Quando Raya imaginou ser abençoada pela Deusa Luna, com um companheiro para a cuidar, e assim ser feliz, não imaginou que um dia iria se arrepender do que pediu. Pois o companheiro, era um terrivel homem, e de ações duvidosas, e Raya, achou que seria com ele que encontraria sua felicidade com ele, era uma bobagem. Ao passar pela vila, ouviu alguns chiados vindo dos moradores, eram falacias que ouvia desde o dia que perdeu seus pais, e passou a viver sozinha. Desde então sofria os mais horriveis insultos, e sequer uma moça da aldeia cogitava chegar perto, pois diziam a eles que Raya era amaldiçoada.
Ao olhar para trás, viu que o homem a seguia. Ela apenas apressou seus passos, quando percebeu, já estava correndo, não se deu o trabalho de olhar para trás. E quando virou a esquina, a sua esquerda, viu sua casa, um chalé, herdado de seus pais, velho e sombrio. Pois refletia sua vida, sombria. Caçava para sobreviver, mas atualmente, preferia morrer a viver como vivia. Quando fechou a porta, ela foi aberta no mesmo instante, a fazendo cair sentada no chão.
— Disse para me esperar — O homem exibiu um sorriso debochado — Preciso de você, sei que você consegue entender isso, Raya.
— Não consigo entender como não tem dignidade, não quero mais você em minha casa, Ravi — Raya levantou e não teve coragem de dar as costas a Ravi, não confiava no homem — Porque simplemesnte não se vai?
— Preciso de você. — Era sempre a mesma desculpa, ele sequer se dava o trabalho de inventar uma nova.
— Precisa do meu corpo, Tem uma diferença! — Ray gritou. Não suportava ver a face daquele idiota. — Saia!
— Se eu sair, sabe que não voltarei e assim sua vida vai se transformar em um inferno — Ravi se atreveu a dizer com audácia, e assim ele exibiu o sorriso de deboche que Ray odiava. — Quer realmente que isso aconteça?
Raya sorriu, um sorriso amargo. Mesmo com tanto ódio em seu coração, ela simplesmente sorriu como se ele tivesse contado a melhor piada que ele ouviu, e então fechou seus olhos, pois eles ardiam com as lagrima que tentava escorrer por sua face.
— Minha vida já é um inferno, ravi. Não me alimento bem, a aldeia inteira me odeia e nem sei o motivo, e meus pais morreram. E tem você! — O homem abriu a boca pra falar, mas Raya o gritou o fazendo calar imediatamente — Você me usa como quer, me usa como se eu fosse seu boneco.
— Eu preciso viver, não é minha culpa se uso tudo que tenho.
— Você não me tem. — Raya mordeu seus lábios, e após cerrou seu maxilar, odiava aquele homem. — Saia! E nunca mais volte aqui!
— Estar terminando comigo? — Ravi sorriu sem ânimo. E após ver Raya, ranger os dentes, o som era de puro ódio. Ele percebeu que sim, e então balançou sua cabeça em afirmação. - Está bem, irei sair daqui. Não me procure depois, sua vadia!
— Saia daqui, seu babaca, eu te odeio!
E após Ravi sair com uma gargalhada gutural, Raya desabou no chão. Tudo que queria era chorar e assim descobrir se as lagrimas poderiam lavar as amarguras de sua vida, assim como a chuva faz com a terra. Lebrando do dia em que pediu um companheiro a deusa Luna, ela lhe atendeu, mas aparetemente não observou bem quem era. Ravi a usava como mercadoria, em troca de algumas moedas na taberna da aldeia, era a pior parte de seu dia. Chorou abundantemente naquela manhã, enquanto sua barriga clamava por comida, conseguia sentir o cheiro de algo, mas nadda de comida.
Era o dono da taberna.
Quando o homem entrou na casa, se aproximou devagar, Ele a tocou a fazendo olhar chorosa.
— Raya, preciso de que fça mais um favor a mim — O homem não fez rodeios, tampouco perguntou sobre seu estado. — Preciso que dance mais uma noite em minha taberna.
— Não! — Ela conseguiu dizer, não era um favor, era uma ordem pelo jeito que ele falava e fechava seus punhos.
— Não? Você é minha mercadoria mais preciosa. Quero que vá.
— Não vou, como acha que posso fazer isso novamente?
— Fez isso por cinco dias seguintes, pode fazer mais uma vez.
O homem levantou e trouxe junto com ele a mulher.
— Quem paga o lenhador? Sou eu! O peixeiro? Sou eu! suas roupas? Sou eu! E o melhor, Ravi me deve, e você será o pagamento. — O homem bufou em sua cara.
Raya estremeceu um pouco, e após percebeu que não tinha saída a não ser fazer o que o homem queria. Ravi iria pagar por tudo que fez.
— Por favor, apenas hoje.
— E você estrá livre, mas nossa casa estará sempre aberta para você.
— Não voltarei depois de hoje. — Raya ergue seu queixo fino, pois aquilo era um promessa.
Quando voltou pelas ruas com o homem, algumas mulheres da vila cuspiu no chão.
— Amaldiçoada. — Uma delas disse.
