Ele se afastou e estudou meu rosto. Sua expressão não era mais de dor, mas de puro desejo. Ele acariciou meu rosto com os dedos, de maneira suave, quase cuidadosa demais. Em seguida deslizou a mão pelos meus cachos – Eu quero você – ele sussurrou. Eu não respondi verbalmente. Apenas me deixei guiar pelos corredores até o meu quarto (notei que ele não havia me levado para o seu próprio quarto). Assim que entramos, vi seu olhar se dirigir para a pequena mancha de sangue no lençol. Eu senti meu rosto queimar, ao mesmo tempo em que vi a sua expressão mudar. Ele me puxou contra o seu peito e sussurrou no meu ouvido – Não fique tímida sobre isso. Eu adoro que eu tenha sido o único a toma-la.Fiquei impressionada em saber que alguém poderia ter tanto controle sobre o meu corpo. Eu mesma não me conhecia o bastante. Eu não havia feito a lição de casa. Não sabia como dar prazer a mim mesmo. Não sabia que um simples toque ou um beijo, uma palavra sussurrada ou ainda um ol
Quando eu abri os olhos, na manhã seguinte, Matteo não estava na cama, o que não me surpreendeu. Mas eu também não pude deixar de me sentir um pouco decepcionada. Eu não sabia o que me aguardava esta manhã. Mas eu não estava disposta a lidar com aquela megera da Alícia, tampouco com os humores de arrependimento desse homem. Eu queria preservar na minha memória aquele amante carinhoso, sexy e cuidadoso ao lado do qual eu adormeci a noite passada.A porta foi aberta e Matteo entrou empurrando um carrinho abarrotado de comida. Ele ainda vestia sua calça de pijama xadrez e eu não consegui conter um sorriso – Bom dia, dorminhoca – o carrinho foi estacionado ao lado da cama.- Bom dia – eu disse ainda me espreguiçando sob as cobertas – eu dormi muito?- São quase onze horas da manhã. Mas eu também acordei há pouco tempo. Imaginei que acordaria faminta. Eu trouxe um pouco de tudo que Guilhermina preparou. – ele se sentou à beira da cama e se inclinou até que nossos lábios estivessem colados
- Preciso ir ao meu quarto vestir algo – Ele disse em tom casual enquanto me assistia pentear os cabelos. Eles estavam muito compridos e eu precisava reuni-los na frente para conseguir alcançar as pontas. Eu apenas balancei a cabeça concordando. Eu já tinha percebido que o seu quarto era um limite pra mim. Era provavelmente o santuário da falecida e ele não me queria lá. Eu era uma pessoa transparente. Você sempre sabia o que eu pensava apenas estudando meu rosto. Acho que ele percebeu sobre o que eu pensava por que acrescentou: - Vamos? – Eu arqueei as sobrancelhas com incredulidade e, como ele não titubeou, eu deixei minha escova de cabelo sobre a cama e o segui pra fora do quarto.Quando Matteo abriu a porta do seu santuário, eu era pura atenção. O toque de Anabela estava tão evidente em toda parte. O quarto era bege com toques de rosa antigo e azul claro nos objetos que o ornamentavam – Giovanna? – A voz grave e agora estranha de Matteo me tirou do meu transe e aí eu notei que est
- Eu não acredito que você me ignorou por todo o final de semana – Foi a primeira coisa que Penélope disse quando eu abri a porta do apartamento, arrastando a minha mala atrás de mim.- Eu lamento.- Lamenta? Você passa todos esses anos bancando a Madre Tereza, então do nada você desaparece com o irmão do meu maior cliente, do homem que possui atualmente o meu rabo, por todo o fim de semana e não atende nem retorna nenhuma das minhas ligações. Mas você apenas lamenta? Vagabunda dissimulada.Eu ri. Ela ficava muita engraçada quando ficava com raiva, mas o que era mais divertido era que ela estava morrendo de curiosidade – Senta a porra da bunda aí e conta tudo. - Não pode ser amanhã? Eu estou exausta. - Olha, não teste a sua sorte.Na próxima hora, eu contei quase tudo que aconteceu, desde o encontro com ele na cafeteria até quando nos despedimos mais cedo na portaria do prédio.- Puta merda!- Sim. Puta merda. Eu não sou dada a palavrões mais deixo
