༺ Zara Stevens ༻
— Você é estúpida! Como ousa manchar meu vestido assim? Meu Deus, você é completamente inútil e não serve para nada! — exclamou Madalene, com raiva.
Antes que eu pudesse responder, senti o estalo da mão dela no meu rosto. A bofetada foi tão forte que me fez cair instantaneamente no chão. Além de ser injustamente punida por algo que não fiz, ela jogou a roupa sobre o meu rosto, me humilhando ainda mais.
Respirei fundo e controlei as lágrimas que agora estavam misturadas com raiva, antes de dizer algo. Eu não aguentava mais viver assim ao lado dessa mulher nesta casa.
— Madalene, pode me explicar o que houve desta vez? — perguntei, tentando manter a calma.
— Você está cega? Não está vendo essa mancha enorme no meu vestido? Você é completamente incompetente, garota! Nunca faz as coisas do jeito certo. Seu pai vai saber disso, pois você estragou um dos meus melhores vestidos. — disse ela, ainda irritada.
Desde que meu pai se casou com essa megera e me deixou sob sua responsabilidade, sou tratada dessa maneira. Penso que ele não tem ideia do monstro que ela é ou finge não perceber as coisas e como sempre Madalene me tratou.
Examinei a mancha e não me lembrava de tê-la causado. Tinha certeza de que ela estava me culpando por algo que não fiz. Olhei seriamente para ela e disse:
— Eu não lavei esse vestido. Sempre tomei muito cuidado com suas roupas mais finas!
— Ah, pelo amor de Deus, é claro que isso é obra sua. Você arruinou o meu melhor vestido. Sabe, às vezes teria sido melhor se tivesse morrido naquele acidente de carro com a sua mãe. Dessa maneira, eu não precisaria cuidar de alguém tão inútil como você, que não sabe lavar uma roupa direito.
Em alguns momentos, duvidava se aquela mulher era realmente irmã da minha mãe, pois ela parecia mais uma serpente venenosa e cruel, usando uma máscara falsa, esperando apenas a morte da irmã para dar o bote e ocupar o seu lugar. Passei a mão no meu rosto para me acalmar, pois se surtasse, poderia ser presa hoje por tentativa de homicídio, e respondi:
— Olha, eu não vou levar a culpa por algo que não fiz. Já disse que não lavei esse vestido!
— Diminua o tom de voz quando falar comigo. Não se esqueça de que está na minha casa e só tolero sua presença aqui porque, infelizmente, você é filha do seu pai. — há momentos em que tenho vontade de voar no pescoço de Madalene e descontar toda a raiva que venho acumulando nos últimos anos.
No entanto, preciso me controlar, pois falta pouco para finalmente ir embora daqui. Continuei apenas observando-a com certa paciência, algo que adquiri nos últimos anos.
— Mãe, o que está acontecendo? Dá para ouvir seus gritos lá do andar de cima. Ah! Claro, tinha que ser você. Já fez algo da maneira errada, como sempre, não é, Zara?
Márcia era filha dela e minha prima, uma tremenda megera e ardilosa como minha tia. Sempre procurava qualquer motivo para ser tão maléfica comigo, mas eu já estava vacinada contra o veneno dessas duas cobras tóxicas com as quais convivia. Enquanto as observava com certo tédio, Madalene se pronunciou indignada!
— Essa peste simplesmente manchou um dos meus melhores vestidos de festa, mas isso não vai ficar assim. Vou contar tudo para o seu pai, e pode esperar, Zara, que o castigo vem.
A bruxa da minha tia saiu furiosa com o vestido nas mãos, subindo as escadas e me deixando sozinha com Márcia. Depois de alguns segundos, notei a dissimulada com um sorriso divertido nos lábios, observando-me como se tivesse aprontado algo.
Estreitei meus olhos, desconfiada, e logo entendi a armação dessa outra cascavel. Aquilo havia sido feito por ela. Respirei fundo, controlando-me para não avançar sobre ela, e disse:
— Não preciso ser detetive para suspeitar que foi você quem manchou o vestido da sua mãe para que eu levasse a culpa! Você ainda vai me pagar, Márcia, isso é certo.
