Natan não se conformava com a falta de consciência do homem, que apesar de ser seu amigo, reconhecia que era muito implacável e cabeça dura.— Não se engane, você não pararia, você queria vê-la se rebaixando a você, e cedendo aos seus caprichos e vontades, mas quando viu que ela mantinha a postura firme, continuou pressionando, só para vê-la se humilhar para você. — O que é, agora? Virou meu grilo falante? É melhor vocês dois saírem daqui e me deixarem em paz. — Simples assim, não é? Enquanto você fica aqui no frescor do seu ar condicionado, desfrutando de qualquer coisa que quiser, pois é só pedir, ela está lá, num banco de praça, comendo um cachorro quente, sem um banheiro à disposição e sabe-se lá até quando.Natan falou e saiu, deixando o homem amargurado e cabisbaixo, refletindo o que falou o amigo. Miguel também olhou para ele, com pena do homem arrogante, que não sabia como conquistar a mulher que queria. Saiu, deixando que ele refletisse, mas ficou à espera de que ele se arr
Miguel colocou água em um copo e pegou os comprimidos que o médico deixou, caso ele acordasse com dor, e levou até ele. Thomas levantou as duas mãos e os braços e viu que havia alguns arranhões, mas estavam inteiros. Pegou o copo e o comprimido, bebendo sofregamente, através do canudo.— Porque sinto tanta dor no meu peitoral, parece que não está quebrado, mas a dor é intensa. — perguntou, entregando o copo para Miguel.Foi Natan quem respondeu, pois estava ciente de todo o processo pelo qual Thomas passou. Estava no hospital desde que ele foi internado e sua aparência só não estava pior, porque aproveitou para tomar um banho no banheiro do quarto e se trocar.— Essa dor que você está a sentir é devido ao airbag que abriu e impediu que você quebrasse a parte superior do quadril, mas suas pernas ficaram presas nas ferragens e você perdeu muito sangue, além de ter fraturas em ossos que precisaram ser restaurados.O quarto do hospital, como previsto por Miguel, transformou-se em um escr
Donald também soube do acidente e entrou em contato com Miguel para saber como ficaria a administração e recebeu um belo nada em resposta.Miguel precisava esperar o patrão se acalmar, para decidir sobre essas coisas. Mas do jeito que o conhecia, provavelmente ele trabalharia direto do hospital. Transformaria aquele quarto em um escritório e daria ordens para todos à sua volta. Thomas, no entanto, só pensava em encontrar Renata, ainda mais agora que precisava de alguém para cuidar dele e não queria outra.O quarto do hospital, como previsto por Miguel, transformou-se em um escritório e nunca, tantos diretores e acionistas, procuraram o CEO para reclamar.— Eu não entendo, Miguel. O que está acontecendo com esse pessoal? Estão planejando me tirar da presidência?— Alguns tios e primos seus, estão pressionando seu pai para assumir a direção. Acham que será mais fácil sem o senhor por lá.— Então é assim… — pensativo, Thomas tomou uma decisão, enxugaria a folha de pessoal, contrataria C
A refeição chegou e com o número do telefone de Renata, a senhora desejou um bom apetite e se retirou. Dali em diante, tudo começou a se encaixar e com uma semana, Renata estava revigorada, tomando os suplementos e com a casa arrumada. Entrava em contato todos os dias com Cláudia e Rosa, e conversavam sobre o andamento da nova empresa que já estava em funcionamento. Quando ela arrumou seu escritório, a internet já estava instalada e conseguiu se conectar com a nova empresa. Em um mês, já tinha os resultados dos novos contratos e da receptividade dos novos usuários. Antes de lançar o ‘slogan’ com o domínio registrado, ela arriscou-se e enviou um e-mail para um dos empresários mais ricos do mundo, dono de aplicativos e distribuidor de internet. Não tinha muita fé de que seria respondida, mas foi. O empresário tinha um senso muito forte de proteção à humanidade e era contrário a práticas de intromissão no sucesso dos pequeninos s empresários por pessoas com potencial financeiro supre
