Todos estavam na espectativa pela resposta dela.
— Ao contrário do que afirmou o senhor Prentiss, eu não estou confundindo a minha vida pessoal com os negócios. Já há tempos eu havia planejado me retirar e ampliar a minha empresa. Atrelada a empresa Peixoto, ficava limitada aos contratos assinados com seus parceiros. Separados, posso atender a qualquer um que me procurar com uma proposta válida. — Então, você fez tudo de caso pensado? Usou o meu deslize para ter vantagem na sua saída? — Não distorça as coisas, Donald. Eu não preciso que você me dê motivos para querer separar as empresas. Negócios são negócios. Quando assinei o contrato, já previa que minha empresa faria sucesso, ao contrário de você que sempre foi um desleixado com os negócios. Os diretores associados sabiam bem do que Renata estava falando. Se não fosse ela ao lado de Donald, aquela empresa já teria afundado há muito tempo. Balançaram a cabeça afirmativamente, concordando com ela e Donald não sabia mais como argumentar. Marcela ainda estava presente, mais próxima da saída e procurando não ser notada. Ficou abismada ao ver que Renata tinha todos os recursos e razão para fazer o que fez e principalmente, competência para gerenciar qualquer negócio. — “ Como fui idiota…” — pensou a amante arrependida, já de olho no novo acionista Prentiss. Foi então que Thomas Prentiss tomou a frente e, levantando-se, foi até o local onde Donald estava sentado, apresentando-lhe uma pasta com documentos. Donald ao ver do que se tratava, arregalou os olhos, empalideceu e erguendo a cabeça, fitou abismado o homem imponente. — O que você quer dizer com isso? — Exatamente o que está escrito aí, comprei a maioria das ações e agora sou o novo presidente da empresa, peço que se retire do meu lugar. — Como assim? Eu ainda tenho as minhas ações e os acionistas que estão aqui, com certeza, me apoiam. Não tem como você ser o acionista majoritário, principalmente, sem haver uma votação? — Eu comprei todas as ações dos acionistas minoritários e tenho sido apoio dos que aqui estão representados pelo advogado Dr. Edward. Também tenho o apoio dos acionistas aqui presentes como diretores da empresa, que não aguentam mais os seus desmandos. Donald levantou-se irado e confrontou Thomas. — Não pode ser…a não ser que Renata tenha vendido as ações dela para você. Todos olharam para Renata e ela perguntou: — Então, foi você quem comprou as ações? Sendo assim, como já prestei os esclarecimentos, não tenho mais o que fazer aqui. Não faço mais parte desta empresa, não tenho mais vínculo algum, seja com a empresa, seja com o ex CEO, e nem com você, Sr. Prentiss, por isso, estou me retirando. Levantando-se, caminhou em direção à porta, mas o novo CEO a chamou: — Espere, Srta. Soares, vamos conversar sobre uma nova parceria. — Já deixei bem claro que não tenho interesse em me associar a você. Com essa resposta, ela partiu e deixou todos atônitos, principalmente Thomas, que parecia estar tendo um déjà vu. Lembrava-se muito bem quando ela foi à sua empresa oferecer seus serviços e ele, julgando-a pela aparência, dispensou-a sem sequer pensar em dar-lhe uma chance. Agora, estava profundamente arrependido, primeiro porque ela era a número 1 em propaganda e marketing do estado e segundo, porque era a mulher mais linda e intrépida que já conheceu. Renata foi direto para o seu escritório e chamou sua advogada e amiga, Cláudia, que ao entrar no escritório, foi logo perguntando: — Então, como foi? Donald criou encrenca? — Foi como eu já imaginava que seria, a surpresa ficou por conta de Thomas Prentiss que foi quem comprou as minhas ações e as de outros acionistas minoritários, assumiu o posto de presidente e tentou de todas as maneiras continuar com a nossa parceria. — Você sabe que ele vai vir com tudo atrás da gente, não é? — Sim, foi por isso que pedi que você fizesse aquele contrato à parte com os novos clientes, pois eu tenho certeza que ele vai usar métodos escusos para conseguir que eu trabalhe para ele. — Sim, eu sei e estão todos trancados dentro do cofre, com cópias autenticadas no cofre do banco. Renata riu, divertida com a prevenção da advogada, que estava super certa. Ser prevenida era muito necessário no ramo de negócios em que viviam. Dois dias se passaram e aconteceu o que ela supunha, os quatro clientes lhe ligaram dizendo que estavam sendo pressionados pelo Grupo Nixor e podiam ir à falência se não vendessem suas empresas para ele. — Acalme-se, Sr. Geofrei. Faça o seguinte, marque uma reunião com os outros e com o senhor Prentiss, me avise a data e a hora e eu estarei lá. — Muito obrigada, Srta. Soares. — No ramo empresarial, precisamos usar de todas as estratégias e ser prevenidos. Nos veremos assim que for marcada a reunião. Renata não perdeu tempo, foi para sua sala de programação e abriu as pastas de cada cliente, imprimiu os propósitos de