— E se for eu? O que vai fazer, Zara? Deveria entender, querida prima, que o mundo está contra você. Se contar ao seu pai, em quem será que ele irá acreditar mais? Pensa que ele dará ouvidos a uma filha amaldiçoada que carrega a culpa pela morte da mãe? — o que mais me incomodava na minha tia e na minha prima era que elas usavam a morte da minha mãe para serem maldosas comigo.
Mas, com o tempo, aprendi a não deixar isso me afetar e respondi de forma sarcástica.
— Ah, cale-se! Você devia ter mais motivos para começar a me criticar. Não vou mais perder meu tempo com você, porque você é inútil e preguiçosa, assim como sua mãe, que vive às custas do meu pai. Antes, o que vocês diziam me afetava, mas hoje nem você nem sua mãe têm esse poder sobre mim.
— Tenho a vida mantida pelo marido da minha mãe, é diferente! Seu pai sabia que eu vinha de bagagem quando aceitou se casar com a minha mãe. Ele, inclusive, é mais gentil comigo do que com você. — apenas revirei os olhos diante de seu comentário inoportuno e respondi para encerrar o assunto.
— Márcia, este mundo está cheio de surpresas! Espero que, em uma delas, meu pai se interesse por uma mulher mais jovem. Assim, vocês duas serão escorraçadas daqui. Anote ou memorize o que estou dizendo: vocês sofrerão as consequências pelos seus atos, pois é a lei do retorno e ela chega para todos.
Ela me observou de boca aberta pela minha ousadia em dizer aquilo. Acredito que não esperava que, pela primeira vez em anos, eu a respondesse da mesma forma.
Decidi ignorar Márcia e continuar o meu trabalho, pois ainda tinha que resolver meus problemas pessoais. Tenho estudado incansavelmente para conseguir me formar na faculdade de administração. Outra tarefa que não foi fácil: Madalene atrapalhou de todas as maneiras os meus estudos.
Sempre que saio para algum lugar, digo a ela que farei um trabalho extra para comprar algo que preciso. Ela se conforma e fica feliz em saber que estarei limpando o chão dos outros, porém, nem sonha que estou estudando escondida. Se ela descobrisse, infernizaria a vida do meu pai para que ele me tirasse esse direito, já que fazia uma lavagem cerebral tão grande nele. Falava o tempo todo mal de mim, e ele nunca me ouvia ou me dava o direito de escolher meu destino.
Sabendo que ele nunca me dará ouvidos ou se preocupará em saber sobre mim, eu faço o meu melhor sozinha e sempre deixo tudo limpo antes de sair de casa. Depois, corro para resolver meus próprios problemas pessoais, e ultimamente um deles tem sido arrumar um jeito de conseguir um emprego e um lugar para morar. Um eu já estava conseguindo resolver, e o outro ainda lutava para conquistar.
Hoje, tenho uma entrevista na empresa do Rodrigo Garcez, um grande CEO do ramo industrial. Dizem que ele é um magnata muito bem-sucedido e jovem. Aos 32 anos, já havia alavancado sua carreira como um dos empresários mais destacados do mercado.
Após caminhar por várias quadras, cheguei à casa da minha amiga Pietra. Ela era a única que me ajudava a prosperar e, principalmente, a crescer. Bati na porta e rapidamente Pietra abriu, observando-me com um sorriso no rosto, e disse:
— Zara, pensei que você não viria mais. Ficaria brava se você perdesse essa oportunidade! Espero que consiga a vaga para se livrar daquelas duas bruxas.
— Nossa, nem me fale! Tudo o que mais quero na vida é isso. Estou aliviada por saber que na próxima semana meu apartamento estará pronto. Comprei um lugar onde somente você sabe, Pietra. Espero que mantenha esse segredo. — ela concorda comigo e responde, tirando uma roupa que estava toda embalada e guardada no closet.
