༺ Rodrigo Garcez ༻
Meu dia não começou bem. Estava atrasado para uma reunião quando, acidentalmente, recebi um banho de café de uma garota desastrada no caminho para o elevador. Inicialmente, briguei com ela, mas ao ver seu rosto lindo e sua expressão arrependida, rapidamente me acalmei. Seu rosto de anjo e aqueles olhos verdes tristonhos me fizeram sentir pena de ter agido assim.
Ela tentou me ajudar, mas só piorou a situação na minha roupa. Felizmente, sempre ando com um paletó reserva, e uma secretária me ajudou trazendo a trocar de roupa.
Não posso faltar à reunião. É crucial para o Grupo Garcez. Foram meses de negociação com esses empresários australianos para conquistar este contrato de investimento em petróleo. Preciso ser convincente e convencê-los a assinar conosco.
Cheguei ao prédio onde ocorreria a reunião e respirei aliviado. Estava marcado em um restaurante chique de Nova York, com uma vista deslumbrante. Meu sócio, ao meu lado, cumprimentou os empresários e iniciou a discussão, enfatizando o investimento que iríamos fazer.
O grupo se interessou e decidiu assinar um contrato de dois anos, prorrogável com base nos resultados. Patrick ficou feliz com o negócio fechado, e no helicóptero, a caminho da partida, sorriu e disse:
— Nossa, mas foi tão fácil como passar manteiga no pão! Tenho certeza de que eles vão adorar o nosso trabalho, Rodrigo, e vão querer prorrogar esse contrato.
— Calma! Não vamos com tanta sede ao pote, meu amigo. Uma coisa de cada vez. Trabalharemos direito e entregaremos o projeto para que eles fiquem satisfeitos. Assim, quem sabe, eles resolvem prorrogar esse contrato. Já é uma grande vitória conseguir dois anos à frente das demais empresas. — Patrick concorda comigo e responde, lembrando de um dos executivos.
— Sabe? Aqui entre nós, foi tão engraçado ver aquele executivo, Rodrigo. Aquele cara devia fazer a sobrancelha, lembrou-me até o desenho do Naruto, onde ele chama um dos ninjas de sobrancelhudo. Na hora, tive que me controlar para não rir da situação que minha cabeça me pregava naquele momento.
— Meu Deus! Você é terrível. Já pensou se tivesse dado risada? Com toda a certeza, o homem questionaria o motivo. Não faça mais isso. Quando for assim, levante-se e diga que vai um instante ao toalete. Eu não gosto de perder negócios e muito menos o meu tempo com palhaçada, Patrick! — ele percebeu que afirmei isso sério, mas não se importou em soltar uma gargalhada e respondeu.
— Ah, amigo, me desculpe. Não tem como evitar isso. O cara parece que nunca ouviu falar numa lâmina de barbear, parecia um homem das cavernas. Se ele tiver pelos assim no corpo, como tinha na sobrancelha, coitada da mulher dele.
— Patrick, seria melhor você calar a boca! Você está sendo um idiota. Desde quando a intimidade do cara é da sua conta? — ele me lança um olhar malicioso e responde:
— Nem quero pensar sobre isso! Já imaginou quando ele está fazendo aquelas coisas na hora H? Nossa, quantos pelos será que o...
— Já chega, essa conversa está ficando estranha demais! Vamos mudar de assunto. Eu realmente não quero saber da vida sexual do cara.
Ele soltou uma gargalhada e mudamos de assunto para algo relacionado à empresa. Era por volta das quatro da tarde quando percebi alguém batendo na porta e entrando. Era Dona Verônica, que sorriu e me disse:
— Olá, meu querido! Então, eu já contratei a nova assistente. Ela começa amanhã.
— Nossa, finalmente! O que essa pessoa tem de especial? Por que você dispensou todos os outros candidatos ao longo da semana? Ninguém tinha lhe agradado. — ela olha algo na sua prancheta e responde de forma dócil.
— Lembra que você estava procurando alguém que falasse mandarim? Então, ela fala essa língua e também tem um currículo ótimo. Só não tem experiência, não posso esconder isso de você, chefe.
