Não havia nenhuma mensagem de Matteo pra mim. Tentei não ficar pensando besteira sobre isso. O cara acabou de me deixar em casa, por que ele enviaria uma mensagem pra mim? Esse pensamento foi uma luzinha de alerta na minha cabeça. Eu estava realmente apaixonada por ele e eu sabia que ele não estava e nem ficaria. Por mais que uma parte de mim quisesse mudar isso e conquista-lo. Mostrar a ele que a vida não acabou por que a sua esposa morreu e que eu poderia fazê-lo feliz, eu sabia que eu estava apenas me iludindo e, que ao final dessa história, eu sofreria. Apesar dessa certeza, eu não conseguia pensar em deixa-lo ir sem lutar. E eu não estava falando de conquistar o seu amor. Eu queria devolver a vontade de viver a ele. Eu queria que ele visse o quão vivo ele estava e o quanto ele precisava ser grato por isso.Como ligar pra ele ou enviar uma mensagem estava fora de cogitação, eu pensei que a Gi poderia me ajudar. Quem sabe o Teo Pain não estiva on line? Apesar da tentação de ligar o
Quando eu cheguei à cafeteria naquela manhã, Lucy já me aguardava. Ela parecia realmente ansiosa e isso me preocupou. Algo me dizia que nada estava bem. Pelo menos não pra mim. Qualquer pessoa estaria dando gritinho e feliz da vida por ir à Hollywood assinar um contrato milionário com quem interessa. Não me entenda mal, eu estou feliz e até gostaria de dar pulinhos e gritinhos, o problema é o preço que eu vou pagar por isso e eu não estou falando de dinheiro – Bom dia, Lucy. Ela ficou de pé e me deu um abraço. Todos esses anos sendo a minha agente nos aproximou de muitas maneiras. Eu confiava nela. Ela guardou o meu segredo todo esse tempo e não foi apenas por causa de uma cláusula. – Olá, Giovanna. Eu coloquei o meu notebook sobre a cadeira desocupada ao meu lado e a minha bolsa por cima dele. Em seguida fiz o meu pedido. O ar estava tenso. Lucy estava tensa. Ela sabia que teria uma batalha adiante. - Ok, vamos lá. Não faça todo
Depois dessa conversa com Lucy, eu não estava muito animada para trabalhar. Ela se foi e eu continuei sentada no meu lugar habitual sem fazer nada em especial. Depois de quase uma hora fuçando as redes sociais, respondendo um recadinho aqui outro ali, Eu decidi mandar uma mensagem de texto para Penélope. “Oi. Muito ocupada?” “Não exatamente. Apenas pensando aqui em que arma eu poderia usar para acabar com o desgraçado que paga as minhas contas no momento” “Por favor, não faça isso. Tem um alguém que atende pelo mesmo nome e já teve uma perda irreparável na família. Mais essa seria demais para ele. Irreparável ao quadrado.” “Olha só, como você está espertinha. A que devo a honra da sua interferência?” “Estava pensando em te chamar para fazer umas comprinhas. Tenho um evento pra ir nesse final de semana e não tenho nada apropriado. Mas diante do seu mau-humor estou repensando. Talvez eu deva ligar pra minha mãe.”
