livre, pode ir. Que Deus te acompanhe. Ele se levanta com o celular na mão e sai da sala. Minha mãe me abraça forte, e eu aperto ela em meus braços. — Estava arrumando outra mulher para você, para ver se aquietava. Um casamento pode te mudar... — Só vou me casar quando a mulher ganhar o meu coração. Não vou me casar só para dizer que sou casado. A mulher tem que ser especial, e meu coração que tem que escolher, não a senhora ou o meu pai. Vou ficar bem, mãe. Prometo te ligar sempre. (...) Estou dentro do avião, a caminho da minha liberdade. Até o ar parece diferente agora, pois sei que se eu olhar para trás, meu pai não vai aparecer para me buscar. Minha mãe me trouxe até o aeroporto, mas assim que passei pelas portas do embarque, ela foi embora. A melhor sensação é quando o avião decola. Agora tenho certeza absoluta que minha vida vai começar, e vai ser do jeito que eu quero. Como não posso fumar dentro do avião, fecho os meus olhos e tento dormir um pouco. (...) Acordo com a aeromoça me chamando, pois já vamos pousar. Olho para fora e nem acredito que saí dos Estados Unidos. Que incrível é a cidade de Sydney! Cheguei na madrugada, então as luzes deixam a cidade parecendo um paraíso. Assim que eu saio do aeroporto, um homem com uma placa na mão me chama. É o motorista do meu pai, que vai me levar para a nova casa. Mas acho melhor ter um pouco de diversão primeiro, só para comemorar a minha liberdade. — Quero ir a uma casa noturna antes de ir para casa. — Sim senhor, posso te levar em uma bem legal. — Achei que ele ia vir com sermão, mas não, ele me apoiou. Concordo com ele e seguimos para a tal casa noturna. A fachada é lilás, mas as letras são coloridas em neon, bem chamativa. Ele diz que vai me esperar no carro, no estacionamento, então pago a minha entrada e sigo direto para o bar. Pego uma dose de vodka com energético. Pago, pego o meu copo, e me sento em uma mesa, onde dá para ver perfeitamente as dançarinas no palco. Uma delas me chama atenção, e eu não consigo tirar os olhos dela. Tão linda, tem um rostinho meigo, parecendo uma menina, mas com corpo de mulher. Sua cintura é fina. Tenho certeza que consigo abraçar ela com as minhas duas mãos. Me levanto e vou até ela. Ela olha para mim, e que olhar! Parece até que o mundo todo parou. Vou levar essa dançarina para minha cama hoje, ou não me chamo Ethan Forth.Ethan,Ela vem ao meu chamado, e se abaixa para me ouvir.— Dança para mim, em particular?— Aí sai mais caro, chefe.— Eu pago! Pago o preço que você pedir. — Ela sorrir e aponta para o lado. Vou até lá e falo com a gerência. Pago 100 dólares para ela dançar para mim por 10 minutos. Ela desde do palco e eu vou atrás dela. Coloco a mão na frente, como se estiver pegando na cintura dela, medindo para ver se meus pensamentos realmente estava certos. Ela abre a porta e manda eu entrar e me sentar na cadeira. Ela vai até o aparelho eletrônico, coloca uma música e começa a dançar no pole dance.As luzes começam a piscar num tom avermelhado, mas eu fico focado nela, pois é tudo que me interessa. Levo o copo da bebida até a minha boca, dou um gole para molhar a minha garganta, que começa a secar com tanto desejo que estou por ela. A dançarina parece desafiar a gravidade quando sobe no poste e dança lá em cima.Ela roda e vai descendo, e, ao pisar no chão, começa a fazer movimentos sensuais.
Marina,Fui abandonada ainda criança em um orfanato. Não me lembro muito, tinha apenas cinco anos de idade. Tudo que eu sei foi o que as freiras me contaram. Mas o bom é que dentro desse orfanato, conheci uma pessoa muito especial. Não sabia que nossa amizade seria tão intensa, mas foi e é até hoje.Crescemos juntas como duas irmãs inseparáveis. Ninguém queria nos adotar, já que éramos grandes, mas não sentíamos falta de ter pais, pois uma supria a necessidade da outra. Até mesmo quando as freiras brigavam com a gente, estávamos unidas.Luma é mais velha que eu por dois meses, então ela completou 18 anos primeiro e saiu do orfanato. Sempre vinha me visitar. Disse que encontrou um emprego, e já tinha casa para nós duas morarmos. E assim que completei os meus 18 anos, ela veio me buscar e fomos morar juntas, pois não tinha nada que faria a gente se separar.— Má, só não se assuste, pois sem faculdade, não consegui um trabalho em nenhuma empresa. Menti para as freiras, para não brigarem
Marina,Corro até ela e a chamo. Ela olha para trás. Vejo o quanto preocupada ela está.— O que está acontecendo?— Aquele cara lá... Má, estourou a camisinha.— Mas você não toma o remédio?— E se não funcionar? Imagina eu, sendo mãe? Mãe prostituta? Que futuro essa criança vai ter? — Ela passa a mão nos cabelos, e fica pensativa. — Apesar que é meu sonho ser mãe. Aliás, de todas as mulheres, né?— Nem de todas. Se fosse, nós duas não teríamos sido largadas em um orfanato. — Abaixo a minha cabeça, e ela se aproxima de mim e me abraça forte. Ela nunca falou dos pais dela. Não sei se é porque ela é forte e eles realmente não fazem falta na vida dela, ou ela não fala para não me deixar mais deprimida.— Vamos fazer assim. Vou confiar no remédio. Se tiver que acontecer, vai, e nós duas seremos as melhores mães do mundo. Tudo bem? Só que vamos trabalhar bastante, para que eu não tenha que vir grávida e nem pese nas nossas contas.Concordo com ela, e ela parece aliviada. Voltamos à rotina
