Marina,A noite chega. Estou arrumada, e o Dante já está com a Karen. Estou na sala esperando ele chegar para esse tal jantar. Ethan é tudo que uma mulher poderia querer. Ele é lindo, rico, e cavalheiro, mas eu não sei se me sinto segura com ele. Afinal, querendo ou não, ele está buscando uma mulher que trabalha em um bordel. Poderia fazer isso outras vezes.Essa obsessão dele por mim pode se virar logo para outra. Talvez só esteja no meu pé porque eu não o quis. Luma sempre me dizia que o homem fica doido quando não consegue algo, mas depois que consegue, acaba perdendo o interesse. E esse é o meu medo: de me entregar, ficar toda apaixonada, e ele simplesmente sumir, indo atrás de outra.A buzina toca, e eu saio de casa indo de encontro com ele. Ele desce, abre a porta para mim sorrindo.— Está muito linda. — Sorrio com vergonha e me sento no banco ao lado do motorista. — Espero que goste do jantar e da nossa conversa.— Sobre o que iremos conversar?— Calma. Será durante ou depois d
Marina,Fecho os meus olhos, já esperando o pior. Ouço o carro parando, mas vejo ele indo embora em seguida. Sinto braços tocando em mim, e começo a gritar.— Me solta, não me machuca, por favor...— Calma, Marina, sou eu. — Olho para trás e começo a chorar. Ele me levanta, e eu o abraço bem forte. Mas, depois me lembro que isso foi por culpa dele que me largou sozinha no restaurante, e o empurro.— Você é um covarde. Me deixou sozinha naquele fim de mundo, sabendo que eu não poderia ir para casa dali.— Eu sei, me desculpa. Por isso voltei. Vi você correndo e vi o carro que estava te seguindo. Peguei a placa e vou denunciar. Vem, deixa eu te levar para casa. Me desculpa.Entro no carro, não por ter perdoado ele, mas porque não quero passar por isso de novo. Seguimos em silêncio. Eu nem olho para ele, mas fico imaginando tudo que poderia ter acontecido comigo se ele não tivesse chegado naquela hora.Ele para o carro de frente para minha casa, e sem olhar para ele, eu desço correndo e
Marina— Posso te beijar? — Ele fala com a postura, o nariz roçando em meus lábios. Empurro ele, e seus olhos se perdem nos meus.— Não. Você foi um mimadinho ontem, e quase acontece o pior comigo. Você me tirou de casa e me largou na rua, como muitos fazem quando abandonam um cachorro. Eu só vim trabalhar hoje, porque você exigiu para ser eu, e a minha patroa não queria me dar outro emprego. Então, vim praticamente obrigada para cá.Ele fecha os olhos, puxa o ar lentamente e depois solta com tudo. Repete mais uma vez, e eu aproveito a deixa para me abaixar e sair do seu aperto. Pego o carrinho, e ele olha para trás, me vendo indo embora, sem falar nada.Esse cara deve ter sérios problemas mentais. Uma pessoa normal não reage dessa forma. Como que ontem ele sai do restaurante todo irritado, e depois fica fazendo essas cenas, tentando me seduzir? Ou é loucura só para me levar para a cama, ou é distúrbio psicológico.Nem consegui limpar o chão da sala dele. Só falta ele fazer reclamar c
Ethan,Não me sinto culpado pelo que estou fazendo, cada um usa as armas que podem para obter o que quer. E, nesse momento, tudo que eu mais quero é ela. Não me importo de pagar, se for para ela ser minha.— Mas não pode ser hoje, direi o dia que estarei disponível.— Assim não, pois aí você nunca vai estar disponível. Te libero hoje, mas quero você amanhã às 18:00 na minha casa. — Ela parece abalada com alguma coisa, mas não perde a sua seriedade. Não preciso saber para que ela quer o dinheiro, só quero que ela cumpra com a parte dela.— Está bem, amanhã eu estarei lá. Pode fazer a transferência ou me dar um cheque?Chamo ela para voltar para dentro do escritório, já que o meu talão de chegue está lá dentro. Subimos e eu preencho o cheque e entrego para ela.— Assim é mais seguro para mim, se você não aparecer amanhã, eu assusto ele.— Sou uma mulher de palavras. — Ela pega o cheque e sai da minha sala, sem falar mais nada. Olho para as folhas em cima da minha mesa e sorrio. Dizem qu
