Meu marido, Bill, e sua bela assistente, Doris, riram e jantaram como se estivessem em um primeiro encontro. Mas a piada era eu... Eu estava lá, como esposa de Bill, observando-os do outro lado da sala, enquanto acariciava minha barriga ainda lisa, onde uma pequena vida agora habitava. É claro que Bill ainda não sabia sobre o bebê. A notícia ainda estava fresca na minha mente, mal tinha algumas horas. Era para ser um jantar de família, mas eu nunca fui bem-vinda, sempre uma estranha. Observando Bill pegar o pedaço de bife que Doris, sua jovem melhor amiga e confidente, cortou e entregou, eu me perguntava se estragaria a diversão deles ao contar agora que estava grávida. Três anos de casamento, e suas frequentes ausências da família me deixavam sobrecarregada e sozinha. Eu já tinha até esquecido o motivo pelo qual nos tínhamos casado. Talvez tivesse sido um erro desde o início. Finalmente, tomei uma decisão: divórcio. Mas um homem surgiu e mudou tudo de forma dramática. E eu não imaginava que esse homem ainda estivesse profundamente ligado à família de Bill. Ele era tio de Bill.
Ler mais(Ponto de Vista de Bill)— Eu encontrei o brinco enquanto investigava. — Repeti, mantendo a voz firme. — Eu não alterei a prova de forma alguma. Assim que a encontrei, a entreguei imediatamente à polícia.— Mas, sem a supervisão da polícia, não seria possível que aquele brinco tenha sido plantado pelo senhor, Sr. Richardson?Balancei a cabeça, com firmeza.— Essa hipótese é improcedente. O brinco estava presente no local no momento em que o encontrei. Não foi colocado ali posteriormente.Hansen deu alguns passos vagarosos, parando em seguida, com aquele brilho maligno nos olhos.— Sr. Richardson, não é verdade que a Srta. Tipton sempre teve sentimentos fortes por você? Poderia ser que o senhor esteja usando este julgamento para se livrar dela de uma vez por todas?Senti uma onda de raiva subindo, mas mantive a voz estável, controlando a respiração.— Não, isso não corresponde à verdade. Eu nunca me importei com os sentimentos da Doris por mim.Os olhos de Hansen brilharam com um triunf
(Ponto de Vista de Bill)Subi ao banco das testemunhas, com o coração batendo forte no peito. Sentia os olhares de todos sobre mim, mas forcei-me a controlar o nervosismo, lembrando que aquilo era importante demais para eu errar.Logo, Murphy se aproximou, com uma expressão séria.— Sr. Richardson, poderia nos contar o que aconteceu no terraço no dia em que a Srta. Nixon foi atacada?Respirei fundo e comecei a falar, mantendo a voz firme.— Eu estava seguindo a Doris naquele dia porque já desconfiava dela. Ela estava agindo de forma estranha, e eu estava preocupado que ela tentasse fazer mal à Serena.Murphy assentiu, me incentivando a continuar.— E para onde o senhor a seguiu?— Para o terraço do museu de joias. — Respondi. — Quando cheguei ao local, encontrei Doris e Serena no meio de uma discussão acalorada. Doris estava exaltada, gritando e lançando acusações contra Serena sem parar. Seu tom era realmente agressivo.O rosto de Murphy permaneceu neutro, mas eu conseguia ver a deter
(Ponto de Vista de Bill)Era tarde, e finalmente estávamos em um intervalo. Ainda não me chamaram para testemunhar, e a espera estava me consumindo.Saí para tomar um pouco de ar, na esperança de que isso clareasse minha mente. O sol estava brilhante, mas pouco fazia para dissipar a inquietação que me corroía por dentro. Olhei ao redor e vi Serena sentada em um banco, com o olhar perdido nos próprios pensamentos. Quis me aproximar dela, oferecer algum conforto, mas me contive.Em vez disso, encostei-me a uma árvore próxima, observando-a de longe. Serena levantou os olhos e me encontrou. Por um momento, ficamos apenas nos encarando. Então, ela desviou o olhar, provavelmente tentando controlar suas emoções.Quando o intervalo terminou, voltamos para dentro. A juíza pediu ordem, e os procedimentos foram retomados. Logo, o policial Gibson foi chamado para depor. Ele se levantou com o semblante sério e a postura firme. Gibson havia sido um dos primeiros a chegar à cena naquela noite, quando
(Ponto de Vista de Serena)Senti meu coração acelerar. A tática de Hansen era clara: ele estava tentando me descredibilizar, trazendo minha vida pessoal para o tribunal. Isso era irritante.— Isso não tem relevância para o caso. — Respondi, com a voz ligeiramente trêmula.— Ah, claro que tem relevância. — Insistiu Hansen, com os olhos brilhando de triunfo. — Se você ainda está apaixonada pelo Sr. Richardson, não faria qualquer coisa para se vingar da Srta. Tipton, a mulher que você vê como rival no amor dele?O encarei com raiva, com os punhos cerrados ao meu lado.— Isso não é sobre um triângulo amoroso qualquer. Isso é sobre Doris tentar me matar, junto com o meu bebê.Murphy se levantou, expressando sua voz firme, ressoando pela sala.— Objeção, Meritíssima. O advogado está assediando a testemunha e trazendo questões irrelevantes.A juíza, uma mulher de semblante severo, considerou por um momento antes de balançar a cabeça.— Indeferido. Prossiga, Sr. Hansen, mas mantenha-se no que