A mulher carregava um cesto de frutas. Com certeza tinha um companheiro, Raya penrou que ele era bom.
— Vadia sem rumo. — Outra disse, e enrugou seu nariz.
Morava em uma aldeia, perto de uma cachoeira, pois seus pais amavam a natureza. Seu vestido de chifon velho, estava sujo de lama, e agora ela percebia que a natureza não era tão bonita desse jeito que falavam.
A taberna, era um casinha no fim da aldeia, as luzes amarelha e o cantar dos bêbados eram escutados de longe, e tudo aquilo a fazia revirar seu estômago. Mas hoje seria sua última noite, e enfim estaria livre. Por isso, decidiu que iria ser a Raya que todos olhavam feio, por uma última noite.
Pois depois daquela noite, ela iria fugir, para longe, longe de Ravi, longe daquela taberna, para longe daquela aldeia. Não queria participar daquilo nem mais um minuto. Quando entrou na taberna, e viu as pessoas, seus olhos foram rápidos e precisos, a um homem no fim do balcão do bar.
Ele não era da aldeia, pois conhecia todos, e a túnica que vesia, as calças de couro, suas botas lustradas, gritava que ele não era dali, seria de uma aldeia vizinha? Ou até do reino?
O homem lhe olhou de soslaio, não precisou de muito, apenas seus cabelos pretos como a noite mais escuras, e seus olhos castanhos iluminados pelas tochas flamejantes. Ela era linda, talvez não tivesse visto uma mulher assim, fazia tempos.
O homem segurou o braço do dono da taberna quando ele passou perto de si, e lhe olhou prepotente, com a voz potente e rouca, ele não escondeu seu intereice, quando olhou para Raya, e disse:
— Quero ela!
Raya sentia seu coração acelerar, enquanto via o olhar do homem desconhecido analisando cada centimentro de seu corpo, enquanto ela servia algumas cervejas, alegou ao dono da taberna de que não estava bem no dia para fazer uma dança. Pois era isso que ela fazia naquela famosa casa, dançava. E isso para a pequena aldeia onde ela morava, era a coisa mais absurda, e impossível de um amulher fazer e conviver como antes em sociedade, era oprimida pelos moradores, por sobreviver. Nos momentos que mais lhe odiava, era quando via as meninas de sua idade, colhendo flores, enquanto ela colhia palavrões dos homens insatisfeitos. — A caneca do visitante está vazia, Raya. — O ddono da taberna puxou seu cotovelo. — Quero vê aquela caneca cheia. — Não pode fazer isso ? — Se atreveu a perguntar, mas pela cara de raiva do homem ela percebeu que não. — Farei isso. Raya, suspirou um pouco pesado quando olhou para as costas musculosoas do homem, e assim prosseguiu até ele com o vaso que continh
Raya deu um passinho para trás quando ouviu aquelas palvras de Ravi. E tudo que pensava sobre o homem desconhecido se tornou em um turbilhão de coisas ao mesmo tempo. E de como sua ideia de que ele poderia ser seu salvador, lhe tirar daquela realidade insuportável, desmoronou. Viu que o que Ravii falou o fazia sorrir, e por um momento achou que ele estava mentindo, que estava jogando novamente com sua cabeça. Mas conhecia o bastante, para ver que ele não estava mentindo, Ravi poderia ser muitas coisas, mas ele sabia de muitas coisas no mesmo nível. — Como….Como sabe disso? Nem ao menos sabe quem é ele. — Raya entrou em negação, e limpou sua boca. — Sei que ele é o assassino de seus pais, só peço que confie em mim. E não me pergunte quem me disse, pois se eu contar você estrá em perigo. — Não posso…Não posso acreditar que isso é verdade, eu — Eu me deitei com ele, ela queria dizer. Mas conhecia Ravi o bastante para perceber que ele iria surtar. — E você quer que eu volte p
Raya olhou para o céu e a lua já estava aparecendo, quando supostamente diziam que a deusa Luna, estava olhando para seus favoriisto e os protegendo, então ela não era uma das favoritas da deusa? Teve certeza que não. Quando aquele ancião disse sobre sua gravidez, tudo começou a fazer sentindo, as tonturas que estava tendo por esses dias, e os vomitos que lhe assolavam toda hora. Então era por estar carregando um bêbe, e todos os seus sentimentos de fuga, se intensificaram para então proteger aquela criança que se formava em seu ventre. E o pior, os homens não estavam se afastando. — Deixem-na em paz, ou a deusa irá os almaldiçoar com suas quedas para o inferno — O ancião ainda insistia para os homens parassem. — Saia daqui velho ou você estará também envolvido — Um dos homens disse, e então olhou para Ravi. — É seu esse bêbe? — Não! Não é dele, me deixem empaz p-por favor — Raya levantou em um frenessi, tanto que sua cabeça girou — Prometo que vou pagar, mas me deixem em pa