— Este é o conjunto de roupa casual que você me pediu para lavar. Você disse que deseja estar impecável, então vou fazer uma maquiagem e arrumar seu cabelo. Precisa estar deslumbrante, pois a aparência é tudo!
— Não me iluda com essas coisas. Só um milagre me faria ficar mais bonita do que isso. — sentei-me no sofá enquanto Pietra pegava sua mala de maquiagem e respondia indignada com meu comentário.
— Odeio quando você se coloca para baixo assim, amiga! Sinceramente, você é bonita, apenas está maltratada devido aos trabalhos horríveis que Madalene faz você passar. Mas darei um jeito nisso e te transformarei em uma Cinderela, serei sua fada madrinha.
Apenas dei de ombros. Não vou discutir com Pietra sobre isso, pois não leva a nada. Após ela finalizar a maquiagem e me entregar a roupa para vestir e fazer um coque perfeito no meu cabelo, ela dá um sorriso satisfeita com o resultado e disse:
— Caramba! Você nem parece a Zara que entrou aqui antes. Precisa dar uma olhada no espelho, veja! — aproximei-me do espelho e fiquei surpresa com o que vi.
Era eu mesma, aquela mulher bem vestida e bonita?
Será que permiti que Madalene e Márcia roubassem anos da minha vida, sem me dar o devido cuidado, trabalhando demais? Sorri e respondi a Pietra, que me olhava maravilhada com a minha mudança.
— Que surpresa! Nunca pensei que você conseguiria fazer um milagre. Estou ótima. Meu Deus! Olhe que horas são? Tenho que me apressar, ou chegarei atrasada para a entrevista de emprego. Pietra, eu te ligo quando sair de lá.
Ela concorda comigo, então sigo em busca de um táxi na rua. Estou atrasada alguns minutos. Ao me aproximar do edifício onde será a entrevista, decido parar um instante na cafeteria para comprar um copo de café para levar comigo. Ao entrar no edifício, aguardo o elevador abrir e aperto o botão para o último andar.
Quando estou saindo, meu casaco fica preso no elevador. Ah, não! Só pode ser perseguição mesmo. Tento puxá-lo, mas ele não quer soltar, e eu cambaleio para frente, sujando sem querer um homem que surge na minha frente com meu café. Ele se afasta e diz, assustado:
— Ai! Isso está quente? Você está maluca? Como anda com algo assim?
— Desculpe-me, senhor. Não fiz por mal. Deixe-me ajudar. Meu casaco ficou preso no elevador... — notei que o homem está bravo e tira o casaco do seu paletó, tentando retirar o excesso de café derramado ali com a mão e reclamando:
— Você deveria tomar mais cuidado da próxima vez! Era só o que me faltava agora: ficar sujo exatamente no momento em que tenho uma reunião de negócios. Eu não mereço isso.
— Me desculpe mais uma vez! Não pretendia causar-lhe esse dano.
Ele dá uma risada irônica e me encara por um instante enquanto eu abaixo a cabeça, envergonhada. Preciso parar de deixar que as pessoas me desrespeitem por tão pouco.
— Suas desculpas não vão tirar a mancha do meu paletó, garota, que deve valer mais do que você está acostumada a ganhar, sua infeliz. Por que está com a cabeça abaixada? Levante seu rosto para eu poder olhar para a desastrada que acabou de me derramar café.
Levanto o rosto depressa para encará-lo. Seus olhos azuis são tão intensos e frios que me fitam de maneira séria. Ele é muito bonito, não posso negar isso. O homem olha-me de cima a baixo com outra expressão.
Respiro fundo e penso: “Zara, você tem que dar o seu show para acabar com tudo e estragar a única oportunidade que tem de se livrar da sua tia e daquela infeliz da prima.”
