Capítulo Cinco

 Quando Raya abriu seus olhos, a casa era um borrão de luzes flutuantes e vozes desconhecidas, então os fechou e abriu novamente, tentando se acostumar com a claridade, e assim que percebeu a voz se aproximando os abriu, e se sentou na cama com rapidez. A mulher entrou, mas parou quando a viiu acordada, e parou o rapaz que vinha junto com ela, como se Raya fosse o perigo, e não eles, totais desconhecidos. 

 — Qual é seu nome? — Raya, não respondeu, então a mulher entrou — Não vamos te machucar, queremos saber seu nome. 

 — Morrerei sem que saiba do meu nome — Raya se encostou na cama, e puxou seus joelhos os abraçando — E quem são vocês.

 — Dizer nossos nomes, revelar quem somos, sem que saiba quem você é, se torna injusto não acha? — Amulher disse e exibiu um sorriso, um sorriso brilhante. 

 E raya concordou mentalmente, e apreciou aquele sorriso, era um sorriso acolhedor, não como o sorriso perturbador como surgiu em sua memória, e nem sabia quem era o dono do sorriso brutal. 

 — Como cheguei até…aqui? — Raya tinha várias perguntas, mas queria começar com essa. — Como vocês me acharam? E porque eu não consigo me lembrar de nada? 

 — Vamos explicar o que aconteceu, mas primeiro coma, sim? — A mulher apontou para um garoto que trazia um prato com alguma sopa dentro, estava cheirosa — A encontramos no rio, a alguns passos de nossa casa — Raya pegou o prato, e observou antes de levar a comida a boca. — Não está envenenada. 

 — No rio? 

 — Sim, estava desacordada. Previmos que caiu da cachoeira, não se lembra do que houve antes disso? 

— Não…lembro de meus pais indo viajar, eles morreram, mas nada depois disso,

— Lembra de onde mora? 

— Sim, em uma aldeia depois da montanha. 

— Esstá longe de casa, menina, mas não se preocupe, iremos te levar lá, pelo seu bêbe. 

 Raya arregalou seus olhos, seu bêbe? Mas que bêbe? 

— Não sabe que está grávida? Nosso curandeiro, disse que está carregando um bêbe, creio que também não sabe quem é o pai? 

Raya demorou um minuto até responder com um aceno, o que tinha acontecido com sua vida para estar dessa forma tão bagunçada? 

— Pode me levar hoje? 

 A mulher negou. 

 — Não, está muito abalada, mas amanhã iremos levá-la fique tranquila — A mulher levantou, e então deu aquele sorriso novamente — Se quiser, pode vir se esquentar na fogueira conosco. 

 Raya assentiu. Mas primeiro terminou a sopa. Ao chegar do lado de fora, a noite estava linda, e uma fogueira enorme estava no meio de várias barracas, e as pessoas comiam e festejava enquanto não dava a mínima para sua presença, aquilo era aliviador, e nem sabia porque. 

 — Ficou três dias dormindo, depois que a encontramos no rio. 

 A mulher informou, E Raya apenas queria entender onde estava. 

 — Somos nômades, então não vamos ficar por muito tempo nessas terras, logo partiremos. Mas encontrar você nos fez ficar mais um pouco. 

 — Se caso, eu não encontre ninguém posso ir com vocês? — Raya sentia que não tinha muita coisa boa lhe esperando em sua casa — Prometo que não vou atrapalhar. 

 — Claro que não, você nem sabe quem é, como iria atrapalhar. 

 A mulher contou e após sorriu, Raya dessa vez a acompanhou. 

E a noite foi uma mistura de música alta, comidas boas, e sem lembranças para Raya. Ela se sentia como a lua, sozinha em sua grandiosidade, mesmo se sentindo tão pequena.  Conseguia se lembrar de seus pais saindo, e logo depois um homem entrou no chále lhe dizendo que eles haviam morridos em um acidente, nada além disso. 

  Não conseguia se lembrar do motivo que seus pais morreram, não sabia como caiu no rio, não sabia se relamente era uma boa pessoa, não sabai quem realmente era Raya, ao menos sabia seu nome. Mas mesmo assim sentia um pó de areia, enquanto aquela imesindão que era o mundo. 

 Quando amanheceu, ela ainda estvaa com os olhos abertos, não conseguiu dormir pois tudo naquele mundo não estvaa fazendo sentido algum para ela. E tudo que queria era sair o mais rápido possível dali, e quem sabe, encontrar respostas para tantas perguntas que tinha em sua cabeça. E viu a senhora entrar novamente na tenda, mas dessa vez ela estava um pouco aflita. 

 — Menina, dormiu bem? — Perguntou ela, Raya apenas assentiu levantando da cama — É melhor sentar-se, tenho uma novidade para você. 

 — Que novidade? — Raya perguntou simplesmente, e então se aproximou da mulher, mas viram um homem entrar. 

 — Este senhor, diz que a conhece. Sei que não se lembra de muita coisa, mas o conhece? 

 — Não. 

Mas algo em Raya, se lembrava pois ela sentiu um arrepio subir em sua espinha quando encontrou aqueles olhos felinos em si, o homem alto e músculoso a admirava por completo. 

— Sou Risgar, conheci seus pais, Raya tinnitus  — Raya paralisou ao ouvir a voz rouca e grossa de Risgar, ele percebeu — Venha comigo, e então posso explicar tudo.

 — O senhor não sabe, mas ela está muito ferida…..

 — O que sabe sobre mim? — Raya sentia algo primitivo lhe pedindo para ir com o homem, ela se aproximou, era arriscado, mas iria fazer mesmo assim — O que sabe sobre meus pais? 

— Sei tudo, sei o que aconteceu com seus pais no acidente, sei o que aconteceu com sua aldeia, e o que a levou ao rio. Sua aldei foi queimada, não sobrou nada para que  você volte, vvenha comigo. 

 Risgar tinha uma voz firme, e em nenhum momento expôs algo relacionado ao medo, Raya olhou para a senhora, etsa que esperava sua resposta. Raya ponderou alguma frase para dizer ao homem, mas foi calada quando ele disse: 

 — O filho que carrega, é meu, você é minha. Venha comigo. 

 Raya segurou as mãos da senhora, e tudo que queria era que alguém respondesse por ela, não tinha coragem para dizer sim, mas também não queria dizer não. 

 — Vá com ele menina, eu não queria lhe assustar antes, mas nosso curandeiro disse que um homem viria lhe procurar, é o seu destino. Ele é seu destino. 

 Como ela poderia ir com um desconhecido? Como pode estar setindo que era o certo a fazer? E como ele tinha tantas respostas para suas perguntas? 

Era a única saída para descobrir o que realmente aconteceu. 

 — Eu vou com você. 

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