Doce Provocação
Doce Provocação
Por: Dayane Castro
O encontro

Ethan,

Depois que eu terminei os estudos, fui obrigado pelo meu pai a fazer faculdade de administração, pois ele sempre me disse que eu ocuparia o seu lugar na empresa aqui na Califórnia. Mas a verdade é que eu não gosto muito dessas coisas de obrigação.

Gosto mesmo é de curtir a minha vida, mas ele sempre tenta me segurar para não passar dos limites. Muitas vezes eu fugia de casa só para ir para as baladas, e como dinheiro compra tudo, conseguia entrar em qualquer uma. Mas, meu pai parecia ter colocado um rastreador em mim, e sempre me buscava e me levava para casa.

Não gosto desse controle que ele está querendo ter sobre mim. A vida é minha, e eu devo fazer as minhas escolhas. Mas, percebi que eu só ia ter a minha liberdade mesmo, quando eu terminasse a faculdade que ele tanto queria. Pensei que, depois de formado, e trabalhando na empresa, ele me deixaria em paz, e eu poderia conciliar trabalho com diversão.

Tentaram até trazer algumas mulheres aqui, para fazer um casamento, mas nenhuma tocou o meu coração. Não quero casar só por casar, quero casar com a mulher da minha vida. Eu sei que ela existe, só não sei ainda onde ela está.

Mas mesmo eu fazendo de tudo, ele continuava tentando me controlar, e isso só aumentava o meu prazer de querer fazer o que eu não podia. Quando tinha alguma viagem de negócios para fora do país, ele ia, só para me manter preso em sua bolha. Cansado de toda essa situação, aos 26 anos, chamei minha mãe e o meu pai para conversarmos, para dar um fim nisso tudo, porque eu já estou me sentindo sufocado. Cheguei no meu limite.

— Não quero mais cuidar da empresa. — Digo já entrando no escritório da casa dele, onde estão os dois. — Estou me sentindo uma criança ainda, onde o senhor controla tudo, pai.

— Encontrei um maço de cigarro no seu bolso. Está fumando, Ethan? — Minha mãe pergunta, cruzando os braços.

— Sim, estou. Não sou mais um adolescente para vocês me controlarem. Tenho 26 anos, e posso fumar, beber, e fazer o que eu quiser. — Os dois se olham como se eu tivesse comentado o maior crime do mundo.

— Ethan, isso não é vida. Você vai entrar nesse caminho e não tem volta. Sai disso antes que seja tarde demais, meu filho. — Meu pai fala, se levantando e vindo até mim.

— Posso continuar cuidando de uma das suas filiais, mas não será aqui. Quero ir para outro país, quero morar só e dar início à minha vida.

— Não faça isso, Ethan... — Minha mãe insiste, mas eu a interrompo.

— Ou é isso, ou eu sumo no mundo e vocês nunca mais saberão de mim. Tenho 26 anos, e posso fazer isso.

— Certo. — Meu pai volta para sua cadeira e pega o celular. — Vou te mandar para Nova York...

— Não, não quero ficar nos Estados Unidos. Ficará muito perto. Quero ir para... pra... Para a Austrália.

— Tão longe, filho? — Sinto pena da minha mãe. Ela sempre foi maravilhosa, ela sabia das minhas fugas para me divertir, às vezes até me ajudava. Mas o meu pai é um pé no saco.

— Ok, pode fazer suas malas. Tem uma casa lá te esperando. Segunda você começa a trabalhar como o CEO da empresa em Sydney. Quero um relatório vindo de você toda sexta-feira. O dia que você não me mandar, eu tiro você da empresa, e tiro todo o dinheiro que você tem em conta. Vai ter que se divertir sem minha ajuda financeira. Já fui como você, já fiz tudo isso que você está fazendo, e se eu te barro em algumas coisas, é porque eu sei onde isso pode levar. Mas, já que quer ser livre, pode ir. Que Deus te acompanhe.

Ele se levanta com o celular na mão e sai da sala. Minha mãe me abraça forte, e eu aperto ela em meus braços.

— Estava arrumando outra mulher para você, para ver se aquietava. Um casamento pode te mudar...

— Só vou me casar quando a mulher ganhar o meu coração. Não vou me casar só para dizer que sou casado. A mulher tem que ser especial, e meu coração que tem que escolher, não a senhora ou o meu pai. Vou ficar bem, mãe. Prometo te ligar sempre.

(...)

Estou dentro do avião, a caminho da minha liberdade. Até o ar parece diferente agora, pois sei que se eu olhar para trás, meu pai não vai aparecer para me buscar. Minha mãe me trouxe até o aeroporto, mas assim que passei pelas portas do embarque, ela foi embora.

A melhor sensação é quando o avião decola. Agora tenho certeza absoluta que minha vida vai começar, e vai ser do jeito que eu quero. Como não posso fumar dentro do avião, fecho os meus olhos e tento dormir um pouco.

(...)

Acordo com a aeromoça me chamando, pois já vamos pousar. Olho para fora e nem acredito que saí dos Estados Unidos. Que incrível é a cidade de Sydney! Cheguei na madrugada, então as luzes deixam a cidade parecendo um paraíso. Assim que eu saio do aeroporto, um homem com uma placa na mão me chama. É o motorista do meu pai, que vai me levar para a nova casa. Mas acho melhor ter um pouco de diversão primeiro, só para comemorar a minha liberdade.

— Quero ir a uma casa noturna antes de ir para casa.

— Sim senhor, posso te levar em uma bem legal. — Achei que ele ia vir com sermão, mas não, ele me apoiou. Concordo com ele e seguimos para a tal casa noturna.

A fachada é lilás, mas as letras são coloridas em neon, bem chamativa. Ele diz que vai me esperar no carro, no estacionamento, então pago a minha entrada e sigo direto para o bar. Pego uma dose de vodka com energético. Pago, pego o meu copo, e me sento em uma mesa, onde dá para ver perfeitamente as dançarinas no palco.

Uma delas me chama atenção, e eu não consigo tirar os olhos dela. Tão linda, tem um rostinho meigo, parecendo uma menina, mas com corpo de mulher. Sua cintura é fina. Tenho certeza que consigo abraçar ela com as minhas duas mãos.

Me levanto e vou até ela. Ela olha para mim, e que olhar! Parece até que o mundo todo parou. Vou levar essa dançarina para minha cama hoje, ou não me chamo Ethan Forth.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App