༺ Zara Stevens ༻ Continuei observando o homem com seriedade, mas ele imediatamente alterou sua expressão rígida para uma mais delicada. Desviei meu olhar e notei que ele parecia até constrangido por ter me tratado de maneira grosseira. Com certo constrangimento, ele se desculpou: — Me desculpe, não pretendia tratá-la de forma inadequada. Ocorre que estou bastante nervoso, tenho uma reunião em breve e, como ainda não tenho uma assistente para me auxiliar, acabo ficando estressado. — Não precisa se desculpar, senhor. A culpa foi minha, não mantive o equilíbrio. Realmente, sou um tanto desastrada... Comecei a rir nervosamente e ele riu junto comigo. Ele tem um sorriso tão dócil, é encantador e cativante. No entanto, minha distração foi interrompida quando vi a mulher da recepção se aproximar dele e entregar-lhe uma nova vestimenta. Ela se virou para mim e disse: — Boa tarde, você deve ser a candidata para a vaga de assistente, correto? A sala 07, terceira porta à esquerda, dona Verôn
༺ Rodrigo Garcez ༻ Meu dia não começou bem. Estava atrasado para uma reunião quando, acidentalmente, recebi um banho de café de uma garota desastrada no caminho para o elevador. Inicialmente, briguei com ela, mas ao ver seu rosto lindo e sua expressão arrependida, rapidamente me acalmei. Seu rosto de anjo e aqueles olhos verdes tristonhos me fizeram sentir pena de ter agido assim. Ela tentou me ajudar, mas só piorou a situação na minha roupa. Felizmente, sempre ando com um paletó reserva, e uma secretária me ajudou trazendo a trocar de roupa. Não posso faltar à reunião. É crucial para o Grupo Garcez. Foram meses de negociação com esses empresários australianos para conquistar este contrato de investimento em petróleo. Preciso ser convincente e convencê-los a assinar conosco. Cheguei ao prédio onde ocorreria a reunião e respirei aliviado. Estava marcado em um restaurante chique de Nova York, com uma vista deslumbrante. Meu sócio, ao meu lado, cumprimentou os empresários e iniciou a
༺ Zara Stevens ༻ O comentário feito pelo meu chefe foi um tanto estranho. Ele me questionou se eu era solteira, o que não havia sido mencionado na minha entrevista. Pensei que talvez ele estivesse tentando flertar comigo, mas logo julguei que fosse mera bobagem da minha cabeça, afinal, alguém como eu não chamaria a atenção dele. Devo parar de pensar nisso e focar no meu trabalho. Dirigi-me à minha sala para cuidar de outras tarefas quando Dona Verônica surgiu no corredor e veio em minha direção me cumprimentando. Ela perguntou como eu estava me adaptando e nós conversamos até chegarmos à minha sala. Curiosa, perguntei-lhe sobre algo ao sentar na minha cadeira. — Dona Verônica, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: o senhor Rodrigo tem o costume de perguntar sobre a vida pessoal dos funcionários? Dona Verônica olhou para mim com curiosidade, talvez surpresa em saber sobre isso. Realmente, eu estava certa, não era paranoia da minha cabeça. Ela me questionou curiosa: — Como assim, Z
༺ Aaron Stevens ༻ Passei anos no exterior expandindo minha empresa e focando apenas no trabalho, me distanciando cada vez mais da minha filha. Foi necessário um longo tratamento psicológico para que eu entendesse que Zara não teve culpa do acidente que vitimou sua mãe. A culpa era minha por nunca ter dado atenção à minha esposa e a ela, e naquele dia, por ignorar a ligação de Yoko quando ela levava Zara ao médico. Horas depois, recebi a notícia de que Yoko havia falecido e minha filha sobreviveu com várias escoriações. Nunca entendi o que aconteceu com o carro. O laudo dizia que Yoko perdeu a direção do veículo, capotou várias vezes e bateu em um poste. Depois de sofrer muito, decidi me casar com a irmã de minha falecida esposa, Madelene. Mas nunca a amei da forma que ela merecia. Agora que resolvi meus problemas, quero passar mais tempo com minha filha, mesmo que isso signifique encarar a culpa pelo acidente da mãe. Quando cheguei em casa, Madelene veio me receber com um sorriso n
