Eu estava pronta há uns quinze minutos e começava a pensar que talvez as bodas fossem de Penny, porque ela começou a se aprontar antes de mim e até agora nem sinal dela. Na verdade, a demora em ter Penélope pronta não era novidade, pelo contrário, era bem normal. A novidade ficava por minha conta. Eu estava a caminho do quarto dela para apressá-la quando o interfone tocou. Eu corri para atender – Sim?- Senhorita Greco?- Sou eu.- Aqui é Martinelli, apenas para lhe avisar que vim para buscá-las.- Oh! Martinelli. Não precisava. Eu avisei a Matteo...- Eu sei Senhora, mas ele insistiu e devo acrescentar que é um prazer. Tome o seu tempo, queria apenas que soubesse que estou a sua disposição. – Eu havia falado com Matteo mais cedo e disse que não precisava mandar ninguém pra me buscar, mas, ao que parece, ele é muito teimoso.- Obrigada, Martinelli. Desceremos em breve – Eu desliguei e corri para o quarto de Penélope. Ela estava colocando um par de brincos belíssimos – Você
Quando voltamos para o salão, Matteo estava em um canto com Alícia, que segurava possessivamente o seu braço, declarando uma posse que ela não tinha direito. Eu pedi licença a Antonella e atravessei o salão determinada. Quando ele me viu, sabia que eu faria alguma coisa e eu senti meu rosto queimar quando eu vi uma sombra de alarme em seus olhos. Ele temia o que eu iria fazer na presença da sua eterna cunhada. Ele não queria ficar comigo publicamente quando ele tinha a irmã da sua falecida mulher olhando atentamente cada passo seu e o acusando, apenas com o olhar, de estar traindo a sua esposa. E, embora isso devesse servir de aviso para que eu desistisse do meu intento, isso só me fez querer ainda mais fazer isso.Havia uma banda tocando e isso me deu uma ideia - Olá, Alícia – eu a cumprimentei pela primeira vez esta noite – Eu espero que você não se importe se eu pegar meu namorado emprestado para uma dança – Ela abriu a boca numa expressão mista de choque e indignação. Claro que el
Matteo - O que você fez? - a voz de Tony era uma mistura de preocupação e repreensão. Mas eu não tinha a menor paciência naquele momento.- Olha aqui, não vem me dar lição de moral. Quer ajudar? Leve-a para casa em segurança.- Eu vou. Mas era você quem devia estar fazendo isso. Não eu.- Eu vou atrás de Alícia. Ela precisa de mim. - Tony me olhou incrédulo. Depois deu as costas e saiu apressado. Pela primeira vez isso me pareceu errado. Era como se eu tivesse fazendo uma escolha entre Alícia e Giovanna. Mas eu não tinha condições de pensar sobre isso e, de qualquer maneira, Giovanna não era uma opção. Não mais. Ela foi muito clara. Acabou. Além disso, ainda tem a maneira como ela se referiu a minha esposa. Deus! Estou com tanta raiva dela agora. Eu devia ter ficado longe dela. Estava mais do que óbvio que isso não iria terminar bem.Ignorando os olhares fuzilantes dos meus pais e da minha irmã, eu vasculhei o salão à procura de Lici. Mas não a encontrei ali. Eu atravess
Eu acordei com o seu peso sobre mim e a sua boca estava pressionada contra os meus lábios. Sua língua quente invadindo a minha boca, seus cabelos longos roçando no meu rosto. Demorei alguns instantes para entender o que estava acontecendo. Mas, mais do entender, a maior dificuldade era acreditar de quem se tratava e o que estava sendo feito. Eu empurrei ainda mais forte do que esperava fazer – que porra você pensa que está fazendo? – rosnei para ela. Mas, pela luz fraca que vinha no abajur, pude notar que ela não parecia assustada. Parecia determinada. - Eu irei satisfazer todas as suas necessidades, Teo. Você não precisa dela. Nós dois juntos não precisamos de ninguém. Que loucura ela estava dizendo? – Você enlouqueceu? Saia do meu quarto agora, Alícia. – Eu fiquei de pé tão rápido quanto possível e acendi a outra luminária ao lado da cama. - Eu posso cuidar de você, Teo. Eu sou a pessoa mais indicada para ficar no lugar dela.