Eu estava pronta há uns quinze minutos e começava a pensar que talvez as bodas fossem de Penny, porque ela começou a se aprontar antes de mim e até agora nem sinal dela. Na verdade, a demora em ter Penélope pronta não era novidade, pelo contrário, era bem normal. A novidade ficava por minha conta. Eu estava a caminho do quarto dela para apressá-la quando o interfone tocou. Eu corri para atender – Sim?- Senhorita Greco?- Sou eu.- Aqui é Martinelli, apenas para lhe avisar que vim para buscá-las.- Oh! Martinelli. Não precisava. Eu avisei a Matteo...- Eu sei Senhora, mas ele insistiu e devo acrescentar que é um prazer. Tome o seu tempo, queria apenas que soubesse que estou a sua disposição. – Eu havia falado com Matteo mais cedo e disse que não precisava mandar ninguém pra me buscar, mas, ao que parece, ele é muito teimoso.- Obrigada, Martinelli. Desceremos em breve – Eu desliguei e corri para o quarto de Penélope. Ela estava colocando um par de brincos belíssimos – Você
Quando voltamos para o salão, Matteo estava em um canto com Alícia, que segurava possessivamente o seu braço, declarando uma posse que ela não tinha direito. Eu pedi licença a Antonella e atravessei o salão determinada. Quando ele me viu, sabia que eu faria alguma coisa e eu senti meu rosto queimar quando eu vi uma sombra de alarme em seus olhos. Ele temia o que eu iria fazer na presença da sua eterna cunhada. Ele não queria ficar comigo publicamente quando ele tinha a irmã da sua falecida mulher olhando atentamente cada passo seu e o acusando, apenas com o olhar, de estar traindo a sua esposa. E, embora isso devesse servir de aviso para que eu desistisse do meu intento, isso só me fez querer ainda mais fazer isso.Havia uma banda tocando e isso me deu uma ideia - Olá, Alícia – eu a cumprimentei pela primeira vez esta noite – Eu espero que você não se importe se eu pegar meu namorado emprestado para uma dança – Ela abriu a boca numa expressão mista de choque e indignação. Claro que el
Matteo - O que você fez? - a voz de Tony era uma mistura de preocupação e repreensão. Mas eu não tinha a menor paciência naquele momento.- Olha aqui, não vem me dar lição de moral. Quer ajudar? Leve-a para casa em segurança.- Eu vou. Mas era você quem devia estar fazendo isso. Não eu.- Eu vou atrás de Alícia. Ela precisa de mim. - Tony me olhou incrédulo. Depois deu as costas e saiu apressado. Pela primeira vez isso me pareceu errado. Era como se eu tivesse fazendo uma escolha entre Alícia e Giovanna. Mas eu não tinha condições de pensar sobre isso e, de qualquer maneira, Giovanna não era uma opção. Não mais. Ela foi muito clara. Acabou. Além disso, ainda tem a maneira como ela se referiu a minha esposa. Deus! Estou com tanta raiva dela agora. Eu devia ter ficado longe dela. Estava mais do que óbvio que isso não iria terminar bem.Ignorando os olhares fuzilantes dos meus pais e da minha irmã, eu vasculhei o salão à procura de Lici. Mas não a encontrei ali. Eu atravess
Eu acordei com o seu peso sobre mim e a sua boca estava pressionada contra os meus lábios. Sua língua quente invadindo a minha boca, seus cabelos longos roçando no meu rosto. Demorei alguns instantes para entender o que estava acontecendo. Mas, mais do entender, a maior dificuldade era acreditar de quem se tratava e o que estava sendo feito. Eu empurrei ainda mais forte do que esperava fazer – que porra você pensa que está fazendo? – rosnei para ela. Mas, pela luz fraca que vinha no abajur, pude notar que ela não parecia assustada. Parecia determinada. - Eu irei satisfazer todas as suas necessidades, Teo. Você não precisa dela. Nós dois juntos não precisamos de ninguém. Que loucura ela estava dizendo? – Você enlouqueceu? Saia do meu quarto agora, Alícia. – Eu fiquei de pé tão rápido quanto possível e acendi a outra luminária ao lado da cama. - Eu posso cuidar de você, Teo. Eu sou a pessoa mais indicada para ficar no lugar dela.
Duas semanas passaram se arrastando. Penélope havia me dito que só o tempo iria acabar com o meu sofrimento. Bem, eu acho que ou o tempo está passando devagar porque o sofrimento é enorme ou o sofrimento ainda está aqui por que o tempo está passando lentamente. Seja como for, eu estou ferrada. Matteo entrou no meu sistema como uma droga. Com a sua falsa sensação de euforia seguida de uma destruição profunda e lenta. Eu nunca fiz uso de drogas, que fique claro, mas se for algo ligeiramente parecido com isso, mais do que nunca as pessoas devem se abster delas. Quando Matteo disse, desde o início, que não queria me machucar e, mesmo quando eu sabia que ele faria, eu não poderia imaginar como seria, na prática, isso. Pois bem. Agora eu sei e por mais que eu tente, não poderia explicar como é. Ainda que eu use toda a analogia disponível, ainda não será exato. No dia seguinte ao ocorrido eu me sentia como se fosse morrer. E não era somente por causa da re