༺ Madalene Muchin ༻ Minha relação com Aaron não estava boa. Ele apareceu de surpresa e, ao questionar sobre a filha, acabamos discutindo. Eu nunca suportei a garota, especialmente depois de ter me casado com ele e ela ter vindo como um "brinde" no meu casamento. Foi difícil me livrar da mãe dela, mas por sorte Zara sobreviveu ao acidente! Yoko, minha irmã, sempre foi um obstáculo no meu caminho para ficar com Aaron. Ela sempre soube que eu era apaixonada por ele, mesmo assim decidiu se casar com ele. Que bela irmã eu tinha - uma falsa. É claro que eu nunca contei nada, pois eu e Aaron estudamos juntos no colégio. Ele sempre foi muito desejado pelas garotas e, como todas elas, eu também era apaixonada por ele. No entanto, seus olhares eram apenas para Yoko. Parecia que ela havia conquistado o coração dele desde o começo. Eu ainda planejava confessar meus sentimentos por ele, mas quando ela me disse que estava em um relacionamento sério com Aaron, meu mundo desabou. Comecei a odiar mi
༺ Zara Stevens ༻ Horas antes A conversa com meu pai não foi das melhores, pois ele havia vindo até o meu apartamento para me levar de volta para aquela casa, ou seja, a casa dele. Eu nunca tive nada ali. Depois que a minha mãe morreu, minha madrasta sempre fazia questão de me lembrar que eu era apenas uma bastarda que ela criava por pena! Às vezes, odiava saber que era parente dessa mulher tão ruim. No entanto, me recusei a voltar com ele. Sou maior de idade e posso muito bem começar a viver a minha vida da maneira que eu sempre quis. Meu pai era um excelente advogado e administrador. Não era tão rico, mas vivia muito bem com suas posses e tinha sua pequena mansão. Lembro que minha mãe sempre reclamava muito por ele trabalhar demais e nunca ter tempo para ficar conosco. Inclusive, no dia do acidente, acabei passando muito mal, e ela teve que me levar às pressas ao hospital. Porém, não contávamos com aquela tragédia horrível. Tentei apagar da minha memória aquelas lembranças terrív
༺ Rodrigo Garcez ༻ — Você já está velho o suficiente para se casar, Rodrigo! Como CEO respeitado, você precisa cumprir o acordo de casamento que eu fiz com a garota que escolhi para você. Ela vem de uma boa família, não são muito ricos, mas vivem em excelentes condições. — disse meu pai. — Eu sempre disse que não quero me casar, pai! Ainda tenho muitas coisas para aproveitar na vida. Não quero esse casamento, então tente desfazer o acordo de alguma forma. — respondi, olhando seriamente para ele. — Infelizmente, você tem que se casar com essa moça, ou nossa família cairá em desgraça. Como acha que criei esse império todo aqui? Se você não cumprir o acordo deles, eu morrerei e sua vida também será horrível e miserável! — retrucou meu pai, sério. Alguns anos atrás, ele me disse que escolheu uma das filhas de um dos sócios de um grupo misterioso e afirmou que eu me casaria com ela. Claro que não aceitei de imediato. Estava inconformado com aquela situação em que ele me colocou. — Eu n
༺ Zara Stevens༻ Não sabia onde me esconder de tanta vergonha pelo fato do vice-presidente da empresa ter me flagrado naquela situação constrangedora com o Rodrigo. Com toda a certeza, pensará mal ao meu respeito. Eu também não estava entendendo por que seu Rodrigo estava agindo daquela maneira, me dando aquele olhar tão penetrante. Fico imaginando o que aconteceria se ele fosse até o final. Será que ele ia me beijar? Estou tão perplexa com esta situação que nem sei como reagir. Vou ao bebedouro da empresa pegar um copo de água para aliviar este calor. Sinto meu corpo estranho e, ao perceber o meu desconforto, um dos funcionários, chamado Dimitri, se aproxima e pergunta preocupado: — Você está se sentindo bem, Zara? — Não se preocupe, estou bem! Por que está me perguntando isso? — o olhar que ele me dá revela uma certa preocupação. Ele responde coçando a cabeça. — Bom, eu pensei que você estivesse passando mal! Seu rosto está tão ruborizado quanto um tomate... Quando ele revela is