༺ Zara Stevens ༻ — Você é estúpida! Como ousa manchar meu vestido assim? Meu Deus, você é completamente inútil e não serve para nada! — exclamou Madalene, com raiva. Antes que eu pudesse responder, senti o estalo da mão dela no meu rosto. A bofetada foi tão forte que me fez cair instantaneamente no chão. Além de ser injustamente punida por algo que não fiz, ela jogou a roupa sobre o meu rosto, me humilhando ainda mais. Respirei fundo e controlei as lágrimas que agora estavam misturadas com raiva, antes de dizer algo. Eu não aguentava mais viver assim ao lado dessa mulher nesta casa. — Madalene, pode me explicar o que houve desta vez? — perguntei, tentando manter a calma. — Você está cega? Não está vendo essa mancha enorme no meu vestido? Você é completamente incompetente, garota! Nunca faz as coisas do jeito certo. Seu pai vai saber disso, pois você estragou um dos meus melhores vestidos. — disse ela, ainda irritada. Desde que meu pai se casou com essa megera e me deixou sob sua
༺ Zara Stevens ༻ Continuei observando o homem com seriedade, mas ele imediatamente alterou sua expressão rígida para uma mais delicada. Desviei meu olhar e notei que ele parecia até constrangido por ter me tratado de maneira grosseira. Com certo constrangimento, ele se desculpou: — Me desculpe, não pretendia tratá-la de forma inadequada. Ocorre que estou bastante nervoso, tenho uma reunião em breve e, como ainda não tenho uma assistente para me auxiliar, acabo ficando estressado. — Não precisa se desculpar, senhor. A culpa foi minha, não mantive o equilíbrio. Realmente, sou um tanto desastrada... Comecei a rir nervosamente e ele riu junto comigo. Ele tem um sorriso tão dócil, é encantador e cativante. No entanto, minha distração foi interrompida quando vi a mulher da recepção se aproximar dele e entregar-lhe uma nova vestimenta. Ela se virou para mim e disse: — Boa tarde, você deve ser a candidata para a vaga de assistente, correto? A sala 07, terceira porta à esquerda, dona Verôn
༺ Rodrigo Garcez ༻ Meu dia não começou bem. Estava atrasado para uma reunião quando, acidentalmente, recebi um banho de café de uma garota desastrada no caminho para o elevador. Inicialmente, briguei com ela, mas ao ver seu rosto lindo e sua expressão arrependida, rapidamente me acalmei. Seu rosto de anjo e aqueles olhos verdes tristonhos me fizeram sentir pena de ter agido assim. Ela tentou me ajudar, mas só piorou a situação na minha roupa. Felizmente, sempre ando com um paletó reserva, e uma secretária me ajudou trazendo a trocar de roupa. Não posso faltar à reunião. É crucial para o Grupo Garcez. Foram meses de negociação com esses empresários australianos para conquistar este contrato de investimento em petróleo. Preciso ser convincente e convencê-los a assinar conosco. Cheguei ao prédio onde ocorreria a reunião e respirei aliviado. Estava marcado em um restaurante chique de Nova York, com uma vista deslumbrante. Meu sócio, ao meu lado, cumprimentou os empresários e iniciou a
༺ Zara Stevens ༻ O comentário feito pelo meu chefe foi um tanto estranho. Ele me questionou se eu era solteira, o que não havia sido mencionado na minha entrevista. Pensei que talvez ele estivesse tentando flertar comigo, mas logo julguei que fosse mera bobagem da minha cabeça, afinal, alguém como eu não chamaria a atenção dele. Devo parar de pensar nisso e focar no meu trabalho. Dirigi-me à minha sala para cuidar de outras tarefas quando Dona Verônica surgiu no corredor e veio em minha direção me cumprimentando. Ela perguntou como eu estava me adaptando e nós conversamos até chegarmos à minha sala. Curiosa, perguntei-lhe sobre algo ao sentar na minha cadeira. — Dona Verônica, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: o senhor Rodrigo tem o costume de perguntar sobre a vida pessoal dos funcionários? Dona Verônica olhou para mim com curiosidade, talvez surpresa em saber sobre isso. Realmente, eu estava certa, não era paranoia da minha cabeça. Ela me questionou curiosa: — Como assim, Z
