Ethan,
Saio da boate e vou direto para minha casa. Não estou satisfeito, pois eu queria a dançarina, e não a amiga dela. Pensei que ela sentiria até ciúmes, mas não, ela nem ligou por eu levar outra para o quarto. O pior de tudo foi a camisinha ter estourado, mas, como ela disse que toma remédio, eu não preciso me preocupar. Pela manhã, faço a minha higiene matinal e vou direto para a empresa. Preciso valer a minha estadia aqui, para não ter que voltar para a Califórnia. Mas, acho que alguns aqui nem sabiam da minha chegada, já que estão me olhando espantados. Entro na minha sala, e tem um homem sentado nela. Ergo uma sobrancelha, e cruzo os braços. — Em que posso ajudar? — Ele me pergunta, como se não soubesse quem sou eu. Seu olhar me deixa irritado, pois parece até que eu não sou ninguém. — Pode, pode me ajudar se retirando da minha cadeira. Sou Ethan Forth, e sou o CEO da empresa. — Ele arregala os olhos e se levanta. Passo por ele, bato a mão na cadeira e me sento. — Eu não sabia que o senhor viria. Ninguém me informou. Estava sentado aí porque eu era o CEO da empresa. — Meu pai avisou que eu viria. Deveria ficar mais atento às coisas que dizem respeito à empresa. Bom, agora não precisa mais, pois eu já estou aqui e vou cuidar disso. — Ligo o computador, e ele sai da sala que eu nem vejo. Alguém b**e na porta, e eu mando entrar. Minha secretária vem, toda sorridente. — Bom dia, senhor Forth. Sou a Isla, sua secretária. Pode me chamar sempre que o senhor precisar. — Passo os olhos pelo corpo dela, e sim, ela é muito bonita. — Para tudo? — Pergunto cheio de malícia, com um sorriso de lado. — Sim senhor, para tudo. — Ela me responde com mais malícia ainda. Ela se aproxima e coloca uma pasta em cima da minha mesa, e posso sentir o seu perfume. Não existe coisa melhor no mundo que uma mulher perfumada. Ela vai me explicando algumas coisas. Meu pai ligou para ela e pediu para que ela me ajudasse. Quando ela fala isso, me desencanto por ela, pois sei que ela não vai trabalhar para mim, e sim para o senhor James. — Pode se retirar, eu me viro a partir daqui. Feche a porta quando sair, e não deixe ninguém entrar. — Fiz algo de errado, senhor Forth? — Nego com a cabeça e mando ela sair mais uma vez. Começo a passar as folhas, tentando entender tudo sozinho mesmo. Afinal, essa agora será a minha vida, e eu vou ter que me acostumar com ela. (...) Os dias vão se passando, e eu fiquei por um tempo focado no trabalho, pelo menos até pegar o jeito. Mas, depois que estava mais familiarizado com a empresa, resolvo voltar naquela boate. Quero pelo menos ver ela dançando mais uma vez. Desde aquele dia ela não saiu da minha mente, principalmente quando escuto algumas músicas dentro do carro. Minha mente viaja para aquele momento que ela me encantou. Paro o carro de frente à boate, mas ela está toda apagada. Saio do veículo, e passo os olhos em tudo. Se tem uma coisa triste nesse mundo, é quando uma casa de prazer se fecha. O mundo todo perde a cor, perde o sentido, perde a razão boa da vida. Entro no carro novamente, e vou em busca de outra boate. Quem sabe eu não encontre ela em outro lugar? Paro em uma, mas quando eu entro e olho no palco, não encontro ela. Bebo, fumo e vou embora. Nada parece me atrair aqui dentro. Chego em casa, só me jogo na cama. Passo um bom tempo indo todas as noites nas boates pelas redondezas, mas eu não consigo encontrá-la. Parece até que o destino está escondendo ela de mim. (...) Um ano depois... Parei um pouco com a vida de baladeiro. Depois do terceiro mês que eu fiquei aqui, as coisas começaram a complicar e a empresa começou a cair do topo. Então, senti a ameaça do meu pai, que veio pelo telefone, como se estivesse aqui na minha frente. Me dedico ao máximo, para voltar a colocar ela no topo, antes que o meu pai me tire tudo que eu tenho. Estou sentado na minha mesa, super concentrado, quando ouço alguém batendo na porta. Sem olhar, eu mando entrar. Continuo prestando atenção no meu trabalho, mas vejo pelo canto dos olhos uma moça limpando a sala. Levanto a cabeça para olhar, mas ela está de costas para mim. Ela está usando uma roupa cinza de faxineira, seu cabelo amarrado em um coque com uma fita da mesma cor do uniforme. Ela não fica de frente para mim, o tempo todo de costas, limpando a vidraça. Volto a me concentrar no meu trabalho, mas vire e mexe eu olho para ela, que por nada nesse mundo, vira o rosto para mim. Acho isso muito estranho, pois