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Depois Do Divórcio
Depois Do Divórcio
Por: Deypi
Capítulo 1. Primeiro Encontro

O som do salto batendo no chão, ecoava pelo corredor largo, comprido, luxuoso e vazio. Do elevador até a secretária do escritório do CEO, eram cerca de 30 metros e Renata achou bem longo. Marcou aquela entrevista meses atrás e estava ansiosa. 

O CEO da marca Nixor, era muito ocupado e difícil de encontrar, além de possuir uma agenda lotada. Se ela conseguisse sua atenção e até uma promessa, valeria a pena ter esperado tanto. Aproximou-se da recepcionista e apresentou-se:

— Boa tarde, sou Renata Soares da One Propaganda e Marketing, tenho…

— Sim, Senhora Soares, ele está com a agenda cheia, seja breve por favor e pode entrar. — disse a secretária, olhando para ela com indiferença, antes de Renata terminar de falar.

Renata acenou e prosseguiu para a porta ampla, de vidro, que dava acesso ao escritório e de onde um homem de terno, aborrecido, saía. Entrou sem bater, não faria o empresário tão ocupado, perder tempo. Parou em frente a mesa, maior do que o normal e se apresentou.

— Boa tarde, sou Renata Soares e lhe trouxe um catálogo de nossos serviços com uma proposta de parceria. Pode dar uma olhada?

Ele ainda não tinha levantado sua cabeça dos documentos que examinava. Só depois de assinar, olhou para ela, pronto para responder, até que a viu e pareceu intrigado com o que via. Encostou na poltrona e brincou com a caneta.

Renata tinha estatura mediana, magra e disfarçava sua beleza com roupas sóbrias, neste caso, um terninho cinza com blusa de seda branca. Seus cabelos longos, lizos e negros, estavam presos em um coque clássico e seus olhos verdes, protegidos por óculos com armação grossa e lentes degrades.

O Sr. Prentiss contemplou a figura e não conseguiu interpretar, mas também não conseguiu decifrar aquela indumentária e por isso a desconsiderou, sem sequer olhar seu portfólio.

— Srta. Soares, já temos uma firma de propaganda e estamos satisfeitos com ela, então, não nos interessa.

— Trabalhamos especialmente com Inteligência Artificial, vou deixar o material, caso o senhor tenha um tempo. Obrigada.

Ela não esperou, virou-se e saiu, pois estava oferecendo um bom serviço e não se deixaria humilhar por um homem preconceituoso. Ela percebeu, pelo olhar dele a esquadrinhando, que ele a julgou pela aparência.

Thomas permaneceu olhando para as costas da mulher se retirando e conforme ela andava, percebeu as curvas de seu corpo bem feito e seu traseiro redondo e firme. Sorriu, ao perceber que as costas, diferiam da frente.

— Aquele rosto não é nada feminino, mas a atitude foi bem provocativa. — Pegou a pasta que ela deixou sobre a mesa e o conteúdo oferecido parecia bem promissor, realmente. Mas já estava bem com a firma de Mark, não era hora de mudar.

Nos dias que se seguiram, a impressão que Thomas tinha era de que estava sendo seguido, pois se encontrava com a mulher o tempo todo. Primeiro foi no lugar mais improvável, no enterro do Sr. Peixoto.

Estavam levando o féretro quando ele notou a mulher andando à sua frente, ele jamais esqueceria aquele traseiro e por se distrair com seus pensamentos libidinosos,  quando a mulher elegante tropeçou na sua frente, ele esbarrou nela, derrubando-a ao chão. Ao ajudá-la a se erguer, ela retaliou.

— Por quê está me tocando, idiota, não basta ter me derrubado. — disse ela, assim que ficou de pé e chutou sua canela, para só depois verificar quem era.

— Ái, sua mulher teimosa, eu só estava te ajudando. — disse ele, antes de olhar seu rosto.

Seu olhar arregalado de espanto, refletiu o dela, mais espantado ainda, por ver que ela era tão linda.

— Você me enganou! — reclamou ele.

Ela não respondeu, pois sua amiga Cláudia a puxou pelo braço para seguirem após o féretro.

— Não se distraia, amiga, seu marido precisa de você.

Thomas não conseguiu ouvir o que a amiga dizia e seguiu atrás da mulher, mas não teve oportunidade de falar com ela.

Depois disso, encontraram-se em uma reunião de negócios no restaurante para empresários. Estavam todos juntos na mesma sala e uma mesa redonda os separava. Ele só conseguia prestar atenção nela e em determinado momento, ergueu-se para cobrar:

— Por quê a Sra. Soares está presente a esta reunião? Ela tem uma firma concorrente.

Os outros empresários não entenderam o porquê da exaltação do Empresário, já que aquela era a Senhora Peixoto, vice-presidente da Empresa Têxtil Peixoto. Não tiveram tempo de explicar, pois o homem chamou seus seguranças e ele mesmo agarrou o braço feminino e tirou-a da cadeira, entregando-a a eles e ordenando que a jogassem na rua.

— Hei, seu troglodita, o que pensa que está fazendo? — perguntou, sendo arrastada e jogada do lado de fora do restaurante.

Renata estava presente representando seu marido, que estava muito abatido por conta da morte de seu pai e findou adoecendo. Ela jamais esperaria ser tratada daquele jeito e, caída no chão onde foi atirada, com as duas mãos apoiadas no solo quente, decidiu:

— Você não me merece, idiota arrogante, um dia você vai implorar para ter meus serviços e terei o prazer de te dizer não.

Seu motorista viu a ação, correu para ela e ajudou-a a se levantar. 

— O que houve, senhora? Quer ir ao hospital?

— Um ignorante me confundiu com outra pessoa, mas não tem problema, estou bem, vamos para a empresa.

Ele abriu a porta para ela entrar no carro e depois tomou a direção do veículo, partindo para a empresa. Ao entrar no escritório, sua secretária a acompanhou e ela foi dando as ordens:

— Emita um memorando para todos os departamentos, comunicando que Thomas Prentiss está na lista negra da empresa. Não faremos mais nenhum negócio com ele.

— Sim, senhora Peixoto.

Depois que ela foi expulsa, Thomas foi esclarecido de quem era a mulher, realmente e ficou agitado. Sabia que ela não voltaria e negócios com aquela empresa seriam muito difíceis no futuro. Ele estava começando uma empresa de designer de moda e a fábrica têxtil Peixoto era a que produzia os melhores produtos.

De forma que, ele tentou outra forma de aproximação, marcando uma reunião diretamente com o CEO da empresa, Donald, o marido dela.Quando chegou, ela não estava presente e Donald, desligado como sempre, não tinha lido o memorando e ficou muito feliz em fazer parceria com a empresa Nixor.

— É um grande prazer o receber, Sr. Prentiss.

— Eu agradeço a acolhida, é muito importante que haja uma parceria entre nós. — Continuou ele, explanando seus planos para o futuro de uma parceria entre os dois. 

Neste ponto, terminando de fazer o que foi fazer em outro departamento, Renata entrou no escritório e se deparou com os dois conversando animadamente. O assistente de Donald entrou trazendo documentos e ela pegou da mão dele e leu o contrato. 

— Mas o que é isso? Nem pensar em se associar com essa empresa. Você não leu o memorando, Donald? 

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