Murilo ainda respondeu com paciência:— Ayla, não foi tarde. Veja, eu já salvei vocês duas.— Alana, você está segura agora? — Perguntou Ayla de repente, sem qualquer explicação.Alana ficou surpresa com a pergunta, mas acabou assentindo:— Estamos todas seguras agora.— Hum! — Ayla não disse mais nada. Ela puxou o copo de chá à sua frente e começou a beber, gole por gole.Murilo pareceu ficar perdido em seus pensamentos por um momento, como se estivesse refletindo sobre algo.Já era tarde da noite quando Murilo terminou de arrumar tudo e foi embora.Ayla dormiu rapidamente, mas Alana, por outro lado, não conseguia pregar os olhos. Ela continuava pensando em Murilo. Sem dúvida, ele era um homem perfeito. O problema era que ela podia sentir seus próprios sentimentos por ele mudando, de uma maneira que ela não conseguia controlar.Por mais que tentasse manter distância, quanto mais ela tentava evitar Murilo, mais sentia vontade de se aproximar dele.[Segundo as últimas notícias, a Srta.
Diego tinha acabado de assinar um contrato em um café sofisticado. Desde cedo, ele estava inquieto, com a cabeça cheia das imagens de Alana e Murilo juntos. Ao sair do café, avistou uma confeitaria ao lado, com uma fila que se estendia pela calçada. O ambiente era animado e cheio de vozes.Nico, percebendo o olhar de Diego, comentou:— Sr. Diego, essa é a confeitaria Procurar Sabor, muito famosa aqui em Huambo. Dizem que tem gente que dirige horas só para vir comprar os doces de lá. O lugar virou ponto obrigatório para influencers tirarem fotos. Mas tem um detalhe: eles limitam a quantidade de produtos por dia, então sempre sobra uma boa parte da fila que vai embora de mãos vazias.— Procurar Sabor? — Diego repetiu o nome, tentando se lembrar onde já o tinha ouvido antes.De repente, sua memória o levou a uma noite específica. Ele havia acabado de voltar do trabalho, cansado, quando Alana apareceu animada, segurando uma sacola cheia de doces. Sobre a mesa de centro, ela organizava cu
Enquanto os dois estavam ocupados na cozinha, a campainha tocou.Ayla correu para abrir a porta. No momento em que viu quem estava ali, recuou alguns passos com medo e correu de volta para a cozinha.— Alana, tem uma pessoa... — Disse Ayla, com a voz trêmula. Alana secou as mãos com um pano e perguntou: — Quem é? Quando ela foi até a porta e viu quem estava ali, ficou paralisada. Era Diego. O sorriso que estava em seu rosto desapareceu imediatamente, e suas sobrancelhas se franziram. — Diego, o que você quer aqui? — Perguntou Alana, com um tom frio. — Alana, a Ayla está na sua casa? — Perguntou Diego, surpreso por ter sido recebido pela menina. No entanto, ao ver Alana usando um avental, algo dentro dele pareceu se agitar. Era como se ele tivesse voltado no tempo, para os dias em que eles viviam juntos. — Diego, quem eu convido para a minha casa não é da sua conta. Diga logo o que você quer, ou vá embora. Estou ocupada e não tenho tempo para perder com conversa fiada. — R
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen
Diego estava perdido em seus pensamentos quando sentiu um toque suave e quente em sua mão. Virou a cabeça e viu Telma olhando para ele com preocupação:— Diego, está com dor no estômago? Quer que eu pegue um pouco de sopa para você?Ele balançou a cabeça, recusando.Enquanto isso, Alana terminava de cumprimentar Dario. Sem demonstrar emoção, puxou a cadeira e se sentou à mesa, completamente alheia à interação entre Diego e Telma. Dario, por outro lado, deixou escapar um resmungo de desprezo.Os jantares na família Arruda sempre seguiam a etiqueta rígida de silêncio à mesa. Alana, sem muito apetite, apenas acompanhou Dario e comeu um pouco para não parecer desrespeitosa.Quando a refeição terminou, Dario segurou a mão dela e disse:— Eu já soube de tudo entre você e o Diego, Alana. Não se preocupe, para a família Arruda, você é e sempre será a única nora legítima.Dario lançou um olhar cortante para Diego e Telma, cujas expressões ficaram tensas. Aproveitando o momento, disparou com sar