Marina,Todos os meses venho até o túmulo da Luma visitá-la. Mesmo depois desse tempo todo, minha ficha ainda não caiu. Sempre fomos nós duas em tudo. Agora me sinto tão sozinha. Mesmo com o Dante, não tenho ninguém para conversar, para desabafar, para contar os meus segredos.Luma teve uma tromboembolismo pulmonar, um pequeno coágulo no começo, que foi aumentando depois. Processei o hospital, mas ainda está em andamento o processo. Ganhei a primeira instância, mas eles recorreram e estou esperando.A Karen, a esposa do vizinho que nos ajudou a levar a Luma para o hospital, fica com o Dante para que eu possa trabalhar na boate. Ainda sou apenas dançarina, o que está sendo um pouco apertado para mim, já que não ganho muito. Coloco a rosa sobre o túmulo dela, com lágrimas, me despeço da minha amiga.— Depois eu volto com mais fofoca... — Paro de falar para chorar. — Eu sinto tanto a sua falta, preciso muito de você. Não está sendo fácil, amiga, e se não fosse pelo Dante, eu me juntava a
Ethan,Saio da boate e vou direto para minha casa. Não estou satisfeito, pois eu queria a dançarina, e não a amiga dela. Pensei que ela sentiria até ciúmes, mas não, ela nem ligou por eu levar outra para o quarto. O pior de tudo foi a camisinha ter estourado, mas, como ela disse que toma remédio, eu não preciso me preocupar.Pela manhã, faço a minha higiene matinal e vou direto para a empresa. Preciso valer a minha estadia aqui, para não ter que voltar para a Califórnia. Mas, acho que alguns aqui nem sabiam da minha chegada, já que estão me olhando espantados. Entro na minha sala, e tem um homem sentado nela. Ergo uma sobrancelha, e cruzo os braços.— Em que posso ajudar? — Ele me pergunta, como se não soubesse quem sou eu. Seu olhar me deixa irritado, pois parece até que eu não sou ninguém.— Pode, pode me ajudar se retirando da minha cadeira. Sou Ethan Forth, e sou o CEO da empresa. — Ele arregala os olhos e se levanta. Passo por ele, bato a mão na cadeira e me sento.— Eu não sabia
Ethan,Olho para os seus lábios, que me dá uma vontade enorme de beijar. Mas, quando eu me aproximo, ela vira o rosto e se solta da minha mão.— Desculpa, eu tenho que ir. Ainda tenho muito chão para limpar.— Espera. — Fico na frente da porta para ela não passar. — Te procurei em todas as boates. Onde você estava?— Aquela boate fechou. Tive que ir para outra. Estou agora na Southern Lights Club.— Trabalha lá e aqui? — Ela nega com a cabeça. — Não entendi. Então, porque está aqui na minha empresa?— Sou de uma agência. Eles me mandaram para cá. Bom, senhor, me deixe passar. Como eu disse, ainda tenho muito chão para limpar, e à noite ainda tenho que ir para a boate.— Quanto você ganha lá por dia?— Depende dos clientes.— Te pago 500 dólares para dançar para mim essa noite.— Passa lá na boate à noite, aí eu danço. Porém, como eu disse da primeira vez, eu não faço programa, só danço.— Se eu der mil dólares, você dança na minha casa? — Ela nega com a cabeça. Bufo e reviro os olhos,
Marina,— O senhor é muito atirado, e é o tipo de homem que eu devo correr. — Ele fica sem entender, e para me olhando com uma expressão de desentendido. — Sei que deve falar isso para todas as mulheres. Então, peço que volte a se sentar na cadeira para que eu possa trabalhar.— Eu não preciso dizer isso a mulher nenhuma, já que todas se jogam em cima de mim. Porque você é diferente?— Eu sei que o trabalho aqui não é digno, mas não quero me sujar mais do que isso. Você pode ficar pelado, pode bater punheta ou fazer o que quiser, desde que fique em seu lugar. Não sou garota de programa, mesmo trabalhando aqui. Sou uma dançarina de pole dance, e isso é tudo.Ele levanta as mãos em forma de rendição, e volta a se sentar na cadeira. Fecha a calça e coloca uma perna em cima da outra. Seguro na barra de ferro, e volto a dançar.Algumas horas depois, minhas pernas começam a doer, mas vai valer a pena o dinheiro que vou ganhar dele. Vou poder pagar o meu aluguel, pagar a Karen e comprar algu
Marina,Olho para a mão dele que está estendida, esperando para que eu toque. Penso, penso, até que resolvo aceitar. Levanto a minha mão e toco na dele.— Eu vou te respeitar, você vai decidir as regras, pode deixar.— Assim eu espero. — Ele se levanta e pega na minha mão, fazendo eu me levantar também. Segura em minha cintura, e me dá um beijo no rosto.— Vamos embora, não precisa ficar mais aqui presa.— Tem certeza? Você pagou...— Eu sei, mas você se machucou, vamos embora. Espera, me dá seu número de celular primeiro. — Ele me dá o celular dele, e eu anoto o meu número e entrego para ele. Ele segura na minha mão, e vai me levando devagar até a saída da sala. Beija a minha mão, e vai embora. Fico sem entender muito bem tudo que aconteceu aqui dentro.Fui apenas para dançar para ele a noite toda, e saí com uma proposta de ser sua namorada de mentirinha. Já ouvi falar que todo rico é doido, mas esse, passou dos limites. Subo no palco, e continuo o meu trabalho, afinal, não posso ir