༺ Aaron Stevens ༻ Passei anos no exterior expandindo minha empresa e focando apenas no trabalho, me distanciando cada vez mais da minha filha. Foi necessário um longo tratamento psicológico para que eu entendesse que Zara não teve culpa do acidente que vitimou sua mãe. A culpa era minha por nunca ter dado atenção à minha esposa e a ela, e naquele dia, por ignorar a ligação de Yoko quando ela levava Zara ao médico. Horas depois, recebi a notícia de que Yoko havia falecido e minha filha sobreviveu com várias escoriações. Nunca entendi o que aconteceu com o carro. O laudo dizia que Yoko perdeu a direção do veículo, capotou várias vezes e bateu em um poste. Depois de sofrer muito, decidi me casar com a irmã de minha falecida esposa, Madelene. Mas nunca a amei da forma que ela merecia. Agora que resolvi meus problemas, quero passar mais tempo com minha filha, mesmo que isso signifique encarar a culpa pelo acidente da mãe. Quando cheguei em casa, Madelene veio me receber com um sorriso n
༺ Madalene Muchin ༻ Minha relação com Aaron não estava boa. Ele apareceu de surpresa e, ao questionar sobre a filha, acabamos discutindo. Eu nunca suportei a garota, especialmente depois de ter me casado com ele e ela ter vindo como um "brinde" no meu casamento. Foi difícil me livrar da mãe dela, mas por sorte Zara sobreviveu ao acidente! Yoko, minha irmã, sempre foi um obstáculo no meu caminho para ficar com Aaron. Ela sempre soube que eu era apaixonada por ele, mesmo assim decidiu se casar com ele. Que bela irmã eu tinha - uma falsa. É claro que eu nunca contei nada, pois eu e Aaron estudamos juntos no colégio. Ele sempre foi muito desejado pelas garotas e, como todas elas, eu também era apaixonada por ele. No entanto, seus olhares eram apenas para Yoko. Parecia que ela havia conquistado o coração dele desde o começo. Eu ainda planejava confessar meus sentimentos por ele, mas quando ela me disse que estava em um relacionamento sério com Aaron, meu mundo desabou. Comecei a odiar mi
༺ Zara Stevens ༻ Horas antes A conversa com meu pai não foi das melhores, pois ele havia vindo até o meu apartamento para me levar de volta para aquela casa, ou seja, a casa dele. Eu nunca tive nada ali. Depois que a minha mãe morreu, minha madrasta sempre fazia questão de me lembrar que eu era apenas uma bastarda que ela criava por pena! Às vezes, odiava saber que era parente dessa mulher tão ruim. No entanto, me recusei a voltar com ele. Sou maior de idade e posso muito bem começar a viver a minha vida da maneira que eu sempre quis. Meu pai era um excelente advogado e administrador. Não era tão rico, mas vivia muito bem com suas posses e tinha sua pequena mansão. Lembro que minha mãe sempre reclamava muito por ele trabalhar demais e nunca ter tempo para ficar conosco. Inclusive, no dia do acidente, acabei passando muito mal, e ela teve que me levar às pressas ao hospital. Porém, não contávamos com aquela tragédia horrível. Tentei apagar da minha memória aquelas lembranças terrív
༺ Rodrigo Garcez ༻ — Você já está velho o suficiente para se casar, Rodrigo! Como CEO respeitado, você precisa cumprir o acordo de casamento que eu fiz com a garota que escolhi para você. Ela vem de uma boa família, não são muito ricos, mas vivem em excelentes condições. — disse meu pai. — Eu sempre disse que não quero me casar, pai! Ainda tenho muitas coisas para aproveitar na vida. Não quero esse casamento, então tente desfazer o acordo de alguma forma. — respondi, olhando seriamente para ele. — Infelizmente, você tem que se casar com essa moça, ou nossa família cairá em desgraça. Como acha que criei esse império todo aqui? Se você não cumprir o acordo deles, eu morrerei e sua vida também será horrível e miserável! — retrucou meu pai, sério. Alguns anos atrás, ele me disse que escolheu uma das filhas de um dos sócios de um grupo misterioso e afirmou que eu me casaria com ela. Claro que não aceitei de imediato. Estava inconformado com aquela situação em que ele me colocou. — Eu n