Stephanny Giacomelli Duarte(Um ano Depois) Já se passou um ano desde o momento mágico em que Gui me pediu em casamento, e a vida tem sido uma montanha-russa de emoções. Estamos em turnê com a peça, viajando de cidade em cidade, levando nossa arte aos mais diversos públicos. Mas a correria e a distância entre nós têm sido desafiadoras.Nossa relação permanece forte, mas a saudade é um fardo pesado que carregamos. Gui e eu mal conseguimos nos ver durante a turnê. Nossos horários raramente coincidem. É uma situação que tem nos deixado loucos, mas sabemos que é temporária.Durante esse ano, Dona Jussara assumiu a frente da ONG, ela sempre me liga para avisar o que está acontecendo, as meninas fazem a mesma coisa. A ONG está crescendo e prosperando, e estamos fazendo a diferença na vida de muitos, já ganhamos até medalhas no karatê e um troféu na dança de terceiro lugar, mas estamos trabalhando para chegarmos em primeiro. Enquanto estou em turnê, contratamos uma bailarina temporária pa
(Anos Depois)— No nosso programa de hoje receberemos uma mulher incrível que cinco anos atrás perdeu todos os seus bens, foi morar em uma comunidade e acabou e passou por muita coisa. Vamos receber com muitas palmas Stephanny Giacomelli Duarte. – Assim que escuto meu nome ser chamado, vou para o centro do palco e me sento no sofá. A entrevistadora Ana Leticia me cumprimenta e agradeço. — Estou muito feliz de estar aqui e poder divulgar minha ONG. — Sua ONG “Passos para o Futuro" Sempre acompanho suas redes sociais e vi os prêmios que vocês ganharam não só no ballet, como no karatê e no boxe, a quem você atribui esse sucesso? — Aos anjos que sempre estiveram em minha vida, Jarbas e Carol, eles eram a minha base, principalmente depois que meus pais morreram. Depois vieram os amigos e o amor da minha vida. – Digo lembrando tudo o que passei. — Por falar em amor, vocês são pessoas muito discretas, quase não os vejo em eventos, tem algum motivo para isso?— Sim, somos discretos mesmo,
— Nynny, eu já falei para você não criar confusão na rua. – Repreendo a minha filha que me encara. — Não foi culpa minha, os idiotas estavam zombando do BenJu e eu não posso deixar isso. Como eu previa meus filhos são completamente diferentes, BenJu é tranquilo, ele é um tipo de criança que se você mandar ficar sentado ele fica quietinho, já Nynny, puxou Gui, super teimosa e questionadora. — Filha, pensa no que o seu pai pensaria se estivesse aqui. – Minha filha revirou os olhos. — Ele não tá aqui com a gente. – Desde quando Gui viajou para uma reunião, Nynny, ficou assim, ela é completamente ligada ao pai. — Nosso pai, tá no trabalho, ele vai chegar. – Meu filho fala com a irmã que me pede desculpas. — Eu te desculpo, mas não é por isso que não vai ficar de castigo mocinha. — Tá bom mãe. – Ela se levantou e foi para o quarto. Após a conversa com Nynny e a imposição de um breve castigo, eu me sentei no sofá com BenJu ao meu lado. Ele era tão sensato e compreensivo para a sua i
Acordei pleníssima em um quarto deslumbrante, como se alguém tivesse materializado os sonhos mais luxuosos. Sou parte de uma família abastada; meus pais, que estejam nos céus, deixaram-me uma fortuna incalculável. Essa riqueza é administrada pelo meu querido tio Arthur, que sacrificou sua vida para cuidar da minha criação.— Steph, meu amor, seu café está pronto. Vai querer comer no quarto ou na mesa? — Minha eterna babá, Carolzita, uma figura adorável que me conhece desde sempre, age como minha mãe.— Carolzita, vou me arrumar e fazer minha refeição na cozinha mesmo.— Tudo bem, minha princesa. Estou te aguardando lá embaixo. Se precisar de mim, é só gritar.— Pode deixar, meu amor.Como mencionei, Carol e eu temos um vínculo que se assemelha ao de mãe e filha, o que causa um certo incômodo na filha dela, que mora na favela e sente ciúmes do nosso relacionamento.Dou uma espreguiçada e me dirijo ao meu closet, que é mais como um outro quarto. Aqui, encontro de tudo, desde roupas até