— Se ela aprende rápido, não tenho do que reclamar. Mas me diga: como é o nome da sortuda? — percebo que dona Verônica desvia os olhos antes de dizer.
— Não posso esconder isso do senhor chefe também. Foi a garota que derrubou café em você mais cedo.
Olhei surpreso para ela. Realmente, a garota deveria ter um bom currículo para passar na seleção. Só esperava que esse desastre dela não lhe acompanhasse. Cocei a cabeça preocupado e respondi, olhando para dona Verônica.
— Meu Deus! Só espero que ela não me jogue café novamente. Dona Verônica, você poderia ter escolhido outra candidata, hein?
— Mas é porque ela tem um currículo bem capacitado, meu querido. Veja só. — peguei o currículo de suas mãos e verifiquei as qualificações da garota, que se chamava Zara.
Fiquei surpreso com suas habilidades e qualidades. Ela parecia ser muito esforçada e inteligente. Passei a mão na barba e disse:
— Realmente, o currículo dela é perfeito! Faremos um teste de 6 meses. Se ela passar, poderá trabalhar por mais tempo ao meu lado. Agora, preciso resolver algumas coisas. Tenho uns e-mails para responder. Se precisar de algo, me avise, Verônica...
Ela concorda e se retira da minha sala enquanto começo a checar meus e-mails. Vejo que tem uma nova mensagem de Márcia. Que garota insuportável! Eu até a excluo da minha caixa de entrada. Meu amigo me apresentou para ela, desde então ela vive infernizando minha vida. Notei na hora que ela era uma interesseira. Odeio mulheres desse tipo e não quero nem sequer perto de mim. Que ela vá dar um jeito de ganhar seu próprio dinheiro.
Trabalhei muito cedo para conseguir tudo o que tenho e não suporto mulheres desse jeito, que vivem caçando um homem rico para casar. Não é que eu seja pão duro, mas sou o tipo de pessoa que percebe o interesse de certas mulheres por mim. Geralmente, não é por minha pessoa que elas se interessam, e sim pelo meu dinheiro. Só quero alguém ao meu lado que me ame de verdade.
De repente, o rosto daquela mulher de mais cedo surge em minha mente. Seu jeito desastrado e preocupado era engraçado. Sorrio ao lembrar disso. Ela parecia ser uma menina muito simples, porém com um futuro promissor. Coloquei meu paletó para ir embora. Finalmente, meu expediente havia chegado ao fim, e eu poderia ir para meu apartamento.
Assim que cheguei na entrada do meu condomínio, vi Márcia. Meu motorista me olhou por um momento, e eu disse para ele passar direto. Era só o que me faltava: essa garota está me perseguindo de todas as maneiras! Eu não suporto isso.
Ela se colocou na frente da limusine e perguntou por mim. Meu motorista apenas confirmou que eu não estava lá, pois ele só tinha vindo até meu apartamento para buscar uma mudança de roupa para mim. Márcia tentou conversar um pouco mais, mas ele encerrou o assunto e fechou o vidro. Ótimo, eu não quero ter nenhum tipo de contato com ela. Quem sabe evitando-a, ela me esqueça mais rapidamente.
Quando entrei em meu apartamento, tirei meus sapatos e me joguei no sofá. Nossa, que dia estressante! Ainda bem que a reunião acabou bem. Agora eu poderia relaxar e me preocupar com outras coisas. Andei até meu quarto e decidi tomar um banho; só queria minha cama.
Na manhã seguinte, eu estava mais disposto. Assim que cheguei à empresa, vi a garota de ontem. Ela se aproximou de mim sorrindo e me entregou um copo de cappuccino. Até olhei surpreso pelo gesto. Dessa vez, ela não me jogou nada para que eu me queimasse.
— Senhor Rodrigo! Tomei a liberdade de preparar um cappuccino para você, para me desculpar pelo que aconteceu ontem.
— Nossa, obrigado! Muito gentil da sua parte. Você já sabe quais são suas funções? Porque eu preciso de uma pasta importante! — ela foi até sua mesa, pegou alguns papéis e respondeu com um sorriso.
