Raya sentia seu coração acelerar, enquanto via o olhar do homem desconhecido analisando cada centimentro de seu corpo, enquanto ela servia algumas cervejas, alegou ao dono da taberna de que não estava bem no dia para fazer uma dança. Pois era isso que ela fazia naquela famosa casa, dançava.
E isso para a pequena aldeia onde ela morava, era a coisa mais absurda, e impossível de um amulher fazer e conviver como antes em sociedade, era oprimida pelos moradores, por sobreviver. Nos momentos que mais lhe odiava, era quando via as meninas de sua idade, colhendo flores, enquanto ela colhia palavrões dos homens insatisfeitos.
— A caneca do visitante está vazia, Raya. — O ddono da taberna puxou seu cotovelo. — Quero vê aquela caneca cheia.
— Não pode fazer isso ? — Se atreveu a perguntar, mas pela cara de raiva do homem ela percebeu que não. — Farei isso.
Raya, suspirou um pouco pesado quando olhou para as costas musculosoas do homem, e assim prosseguiu até ele com o vaso que continha o líquido que ele desejava. Quando ela chegou perto, conseguiu confirmar que ele não era dali, pois ele cheirava a flores do campo, e os homens dali cheiravam a lama de porco.
— Sabe me dizer onde posso me hospedar esta noite? — O homem sibilou baixinho.
Raya, já tinha ouvido aquilo.
— Na taberna, há quartos vazios, mas apenas o dono tem a chave. — Raya não sabai porque estava respondendo aquilo, mas fora automático. — Eu não vou pedir.
— Achei que tinha enferrujado em minhas tentativas de cortejar, uma fêmea, e tenho certeza agora — O homem exibiu um sorriso, sorriso esse que era lindo. Raya, engoliu em seco. v O que faço para ter você em minha cama?
Direto e simples. Raya ficou impressionada, mas não a ponto de ir.
— Me espere na árvore, ao lado da taberna.
Na verdade, ela só queria espantar, pois todos sabiam que aquela árvore estava cheia de fezes dos porcos que o dono da taberna criava, e logo o homem iria desisitir ir embora. Raya, fora esperta, mas não contava que o homem fosse confirmar com um blanço da cabeça.
Minutos se passaram. E só assim, o dono da taberna percebeu que o visitante não se encontrava na casa, ele olhou para Raya e a segurou pelo cotovelo, a mulher o olhou surpresa, ela já sabia do que se tratava.
— Vá procurá-lo, ele gastou o mês inteiro de nossos clientes, apenas essa noite.
Raya suspirou. Achou que não faria maiis isso.
— Sim, mas não será minha culpa se ele foi embora.
A mulher puxou seu braço, e assim saiu das garras do homem. Quando chegou ao lado da taberna, não viu ninguém, ela puxou um sorriso em seus lábios, ele tinha ido embora. Mas logo voltou atrás, pois uma sombra saltou em sua frante, pesado, era o homem.
— Porque ficou? — Raya se atreveu a perguntar.
— Gosto de manter minha palavra, e com mais fervor a damas — O cara era bom com as palavras. — E então irá cumprir a sua?
Raya pensou por um momento, era sua última noita naquela casa, nunca mais voltaria aquela casa, e não iria ver a face daquele homem por um bom tempo. E então teve a coragem de ser o que muitos diziam que era. Apenas por aquela noite ela se permiyiu ser, a vadia da taberna.
— Posso saber seu nome? — Raya perguntou. Um frio subiu em sua espinha, quando viu o cara sorrir.
— Porque deseja saber o nome de quem vai te comer apenas por uma noite? — O homem disse.
Talvez era realmente isso que Raya queria ouvir, ele pensava da mesma forma, era apenas uma noite e nada mais. Mesmo assim, o frio na barrihga lhe tomou conta, e só sentiu isso uma vez, e não fora com seu companheiro, era quando caminhava pela floresta com uma pessima sensação de que estava sendo seguida.
— Está certo, não quero saber seu nome.
Raya disse baixando a cabeça. E o homem ergueu seu queixo com o polegar.
— Quero que me olhe nos olhos, a noite inteira.
Era apenas dois desconhecidos em uma noite naquele imenso lar de estrelas. A lua era apenas a sua testemunha de que os dois iriam pertencer um ao outro. Quando em sua casa, as coisas aconteceram rápidas, e tudo foi um borrão de prazer e grandes orgasmos, Raya ainda conseguiu manter seus olhos nos do desconhecido, mesmo enquanto recebia tudo dele.
A mulher conseguiu marcar algumas coisas nele, sua cicatriz em suas costas, e seu olhos verdes com uma esmeralda, e de como sua sede por seu corpo era admirável, de seus toques em seu corpo. Já o homem, sempre mantinha seu rosto impassivel, talvez porque ele não conseguisse apreciar seu corpo, Raya não se achava bela, e suas costelas eram o desenho que marcava sua cintura, ela não passava de ossos e pele.