Duas semanas passaram se arrastando. Penélope havia me dito que só o tempo iria acabar com o meu sofrimento. Bem, eu acho que ou o tempo está passando devagar porque o sofrimento é enorme ou o sofrimento ainda está aqui por que o tempo está passando lentamente. Seja como for, eu estou ferrada. Matteo entrou no meu sistema como uma droga. Com a sua falsa sensação de euforia seguida de uma destruição profunda e lenta. Eu nunca fiz uso de drogas, que fique claro, mas se for algo ligeiramente parecido com isso, mais do que nunca as pessoas devem se abster delas. Quando Matteo disse, desde o início, que não queria me machucar e, mesmo quando eu sabia que ele faria, eu não poderia imaginar como seria, na prática, isso. Pois bem. Agora eu sei e por mais que eu tente, não poderia explicar como é. Ainda que eu use toda a analogia disponível, ainda não será exato. No dia seguinte ao ocorrido eu me sentia como se fosse morrer. E não era somente por causa da re
- Oh Meu Deus! É perfeita. Sua história me fez chorar como nunca. É uma história triste, muito triste, mas a força que a personagem imprime nos últimos capítulos é incrível. Nós já estamos trabalhando nela, Toda a equipe está e eu conversei com os executivos de Hollywood e eles concordaram em usar o lançamento desse livro para trazer a sua identidade à tona. Minha nossa! Eu estou tão empolgada. Tenho uma equipe de revisores e editores trabalhando nele neste momento. Menina! Você me surpreendeu. Todas essas semanas confinada e você me sai com uma pérola dessa. Eu só acho que você deve pensar na possibilidade de produzir um novo volume, agora com um final feliz para os personagens.Ela estava tagarelando desde o momento em que eu disse alô e eu já estava com uma dor de cabeça dos infernos. Aliás, eu não estive bem na última semana e atribuo isso as horas e horas diante do computador escrevendo sem me alimentar. Mas o resultado foi positivo. Eu tinha um trabalho novo prontinho que seria
- Aonde você vai?- Eu tenho uma reunião amanhã cedo, preciso ir para casa.- E quando nós vamos nos ver de novo? – Agora vinha a parte chata, mas onde eu era bastante objetivo. Nas últimas semanas eu aprendi que quanto mais sincero você for, menos a chance delas insistirem. Basta ser honesto sem brilho para enfeitar as palavras e elas não vão mais te encher o saco.- Nós não vamos.- Como assim?- Assim, desse jeito.- Por que você está sendo tão grosso depois do que acabou de rolar entre a gente?- Eu não estou sendo grosso. Estou sendo sincero. Eu queria foder, você queria que eu a fodesse, eu a fodi e estamos todos satisfeitos. Sem mais.- Ok. Já chega. Basta sair. Agora só falta você deixar algumas notas sobre a mesinha – ela cuspiu as palavras com sarcasmo.- basta dizer quanto foi o programa e eu pago.- Seu cretino miserável. Pra fora. Agora.- Eu terminei de me vestir calmamente e saí deixando mais uma mulher fodida e frustrada para trás. Quando eu ent
Ela entrou na loja e se manteve lá por um longo tempo. Enquanto isso eu andava de um lado para o outro esperando e pensando no que eu iria fazer. Porra! Um filho? O que eu ia fazer com um filho e por que ela não me falou nada. Já faz algum tempo, talvez entre 8 a 10 semanas que estivemos na vinícola, ela deveria ter me contado. Então a frase de Tony veio a minha mente: “Você não merece saber.” Eu não mereço saber. Eu não merecia saber? Que merda é essa? Esse é o meu filho. Eu disse as palavras em voz alta - Meu filho. Eu vou ter um filho.Giovanna saiu da loja com algumas sacolas e com um sorriso bobo no rosto. Ela estava feliz por ter um filho meu. Mas, então, ela deveria estar. Ela vai ter um filho de Matteo Mazza. Esse menino vale ouro, não é? Mas que merda eu estou dizendo. Essa não é Giovanna. Não pode ser. Ela é doce e despretensiosa. E ela poderia ser minha se eu só não tivesse fodido com tudo. Eu atravessei um inferno nas últimas semanas. Primeiro eu estava com m