— Está aqui! Como cheguei cedo, organizei tudo para que o senhor não precisasse se preocupar em procurá-la. Dona Verônica já me colocou a par de quase tudo. Estou deixando tudo bem organizado.
— Isso é perfeito! Continue assim e você ganhará pontos comigo. Bom, eu vou entrar, porque tenho uma videoconferência. Se eu precisar de algo, eu te chamo. — ela balançou a cabeça concordando e respondeu:
— Perfeitamente, senhor! Será um prazer ajudá-lo no que for preciso. Que você tenha uma ótima reunião .
Concordei com ela e entrei na minha sala, soltando um suspiro e pensando: "Lá vamos nós para mais um dia de trabalho. Só espero que essa nova assistente não me apronte mais nada. Fiquei um pouco traumatizado quando ela derramou café na minha roupa. Minha sorte foi que não estava quente demais, mas foi bem assustador."
Mas tenho que entender que ela poderia estar nervosa ontem e acabou acontecendo aquele desastre todo. Decidi focar no meu trabalho, pois tenho muitas coisas para resolver e outra reunião para liderar. A vida de um CEO nem sempre é fácil, há tantas coisas para fazer. Fico me perguntando como dou conta de tudo. Isso nem sempre é fácil.
Era por volta das 15:00 da tarde quando Zara apareceu com uma pasta de arquivos para me entregar. Observei a funcionária dessa vez calmamente e percebi o quão bonita ela era. No entanto, não acredito que seja o tipo de mulher que esteja procurando um relacionamento. Ela me tirou da minha distração ao comentar:
— Então, Senhor... está tudo aí, o que havia pedido para mim mais cedo?
— Ah, sim, acredito que sim. Deixa eu verificar logo. — abri a pasta e a examinei seriamente.
Por que não consigo evitar o contato visual com essa garota? Novamente, ela interrompe meus pensamentos, dizendo:
— Bom, qualquer coisa, o senhor me chame se precisar de algo!
— Zara, desculpe-me por perguntar algo assim a você. Eu sei que não é assunto da empresa, mas você tem namorado? — percebi que ela ficou vermelha imediatamente com essa pergunta e respondeu meio desconfiada.
— Como é? Senhor, eu não entendi a sua pergunta!? O senhor está me questionando se eu tenho namorado?
Caramba, e agora o que vou dizer para ela? Com toda certeza, ela vai querer saber por que estou querendo essa informação se ela é solteira, mas vou dar um jeito de disfarçar a situação.
— Bom... Zara, é que geralmente todas as minhas assistentes acabavam deixando o cargo pelo serviço pesado ao meu lado. Seus parceiros as cobravam demais, e eu queria saber se você é uma pessoa totalmente disponível ou tem alguém na sua vida?
— Ah! Não, senhor. Nem se preocupe com isso. Sou uma mulher solteira e estou procurando um rumo na vida. Não planejo arrumar compromissos agora. — não pude evitar sorrir ao saber que ela não tinha namorado, mas sabia que teria que ter bastante cuidado se quisesse que ela me notasse.
— Sendo assim, fico mais aliviado sabendo que não estou atrapalhando sua vida sentimental. Estava analisando os papéis e não se preocupe, tudo que eu preciso neste momento está aqui...
— Nesse caso, vou cuidar das outras tarefas por enquanto, senhor. Com licença.
— Está certo. Cuide das coisas da melhor maneira possível! Se precisar de ajuda, não hesite em procurar a Dona Verônica. Até mais, Zara.
Ela concorda com minhas palavras e sai da minha sala. Percebi que a nova assistente parece um pouco desconfortável na minha presença, suas bochechas estão ruborizadas. Será um sinal de que ela também está atraída por mim? Isso passa pela minha mente naquele momento.