cada campanha, para fixar um em cada quadro. O seu sucesso vinha de um planejamento minucioso com fotos, frases de impacto e listas de vantagens. Com a moda de usar Inteligência Artificial para tudo, utilizar métodos antigos, tidos como antiquados, trazia para o negócio, sentimentos que a IA não tinha. Amava as ferramentas da Internet para elaborar seus projetos de propaganda, mas o que dava credibilidade e atingia o público alvo, era o trabalho que fazia fora do computador. Trabalhou por dois dias inteiros, bateu seu recorde em criar esboços para as campanhas, mas seria importante para apresentar na reunião. Avisaram a data e o local da reunião e seria dali a poucas horas. Preparou o pendrive com as campanhas e saiu da sala, chegando ao seu escritório. A secretária percebendo seu retorno foi avisar, correndo. — O Sr. Prentiss está aqui esperando para falar com você. — Falou que eu estava ocupada, para ele marcar hora? — Sim, mas ele disse que era importante e iria esperar. — Estranho… temos uma reunião em duas horas, embora ele não saiba. — pensou um instante e a curiosidade falou mais alto — Deixe-o entrar. Thomas entrou no escritório, apreciando a decoração clássica em madeira de lei. Caberia uns quatro dele em seu escritório amplo e aberto, devido às paredes, portas e janelas transparentes. — Gostou, Sr. Prentiss? — Sim, mas não imaginei que você gostasse de antiguidades. Uma mulher que trabalha com o mais moderno em tecnologia, geralmente transpira modernidade. Renata reparou que a aura do homem enchia o ambiente e o modo como observava tudo e se movia com intimidade, parecia estar bem à vontade. Não podia negar que ele era muito atraente. — O que o trás aqui, Sr. Prentiss? — Só Thomas, por favor. Eu vim tentar, novamente, fazer você mudar de ideia e renovar o contrato.Ela sorriu, considerando-o inacreditável. Ele falou com tanta displicência, como se não fosse exatamente o que queria falar ou soubesse que a resposta seria a mesma, mas não ligasse. Então, o que fazia ali? — Você sabe que não vou voltar atrás, então, o que realmente quer? — Quero que faça a propaganda da Nixor. Na verdade, gostaria que fosse a diretora do departamento de propaganda e marketing. O que me diz? — Que não…simples assim. — Não entendo, é vingança por eu te rejeitar no passado? — Não seja arrogante, Thomas. Eu queria muito trabalhar com a Nixor no passado, pois tinha o foco voltado à Empresa Peixoto, mas mudei o foco. Hoje me interesso pelas oportunidades geradas pela internet. Não só a propaganda e a comunicação, mas principalmente a comunicação global que ela proporciona. — Perfeito, é exatamente com o que trabalho. O meu foco principal, que deu início aos meus negócios, é a ‘internet’, seja com todo o tipo de aparelhagem eletro eletrônica, seja nas comunicaç
Retirou de dentro da pasta os envelopes com os respectivos contratos de cada empresa, declarando que caso mudassem de donos, o contrato seria automaticamente anulado. — O que é isso?— Eu também sei ser prevenida, senhor Prentiss. O senhor teve um grande trabalho para conseguir me prender, mas sugiro que desfaça tudo, não foi justo o que o senhor fez com esses cavaleiros a troco de nada. Com licença e dê-se por satisfeito por eu não lhe cobrar indenização.Ele ficou olhando para ela, estarrecido, completamente paralisado, nunca imaginou que a mulher fosse tão inteligente e criasse esse artifício. Ele, realmente, foi muito previsível.Ela estava sentada do outro lado da mesa e ele ficava próximo à porta e para sair, ela precisou passar por ele. No instante que passou, ele a segurou forte pelo pulso e puxou-a, fazendo-a cair em seu colo. Ela soltou um gritinho e tentou se levantar.— Me solta, o que você pensa que está fazendo?— Você pensa que isso é um jogo, que pode me fazer de palh
Ela estava tão linda que sua vontade era fugir com ela para alguma ilha deserta e ficarem só os dois, mas sabia que não podia atropelar as coisas.“ Como posso resistir a uma mulher tão linda e impressionante? Preciso tê-la só para mim e saciar todo esse desejo que pulsa dentro de mim, mas para ter a profissional, preciso ter calma e conquistar a mulher. Talvez precise perder minha liberdade, mas valerá a pena.” Pensava ele.Já os pensamentos dela eram diferentes:“ Ele está tão elegante e lindo, mas não posso esquecer que ele é um concorrente. Caso me envolva com ele, será meramente um laser temporário. Se ele sabe jogar, eu também sei, e são precisos dois concordarem para que aconteça algo mais sério.”Chegaram ao hotel onde seria o evento e o lugar estava badalado. Havia enormes canhões de luz giratórios, virados para o céu. O lugar foi cercado para impedir os fanáticos por notícias de se aproximarem.Eles desceram da limusine, ele sempre muito galante e atravessaram o tapete verme