Não havia nenhuma mensagem de Matteo pra mim. Tentei não ficar pensando besteira sobre isso. O cara acabou de me deixar em casa, por que ele enviaria uma mensagem pra mim? Esse pensamento foi uma luzinha de alerta na minha cabeça. Eu estava realmente apaixonada por ele e eu sabia que ele não estava e nem ficaria. Por mais que uma parte de mim quisesse mudar isso e conquista-lo. Mostrar a ele que a vida não acabou por que a sua esposa morreu e que eu poderia fazê-lo feliz, eu sabia que eu estava apenas me iludindo e, que ao final dessa história, eu sofreria. Apesar dessa certeza, eu não conseguia pensar em deixa-lo ir sem lutar. E eu não estava falando de conquistar o seu amor. Eu queria devolver a vontade de viver a ele. Eu queria que ele visse o quão vivo ele estava e o quanto ele precisava ser grato por isso.Como ligar pra ele ou enviar uma mensagem estava fora de cogitação, eu pensei que a Gi poderia me ajudar. Quem sabe o Teo Pain não estiva on line? Apesar da tentação de ligar o
Quando eu cheguei à cafeteria naquela manhã, Lucy já me aguardava. Ela parecia realmente ansiosa e isso me preocupou. Algo me dizia que nada estava bem. Pelo menos não pra mim. Qualquer pessoa estaria dando gritinho e feliz da vida por ir à Hollywood assinar um contrato milionário com quem interessa. Não me entenda mal, eu estou feliz e até gostaria de dar pulinhos e gritinhos, o problema é o preço que eu vou pagar por isso e eu não estou falando de dinheiro – Bom dia, Lucy. Ela ficou de pé e me deu um abraço. Todos esses anos sendo a minha agente nos aproximou de muitas maneiras. Eu confiava nela. Ela guardou o meu segredo todo esse tempo e não foi apenas por causa de uma cláusula. – Olá, Giovanna. Eu coloquei o meu notebook sobre a cadeira desocupada ao meu lado e a minha bolsa por cima dele. Em seguida fiz o meu pedido. O ar estava tenso. Lucy estava tensa. Ela sabia que teria uma batalha adiante. - Ok, vamos lá. Não faça todo
Depois dessa conversa com Lucy, eu não estava muito animada para trabalhar. Ela se foi e eu continuei sentada no meu lugar habitual sem fazer nada em especial. Depois de quase uma hora fuçando as redes sociais, respondendo um recadinho aqui outro ali, Eu decidi mandar uma mensagem de texto para Penélope. “Oi. Muito ocupada?” “Não exatamente. Apenas pensando aqui em que arma eu poderia usar para acabar com o desgraçado que paga as minhas contas no momento” “Por favor, não faça isso. Tem um alguém que atende pelo mesmo nome e já teve uma perda irreparável na família. Mais essa seria demais para ele. Irreparável ao quadrado.” “Olha só, como você está espertinha. A que devo a honra da sua interferência?” “Estava pensando em te chamar para fazer umas comprinhas. Tenho um evento pra ir nesse final de semana e não tenho nada apropriado. Mas diante do seu mau-humor estou repensando. Talvez eu deva ligar pra minha mãe.”
Eu estava pronta há uns quinze minutos e começava a pensar que talvez as bodas fossem de Penny, porque ela começou a se aprontar antes de mim e até agora nem sinal dela. Na verdade, a demora em ter Penélope pronta não era novidade, pelo contrário, era bem normal. A novidade ficava por minha conta. Eu estava a caminho do quarto dela para apressá-la quando o interfone tocou. Eu corri para atender – Sim?- Senhorita Greco?- Sou eu.- Aqui é Martinelli, apenas para lhe avisar que vim para buscá-las.- Oh! Martinelli. Não precisava. Eu avisei a Matteo...- Eu sei Senhora, mas ele insistiu e devo acrescentar que é um prazer. Tome o seu tempo, queria apenas que soubesse que estou a sua disposição. – Eu havia falado com Matteo mais cedo e disse que não precisava mandar ninguém pra me buscar, mas, ao que parece, ele é muito teimoso.- Obrigada, Martinelli. Desceremos em breve – Eu desliguei e corri para o quarto de Penélope. Ela estava colocando um par de brincos belíssimos – Você