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Capítulo 8. Sem Chance

Ela sorriu, considerando-o inacreditável. Ele falou com tanta displicência, como se não fosse exatamente o que queria falar ou soubesse que a resposta seria a mesma, mas não ligasse. Então, o que fazia ali?

— Você sabe que não vou voltar atrás, então, o que realmente quer?

— Quero que faça a propaganda da Nixor. Na verdade, gostaria que fosse a diretora do departamento de propaganda e marketing. O que me diz? 

— Que não…simples assim.

— Não entendo, é vingança por eu te rejeitar no passado?

— Não seja arrogante, Thomas. Eu queria muito trabalhar com a Nixor no passado, pois tinha o foco voltado à Empresa Peixoto, mas mudei o foco. Hoje me interesso pelas oportunidades geradas pela internet. Não só a propaganda e a comunicação, mas principalmente a comunicação global que ela proporciona.

— Perfeito, é exatamente com o que trabalho. O meu foco principal, que deu início aos meus negócios, é a ‘internet’, seja com todo o tipo de aparelhagem eletro eletrônica, seja nas comunicações. Com o crescimento, absorvi outras empresas e diversifiquei o negócio. Por isso acho que você é perfeita para o cargo que lhe ofereci. 

Renata sorriu, pensando que o cargo que ele ofereceu era limitado e burocrático e ela gostava de criar, ele não fazia ideia de que, na verdade, ela seria sua concorrente ou talvez fosse por isso que ele queria tirá-la do seu próprio negócio.

— Você está redondamente enganado. Por mais que eu tenha administrado a Empresa Peixoto por mais de três anos, não é o que eu gosto de fazer. 

— E se você ficasse só com a parte das propagandas, que é onde a sua empresa tem mais sucesso? 

— Não, não e não. Por que é tão difícil para você aceitar? É por orgulho?

Então, ele deu o seu sorriso mais charmoso e disse a coisa mais inesperada para ela:

— Confesso que, agora, sou eu quem estou misturando trabalho com vida pessoal. Quer jantar comigo?

Renata ficou sem fala, o homem foi tão direto, emanando masculinidade e sensualidade. O interfone tocou e era Rosa, lembrando-a do compromisso.

— Sinto muito, Sr. Prentiss, mas tenho um compromisso e preciso sair. Eu o atendi no intervalo e não posso continuar lhe dando atenção. 

Ele voltou à sua pose fria e séria e levantando-se, continuou com sua proposta.

— Voltarei a entrar em contato para nos reunirmos em um jantar. Também tenho um compromisso, obrigada por me receber. 

Apertaram as mãos e ele demorou um pouco mais do que o normal, apreciando a maciez e delicadeza das mãos brancas e femininas. Renata não era adepta de unhas postiças longas e pontudas com esmaltes extravagantes, como muitas mulheres gostam de usar para atrair os homens e ele gostou.

Ela esperou ele sair primeiro e seguiu depois, no elevador, direto para o estacionamento no subsolo, onde seu carro estava estacionado. Dirigiu para o Restaurante Trattoria, especial para empresários realizarem suas reuniões e  acordos de negócios.

Ao chegar, ela permaneceu dentro do carro, pois identificou o carro do empresário estacionando e logo em seguida o motorista abriu a porta e Thomas desceu, entrando no restaurante. 

— Quero ver se seu interesse continuará, depois dessa reunião, Sr. Prentiss.

Ela desceu do carro e entrou no restaurante, dando seu nome na recepção e sendo direcionada por um garçom até a sala privada onde era esperada. Todos já estavam presentes quando ela entrou e sorriram para ela, exceto Thomas. 

— Boa tarde, senhores.

— Boa tarde, Srta Soares. — responderam todos, menos Thomas. 

— Podíamos ter vindo juntos se eu soubesse que viria para cá. — comentou ele. 

— Creio que não sabíamos um do outro. — Na verdade ela sabia, só não ia entregar o ouro ao bandido.

Um dos empresários puxou a cadeira para ela sentar na cabeceira e Thomas estava do lado contrário. Logo o chá da tarde foi servido, com uma fartura de quitutes que ela apreciou muito. 

— Vejo que você não tem problema em se conter com a quantidade de calorias. 

— Não me privo de coisas deliciosas. Mas podemos iniciar a reunião.

— Bem, eu estou encampando as empresas dos quatro. — disse ele.

— Acho que essa não é a definição certa, Sr. Prentiss. O senhor pressionou os nossos fornecedores, que deixaram de nos fornecer matéria prima para nossos produtos.

— Levando-nos a uma situação de impossibilidade de produção.

— Então, não nos resta outra opção, a não ser ceder, já que o senhor comprou as nossas dívidas.

— Embora saibamos que este é um procedimento normal entre os grandes empresários, note que somos menores, achamos inadmissível o controle do mercado desta forma. 

Eles falaram como na reunião dos acionistas, um após o outro, como se completassem um fala do outro. 

— Eu compreendo esse tipo de negociação, também acho desnecessário, pois há espaço para todos. O negócio de vocês é um negócio de vocês, o que tenho eu com isso, senhores. — disse Renata, seguindo o roteiro para desbancar o homem.

— Eu digo. Sei que assinou um contrato com eles para fornecer seus serviços e pretendo utilizar esses serviços estendendo para minhas outras empresas. — explicou Thomas, sorrindo, convencido de sua vitória.

Renata tirou o seu notebook da bolsa e ligou, encaixando o pen drive. As imagens apareceram e ela virou o notebook para que todos pudessem ver. 

— Aqui está o que elaborei para cada uma das empresas, vocês podem verificar todo o projeto.

Ela passou quase uma hora, explanando um por um dos projetos de propaganda que elaborou para cada uma das empresas. Thomas estava eufórico, apreciou muito o trabalho dela e aquelas empresas que estava comprando, prosperariam muito com aquele trabalho. 

— Como podem ver, o trabalho foi concluído.

— Ficou magnífico, Sta. Soares. — disse um dos empresários.

— É uma pena que não desfrutaremos dos resultados. — falou o outro, na sequência.

— Espero que o Sr. Prentiss, esteja pagando uma boa remuneração. — disse Renata, após fechar o notebook.

— Na verdade, são apenas resíduos, já que assumiu todas as dívidas e salários de funcionários. 

— Ainda bem que têm a indenização dos Peixoto.

— Ele deduziu das despesas.

Renata olhou para o grande empresário, com um olhar gelado, sem acreditar na maneira escusa dele fazer negócio. Conquistar pequenas empresas tirando delas qualquer direito, era vergonhoso para quem tinha tanto dinheiro. 

— Não me olhe assim, Sta. Soares, são só negócios. — disse ele.

— Que feio, Sr. Prentiss… Já fecharam o negócio?

— Estamos para fechar, agora. Só não contava que você fosse estar aqui, mas foi bem melhor, vendo todo este trabalho e como as empresas podem prosperar, fico feliz com a aquisição.

— Sinto muito, Sr. Prentiss, mas não vou continuar com esse trabalho, como o senhor disse: negócios são negócios.

Ela guardou o pen drive e o notebook e já se preparava para levantar e sair, quando ele a interrompeu. 

— Que eu saiba, a senhorita tem um contrato assinado com cada um desses senhores e se for desfeito, terá que pagar uma grande indenização. Creio que a senhorita conhece esse tipo de acordo. 

— Exatamente e por isso sou prevenida.

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