(Ponto de Vista de Serena)A manhã da audiência havia chegado, e acordei sentindo uma ansiedade apertar meu peito. Mal consegui comer o café da manhã, com o estômago revirando de nervosismo.Bill me pegou cedo, e seguimos até o tribunal em silêncio.Estacionamos e entramos, passando pela segurança até a sala de audiência designada. Os corredores estavam movimentados, e a atmosfera era tensa, carregada de expectativa.Ao me sentar no banco, ouvi o zumbido das conversas sussurradas ao redor, mas tudo o que conseguia focar era o depoimento que estava por vir. Enquanto isso, Bill sentou-se ao meu lado, com sua mão repousando sobre a minha, oferecendo um apoio silencioso.O advogado de Doris, Sr. Hansen, era um homem alto, de traços marcantes e postura agressiva. Logo, ele levantou-se com firmeza e chamou pelo meu nome.— Serena Nixon, por favor, ocupe o banco das testemunhas.Levantei-me com as pernas trêmulas, caminhando até o banco indicado sob o peso dos olhares que me acompanhavam. Apó
(Ponto de Vista de Serena)— Muito bem, pessoal. — Disse, tentando soar animada. — Fizeram um ótimo trabalho hoje. Vamos retomar de onde paramos amanhã.Enquanto a equipe recolhia suas coisas e se preparava para ir embora, eu aproveitava para organizar meu espaço de trabalho, tentando me manter ocupada enquanto aguardava por Bill. Quando terminei, o vi entrar na loja.Bill parecia exausto. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, e havia um cansaço nos seus olhos que não estava ali antes. O cabelo, bagunçado, revelava o hábito de passar a mão repetidamente, algo que ele sempre fazia quando estava estressado. A mandíbula tensa e a leve barba por fazer o faziam parecer mais rude do que o normal.Mas havia algo em seus olhos… Uma determinação silenciosa, misturada com uma ponta de esperança. Mesmo cansado, havia uma chama ali. Vê-lo daquele jeito me deu o impulso necessário para continuar forte e acreditar que ainda conseguiríamos derrubar Doris.— Oi. — Falei suavemente, oferecendo um
(Ponto de vista de Bill)Alvez estreitou os olhos.— Acha que entende? Me poupe. — Zombou. — Você não faz ideia do que é ser eu.— Então me faça entender. — Respondi, mantendo a voz calma, mas firme.Alvez se inclinou para frente, os olhos queimando de intensidade.— Entender, Bill? Você não faz ideia do que é acordar sem nada e ir dormir com menos ainda… Do que é ver sua filha passando fome porque não há comida na mesa e aceitar trabalhos horríveis apenas para manter um teto sobre a cabeça.Ele cerrava os punhos enquanto me olhava.— Você acha que poderia mesmo entender isso? Um bilionário como você nunca saberá o desespero que leva um homem a fazer o que eu fiz. — Acrescentou.Respirei fundo, sentindo uma pontada de empatia.— Você está certo, Alvez. Eu não posso entender totalmente o que você passou. Mas eu sei o que é estar desesperado, sentir-se impotente. Eu sei sobre a leucemia da Ana, sei que ela está travando a própria batalha e que você faria qualquer coisa para ajudá-la.— O
Ponto de Vista de BillEstaciono meu carro no estacionamento para visitantes e respiro fundo para me preparar.A prisão se ergue à minha frente, fria e imponente. Faço o check-in na recepção, passo pelos procedimentos de segurança habituais e sigo o guarda pelos corredores iluminados e estéreis.Finalmente, sou conduzido a uma pequena sala mal iluminada, separada por um grosso painel de vidro. Sento-me na cadeira de metal gelada e espero.Depois de alguns minutos tensos, Carlos Alvez é trazido. Ele se joga na cadeira do outro lado do vidro, seus olhos brilhando com uma mistura de divertimento e malícia. Ele pega o telefone e faz um gesto para que eu faça o mesmo.— Bill Richardson. — Diz ele, recostando-se com um sorriso presunçoso. — A que devo o prazer?— Alvez. — Respondo, mantendo a voz firme. — Precisamos conversar.Ele solta uma risada baixa e ameaçadora.— E o que te faz pensar que eu tenho algo para te dizer?Inclino-me para frente, estreitando os olhos.— Sei mais sobre você d
Ponto de Vista de SerenaMarjorie percorre a loja enquanto volto a supervisionar os estagiários. Posso perceber a empolgação deles com a presença de alguém tão renomada como ela.À medida que vou de mesa em mesa, verificando o progresso da coleção de verão, não consigo evitar lançar olhares para Marjorie. Ela examina os esboços, inspeciona os materiais e, de vez em quando, anota algumas observações. Fico me perguntando o que ela está pensando.Paro na mesa de Alex, que está ajustando um design.— Como está indo? — Pergunto, inclinando-me para ver melhor.— Está ficando bom. — Ele responde, ajustando uma linha no esboço. — Acho que esse está realmente tomando forma.— Está fantástico. — Digo, sorrindo. — Continue assim.Sigo até Jamie, que está separando um novo lote de gemas.— Alguma sorte com essas?Jamie ergue uma pedra particularmente deslumbrante.— Acho que temos algumas vencedoras aqui. Essas vão dar um toque especial às peças.— Perfeito. — Respondo, sentindo um orgulho crescen