as mulheres daqui da empresa só falta sentarem no meu colo para chamar minha atenção. Minha surpresa veio mais forte, quando ela começou a andar de costas e de lado, seguindo para o outro lado da sala. "Quem é essa mulher?" Ela passa de um lado para o outro, e quando ela vai saindo, eu a chamo. — Ei, não vai limpar a minha mesa? — Quero ver ela se esconder agora. — Desculpa, senhor, mas eu só limpo o chão e os vidros. — Ela pega o carrinho e segue o caminho da porta. Isso me deixa muito intrigado. Então, me levanto bem rápido, para impedir ela de sair. Quando chego na porta, ela se vira de costas para mim. "Que porrä é essa?" Me aproximo mais, ficando bem atrás dela. Fecho os meus olhos e sinto o seu perfume. Doce, como o da dançarina. Seguro em seu braço, e faço ela se virar para olhar em seu rosto. Ela fecha os olhos, mas eu a reconheceria em qualquer lugar do mundo. — Você? — Surpresa? — Ela pergunta, abrindo um dos olhos devagar.Ethan,Olho para os seus lábios, que me dá uma vontade enorme de beijar. Mas, quando eu me aproximo, ela vira o rosto e se solta da minha mão.— Desculpa, eu tenho que ir. Ainda tenho muito chão para limpar.— Espera. — Fico na frente da porta para ela não passar. — Te procurei em todas as boates. Onde você estava?— Aquela boate fechou. Tive que ir para outra. Estou agora na Southern Lights Club.— Trabalha lá e aqui? — Ela nega com a cabeça. — Não entendi. Então, porque está aqui na minha empresa?— Sou de uma agência. Eles me mandaram para cá. Bom, senhor, me deixe passar. Como eu disse, ainda tenho muito chão para limpar, e à noite ainda tenho que ir para a boate.— Quanto você ganha lá por dia?— Depende dos clientes.— Te pago 500 dólares para dançar para mim essa noite.— Passa lá na boate à noite, aí eu danço. Porém, como eu disse da primeira vez, eu não faço programa, só danço.— Se eu der mil dólares, você dança na minha casa? — Ela nega com a cabeça. Bufo e reviro os olhos,
Marina,— O senhor é muito atirado, e é o tipo de homem que eu devo correr. — Ele fica sem entender, e para me olhando com uma expressão de desentendido. — Sei que deve falar isso para todas as mulheres. Então, peço que volte a se sentar na cadeira para que eu possa trabalhar.— Eu não preciso dizer isso a mulher nenhuma, já que todas se jogam em cima de mim. Porque você é diferente?— Eu sei que o trabalho aqui não é digno, mas não quero me sujar mais do que isso. Você pode ficar pelado, pode bater punheta ou fazer o que quiser, desde que fique em seu lugar. Não sou garota de programa, mesmo trabalhando aqui. Sou uma dançarina de pole dance, e isso é tudo.Ele levanta as mãos em forma de rendição, e volta a se sentar na cadeira. Fecha a calça e coloca uma perna em cima da outra. Seguro na barra de ferro, e volto a dançar.Algumas horas depois, minhas pernas começam a doer, mas vai valer a pena o dinheiro que vou ganhar dele. Vou poder pagar o meu aluguel, pagar a Karen e comprar algu
Marina,Olho para a mão dele que está estendida, esperando para que eu toque. Penso, penso, até que resolvo aceitar. Levanto a minha mão e toco na dele.— Eu vou te respeitar, você vai decidir as regras, pode deixar.— Assim eu espero. — Ele se levanta e pega na minha mão, fazendo eu me levantar também. Segura em minha cintura, e me dá um beijo no rosto.— Vamos embora, não precisa ficar mais aqui presa.— Tem certeza? Você pagou...— Eu sei, mas você se machucou, vamos embora. Espera, me dá seu número de celular primeiro. — Ele me dá o celular dele, e eu anoto o meu número e entrego para ele. Ele segura na minha mão, e vai me levando devagar até a saída da sala. Beija a minha mão, e vai embora. Fico sem entender muito bem tudo que aconteceu aqui dentro.Fui apenas para dançar para ele a noite toda, e saí com uma proposta de ser sua namorada de mentirinha. Já ouvi falar que todo rico é doido, mas esse, passou dos limites. Subo no palco, e continuo o meu trabalho, afinal, não posso ir
Ethan,Está com ela no momento que o meu pai me ligou, foi perfeito. Se fosse combinado, não teria dado tão certo. Bom, vou juntar o útil ao agradável. Vou tirar meu pai da minha cola, e de prêmio, vou conhecer melhor a Marina e tê-la sempre ao meu lado, sempre que eu quiser.Chego em casa, tomo um banho, e me deito para dormir um pouco. Depois de conversar com ela, estou até com o corpo mais relaxado. Mal fecho os meus olhos e já sou despertado com o meu celular tocando. Atento sem abrir os olhos.— Estaremos saindo daqui de madrugada para ir na sua casa conhecer a sua namorada. — Meu pai fala sério na linha. — Mas se você estiver mentindo, se prepare, pois vou bloquear a metade do dinheiro que você tem no banco, isso se eu não tirar logo tudo.— Pai, o senhor é muito controlador. Porque não deixa eu viver a minha vida do jeito que eu quero? — Ele fica mudo na linha por um tempo, mas quebra o silêncio quando eu o chamo.— Eu já fui como você, já fiz tudo isso que você está fazendo. E