No dia seguinte, desci as escadas após cumprir todo o meu ritual matinal. A noite reservava uma pequena apresentação no teatro municipal, e minha empolgação era evidente. Quando passei pela sala, deparei-me com meu tio, que estava lendo um jornal.— Minha sobrinha linda, como você está? – Ele perguntou tirando os olhos do jornal por alguns instantes. — Me sentindo abandonada por você, tio. – Disse sorrindo. — Lembrou que tem uma casa e uma sobrinha para cuidar? – Perguntei a ele que sorriu divertido.— Adoro o seu senso de humor, sabia? – Ele respondeu, dando-me três beijos na face. — Em breve você fará 21 anos e terá acesso total a sua herança e não precisará mais de mim. — Eu sempre vou precisar de você tio, porque é a única família sanguínea que me sobrou.Convidei-o para tomar café na cozinha, mas ele recusou, dizendo que apenas os serviçais comiam lá, o que considerei uma tolice, já que os tais serviçais que meu tio se refere são as pessoas que cuidam de mim desde a morte dos m
Um mês passou desde minha apresentação. Meu tio estava viajando com mais frequência ultimamente. Tomei meu café e avisei a Jarbas que não precisava me acompanhar, pois sairia com Luanna. Assim que ela buzinou, corri me despedindo de Carol.— O que vamos fazer, gata? — Luanna perguntou, e me afundei em seu banco.— Miga, já estou sentindo sua falta. Não acredito que você vai passar um ano na França. — Disse, emburrada.— Steph, um ano passa rapidinho, você vai ver.Fomos ao clube, chamamos nossos namorados, que chegaram rapidamente. Trocamos de roupa e fomos para a área da piscina pegar um bronzeado. Na hora do almoço, meu celular vibrou, mas João Miguel não me deixou atender, insistindo que eu desse atenção a ele. No final da tarde, fomos para uma loja da Tiffany, onde comprei algumas coisas que estava precisando, incluindo sapatos exclusivos. Voltei para casa contente.Me despedi da minha amiga e prometi levá-la para o aeroporto mais tarde. Enquanto estava na área de embarque, brinca
— Steph, vem comer alguma coisa. – Jarbas me chamou, mas eu neguei. — Quero apenas um suco de laranja com mel. – Respondi e fechei os olhos.Um tempo depois, Carol se aproximou e me entregou o copo. Ela disse que eu precisava comer algo, mas mais uma vez disse que não estava com fome. Tomei o suco e entreguei o copo de volta a ela. Peguei meu celular para enviar uma mensagem para João, mas ele disse que não podia falar no momento, pois estava em reunião. Pensei em ligar para minha amiga, mas ela estava tão feliz com a oportunidade que não queria incomodá-la. Felizmente, tenho Jarbas e Carol comigo, senão me sentiria ainda mais sozinha. Olhava para o teto quando Manuella chegou, jogou a bolsa na cama e antes de sair se virou para mim, surpresa.— O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou, fazendo careta.— Pelo que sei, agora moro aqui – respondi, mas Manuella saiu batendo a porta do quarto e logo ouvi sua voz alta brigando com seus pais.Levantei-me e fui para a sala, onde ela es
Já se passou um mês desde o golpe que sofri, e eu permanecia na cama, mal comia, mal dormia. Perdi todas as minhas amizades, exceto Luanna, que queria voltar para ficar comigo, mas eu recusei. Disse a ela que deveria seguir seu sonho, afinal, ela lutou muito para consegui-lo. Carol e Jarbas tentavam me animar, mas nada que eles falavam parecia surtir efeito. Jarbas conseguiu um novo emprego como motorista, e Carol continuava procurando emprego, me sinto tão culpada por tê-los deixado sem emprego, sabe, os dois sempre foram maravilhosos comigo e agora aconteceu isso com eles, minha vida está um verdadeiro caos, tenho vontade de jogar tudo para alto e xingar tudo e a todos, logo mudei meu pensamento, pois lembrei que meus pais diziam que por mais que as coisas estivem difíceis não poderia ser hostil com as pessoas, vocês me fazem tanta falta, tenho certeza que se estivessem aqui nada disso estaria acontecendo. Estava deitada quando Carol tocou meu ombro e pediu para eu buscar pão. Ela m