Ele não esperou a resposta, pegou-a pela mão e foram até a mesa, despediram-se de todos e saíram. Ela estranhou quando foram para o elevador e subiram até as suítes vips do hotel. — Por quê viemos para cá? — perguntou ela, admirando todo o local que foi preparado especialmente para aquele momento. — É onde eu quero estar com você. Você merece um lugar muito especial e ser amada de forma muito profunda. Quero você só para mim e espero que você me queira também. Como fez no salão, ele não esperou pela resposta dela, envolveu-a nos braços com força e beijou sua boca profundamente. O beijo a pegou desprevenida e quando percebeu já estava correspondendo, sentindo a língua dele provocar a sua e seu corpo corresponder aquela sensação tão poderosa. O beijo dele era tão bom, totalmente diferente do beijo de Donald, que não chegava a excitá-la como estava agora. Seu corpo arrepiou e as emoções com erro por cada canto, provocando nela algo que nunca tinha sentido e com a ajuda do champanhe
Serviu uma xícara de café para ela e ela franziu a testa.— Como sabe que gosto de café puro?— Sei tudo sobre você. Confesso que fiquei um pouco obcecado, não parava de pensar em você, então a investiguei.— Agiu como um eficiente empresário. — disse ela, pegando um pedaço de queijo branco e comendo logo em seguida.Ele ficou sem graça, se é que era possível e calou-se. Terminaram o desjejum e ela aproveitou a bolsa em que vieram as roupas, para colocar seu vestido de festa. Calçou as sandálias, pegou sua bolsinha e estava pronta para ir embora.— Podemos ir?— Não quer ficar mais um pouco e aproveitar a suíte? — perguntou ele, segurando sua cintura, cheio de segundas intenções.— Tenho coisas a fazer, mas se você quiser ficar, pego um táxi.Ele ficou sério, não compreendia a frieza dela, pareciam não sentir a mesma coisa que ele e resolveu acatar sua vontade. Saíram juntos, mas assim que chegaram ao saguão do hotel, ela correu e entrou no táxi que acabou de deixar hóspedes e foi emb
Ela o fitou com os olhos arregalados, lembrando-se, só naquele momento, que esqueceu de ligar o celular. Abriu a bolsa, pegou o celular e depois de ligar o aparelho, começou a receber as diversas notificações.— Desculpe, desliguei e esqueci de religar.Ele suspirou aliviado, vendo que não foi um distanciamento proposital da parte dela, ainda bem que não estava tudo perdido, pensou ele.— Eu queria trazê-la para jantar, acho que meu desejo foi tão intenso que estamos aqui. — Desculpe, não foi por querer, eu estava muito cansada e incômoda. Já tinha algum tempo que não me relacionava e meu corpo se ressentiu. Ele ficou preocupado, mas achou fofa a maneira como ela falou, tão educada e sem usar palavras íntimas.— Acho que não cuidei muito bem de você, desculpe.— A culpa não foi sua, eu só não esperava. Eu gostei da nossa noite.— Confesso que ouvir isso me aliviou, pois seu comportamento pela manhã, deixou-me com a sensação de que foi só por uma noite.— Bem, nós não temos um relaci
Donald levou um tempo para se acalmar e foi o suficiente para Marcela chegar e o levar embora.— Desculpa, Senhorita Soares, não percebi sua saída. Vou levá-lo.Donald levantou o rosto do ombro de Renata que se afastou, sem perceber o quanto a sujou, levantou e olhou para Marcela, aborrecido.— Não sou uma criança para ter babá. É por sua causa que estou nessa situação.PlaftA bofetada de Marcela em Donald, pegou Renata de surpresa, mais ainda a ele, que a levou. Donald ficou desnorteado e quando Marcela o pegou pelo braço, tirando-o do escritório, seguiu sem reclamar, com a postura de um derrotado.Rosa deu o primeiro alerta:— Um dos clientes ligou, dizendo que suas propagandas foram apagadas. Renata colocou a mão na cabeça, suspirando, tinha certeza que ele ia retalhar desta maneira e não tinha o que fazer, pelo menos por enquanto, afinal, ele era o maioral e tinha muito dinheiro para bancar o que quisesse. — Eu esperava por isso. Ligue para o cliente, falarei com ele.Cláudia e
Palmas ecoaram pelo espaço vazio e Donald escarneceu: — Olha a rainha virando plebeia, eu te disse que você se arrependeria de me deixar. — Isso é típico de você, Donald, pisar em quem está caído. Eu me separei de você por sua fraqueza e não é por sua causa que estou nessa situação. Donald sentiu a presença de alguém grande, atrás dele e a voz de barítono falou quase em seu ouvido: — É por minha causa, entendeu? Thomas passou por ele, olhando para o espaço vazio. — Não entendi… — resmungou Donald. — Claro que não, você é muito lento. — respondeu Renata. — Quer dizer que você preferiu perder tudo do que aceitar trabalhar comigo? Por quê? O que eu fiz para você ter tanta aversão por mim? Donald finalmente entendeu o que aconteceu. A culpa da falência da One, foi causada por Thomas, que queria forçá-la a uma sociedade e ela não aceitou. — Entendi…finalmente apareceu alguém para desbancar sua arrogância… Donald não conseguiu terminar de falar, o murro certeiro de Th