Na manhã seguinte, ela sentiu a brisa soprar seu rosto, e ver uma criatura na sua porta, uma fera das mais primitivas, mas quando limpous seus olhos com as costas das mãos percebeu que se tratava do homem que estava indo embora. Ele sibilou alguma coisa, mas Raya não conseguia saber o que era.
Depois daquela noite, não conseguiu permanecer em sua vontade de fugir, sempre com a noite caindo se imaginava nos braços do homem desconhecido novamente, mas ele não voltou. Não deu pra disfarçar que a cada batida em sua porta imaginava ser ele, mas era apenas o dono da taberna.
Raya passou a ir frequentemente na taberna, duas semanas se passaram e ele não apareceu.
Vomitava pela segunda vez naquele dia, quando o Ravi no seu canto de olho. O homem estava encostado na árvore que se encontrava com o desconhecido, e Ravi exibia seu sorriso de escárnio. Mas, tinha alguma coisa nele, que Raya não conseguia identificar o que era.
— Dessa vez não fui eu que fui te procurar. — Raya conseguiu dizer.
— Eu sei que passou a noite inteira com aquele cara, ele te comeu melhor que eu? — Ravi disse e após avançou sobre Raya, e a segurou pelo cotovelo. — Você é só minha, Raya!
— Me solta agora, se ele aparecesse nesse momento aqui, eu iria com ele sem hesitar.
Raya viu Ravi, mudar sua expressão, para um pesar horrivel. odiava quando sentia pena de si.
— Fugiria com o homem que matou seus pais?
Raya deu um passinho para trás quando ouviu aquelas palvras de Ravi. E tudo que pensava sobre o homem desconhecido se tornou em um turbilhão de coisas ao mesmo tempo. E de como sua ideia de que ele poderia ser seu salvador, lhe tirar daquela realidade insuportável, desmoronou. Viu que o que Ravii falou o fazia sorrir, e por um momento achou que ele estava mentindo, que estava jogando novamente com sua cabeça. Mas conhecia o bastante, para ver que ele não estava mentindo, Ravi poderia ser muitas coisas, mas ele sabia de muitas coisas no mesmo nível. — Como….Como sabe disso? Nem ao menos sabe quem é ele. — Raya entrou em negação, e limpou sua boca. — Sei que ele é o assassino de seus pais, só peço que confie em mim. E não me pergunte quem me disse, pois se eu contar você estrá em perigo. — Não posso…Não posso acreditar que isso é verdade, eu — Eu me deitei com ele, ela queria dizer. Mas conhecia Ravi o bastante para perceber que ele iria surtar. — E você quer que eu volte p
Raya olhou para o céu e a lua já estava aparecendo, quando supostamente diziam que a deusa Luna, estava olhando para seus favoriisto e os protegendo, então ela não era uma das favoritas da deusa? Teve certeza que não. Quando aquele ancião disse sobre sua gravidez, tudo começou a fazer sentindo, as tonturas que estava tendo por esses dias, e os vomitos que lhe assolavam toda hora. Então era por estar carregando um bêbe, e todos os seus sentimentos de fuga, se intensificaram para então proteger aquela criança que se formava em seu ventre. E o pior, os homens não estavam se afastando. — Deixem-na em paz, ou a deusa irá os almaldiçoar com suas quedas para o inferno — O ancião ainda insistia para os homens parassem. — Saia daqui velho ou você estará também envolvido — Um dos homens disse, e então olhou para Ravi. — É seu esse bêbe? — Não! Não é dele, me deixem empaz p-por favor — Raya levantou em um frenessi, tanto que sua cabeça girou — Prometo que vou pagar, mas me deixem em pa
Quando Raya abriu seus olhos, a casa era um borrão de luzes flutuantes e vozes desconhecidas, então os fechou e abriu novamente, tentando se acostumar com a claridade, e assim que percebeu a voz se aproximando os abriu, e se sentou na cama com rapidez. A mulher entrou, mas parou quando a viiu acordada, e parou o rapaz que vinha junto com ela, como se Raya fosse o perigo, e não eles, totais desconhecidos. — Qual é seu nome? — Raya, não respondeu, então a mulher entrou — Não vamos te machucar, queremos saber seu nome. — Morrerei sem que saiba do meu nome — Raya se encostou na cama, e puxou seus joelhos os abraçando — E quem são vocês. — Dizer nossos nomes, revelar quem somos, sem que saiba quem você é, se torna injusto não acha? — Amulher disse e exibiu um sorriso, um sorriso brilhante. E raya concordou mentalmente, e apreciou aquele sorriso, era um sorriso acolhedor, não como o sorriso perturbador como surgiu em sua memória, e nem sabia quem era o dono do sorriso brutal. — Co
