Cláudia subiu com a menina e Renata andou pela casa, olhando cada detalhe. Na sala de estar havia um móvel com diversos porta-retratos com fotos de diversas ocasiões. Pegou-os para olhar e sentiu saudade de seu irmão, que estava dirigindo sua própria empresa. Tiraram aquela foto no dia da inauguração e Donald estava ao seu lado, eram noivos, ainda. Havia uma foto da família em que os dois irmãos ainda eram crianças e estavam com seus pais. Era véspera de natal e estavam felizes, porém, não se arrependia de ter se afastado. Seus pais eram carinhosos em datas específicas e depois viviam suas próprias vidas, deixando os filhos nas escolas ou a cargo de babás. — Agora tenho minha própria família, embora nenhum dos homens com quem estive, sirva para ser pai. Não entendo porque os homens de hoje em dia, tornam-se tão egoístas e mimados. Colocou a foto no lugar e olhou as outras, virando as que continham Donald e deixando só as que estava com a família e amigos da empresa. As fotos eram d
Renata sorriu, nunca vira sua mãe ser tão carinhosa. Sempre manteve os filhos a distância e parece que só agora sentiu desejo de tê-los em seus braços, só que, o tempo passou, então ela queria netos.— Venha sentar-se, mãe. — chamou Renata, não dando importância ao fato da mãe nem olhar para ela.— Sim, vamos nos sentar. — só depois de sentar foi que Mercedes olhou para a filha — Você está bonita, querida. Onde estava?— Depois que me separei de Donald, tive uns problemas com um certo empresário e ao descobrir que estava grávida, achei melhor ir para outro país.— Aquele Donald, quem diria que faria um papelão desses. É ele o pai? — Ela falava e brincava com a neta ao mesmo tempo.— Não , não é. Como a senhora soube do divórcio?— Perguntando e olhando a internet. Seu divórcio foi assunto em todas as plataformas, depois foi a sua miséria. Será que pode me explicar tudo isso?Mercedes ficou séria por um momento, franzindo a testa, de certa forma preocupada com o que sua filha tinha pa
Vendo a situação ficando cada vez mais difícil, os outros diretores assinaram os papéis, levantaram-se e retiraram-se, imediatamente, tinham muito mais a perder do que as ações daquela firma, a própria liberdade. Suas famílias não mereciam passar por aquilo.Saíram rapidamente, e Donald ficou sozinho para continuar reclamando, porém, Thomas não tinha a mesma disposição e com um toque do celular, chamou os policiais que estavam aguardando.Donald não teve tempo de repensar sua atitude, os policiais o algemaram e levaram para a delegacia. Ele começou a debater-se e reclamar, mas a única coisa que conseguiu foi chamar a atenção para a sua humilhação. No caminho, avistou Marcela, rindo de sua situação e gritou: — A culpa é sua, desgraçada, não pense que ficará por isso mesmo, sua hora vai chegar. A gargalhada dela foi alta e todos puderam ver que parecia uma vingança da parte dela, a situação em que passava o CEO. Pensou ela: “ É sua culpa estar nesta situação, foi você que não vigiou
Mercedes olhou para o filho, desconfiada.— Bebês não surgem do dia para a noite meu filho, são necessários pelo menos 12 meses para que você se relacione, engravide sua mulher e o filho nasça. Que eu saiba, você sequer tem uma ficante, o que dirá uma esposa. Ele recostou-se na cadeira, curioso de como ela sabia de sua vida. Observando-a, pois não parava de andar pela sala, pensou em como ela cobrava tanto que ele lhe desse um neto, quando não cuidou dos próprios filhos. — Não sei se daria muito certo eu ter uma esposa e um filho, provavelmente, sentiriam-se abandonados por eu trabalhar tanto. — Usou como referência os próprios pais.— Garoto ingrato! Sei que você trabalhou muito para a empresa crescer, mas não se esqueça que foi o trabalho do seu pai e do seu avô que lhe deixaram um legado, ou você não teria nada. — A senhora é infeliz, gastando nosso dinheiro? Por que está tão azeda e reclamando tanto? Acaso não está feliz com o noivado de Carolina?— Estou feliz, mas você conseg