༺ Zara Stevens ༻ O comentário feito pelo meu chefe foi um tanto estranho. Ele me questionou se eu era solteira, o que não havia sido mencionado na minha entrevista. Pensei que talvez ele estivesse tentando flertar comigo, mas logo julguei que fosse mera bobagem da minha cabeça, afinal, alguém como eu não chamaria a atenção dele. Devo parar de pensar nisso e focar no meu trabalho. Dirigi-me à minha sala para cuidar de outras tarefas quando Dona Verônica surgiu no corredor e veio em minha direção me cumprimentando. Ela perguntou como eu estava me adaptando e nós conversamos até chegarmos à minha sala. Curiosa, perguntei-lhe sobre algo ao sentar na minha cadeira. — Dona Verônica, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: o senhor Rodrigo tem o costume de perguntar sobre a vida pessoal dos funcionários? Dona Verônica olhou para mim com curiosidade, talvez surpresa em saber sobre isso. Realmente, eu estava certa, não era paranoia da minha cabeça. Ela me questionou curiosa: — Como assim, Z
༺ Aaron Stevens ༻ Passei anos no exterior expandindo minha empresa e focando apenas no trabalho, me distanciando cada vez mais da minha filha. Foi necessário um longo tratamento psicológico para que eu entendesse que Zara não teve culpa do acidente que vitimou sua mãe. A culpa era minha por nunca ter dado atenção à minha esposa e a ela, e naquele dia, por ignorar a ligação de Yoko quando ela levava Zara ao médico. Horas depois, recebi a notícia de que Yoko havia falecido e minha filha sobreviveu com várias escoriações. Nunca entendi o que aconteceu com o carro. O laudo dizia que Yoko perdeu a direção do veículo, capotou várias vezes e bateu em um poste. Depois de sofrer muito, decidi me casar com a irmã de minha falecida esposa, Madelene. Mas nunca a amei da forma que ela merecia. Agora que resolvi meus problemas, quero passar mais tempo com minha filha, mesmo que isso signifique encarar a culpa pelo acidente da mãe. Quando cheguei em casa, Madelene veio me receber com um sorriso n
༺ Madalene Muchin ༻ Minha relação com Aaron não estava boa. Ele apareceu de surpresa e, ao questionar sobre a filha, acabamos discutindo. Eu nunca suportei a garota, especialmente depois de ter me casado com ele e ela ter vindo como um "brinde" no meu casamento. Foi difícil me livrar da mãe dela, mas por sorte Zara sobreviveu ao acidente! Yoko, minha irmã, sempre foi um obstáculo no meu caminho para ficar com Aaron. Ela sempre soube que eu era apaixonada por ele, mesmo assim decidiu se casar com ele. Que bela irmã eu tinha - uma falsa. É claro que eu nunca contei nada, pois eu e Aaron estudamos juntos no colégio. Ele sempre foi muito desejado pelas garotas e, como todas elas, eu também era apaixonada por ele. No entanto, seus olhares eram apenas para Yoko. Parecia que ela havia conquistado o coração dele desde o começo. Eu ainda planejava confessar meus sentimentos por ele, mas quando ela me disse que estava em um relacionamento sério com Aaron, meu mundo desabou. Comecei a odiar mi
༺ Zara Stevens ༻ Horas antes A conversa com meu pai não foi das melhores, pois ele havia vindo até o meu apartamento para me levar de volta para aquela casa, ou seja, a casa dele. Eu nunca tive nada ali. Depois que a minha mãe morreu, minha madrasta sempre fazia questão de me lembrar que eu era apenas uma bastarda que ela criava por pena! Às vezes, odiava saber que era parente dessa mulher tão ruim. No entanto, me recusei a voltar com ele. Sou maior de idade e posso muito bem começar a viver a minha vida da maneira que eu sempre quis. Meu pai era um excelente advogado e administrador. Não era tão rico, mas vivia muito bem com suas posses e tinha sua pequena mansão. Lembro que minha mãe sempre reclamava muito por ele trabalhar demais e nunca ter tempo para ficar conosco. Inclusive, no dia do acidente, acabei passando muito mal, e ela teve que me levar às pressas ao hospital. Porém, não contávamos com aquela tragédia horrível. Tentei apagar da minha memória aquelas lembranças terrív