Ainda era cedo e Marcela se arriscou, ligando para Renata.— Alô, Marcela. — atendeu Renata com voz de sono. — Estava dormindo? Desculpa te incomodar, mas já consegui as informações que você queria.— Não tem problema, preciso muito dessas informações.— Ele ficou tão revoltado pelo que você fez, que entrou em estado catatônico, no momento está sedado e Miguel disse que, provavelmente, precisará fazer um tratamento psicológico.— Eu não esperava por isso…— Você causou um efeito e tanto no homem. — Ele causou isso a si mesmo, quando resolveu dominar a vida de todo mundo usando o seu dinheiro. Ninguém tem esse direito. Lutei muito para chegar onde cheguei e ele veio com tudo para me destruir, só para satisfazer sua vontade de me ter sobre seu controle.— Orgulho é fogo, o homem não quis desistir, podia ter parado logo no início, ao invés de fazer você perder tudo. Pode me chamar se precisar de mais alguma coisa, posso te ajudar até financeiramente, se precisar.Marcela não sabia onde
Cláudia estava sempre dando notícias da empresa, de Thomas e da família, que ela não via desde que começou a se empenhar no crescimento da One. — Amiga, seus pais voltaram das férias prolongadas no exterior e perguntaram por você. — O que você disse a eles? — Dei um apanhado geral, bem resumido, do que aconteceu. Eles ficaram furiosos com Donald e principalmente com Thomas. — Espero que não resolvam fazer nada por conta própria, sempre se metem em confusão, é por isso que me mantenho à distância. — Acho bom você… — Áhhhhh — O que foi, amiga, tá na hora? — Sim, tchau. Dali em diante foi um corre-corre, a acompanhante fechou a casa, pegou as bolsas e ajudou Renata a entrar no carro. Nesse meio tempo, a bolsa estourou e as dores se intensificaram, até chegarem no hospital. A médica já a esperava e logo fez o exame de toque e verificou que o bebê estava para nascer, foram para a sala de parto e não demorou muito, a pequena Gabriela veio ao mundo. Sua primeira mamada
Cláudia subiu com a menina e Renata andou pela casa, olhando cada detalhe. Na sala de estar havia um móvel com diversos porta-retratos com fotos de diversas ocasiões. Pegou-os para olhar e sentiu saudade de seu irmão, que estava dirigindo sua própria empresa. Tiraram aquela foto no dia da inauguração e Donald estava ao seu lado, eram noivos, ainda. Havia uma foto da família em que os dois irmãos ainda eram crianças e estavam com seus pais. Era véspera de natal e estavam felizes, porém, não se arrependia de ter se afastado. Seus pais eram carinhosos em datas específicas e depois viviam suas próprias vidas, deixando os filhos nas escolas ou a cargo de babás. — Agora tenho minha própria família, embora nenhum dos homens com quem estive, sirva para ser pai. Não entendo porque os homens de hoje em dia, tornam-se tão egoístas e mimados. Colocou a foto no lugar e olhou as outras, virando as que continham Donald e deixando só as que estava com a família e amigos da empresa. As fotos eram d
Renata sorriu, nunca vira sua mãe ser tão carinhosa. Sempre manteve os filhos a distância e parece que só agora sentiu desejo de tê-los em seus braços, só que, o tempo passou, então ela queria netos.— Venha sentar-se, mãe. — chamou Renata, não dando importância ao fato da mãe nem olhar para ela.— Sim, vamos nos sentar. — só depois de sentar foi que Mercedes olhou para a filha — Você está bonita, querida. Onde estava?— Depois que me separei de Donald, tive uns problemas com um certo empresário e ao descobrir que estava grávida, achei melhor ir para outro país.— Aquele Donald, quem diria que faria um papelão desses. É ele o pai? — Ela falava e brincava com a neta ao mesmo tempo.— Não , não é. Como a senhora soube do divórcio?— Perguntando e olhando a internet. Seu divórcio foi assunto em todas as plataformas, depois foi a sua miséria. Será que pode me explicar tudo isso?Mercedes ficou séria por um momento, franzindo a testa, de certa forma preocupada com o que sua filha tinha pa