Quando Raya saiu da aldeia a ideia pareceu idiota e totalmente perigosa, sair de onde se sentia confortável e então protegida para ir embora com um homem desconhecido e aparetemente que lhe conhecia, possibilidades que ela não ponderou no momento e só depois de vários minutos de caminhada a cavalo, ela veio perceber. Que poderia acontecer qualquer coisa com ela, e ninguém iria se dar conta de seu sumiço. Era como se tudo ali fosse novo, já que não se lembrava do que viveu a um bom tempo, e suas memórias eram referentes à viagem de seus pais, e consequentemente a morte deles. Decidiu que iria com Risgar, por puro instinto. Sentia no intímo de sua alma um puxão para perto do homem, o homem na qual, ela só sabia o nome e que ele lhe conhecia e conhecia seus falecidos pais. — Quando chegaremos? — Raya perguntou depois de um tempinho em silêncio, já que as outras perguntas ele havia ignorado. — Pra onde está me levando? — É sempre tão tagarela? — Risgar falou, e então endireitou
Raya precisou de alguns segundos para então assimilar o que estava acontecendo, ela olhava de Risgar que agora se denominava principe para o outro rapaz no alto da escada. Raya estava assustada e ao mesmo tempo curiosa. Assustada, com toda aquela riqueza e a forma como Risgar era imponente como se apresentou, agora parecia que ele deveria se curvar até seu rosto bater no chão daquela pedra rara. Curiosa, pra saber porque um príncipe a conhecia, e ainda se deu o trabalho de ir lhe buscar sabe se lá onde. Tudo que queria era que sua memória voltasse naquele momento. ㅡ Eu....Sou raya, camponesa ㅡ Sua apresentação foi patética, tanto que o moço atrás do príncipe começou a rir. ㅡ Desculpa, eu não sei o que dizer. Risgar a olhou. ㅡ Não precisa dizer nada, a trouxe pra que eu pudesse dizer. ㅡ Então comece a me dizer do porque estou aqui. O homem atrás do príncipe, ergueu a sobrancelha grossa e preta como carvão, mas seus olhos eram penetrantes como o fogo consumidor. Raya o
O jantar foi servido em uma enorme mesa de madeira, as cadeiras todas feitas em ferro fundido em suas bordas, aquilo parecia mais assustador do que bonito. Nas paredes, quadros de mais pessoas importantes, e algumas obras da natureza, e uma em especial que fazia Raya, não piscar. A obra era assustadora, o vermelho brilhante escorrendo de uma ponta a outra e uma mulher segurando uma bandeira no fim de um monte feito de crânios humanos. Raya, bebeu um pouco do vinho que foi servido, comeu calmamente enquanto esperava algum dos dois homens na mesa falassem algo, mais nada ouviu do que o barulho dos talheres de prata, e os zumbidos de sua mastigação. Era um silêncio absoluto, até que o escudeiro do príncipe falou. ㅡ Não está com fome? ㅡ Ouviu de saraadel. Seu tom era calmo e ao mesmo tempo congelante. ㅡ Mau tocou na comida. ㅡ É difícil comer, quando sequer sabe onde realmente está ㅡ Raya disse e pousou a mão sobre a mesa. ㅡ Está em nantis. Não era a reposta que ela quer
Raya não dormiu naquela noite, a todo instante ela se remexia por causa de algum barulho, olhava pela janela, olhava debaixo de sua cama, e conferia a tranca da porta. Mas tudo isso era ridículo, como uma porta de madeira poderia vencer aquela criatura, como o vidro da Janela iria parar aquelas garras enormes e afiadas. Estava com medo, mas também não poderia pedir que Risgar ficasse ali, lhe protegendo com suas espada mais afiada ainda. Então viu o sol nascer, e ainda assim um pouco do medo a assolava. E quando as Moças de antes entraram, ela pulou da cama. ㅡ Bom dia, sua majestade a aguarda no salão principal. Uma delas falou, o tom, a maneira como se comportava, era diferente de antes. Raya se perguntou o que tinha acontecido. ㅡ Vou em um instante, preciso tomar um banho. Raya indicou, e quando tocou no chão era frio como a noite de inverno, mas quando adentrou no local para se banhar, viu que duas delas já tinha aquecido a água. ㅡ O que ele quer? ㅡ Raya perguntou, mas
Raya ficou sozinha. O príncipe Risgar, pediu perdão de uma forma da doce e democrática, que a moça ficou acanhada em dizer que estava curiosa e que ficaria lisonjeada se fosse convidada pra sair daquele castelo. Tudo que conseguiu foi a permissão para perambular nos arredores, e descobrir o que tinha além de paredes e cortinas esvoaçantes. Quando saiu do salão principal, seguiu o cheiro de flores que pairava no ar do castelo, seus passos eram rápidos e macios, não queria chamar atenção pra si, em tudo era uma estranha ali, não conhecia a ninguém além de, Risgar e saraadel, este último ela ainda tinha um pouco de....receio. Não sabia como se comporta quando ele vinha aquelas palavras afiadas e cheias de sarcasmo. Quando virou mais dois corredores, fora exatamente quem ela não queria encontrar, que viu parado diante de uma sala bem iluminada no fim do corredor, e percebeu que ali tinha uma saída do imenso castelo de pedra. O cheiro vinha de várias carroças, que carregava f