༺ Rodrigo Garcez ༻ — Você já está velho o suficiente para se casar, Rodrigo! Como CEO respeitado, você precisa cumprir o acordo de casamento que eu fiz com a garota que escolhi para você. Ela vem de uma boa família, não são muito ricos, mas vivem em excelentes condições. — disse meu pai. — Eu sempre disse que não quero me casar, pai! Ainda tenho muitas coisas para aproveitar na vida. Não quero esse casamento, então tente desfazer o acordo de alguma forma. — respondi, olhando seriamente para ele. — Infelizmente, você tem que se casar com essa moça, ou nossa família cairá em desgraça. Como acha que criei esse império todo aqui? Se você não cumprir o acordo deles, eu morrerei e sua vida também será horrível e miserável! — retrucou meu pai, sério. Alguns anos atrás, ele me disse que escolheu uma das filhas de um dos sócios de um grupo misterioso e afirmou que eu me casaria com ela. Claro que não aceitei de imediato. Estava inconformado com aquela situação em que ele me colocou. — Eu n
༺ Zara Stevens༻ Não sabia onde me esconder de tanta vergonha pelo fato do vice-presidente da empresa ter me flagrado naquela situação constrangedora com o Rodrigo. Com toda a certeza, pensará mal ao meu respeito. Eu também não estava entendendo por que seu Rodrigo estava agindo daquela maneira, me dando aquele olhar tão penetrante. Fico imaginando o que aconteceria se ele fosse até o final. Será que ele ia me beijar? Estou tão perplexa com esta situação que nem sei como reagir. Vou ao bebedouro da empresa pegar um copo de água para aliviar este calor. Sinto meu corpo estranho e, ao perceber o meu desconforto, um dos funcionários, chamado Dimitri, se aproxima e pergunta preocupado: — Você está se sentindo bem, Zara? — Não se preocupe, estou bem! Por que está me perguntando isso? — o olhar que ele me dá revela uma certa preocupação. Ele responde coçando a cabeça. — Bom, eu pensei que você estivesse passando mal! Seu rosto está tão ruborizado quanto um tomate... Quando ele revela is
༺ Rodrigo Garcez ༻ Zara permanece quieta ao meu lado enquanto dirijo, não disse nenhuma palavra desde que entrou no carro. Sei que não está confortável, mas preciso quebrar o clima tenso que fica entre nós quando estou perto dela. Ela sempre age de maneira estranha e desconcertada. — Aconteceu algo? Você não disse nenhuma palavra desde que entramos no carro! — perguntei. — Só estou meio cansada! E também com muita fome, espero que você não me leve nesses restaurantes que só servem uma porção minúscula de comida, pois estou faminta. — não deixei de sorrir quando ela me confessou aquilo. Garotas na idade dela geralmente estão sempre querendo manter a boa forma, então a questionei levantando uma de minhas sobrancelhas a observando. — Você é surpreendente! Geralmente, mulheres da sua idade sempre se preocupam em manter a boa forma e um corpo perfeito, e acabam não se alimentando de forma adequada. Por isso penso que às vezes ficam doentes. — Bem, suponho que não seja o meu caso! Nunc
༺ Márcia Muchin ༻ Não estou acreditando que isso aconteceu comigo. Fui humilhada por aquela bastarda e, se não fosse pior, fui dispensada pelo Rodrigo. Tem dias que estou atrás desse homem e nunca consigo um novo encontro. E veja como o destino é cruel: Zara estava na presença dele, muito à vontade, jantando com ele. Fiquei com tanto ódio ao vê-los naquela intimidade toda! A humilhação não podia ser ainda mais terrível quando Rodrigo me revelou que ela era sua assistente pessoal, encarregada das funções principais da sua empresa. Eu não entendia como Zara havia conseguido esse cargo, se ela nunca teve tempo para estudar. Eu ouvia sempre a minha mãe dizer que ela saia cedo para fazer uns bicos de faxineira para ganhar dinheiro, mas sempre deixava as coisas prontas para sair. Não acredito que essa peste conseguiu se formar usando esse método. Com toda certeza, deve ter tido ajuda daquela infeliz da Pietra, patricinha m*****a. Foi um choque quando Rodrigo me revelou que ela estava no ú