Marina,A mãe dele é um amor, tão fofinha, parece até um docinho em forma de pessoa. Mas o pai dele, parece mais um carrasco. Não me lembro dos meus pais, não sei se eram desse jeito comigo antes de me deixarem no orfanato, mas se eu tivesse um pai desse, eu faria a mesma coisa que o Ethan, sumiria no mundo.— Me responda, Marina.— O senhor está equivocado, Ethan não me pagou nada. — Me sinto mal por estar mentindo, mas eu já fiz um acordo com o Ethan. Não posso quebrar assim. Fora que eu não sei o que esse pai vai fazer com ele, caso descubra a verdade. — Ethan, eu vou embora. Depois você me liga e a gente conversa.— Não precisa ir embora... — A mãe dele fala, se levantando do sofá e ficando na minha frente. — James vai parar com essas coisas, não vai, James?Olho para ele, que levanta as mãos em forma de rendição, mas para falar a verdade, eu não estou confortável aqui. Não deveria ter aceitado esse acordo. Deveria ter negado, e ter ficado com o meu filho em casa.— Mesmo assim, a
Marina,Ao chegarmos, ele desce primeiro e abre a porta para mim, pega a bolsa e me conduz até a porta de entrada. Ele a abre, e me leva até a sala, onde os dois estão sentados. Eles olham para mim, e os olhos da mãe dele seguem direto para o Dante.— Quem é esse pequeno? — Ela se levanta e se aproxima mais de nós.— Ele é meu filho. — Ela olha para trás, para o pai do Ethan, e volta a olhar para mim.Ela estende a mão pedindo para pegar ele no colo, e mesmo apreensiva, eu deixo, já que o Dante logo sorri, se arreganhando para ela.— Nossa, ele é igualzinho ao Ethan quando era bebê. — Meu coração para de bater. Eu preciso sair daqui, ir para bem longe com o meu filho. O pai dele se levanta e se aproxima de nós dois, e olha bem para o Dante.— É seu filho, Ethan?— Não, mas considero como se fosse, já que é filho da minha namorada. — Fecho os meus olhos e sinto o suor escorrendo na lateral da minha testa. Parece que tudo está desmoronando sobre a minha cabeça. — Mas a semelhança é apen
Ethan,Ela olha de um lado para o outro antes de responder, mas eu não saio sem sua resposta. Preciso ver ela dançando, preciso dela como um sedento precisa de água.— Eu não sei, não quero transformar a minha casa em um bordel. Meu filho mora aqui, e eu não quero desrespeitá-lo.— Não vai, você diz que não faz programa, e não vai fazer. Você só vai dançar. Por favor, me deixe te ver pelo menos dançando, já que não posso te ver de outro jeito, e nem te tocar da forma que eu quero. — Seguro em seu queixo, e ela abaixa a cabeça sorrindo. — Eu pago essa dança, o valor que você pedir.— Tá, vou dançar. Me espera aqui sentado e não se mexa. — Me sento no sofá, e ela segue para o quarto. Tô doido para fumar, mas, não posso fazer isso aqui na casa dela. Um dia vou fazer ela dançar para mim na minha casa, assim vou me sentir mais à vontade.— Vou lá fora rapidinho fumar.Quando eu penso em me levantar, ela aparece com um sobretudo preto e um salto. Fico animado, mas ficaria mais se por debaix
Ethan,Quem me dera se o Dante fosse o meu filho, assim eu teria ido ao céu por ter a Marina em meus braços. Nego com a cabeça, e meu pai me olha desconfiado.— Sua mãe pegou uns fios de cabelo dele. Vai fazer o exame de DNA. Espero que não esteja mentindo para mim, Ethan.Essa culpa eu não vou carregar. Não tem a mínima condição do Dante ser meu filho. Vou até a sala de jantar, e tomamos café juntos.— Vamos voltar para a Califórnia ainda hoje, vamos fazer o exame lá.— Ah não, James. Vamos fazer aqui. Eu já separei tudo para levar ao laboratório.— Lá é melhor, docinho. Aqui pode haver manipulação. — Ele fala olhando para mim. Nego com a cabeça e termino de comer.Minha mãe pede para ir buscar a Marina e o Dante, para ficar aqui e levar eles até o aeroporto, pois ele acredita fielmente que o Dante seja meu filho. Não gosto de deixar minha mãe triste. Seria o primeiro neto dela, mas, não tem como. Ela vai se surpreender com o resultado.Sigo para a casa da Marina, e assim que ela abr