Quando Raya abriu seus olhos, a casa era um borrão de luzes flutuantes e vozes desconhecidas, então os fechou e abriu novamente, tentando se acostumar com a claridade, e assim que percebeu a voz se aproximando os abriu, e se sentou na cama com rapidez. A mulher entrou, mas parou quando a viiu acordada, e parou o rapaz que vinha junto com ela, como se Raya fosse o perigo, e não eles, totais desconhecidos. — Qual é seu nome? — Raya, não respondeu, então a mulher entrou — Não vamos te machucar, queremos saber seu nome. — Morrerei sem que saiba do meu nome — Raya se encostou na cama, e puxou seus joelhos os abraçando — E quem são vocês. — Dizer nossos nomes, revelar quem somos, sem que saiba quem você é, se torna injusto não acha? — Amulher disse e exibiu um sorriso, um sorriso brilhante. E raya concordou mentalmente, e apreciou aquele sorriso, era um sorriso acolhedor, não como o sorriso perturbador como surgiu em sua memória, e nem sabia quem era o dono do sorriso brutal. — Co
Quando Raya saiu da aldeia a ideia pareceu idiota e totalmente perigosa, sair de onde se sentia confortável e então protegida para ir embora com um homem desconhecido e aparetemente que lhe conhecia, possibilidades que ela não ponderou no momento e só depois de vários minutos de caminhada a cavalo, ela veio perceber. Que poderia acontecer qualquer coisa com ela, e ninguém iria se dar conta de seu sumiço. Era como se tudo ali fosse novo, já que não se lembrava do que viveu a um bom tempo, e suas memórias eram referentes à viagem de seus pais, e consequentemente a morte deles. Decidiu que iria com Risgar, por puro instinto. Sentia no intímo de sua alma um puxão para perto do homem, o homem na qual, ela só sabia o nome e que ele lhe conhecia e conhecia seus falecidos pais. — Quando chegaremos? — Raya perguntou depois de um tempinho em silêncio, já que as outras perguntas ele havia ignorado. — Pra onde está me levando? — É sempre tão tagarela? — Risgar falou, e então endireitou
Raya precisou de alguns segundos para então assimilar o que estava acontecendo, ela olhava de Risgar que agora se denominava principe para o outro rapaz no alto da escada. Raya estava assustada e ao mesmo tempo curiosa. Assustada, com toda aquela riqueza e a forma como Risgar era imponente como se apresentou, agora parecia que ele deveria se curvar até seu rosto bater no chão daquela pedra rara. Curiosa, pra saber porque um príncipe a conhecia, e ainda se deu o trabalho de ir lhe buscar sabe se lá onde. Tudo que queria era que sua memória voltasse naquele momento. ㅡ Eu....Sou raya, camponesa ㅡ Sua apresentação foi patética, tanto que o moço atrás do príncipe começou a rir. ㅡ Desculpa, eu não sei o que dizer. Risgar a olhou. ㅡ Não precisa dizer nada, a trouxe pra que eu pudesse dizer. ㅡ Então comece a me dizer do porque estou aqui. O homem atrás do príncipe, ergueu a sobrancelha grossa e preta como carvão, mas seus olhos eram penetrantes como o fogo consumidor. Raya o
O jantar foi servido em uma enorme mesa de madeira, as cadeiras todas feitas em ferro fundido em suas bordas, aquilo parecia mais assustador do que bonito. Nas paredes, quadros de mais pessoas importantes, e algumas obras da natureza, e uma em especial que fazia Raya, não piscar. A obra era assustadora, o vermelho brilhante escorrendo de uma ponta a outra e uma mulher segurando uma bandeira no fim de um monte feito de crânios humanos. Raya, bebeu um pouco do vinho que foi servido, comeu calmamente enquanto esperava algum dos dois homens na mesa falassem algo, mais nada ouviu do que o barulho dos talheres de prata, e os zumbidos de sua mastigação. Era um silêncio absoluto, até que o escudeiro do príncipe falou. ㅡ Não está com fome? ㅡ Ouviu de saraadel. Seu tom era calmo e ao mesmo tempo congelante. ㅡ Mau tocou na comida. ㅡ É difícil comer, quando sequer sabe onde realmente está ㅡ Raya disse e pousou a mão sobre a mesa. ㅡ Está em nantis. Não era a reposta que ela quer
Raya não dormiu naquela noite, a todo instante ela se remexia por causa de algum barulho, olhava pela janela, olhava debaixo de sua cama, e conferia a tranca da porta. Mas tudo isso era ridículo, como uma porta de madeira poderia vencer aquela criatura, como o vidro da Janela iria parar aquelas garras enormes e afiadas. Estava com medo, mas também não poderia pedir que Risgar ficasse ali, lhe protegendo com suas espada mais afiada ainda. Então viu o sol nascer, e ainda assim um pouco do medo a assolava. E quando as Moças de antes entraram, ela pulou da cama. ㅡ Bom dia, sua majestade a aguarda no salão principal. Uma delas falou, o tom, a maneira como se comportava, era diferente de antes. Raya se perguntou o que tinha acontecido. ㅡ Vou em um instante, preciso tomar um banho. Raya indicou, e quando tocou no chão era frio como a noite de inverno, mas quando adentrou no local para se banhar, viu que duas delas já tinha aquecido a água. ㅡ O que ele quer? ㅡ Raya perguntou, mas