Ethan, A dança dela não está como antes. Parece que tem algo que está atrapalhando a concentração dela. Não tem aquela doce sedução que ela sempre usa, que me deixa louco. Sua dança está esfriando o clima que eu tinha preparado para nós dois, e eu não estou gostando. — Tá bom, vamos esquecer a dança. — Me aproximo dela e a pego me meus braços, beijo sua boca, que dessa vez, está mais molhada. Pego ela no colo e a levo para o meu quarto, sua expressão não muda, ela parece um robô. Deito ela na cama e me deito sobre o seu corpo, passo as mãos sobre a sua pele, até chegar em sua coxa. Levanto uma de suas pernas, colocando-a dobrada em minha cintura. Começo beijando o seu pescoço, e vou descendo devagar. Tiro a parte de cima da sua blusa, e me encanto com a visão dos seus seiös. É a visão do paraíso, nem posso acreditar que ela está em meus braços. Parece até um sonho. Chupo um de cada vez, imaginando que talvez, essa seja a última vez que ela me deixe fazer isso. Desço os beijos p
Ethan,— Não entendi, pai. Porque não fala logo do que se trata? — Odeio quando ele faz esses joguinhos comigo, é como se eu pudesse esperar o castigo vim.— Porque assim que eu chegar aí, você vai ter uma grande surpresa. Eu falei para você que o seu tio descobriria tudo, e enquanto eu disse tudo, é tudo. Até mais.— Mas pai... Droga, senhor James. — Ele desliga na minha cara, e eu fico confuso com as palavras dele.O que o tio descobriu que ele não pode me falar por telefone? Isso me deixa intrigado, pois isso pode ser uma armação para me tirar da presidência, já que não tem o menor cabimento do Dante ser meu filho.Chego ao hospital e mando mensagem para ela que estou aqui. Dante só pode receber uma visita por vez, mas pode ficar um acompanhante com ele e uma visita. Então, quando eu chego, Marina sai para ir tomar banho e fazer a sua higiene.Me aproximo do bercinho dele, e fico olhando em seus traços. Tem muita semelhança comigo e com o meu pai. Como isso é possível, eu não faço
Marina,Dias antes...Me senti obrigada a fazer o que ele me pediu em troca do dinheiro, mas gosto de cumprir com as minhas palavras. Mas não pensei na hora como seria para pagar a dívida com ele. Me senti suja, mesmo que tenha feito isso pelo meu filho.Sinto uma sensação de impotência de não poder dar tudo que meu filho precisa, e principalmente, por estar trabalhando naquele dia, porque eu não precisava trabalhar, poderia ter ficado em casa com ele, cuidando dele, já que eu tinha dinheiro na conta.Mas agora que estou aqui, eu preciso fazer isso. Não estou concentrada em dançar, minha mente está toda no Dante que está no hospital com a Karen cuidando dele. Era para eu estar lá, mas esse idiota não perdeu tempo em me pedir para me deitar com ele. Isso é o que ele queria desde o dia que me conheceu.Danço de qualquer jeito, pois quero que tudo isso acabe logo. Ele me pede para parar, deve estar percebendo que eu não estou com vontade nenhuma de dançar. Me leva para a cama, e eu fecho
Marina,Me afasto dele, dando uns passos para trás. Seu semblante está sério, parece que ele não está jogando verde, parece que ele está afirmando com convicção.— Como sabe disso?— Minha mãe desconfiou e fez o exame. Para eles, nossa mentira era isso: que eu não queria compromisso, não queria ser responsável pelo Dante e acabei mentindo que o filho não era meu. Mas nem eu sabia disso. NÃO TINHA IDEIA QUE ELE É O MEU FILHO! — Ele grita as últimas palavras, e eu me assusto de medo.— Não vai tirar o meu filho de mim. Ele não tem seu nome na certidão de nascimento, nada mostra que ele é seu filho.— Isso, a certidão de nascimento. Você e aquela prostituta, registraram ele como um casal de lésbicas. Por isso que até hoje você não quis se deitar comigo, não é? Porque gosta de mulher! — Me aproximo dele para dar um tapa em sua cara, e dou, fazendo um barulho bem alto, que ardeu até a minha mão, ele vira o rosto e olha para mim com mais raiva ainda.— Registramos ele assim porque ele não t