Renata estava sentada no sofá, confortavelmente, lendo um livro, depois de colocar Gabi para dormir. Teve um dia bem corrido, verificando todos os contratos e projetos que precisaria criar para as novas empresas associadas. Como se isso não bastasse, ainda havia a preocupação de comprar um vestido adequado para o noivado e para a premiação na semana seguinte. Ganhar um prêmio em sua área não era pouca coisa, pois a concorrência era muito grande e com a internet crescendo e mudando a cada dia, um verdadeiro desafio.Ia dispensar os funcionários, quando a governanta veio anunciar um visitante, mas ela não queria receber ninguém, principalmente porque estava vestida displicentemente. — Quem é? Não é mais hora de receber visita.— Sou eu, Renata.Por educação, a governanta não havia trancado a porta e ele, como abusado, foi entrando. Assustando-se, ela ficou sem palavras para explicar à patroa que foi displicente, mas a reação de Renata a fez se desculpar e sair de fininho. — O que vo
Renata ficou estática, olhando para aquela que poderia ser a mãe de Thomas, avó paterna de Gabi.— Muito prazer, querida. Sua filha é linda e estou cheia de inveja de sua mãe.Renata disfarçou com um sorriso sem graça e um menear de cabeça. Eloísa fitou a bebê brincando com a avó e quando a bebê a encarou com um sorriso banguela e franzindo o nariz, perdeu o foco. Aproximou-se mais e a bebê se jogou para ela, que já tinha lágrimas nos olhos.— Como pode ser isso? Não é possível, ou é? Será? — murmurou, fitando a menina que segurou seu rosto, passando os dedinhos em sua boca coberta de batom vermelho.Renata já estava com um lenço de papel nas mãos para limpar a menina, mas não esperava ver Elisa tão concentrada em Gabi e sem se importar em ter seu batom borrado.— Como pode ser, o quê, Elisa? — perguntou Mercedes.Elisa olhou para Renata, percebendo seu desconforto, que reforçava sua desconfiança.— É possível, Renata? — perguntou sem revelar a que, exatamente, estava se referindo.Re
— Para quê? — perguntou ela, olhando de lado para ele com ar de descaso. — Para nos casarmos também, ou melhor dizendo, formalizar nossa situação. — Ái! Você não se cansa de ser arrogante, não? Consegue me tirar do sério sempre que nos encontramos. Não temos nenhuma situação, não aprendeu com o que aconteceu? Quer continuar querendo controlar a minha vida, me deixa.Com os olhos observando cada movimento dela, percebeu a seriedade do que ela falava. Ele havia feito um tratamento com um analista e esforçou-se para mudar, mas quando estava com ela, seu sentimento era tão profundo que se descontrolava e voltava a ser o homem arrogante e controlador, como disse ela.— Me perdoe, Renata, sei que fui um calhorda, usando métodos desprezíveis para tê-la ao meu lado. Não posso desfazer isso, mas te peço uma oportunidade para nos conhecermos melhor.Mercedes e Elisa perceberam que os dois não estavam se entendendo e foram colocar seu plano em prática. Aproximaram-se dos dois e interferiram n
Renata até tentou ligar, mas era sempre Miguel quem atendia e dizia que seu chefe estava em reunião. — O que será que ele está tramando?Seu telefone tocou e era sua advogada pessoal. — Senhora, estou ligando para informar que ele solicitou uma investigação de paternidade e o juiz já autorizou, a clínica contratada vai amanhã de manhã colher a amostra da menina. — Obrigada por avisar.Renata desligou e só então manifestou sua ira. — Ááááh! Eu sabia que ele estava aprontando. — O que foi, Renata? — Ele pediu um exame de paternidade e você sabe o que vem depois disso: solicitação de guarda da menor.Cláudia ficou séria e pensativa, aqueles dois não percebiam que era tão fácil resolver aquela situação e que bastava conversarem entre si, mas não conseguiam baixar o seu orgulho, tinham que lutar um contra o outro até vencer.— Foi você que sugeriu a ele que se esforçasse e ele o fez. Sei tudo o que você sofreu por causa dele, mas venceu e de quebra conquistou o homem.— De que lado